Coisas Fantásticas Ditas Pelo Homem que Vem Repôr a Boa Vontade no Mundo
18 Junho, 2008
“Globalization and technology and automation all weaken the position of workers” – terá dito Barack Obama, citado pelo Wall Street Journal.
Sábias palavras. Os trabalhadores dessas pátrias da não-globalização, da baixