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Fim de um modelo *

16 Junho, 2008
by

Esta é uma crise de várias crises que confluíram num mesmo momento.
Sobretudo na Europa, o modelo que predomina ainda é o Estado Providência – os poderes públicos intervêm nas actividades dos cidadãos, moldando-as aos objectivos estatais e tentam promover amplos benefícios sociais concedidos por um aparelho administrativo agigantado, tudo suportado através do pagamento de impostos. Por exemplo, mais de metade da riqueza produzida em Portugal serve para pagar a máquina do Estado. E os auxílios sociais aumentam enquanto diminui o número de contribuintes – logo, os impostos estão numa irracional espiral de crescimento de que não se consegue ver o fim.
Abundam as interpretações simplistas de que estamos perante uma crise do chamado neoliberalismo – só que não é esse modelo que está em vigor. Esta é a crise da lógica governativa que está em toda a parte: o Estado Social, agora mais merecedor do nome de Estado Tributário.
O ‘politicamente correcto’ agita o papão de um liberalismo que não existe com o objectivo insidioso de camuflar as ineptidões do ‘Estado Papá/Mamã(**) que se esboroa diante dos nossos olhos.

* HERESIAS, Correio da Manhã, 15.VI.2008

** Essa expressão é da autoria de José Manuel Moreira

88 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    DISTRAIDO permalink
    16 Junho, 2008 00:27

    nas suas cintas também se incluem os gastos a mais, atrasos produzidos nas empreitadas do Estado, e pagas por todos os contribuintes aos privados?

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  2. Zé's avatar
    16 Junho, 2008 00:28

    Liberalismo não é apenas um sistema de organização económica. Isso não é o principal. É um sistema que valoriza a autonomia e a liberdade individual. Isso implica necessariamente uma maior responsabilização do próprio pelo seu destino, com algum incremento do risco, dentro de limites razoáveis. Não é o governo dos mais fortes. É um governo onde há forças independentes que se equilibram mutuamente. É um governo de transparência em vez de golpes de bastidores. De mérito e compromisso em vez de amiguismo e elites cristalizadas.

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  3. Desconhecida's avatar
    Balhatedeus permalink
    16 Junho, 2008 00:52

    “Sobretudo na Europa, o modelo que predomina ainda é o Estado Providência”

    E ainda bem.
    Mal estão os outros modelos, em que as pessoas morrem de subnutrição, falta de assistência na doença e na velhice.

    Se não gosta, vá para África, para a Europa de Leste, para a América Latina, ou para o continente que quiser, ou vá mesmo fazer parte dos 40 milhões que morrem sem assistência nas ruas dos EUA.

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  4. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    16 Junho, 2008 00:53

    Mas se o PS é o mais estatista dos partidos e quem mais benefícios tira dele,
    como vamos nós diminuir o Estado?Enquanto houver pobres metade de nós (eu incluído) vamos continuar a dizer que o Estado é preciso para defender os mais pobres.Os maiores grupos económicos precisam do Estado para poderem fazer negócios sem concorrência e sem risco.Os investimentos públicos anunciados são mais betão e mais rodovia:negócios para as construtoras, bancos e consultores,apesar do preço dos combustíveis.

    Exigir mais mercado,mais concorrência.Ninguem quer,essa é que é essa!

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  5. Desconhecida's avatar
    Bird permalink
    16 Junho, 2008 01:07

    O Estado imoral rodesiano:

    “POLÍTICA & SOCIEDADE

    A FACTURA QUE OS AFRICANOS TÊM DE PAGAR AOS ‘LIBERTADORES’
    La dolce vita de Grace Mugabe

    JORGE HEITOR

    Grace Marufu Mugabe, antiga secretária de 44 anos que desde 1996 é casada com o Presidente do Zimbábuè, levantou a semana passada USD 80.000 (50.845 euros) do banco central do seu país para fazer compras em Roma, enquanto o marido participava na cimeira da FAO sobre a fome no mundo, escreveu ontem o jornal sulafricano The Cape Argus.

    A nova loucura despesista da primeira-dama, numa altura em que milhões de compatriotas seus estão a viver no estrangeiro por não encontrarem emprego no Zimbábuè, enfureceu mesmo alguns dos altos funcionários do banco, que falaram de uma atitude ‘desumana’, refere o artigo.

    É conhecimento geral que a antiga Rodésia necessita de todo o dinheiro que for possível para adquirir alimentos e outros bens essenciais, mas a primeira-dama prefere gastar as reservas nacionais nas criações de grandes costureiros; e até mesmo em sapatos, como acontecia com a filipina Imelda Marcos.

    ‘Tenho os pés muito estreitos, de modo que só calço Ferragamo’, explicou recentemente Grace, a propósito da sua predilecção pelas colecções do italiano Salvatore Ferragamo.

    A forma muito especial de a ex-secretária de Mugabe ter assinalado a cimeira mundial contra a fome verificou-se alguns meses depois de, em Janeiro, ter levantado 100.000 dólares (63.557 euros) para ir de férias com o marido e os três filhos até à Tailândia e à Malásia, tendo-se chegado, entretanto, a especular que este último destino poderia um dia vir a ser o lugar de exílio para o casal, se a isso fosse obrigado pelas circunstâncias.

    Cada uma das deslocações do Presidente e da sua mulher, 40 anos mais nova, significa um grande saque no Tesouro zimbabueano, com o pormenor de que Grace ainda está a beneficiar de uma cotação muito especial: 30.000 dólares zimbabueanos por cada dólar norte-americano, enquanto no mercado paralelo são já necessários pelo menos 1.500 milhões de dólares nacionais para se obter um só dólar dos Estados Unidos.

    A mulher cujo casamento com o líder da ZANU-Frente Patriótica ficou a marcar o resvalar do país para o abismo é já conhecida ironicamente como a ‘primeira compradora’ da nação, em vez de primeira-dama, dizendo-se até que ela é uma das pessoas mais influentes do regime. E já lhe chegou a ser atribuída a afirmação de que o candidato presidencial do Movimento para a Mudança (MDC), MorganTsvangirai, jamais irá ocupar a State House, sede do poder.

    Em Roma, enquanto Mugabe ouvia debater a melhor forma de se acabar com a fome no mundo, Grace, nos intervalos das compras, ocupava uma ‘suite’ de 890 euros diários no Ambasciatori Palace Hotel, em Via Veneto. Era La Dolce Vita.”

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  6. MFerrer's avatar
    16 Junho, 2008 01:08

    “Por exemplo, mais de metade da riqueza produzida em Portugal serve para pagar a máquina do Estado”
    E o que é tal máquina do Estado?
    Não são os funcionários Públicos, mais a Segurança Social, a Educação Pública e Privada( sabia qu tb recebe do OGE?) e o SNSaúde? As Forças Armadas e de Segurança?
    Que tal um partido que acabe com isso tudo?
    E regressamos ao feudalismo e às corporações!
    Força! É bem bolado. Responsavelmente!
    A isto chama-se escrever primeiro, e pensar depois!
    MFerrer

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  7. Desconhecida's avatar
    Bird permalink
    16 Junho, 2008 01:08

    Digo zimbabweano, pois rodesiano seria quando este povo vivia condignamente…

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  8. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    16 Junho, 2008 01:25

    “Não são os funcionários Públicos, mais a Segurança Social, a Educação Pública e Privada( sabia qu tb recebe do OGE?) e o SNSaúde? As Forças Armadas e de Segurança?”

    Sim também isso mas esqueceu-se das Obras Publicas, Justiça, Cultura mais as milhentas comissões, RTP, subsidios regras especiais(mais umas para os camionistas) e adivinho mais umas milhentas coisas de que não fazemos ideia. Tirando a Justiça, Segurança e Forças Armadas mais os compromisso que o Estado já fez com pessoas que descontaram, o resto começando pelo Ministério da Educação Soviético pode ser deitado fora. Dinheiro no bolso dos Portugueses que o ganham não nos bolsos daqueles que gastam o que não ganharam.

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  9. rouxinol's avatar
    16 Junho, 2008 02:35

    “Abundam as interpretações simplistas de que estamos perante uma crise do chamado neoliberalismo – só que não é esse modelo que está em vigor.”

    Desde a década de 70 que para lá caminhamos, a regulação da desregulação financeira que obriga o Estado emagrecer por via da competição fiscal. Engrenagens de uma competição que nos põe em competição directa com escravos pela atracção dos capitais. Um rat race que apenas agudizará assimetrias. São as vantagens comparativas da escravatura a que aludem alguns ditos “liberais” que de liberdade percebem tanto como eu de ciência termonuclear.

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  10. balde-de-cal's avatar
    balde-de-cal permalink
    16 Junho, 2008 05:35

    acabou. hoje temos o estado facínora e ladrão. não dá. tira
    PQP

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  11. tina's avatar
    16 Junho, 2008 09:21

    “Se não gosta, vá para África, para a Europa de Leste, para a América Latina, ou para o continente que quiser, ou vá mesmo fazer parte dos 40 milhões que morrem sem assistência nas ruas dos EUA.”

    Esta conversa é daqueles que já se habituou a levar um nível medíocre de vida e nem sequer consegue imaginar como poderia viver com muito menos sacrifício se simplesmente houvesse uma melhor gestão de recursos. Em vez de abrir os olhos (bastava ir passar um fim-de-semana a Espanha por exemplo) continua a insistir nos erros. Mas depois, culpa não é toda dele, pertence a um povo menos inteligente, é a raça, o que é que se pode fazer…

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  12. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 09:30

    “rouxinol Diz:
    16 Junho, 2008 às 2:35 am
    “Abundam as interpretações simplistas de que estamos perante uma crise do chamado neoliberalismo – só que não é esse modelo que está em vigor.”

    Desde a década de 70 que para lá caminhamos”

    Desde a década de 70, o estado quase que duplicou o seu peso na economia (não só cá, um pouco por toda o lado excepto nos países ex-comunistas, os tais que crescem a alta velocidade). Se estamos a caminhar para o neoliberalismo, interrogo-me, partimos donde?

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  13. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    16 Junho, 2008 09:41

    HINO DO LIBERALISMO

    De pé, ó vítimas da fome!
    De pé, famélicos da terra!
    Da ideia a chama já consome
    A crosta bruta que a soterra.
    Cortai o mal bem pelo fundo!
    De pé, de pé, não mais senhores!
    Se nada somos neste mundo,
    Sejamos tudo, oh produtores!

    Bem unidos façamos,
    Nesta luta final,
    Uma terra sem amos
    A Internacional.

    Messias, Deus, chefes supremos,
    Nada esperemos de nenhum!
    Sejamos nós quem conquistemos
    A Terra-Mãe livre e comum!
    Para não ter protestos vãos,
    Para sair deste antro estreito,
    Façamos nós por nossas mãos
    Tudo o que a nós diz respeito!

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  14. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    16 Junho, 2008 09:56

    MFerrer Diz:
    “E regressamos ao feudalismo e às corporações!”

    Só não regressamos porque estamos lá enfiados até ao pescoço.
    Não é porque alguém convencionou de chamar democracia a esta coisa que a torna numa.
    Então se temos uns srs. feudais, hoje também chamados de políticos, ministros, autarcas, etc., que tributam e decidem a seu belo prazer, apenas porque sim e nunca respondendo pelo que fizeram ou não.
    Se temos uma nobreza, também conhecida por funcionalismo publico, com a mesma inimputabilidade e irresponsabilidade do antigamente.
    Se temos até os brasões, hoje travestidos de cartões partidários, em que é que se distingue este Feudalismo do de antanho?
    Pelo menos no original os nobres ainda tinham a importante função de assumir a defesa dos seus feudos guerreando eles mesmos quando tal era necessário. Os de hoje… delegam.

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  15. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    16 Junho, 2008 10:05

    MFerrer Diz:
    “A mania que certa gente tem de cuspir onde come…”
    “Este comentadores acéfalos estão convencidos de que mentindo muito, e repetidamente, levam água ao moinho deles.”

    https://www.tcontas.pt/index.shtm

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  16. balde-de-cal's avatar
    balde-de-cal permalink
    16 Junho, 2008 11:06

    “nunca cagues onde comes”
    morte por gamanço e anorexia

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  17. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 11:13

    «Se não gosta, vá para África, para a Europa de Leste, para a América Latina…»

    Porquê? Nesses lugares não predomina também o estado Intervencionista? Não me diga que a miséria daí se deve a modelos liberais…

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  18. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 11:14

    Zé (nº2),

    Tem razão. Mas não tinha espaço suficiente no artigo (número de caracteres) para o referir.

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  19. mau mau maria's avatar
    16 Junho, 2008 11:15

    E voces insistem, a culpa é sempre do Estado Providência nunca é do sistema neoliberal. Porra, inventem outra que essa não passa

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  20. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 11:16

    Luís Moreira,

    «Mas se o PS é o mais estatista dos partidos…»

    Duvido. Agora, desde o advento de Manuela Ferreira Leite, o PSD tornou-se mais estatista que este PS.

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  21. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 11:19

    Mau Mau Maria,

    «E voces insistem, a culpa é sempre do Estado Providência nunca é do sistema neoliberal.»

    A tese do texto é simples: o sistema que está é o Estado Providência; o liberalismo não existe, excepto na retórica da extrema-esquerda; se estamos numa crise muito grave esta só pode ser do modelo predominante e nunca do que não está a ser aplicado.
    Dizer que a crise actual é a do modelo liberal é de ousadia equivalente a culpar-se o comunismo, o feudalismo ou o anarquismo.

    Se puder, conteste.

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  22. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    16 Junho, 2008 11:48

    Curioso como vejo o Estado cientificamente dirigido por socialistas a não dar respostas aos anseios dos que não têm pátria.O que andam a fazer as organizações pagas pelo orçamento do estado para que se obtenha o ” a cada um segundo as suas necessidades?” como o SOS racismo, as 39 associações de imigrantes, o ACIDI?Crédito para os ilegais!Legalização e nacionalização já!
    A imigração enriquece!Acabem com dificuldade do exame oral do português que chateia os paquistaneses, do bangladesh os pretos da somália,etc.É preciso mais Estado!Mais locais de passagem de passaportes electónicos como o que montaram em S.Vicente em cabo Verde na África continental, com empregados locais!Quero ficar rico e depressa!Mais! Mais!

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  23. Carlos III's avatar
    Carlos III permalink
    16 Junho, 2008 11:53

    Na prática, a questão seria apenas a seguinte: estamos satisfeitos com o que temos, ou não? Poderíamos melhorar, ou não?

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  24. Desconhecida's avatar
    16 Junho, 2008 11:54

    “Exigir mais mercado,mais concorrência.Ninguem quer,essa é que é essa!”

    Ninguém quer? Não querem os funcionários públicos. Não querem os Gestores Públicos. Não quer o Espirito Santo, a Sonae, a JM, etc.

    Cade os outros? Não têm direito à vida?

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  25. jpt's avatar
    jpt permalink
    16 Junho, 2008 12:03

    “Por exemplo, mais de metade da riqueza produzida em Portugal serve para pagar a máquina do Estado.”

    E as estradas por onde você anda, e mais os semáforos, e a rede de transportes, e a recolha de lixo, etc. queria ver se estas coisas fossem deixadas nas mãos do mercado… Acha que alguém iria montar uma empresa de recolha de lixo? Desçam à terra! (já sei qual vai ser a resposta: o estado deve pagar a uma empresa privada para fazer isso… Isto resolve, na vossa perspectiva, o problema? sairía ainda mais caro!)

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  26. Desconhecida's avatar
    Balhatedeus permalink
    16 Junho, 2008 12:16

    Ó Tina, estou enganado ou a Espanha segue o modelo social?
    Não é um dos modelos sociais que o CAA acha maus?

    “Porquê? Nesses lugares não predomina também o estado Intervencionista?” Ah, então o CAA já não acha que o mal esteja no “modelo social”, mas no facto de ser “intervencionista”, seja lá isso o que for. O que é um Estado “não intervencionista”? O que não intervém? Então para que serve? Quer ausência de Estado? A “lei do mais forte”?
    Ou quer dizer simplesmente que o modelo social europeu tem defeitos?
    – Claro que tem!

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  27. Red Snnaper's avatar
    Red Snnaper permalink
    16 Junho, 2008 12:18

    Portugal é o país europeu que mais fé tem no liberalismo. Já a Alemanha é o país que menos acredita no liberalismo. Curiosamente a Alemanha é o mais rico e Portugal o mais Pobre!!

    Na verdade, o liberalismo antes de tudo advoga uma ordem social espontânea. Ora como toda a gente sabe Portugal é o campeão mundial do improviso. Já a Alemanha planeia tudo até ao mais ínfimo pormenor. Os resultados estão à vista.

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  28. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 12:32

    sim já tinha reparado que nisto do liberalismo não há tão radicais e pitorescos como nós. É como tudo, algo que se abraça com os dois braços porque vem de fora. A nossa interpretação literal das correntes talvez faça parte daquilo do “povo que não se governa nem deixa governar”

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  29. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 12:36

    curiosamente só em africa é que consigo vislumbrar a alternativa do estado mínimo por isso suponho que a alternativa de caa seja o “modelo africano”

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  30. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 12:44

    «Portugal é o país europeu que mais fé tem no liberalismo.»

    Este talvez seja o disparate do dia. Digo, da semana. Ou do ano…

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  31. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 12:44

    jpt dixit

    “Acha que alguém iria montar uma empresa de recolha de lixo? Desçam à terra! (já sei qual vai ser a resposta: o estado deve pagar a uma empresa privada para fazer isso… Isto resolve, na vossa perspectiva, o problema? sairía ainda mais caro!)”

    Há muitas empresas privadas de recolha de lixo. Como é óbvio, uma empresa especializada num determinado sector e que pode prestar serviço a vários municípios, terá tendência a ser mais eficaz do que cada município por si, com entrega da gestão a um qualquer dirigente intermédio de um partido. Sai mais caro? Duvido. Não conheço nenhum sector em que uma actividade executada pelo estado saia ‘mais barata’ do que feito por privados em concorrência.

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  32. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 12:46

    «curiosamente só em africa é que consigo vislumbrar a alternativa do estado mínimo por isso suponho que a alternativa de caa seja o “modelo africano”»

    Mais disparates…
    A regra nos regimes africanos oscila entre ditaduras despudoradas e Governos ultra-intervencionistas – precisamente o oposto de qualquer lógica liberal.

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  33. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 12:47

    já agora gostava de comentar esse sofisma envenenado que é considerar que “sem estado” haveriam 50% de rendimentos que voltariam aos nossos bolsos.
    -Há uma série de custos fixos e sem os quais não podemos passar, como a saúde, as infraestruturas e a justiça.
    -Privatizando ou liberalizando não incluí uma redução de custos como prova bem o caso da galp. A ganância “empreendorista” , os monopólios, e as concertações pelo contrário garantem-nos o inverso.
    -Há uma série de custos sociais indirectos e incalculáveis que digamos sustem a sociedade. A menos que quisessem gastar esses 50% em arame farpado para proteger a casa e armas.

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  34. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 12:51

    A regra nos regimes africanos oscila entre ditaduras despudoradas e Governos ultra-intervencionistas – precisamente o oposto de qualquer lógica liberal.

    – e a intervenção mínima na economia, redes inexistentes de apoio social / saúde / segurança.
    – carga fiscal quase ausente.

    não é este o modelo que caa preconiza? ou estou enganado

    Não é necessário haver uma democracia para haver uma economia liberal como prova o caso de pinochet tão acarinhado pela direita mais despudorada.

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  35. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 12:51

    «esse sofisma envenenado que é considerar que “sem estado” haveriam 50% de rendimentos que voltariam aos nossos bolsos.»

    Eu não afirmei tal. Mas estou convencido que uma boa parte daquilo que hoje nos é esbulhado sob o pretexto fiscal ficaria à disposição das pessoas. O que aumentaria a sua riqueza e melhoraria a economia.

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  36. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 12:54

    «Portugal é o país europeu que mais fé tem no liberalismo.»

    Este talvez seja o disparate do dia. Digo, da semana. Ou do ano…

    Como é que explica então que na maioria dos blogues de direita, os think thanks da direita o liberalismo seja consensual? que pensadores de esquerda como vitalmoreira por ex defendam uma renovação do socialismo exactamente pela mesma via? que a redução da despesa do estado seja um tema consensual? Ou que o candidato pedro p coelho um notável desconhecido quase tenha disputado a vitória no maior partido português apoiando-se apenas num discurso liberal?.

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  37. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 12:56

    «Não é necessário haver uma democracia para haver uma economia liberal como prova o caso de pinochet…»

    Há quem julgue assim – mas não é essa a minha posição.
    O liberalismo é uma moeda de duas faces: por um lado a liberdade dos mercados e o princípio geral de abstenção de intervenção dos poderes públicos; do outro lado, a liberdade do indivíduo e o respeito dos direitos fundamentais das pessoas. Ora, com todas as suas ineptidões, a democracia é o único sistema que pode conciliar estas duas vertentes.

    Um sistema que prefira apenas uma dessas vertentes abdicando da outra não é liberal – apenas um arremedo incompleto condenado ao fracasso. Ou seja, em pouco tempo, or evolução ou revolução, tornar-se-á no tipo de regime que diz negar.

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  38. CAA's avatar
    16 Junho, 2008 12:57

    «Como é que explica então que na maioria dos blogues de direita, os think thanks da direita o liberalismo seja consensual? »

    Os blogues não são o País. Nalguns casos, felizmente. Noutros nem tanto.

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  39. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    16 Junho, 2008 12:58

    anonymouse Diz:
    “já agora gostava de comentar esse sofisma envenenado que é considerar que “sem estado” haveriam 50% de rendimentos que voltariam aos nossos bolsos.”

    Envenenado ou não o facto é que ficamos sem esses 50% e não temos assegurados os serviços que eles supostamente serviam para pagar. Temos que os pagar de novo com o que sobra depois do Estado se servir à vontade.

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  40. Tiago Moreira Ramalho's avatar
    16 Junho, 2008 13:01

    Ó CAA, não é pelo facto de se aplicar mal um modelo que esse modelo está, necessariamente errado. Eu lembro o exemplo dos países nórdicos em que se pagam muito mais impostos do que em Portugal e o Estado Providência faz-se sentir muito mais e aquilo, pelo que dizem [sim, porque nunca lá fui] é uma maravilha! O problema em Portugal é que as pessoas pensam que por pagarem impostos (não interessa quanto) pensam ter o direito de exigir tudo ao Estado. Não se fazem omeletes sem ovos…

    Já agora, se este modelo está esgotado, qual é melhor? Capitalismo americano com pessoas a morrer à porta dos hospitais ou comunismo russo com pessoas a morrer em gulags?

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  41. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 13:06

    eu acho que pela racionalidade humana deveria-se imitar os sítios onde as pessoas vivem melhor por amor de deus.
    Os eua naõ são um estado liberal. Algumas medidas “liberais” que tem tomado por exemplo o sist. de saúde tem sido alvo de criticas fortissimas a nivel interno e externo. Não é uma evidência de melhoria. A inglaterra não é um estado liberal. O mais perto é talvez hong kong mas nem isso é apenas uma minocracia. Não existem estados liberais no mundo. só por desvario ou utopia é que se poderá querer instituir um modelo não provado nem sequer experimentado neste planeta.

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  42. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    16 Junho, 2008 13:15

    “só por desvario ou utopia é que se poderá querer instituir um modelo não provado nem sequer experimentado neste planeta.”

    Já, já foi experimentado, mas há muito tempo. Ficou conhecido por Idade da Pedra.
    Mas depois o Mundo evoluíu.

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  43. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 13:27

    “Já, já foi experimentado, mas há muito tempo. Ficou conhecido por Idade da Pedra.
    Mas depois o Mundo evoluíu.”

    Na idade da Pedra havia um sistema de justiça? Havia respeito pela propriedade privada e uma entidade com poder de coacção que garantisse o cumprimento dos contratos? Os criminosos eram condenados e retirados da sociedade? Havia protecção legal da propriedade e dos frutos do trabalho?

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  44. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 13:32

    “Tiago Moreira Ramalho Diz:
    16 Junho, 2008 às 1:01 pm e

    Eu lembro o exemplo dos países nórdicos em que se pagam muito mais impostos do que em Portugal e o Estado Providência faz-se sentir muito mais e aquilo, pelo que dizem [sim, porque nunca lá fui] é uma maravilha!”

    Os países nórdicos são, na generalidade, mais liberais no plano económico que Portugal. Pelo menos é o que dizem todos os índices que se dedicam a medir a liberdade económica.

    http://www.heritage.org/research/features/index/countries.cfm

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  45. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 13:38

    “Na idade da Pedra havia um sistema de justiça? Havia respeito pela propriedade privada e uma entidade com poder de coacção que garantisse o cumprimento dos contratos? Os criminosos eram condenados e retirados da sociedade? Havia protecção legal da propriedade e dos frutos do trabalho?”

    na idade média sim.
    Ja agora e quanto à carga fiscal dos paises nordicos? não é isso que está em questão?

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  46. Red Snnaper's avatar
    Red Snnaper permalink
    16 Junho, 2008 14:19

    Para CAA a sociedade civil é um meio dos homens se regularem de forma a proteger a sua propriedade – naturalmente adquirida- do estado de guerra, possível na natureza (já que cada indivíduo poderia tomar a lei nas suas próprias mãos). Quer dizer, para CAA o direito de propriedade é a base da liberdade humana e o governo deve existir para proteger esse direito. O Homem entrega as liberdades naturais para obter segurança colectiva para a propriedade e para a vida. Assim, o bem público deve servir às realizações individuais e não a fins colectivos indefiníveis. CAA vê a posse da propriedade como a base de uma sociedade civil justa e equitativa.
    Acontece que já está mais que provado que isso é a origem do mal e da desigualdade : o homem é corrompido não pela natureza, mas pela posse da propriedade; é a sociedade civil que é corrupta.

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  47. Desconhecida's avatar
    16 Junho, 2008 14:32

    “Capitalismo americano com pessoas a morrer à porta dos hospitais ou comunismo russo com pessoas a morrer em gulags?”

    Tanta ignorância, promovida pela Benavente, pelo Carneiro, pela Manuela.

    À porta dos hospitais americanos morre-se como no Iraque!

    Boa!

    O Darwinismo explicou que tudo termina numa selecção natural.

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  48. Desconhecida's avatar
    16 Junho, 2008 14:33

    “Acontece que já está mais que provado que isso é a origem do mal e da desigualdade : o homem é corrompido não pela natureza, mas pela posse da propriedade; é a sociedade civil que é corrupta.”

    Este acabou de sair do GULAG, ou é neto do Castro (mais novo)!

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  49. Lololinhazinha's avatar
    Lololinhazinha permalink
    16 Junho, 2008 15:00

    CAA

    Estado papá/mamã também não é assim…
    Quando muito Estado bábá, bem paga!

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  50. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 15:13

    anonymouse Dixit
    “na idade média sim.”

    Já é um passo em relação à idade da pedra.

    “Ja agora e quanto à carga fiscal dos paises nordicos? não é isso que está em questão?

    Também é a carga fiscal, evidentemente, mas não é só.

    Por exemplo, se compararmos Portugal e os 5 países nórdicos (Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia) para os vários indicadores do índice que linkei vemos que Portugal ocupa o último lugar em metade dos indicadores (‘Business Freedom’, ‘Labour Freedom’, ‘Freedom from Corruption’, ‘Property Rights’ e ‘Finantial Freedom’), quarto lugar em ‘Monetary Freedom’, 3º lugar no que diz respeito a ‘Fiscal Freedom’, ‘Investment Freedom’ e ‘Government Size’ e o nosso único segundo lugar está ex-aqcuo com mais 4, ‘Trade Freedom’.

    Estes 10 factores ponderados deixam-nos nesta posição miserável:

    11 Denmark 79.23
    14 Islândia 76.51
    16 Finland 74.79
    27 Sweden 70.42
    34 Norway 68.99
    53 Portugal 64.3

    Até estamos atrás da Noruega do petróleo. Liberais, em quê?

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  51. balde-de-cal's avatar
    balde-de-cal permalink
    16 Junho, 2008 15:19

    belmiro vai fechar o supermercado?

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  52. Desconhecida's avatar
    PLus permalink
    16 Junho, 2008 15:28

    “Um sistema que prefira apenas uma dessas vertentes abdicando da outra não é liberal ”

    Assim dito dá ideia que o CAA aceita o argumento do modelo Africano ter uma economia tipo liberal.
    E preciso dizer é que o modelo Africano não é – nem de perto – um modelo liberal em termos económicos.

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  53. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    16 Junho, 2008 15:41

    j

    É óptimo, que as pessoas,sejam de esquerda,de direita ou nem por isso,percebam que em Portugal não há empreendedores (com umas poucas e desconhecidas excepções)mas antes “acumuladores” de riquesa,á custa dos negócios com o Estado,sem risco,sem inovação,converter terrenos em campos de golf,especular com as acções da Galp e da Pt…

    E já vem do Estado novo,do condicionalismo industrial,das corporações…

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  54. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 15:41

    JCD defenda pois o modelo nórdico por favor. Não tenho nada a opor.

    Já agora pelo ranking que disponibilizou vejo alguns países ídilicos à nossa frente como:
    ilhas maurícias
    Bahrein
    arménia
    bahamas
    trinidad e tobago
    georgia
    el salvador
    botswana!!!
    koweit
    oman
    jamaica:))
    malta
    panamá
    e por ultimo
    o uganda!!

    afinal não era apenas o modelo africano, era o modelo caribenho e o médio oriente também

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  55. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    16 Junho, 2008 15:49

    Cidadãos de tudos os países, UNI-VOS!
    Um dia todos viveremos em Liberalismo e falaremos Esperanto!
    O Futuro será radioso!
    Os amanhãs já (cá) cantam!

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  56. Desconhecida's avatar
    Bis Naga permalink
    16 Junho, 2008 16:06

    Isto do Liberalismo está mesmo na moda!
    Até o Pacheco Pereira e o Vasco Pulido Valente…
    Para chegar ao Jerónimo já faltou mais!

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  57. tina's avatar
    16 Junho, 2008 16:12

    “Ó Tina, estou enganado ou a Espanha segue o modelo social?”

    Pois segue, mas não tão social como o nosso, IVA a 16% e preço da gasolina mais barato porque não têm que sacar tanto dinheiro aos contribuintes para pagar a máquina do Estado. Não admira que Portugal não consiga competir com a Espanha no turismo e que a nossa economia seja mais fraca. Tive inveja dos espanhóis, as coisas ainda mais baratas do que aqui mas devem ter salários 50% superiores.

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  58. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 16:26

    se se quer viver como em espanha porque é que se defende o liberalismo? a espanha não é um pais liberal isso é um contrasenso.

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  59. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 16:26

    anonymouse Diz:

    “Já agora pelo ranking que disponibilizou vejo alguns países ídilicos à nossa frente como:

    Está a ver o que nos espera? Já não basta termos uma das economias menos livres do mundo ocidental, também já estamos a ser comidos por alguns países do terceiro mundo. Mas deve reparar que todos os países que nos poderão servir de benchmark estão bem acima de nós…

    “botswana!!!”

    Informe-se melhor sobre o Botswana. Neste gráfico está pintado da mesma cor de Portugal. Foi o primeiro país da África sub-sahariana a ultrapassr os 10.000 UDS pc.

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  60. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 16:28

    jcd nem tudo o que nos move é a “liberdade económica”. para isso já temos o éden na terra, hong kong. São outros indicadores também.

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  61. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 16:31

    “É óptimo, que as pessoas,sejam de esquerda,de direita ou nem por isso,percebam que em Portugal não há empreendedores (com umas poucas e desconhecidas excepções)mas antes “acumuladores” de riquesa,á custa dos negócios com o Estado,sem risco,sem inovação,converter terrenos em campos de golf,especular com as acções da Galp e da Pt…”

    Isto é um contrassenso. O estado apenas dá o que tira. O que o estado tem para dar a grupos económicos também é subtraído ao resto da economia. O que nos vale é que há quem pague tudo isto. Na verdade há muitos empreendedores que vivem sem favores do estado e que, pelo contrário, são sistematicamente sugados pela máquina estatal. São esses que pagam. Tudo.

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  62. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 16:33

    “jcd nem tudo o que nos move é a “liberdade económica”. para isso já temos o éden na terra, hong kong. São outros indicadores também.”

    Obviamente. Mas este é bastante relevante, não acha? Por alguma razão os países onde melhor se vive neste mundo são os países que souberam dar liberdade aos seus cidadãos. Ah, e mais ou menos liberais, mais ou menos impostos, são todos capitalistas.Conhece algum sucesso económico de algum país à margem do capitalismo? Eu não.

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  63. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 16:38

    Ah, e mais ou menos liberais, mais ou menos impostos, são todos capitalistas. certamente.

    bem, e dos países onde se viva melhor no mundo conhece algum que não tenha um estado social? (não liberal) Eu não.

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  64. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    16 Junho, 2008 16:46

    Ora , o que eu gostava de saber é quanto ganha o presidente do Banco da Noruega , ou um qualquer director de serviços públicos e essas coisas , lá desse país podre de rico.

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  65. tina's avatar
    16 Junho, 2008 16:57

    “percebam que em Portugal não há empreendedores (com umas poucas e desconhecidas excepções)mas antes “acumuladores” de riquesa,á custa dos negócios com o Estado,sem risco,sem inovação,converter terrenos em campos de golf,especular com as acções da Galp e da Pt”

    pois pois, campos de golfe que atraiem milhões de euros de investidores estrangeiros e que não utilizaram um único cêntimo do estado. Cale a boca seu ignorante, funcionário público que já devia ter ido para o olho da rua há muito tempo.

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  66. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 17:01

    “bem, e dos países onde se viva melhor no mundo conhece algum que não tenha um estado social? (não liberal) Eu não.”

    Só os países capitalistas é que conseguem criar riqueza para pagar os ‘estados sociais’. O que está em causa é saber até onde é que se pode ir e até onde é que se deve ir. Nos níveis actuais de consumo de alguns estados, só se pode andar para trás. Aumentar os níveis de despesa pública em países que já andam nos 50%, é matar a galinha dos ovos de ouro. Manter é asfixiá-la.

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  67. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 17:24

    O que está em causa é saber até onde é que se pode ir e até onde é que se deve ir
    isso não é o fim de nenhum modelo, é racionaliza-lo. Que raio de maneira tabloide de apresentar as coisas portanto.

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  68. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 17:56

    “isso não é o fim de nenhum modelo, é racionaliza-lo. Que raio de maneira tabloide de apresentar as coisas portanto.”

    É a maneira simples. O que é racionalizar um modelo de extorsão? Do lado dos que recebem, racionalizá-lo é tirar o máximo. Do lado dos que pagam, racionalizar é dar o mínimo. A decisão é técnica (o crescimento miserável está aí para mostrar o efeito do excesso fiscal) e política (o que é que queremos que Portugal seja).

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  69. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    16 Junho, 2008 18:01

    “isso não é o fim de nenhum modelo, é racionaliza-lo.”

    Curiosamente, de cada vez que o Estado PT começa a falar em racionalização, acaba sempre a gastar mais e a funcionar pior. É certinho como o destino. 🙂

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  70. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 18:03

    não jcd do lado dos que pagam racionalizar é receber por aquilo que se paga. isso faz toda a diferença.

    quanto á palavra extorsão guardo-a para as chantagens especulativas e outras galps que tais.

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  71. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 18:08

    Doe, J, curiosamente sempre que se fala em deficiencias dos serviços públicos a solução é sempre desmantela-los. Esta-se mesmo a ver a quem serve.

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  72. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 18:12

    “não jcd do lado dos que pagam racionalizar é receber por aquilo que se paga. isso faz toda a diferença. quanto á palavra extorsão guardo-a para as chantagens especulativas e outras galps que tais.”

    O facto do estado me tirar dinheiro e de me dar educação não deixa de ser extorsão. Só não seria se essa opção fosse voluntária da minha parte. Extorsão é uma excelente palavra. É até um bom sinónimo para imposto. Somos obrigados a pagar, quer queiramos quer não.

    A Galp não me pode obrigar a nada. Posso ir à BP, ao Intermarché, posso ir a Espanha, posso andar de transporte público. Quando é o estado, não me deixa escolher o médico, não me deixa mudar os filhos de escola, não me deixa aplicar as minhas poupanças para a reforma noutro lado e ainda por cima cobra-me impostos a troco de nada – imposto de selo, IMT na troca de casa, IMIs em função de parâmetros absurdos, taxas por isto e por aquilo e ainda nos obriga a comprar impressos para pagarmos impostos.

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  73. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 18:14

    “Doe, J, curiosamente sempre que se fala em deficiencias dos serviços públicos a solução é sempre desmantela-los.”

    Basta permitir a concorrência pelo serviço. Se forem deficientes, acabam por cair sozinhos. Se forem bons, sobrevivem.

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  74. Desconhecida's avatar
    Voortrekker permalink
    16 Junho, 2008 18:24

    O mundo está cheio de coisas espatafúrdias… não é só no Zimbambwe que alguém, responsável e a nível governamental, abusa dos dinheiros de todos os seus compatriotas para seu único benefício pessoal. Por aqui, tanbém vai acontecendo igual esbanjamento e isto, segundo notícias que todos os dias nos são dadas pelos mídia locais…
    Duma maneira mais ocidental, muito mais subtil e sofisticada, os nossos “gurus da política e das subtrações”, sabem bem e melhor, como sacar o “pagode” para o entregar à sua “patroa” para ir aos “saldos” lá fora…
    Dixemos a “Lady Mugabe”, que até deve ser uma senhora boa (assim a modos que Winny Mandela…) e bem vestida e concentremo-nos nas nossas “matronas” e nos seus adiposos esposos e amantes, que nos devoram a cada minuto… e não encontraremos grandes diferenças, talvez… só na cor, das “madamas”, claro!

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  75. Desconhecida's avatar
    Tolstoi permalink
    16 Junho, 2008 18:41

    De entre as funções mais básicas do estado que remontam ao seu papel feudal estão: assegurar o cumprimento da lei e da ordem, as regras comerciais e os direitos de propriedade.
    Nem estas funções consegue cumprir com eficácia, como querem que cumpra o de estado social(independentemente da dimensão que se advogue para este último.

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  76. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 19:48

    “O facto do estado me tirar dinheiro e de me dar educação não deixa de ser extorsão. Só não seria se essa opção fosse voluntária da minha parte. Extorsão é uma excelente palavra. É até um bom sinónimo para imposto. Somos obrigados a pagar, quer queiramos quer não”

    somos forçados a abdicar de várias liberdades para viver em sociedade. É o proprio conceito de viver em comunidade. E fazemo-lo conscientemente. O de fazer justiça pelas proprias mãos por exemplo. O contrário não é impor aos outros a dessocialização, é sair da sociedade. Portanto cá esperamos a coêrencia.

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  77. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    16 Junho, 2008 21:03

    “Portanto cá esperamos a coêrencia.”

    Então que palavra escolhe para classificar uma qq entidade que, sob o pressuposto de prestar serviços que só a ela competem e para os quais não admite qq alternativa, cobra por eles o que quer como quer e quando quer e depois não entrega aquilo a que se comprometeu?
    Venha daí essa coerência. 😉

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  78. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    16 Junho, 2008 22:26

    Tina

    Não sabia que era capaz de ser tão rasca!

    Não sou funcionário público.

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  79. jcd's avatar
    16 Junho, 2008 22:36

    “somos forçados a abdicar de várias liberdades para viver em sociedade.”

    E somos forçados a abdicar de muitas mais para viver em socialismo.

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  80. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    16 Junho, 2008 22:37

    Doe j. se não se sente bem e irremediavelmente numa sociedade, que se estrutura nestes termos, e cuja legitimidade é democrática, a única alternativa seria terminar o contrato que o une à republica portuguesa e sair para qualquer outro país. Como sabe só paga contribuições referentes ao país onde trabalha. Se quisesse um país sem estado social provavelmente acabaria em africa ou na selva.

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  81. Desconhecida's avatar
    ourição permalink
    16 Junho, 2008 23:51

    Jcd tem toda a razão mas a maior parte dos tugas querem mamar na mamã e sacar o paizinho até aos 60 anos se possível.

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  82. PMS's avatar
    17 Junho, 2008 00:15

    DISTRAIDO Diz:
    16 Junho, 2008 às 12:27 am
    “nas suas cintas também se incluem os gastos a mais, atrasos produzidos nas empreitadas do Estado, e pagas por todos os contribuintes aos privados?”

    O seu nome é bem achado. Nem reparou que liberalismo é o Estado sair da Economia e não Estado como entregador de negócios a privados. Esse é o liberalismo à “socialista”. Consiste em criar monopólios artificiais protegidos pelo Estado. Esse é o modelo vigente. De liberal não tem nada. De clientelista centralista, tudo.

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  83. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    17 Junho, 2008 00:46

    Os maiores grupos económicos portugueses estão,desde o condicionamento industrial e o salazarento corporativo,conluiados com o Estado.Vivem á sua sombra,dos seus negócios,os seus homens colocados em lugar chave da administração pública.

    Os verdadeiros empreendedores,procuram o investimento na industria,na inovação,na produção de bens transaccionáveis,na concorrência!

    Aqui, o que temos é comprar terrenos,classificá-los de PIN ( o que quer dizer muito dinheiro dos nossos impostos )e mais betão.

    Com excepção da expansão da refinaria de Sines,não há um só investimento que crie riquesa,emprego (dos PIN)

    Di-lo quem tem coluna vertebral.medina Carreira,Luis Marques, Nicolau santos, Henrique Neto (industrial da indústria de moldes que concorre a nível global) e quadro socialista…

    Não baixem tanto a cerviz a estes sugadores dos nossos impostos.Lutar por um país mais liberal é,antes de tudo,libertar-nos desta pandilha!

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  84. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    17 Junho, 2008 08:51

    anonymouse Diz:
    “Doe j. se não se sente bem e irremediavelmente numa sociedade, que se estrutura nestes termos, e cuja legitimidade é democrática,(…)”

    Tem mesmo a certeza dessa “legitimidade”? É que eu ia jurar que em Portugal se votava em programas eleitorais e não em “lideres” com cheques em branco. Assim sendo, o que aconteceu ao programa que ganhou as ultimas eleições? E, já agora, ás penúltimas? E ás antepenúltimas? E ás … 🙂

    “Se quisesse um país sem estado social provavelmente acabaria em África ou na selva.”

    Para encontrar um pais sem Estado Social não é preciso sair de Portugal. Se duvida veja quanto é gasto pelo Estado com os necessitados e quanto gasta o Estado com ele mesmo. A não ser que considere ser o Estado Português o alvo e principal destinatário dessas tais “Politicas Sociais”.

    E por falar nesse curioso conceito, que tão bem fica hoje em dia no meio de qq discurso politicamente correcto, consegue-me definir o que são e onde estão essas tais “politicas sociais”?

    É que se se destinam a ajudar os mais necessitados, as tais franjas mais pobres da sociedade, apropriando-se para tal de 50% ou mais do que cá se produz anualmente e tendo em conta que segundo os últimos números que por aí correm já há 2 milhões de pobres (em 10 milhões de habitantes) a coisa não anda a correr lá muito bem.

    Gastar metade para, supostamente, ajudar 1/5 e não conseguir evitar que a pobreza continue a alastrar parece-me muito pouco social para tanto estado. Mas se calhar é só a mim. 🙂

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  85. Curiosamente's avatar
    Curiosamente permalink
    17 Junho, 2008 17:02

    CAA : “Por exemplo, mais de metade da riqueza produzida em Portugal serve para pagar a máquina do Estado. ”

    Caro CAA, novamente no mesmo.
    Isso é um facto.
    Qual a discordância entre nós ?

    O CAA e outros dizem que a despesa é elevada.
    Eu (e espero que mais) dizemos é que não é criada riqueza, pelos cidadãos.
    E principalmente pelos que tem o Poder Empresarial. Uns não sabem, outros não deixam.

    Ou seja, e de outra maneira.

    Uma empresa tem 1.000 euros de despesas e 3.000 de receita, o que dá 2.000 euros de lucro.
    Dizem que a despesa é 1/3 das receitas.

    Passado um ano tem 1.000 euros de despesas e 2.000 de receitas.
    O que ensinam as teorias neo-liberais ?
    Reduzir os custos.
    (e alguns custos poderão ser)
    Mas acima de tudo, o que a empresa precisa é de retomar os 3.000 euros de receitas (criar riqueza).

    Porque a certa altura, já não há despesas a cortar.
    Vão cortar o quê ? Na luz? Na agua, nos telefones ? Então fechem a porta.

    É o que os neo-liberais fazem aos países.
    Querem acabar com o básico dos básicos
    (saúde, educação, etc).

    Espero que tenha percebido, que não ando aqui a escrever para depois virem se queixar que não percebem nada.

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  86. Curiosamente's avatar
    Curiosamente permalink
    17 Junho, 2008 17:07

    Curiosamente Diz: “Uma empresa tem 1.000 euros de despesas e 3.000 de receita, o que dá 2.000 euros de lucro.
    Dizem que a despesa é 1/3 das receitas.

    Passado um ano tem 1.000 euros de despesas e 2.000 de receitas.”

    Os neo-liberais perante isto, dizem a situação é grave porque as despesas são já 1/2 das receitas.
    Mas a realidade, não foram as despesas que aumentaram, mas sim os lucros e receitas que diminuiram.

    Ninguém o pode negar. É um facto.
    E um país, é igual.

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  87. Curiosamente's avatar
    Curiosamente permalink
    17 Junho, 2008 17:14

    Ora o Estado, perante o mesmo fenômeno (de que retirei a inflação para melhor compreensão) tem três hipóteses.

    – Diminuir despesas, como acabar com a saúde, educação, reformas, etc.
    (defendido pelos doidos dos neo-liberais)
    Era o mesmo que numa empresa fechar a agua, a luz, e por aí. Em pouco tempo fecha a empresa, como se viu na Atlântico, pois.

    2- Aumentar os impostos , taxas, etc

    3- Aumentar a criação de riqueza, quer feita pelo Poder Económico, quer pelos cidadãos que a isso se dediquem.
    Assim, com a criação de riqueza, mais postos de trabalho são feitos (menos subsídios, mais IRS), das empresas mais IRC, e do poder de compra dos trabalhadores mais IVA pelas compras que fazem.

    Eu estou na terceira hipótese, os neo-liberais na primeira

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  88. Curiosamente's avatar
    Curiosamente permalink
    17 Junho, 2008 17:18

    A ultima hipotese, é de qualquer modo a mais dificil.
    Para já, tecnocratas, burrocratas e economistas-contabilistas não tem talento para a fazer. Porque implica deixar e mesmo incentivar outros a criarem empresas, etc. Ordens e leis só não chegam, o que torna o Talento essencial.

    Segundo, porque em alguns sectores, o Poder Económico poderá não querer que surja concorrência.
    E poderá influenciar o Estado a que crie medidas anti-criaçao de empresas, ou protecionistas das que existem, o que vai prejudicar o Estado, e todos os cidadãos (quer trabalhadores, quer outros empresários).

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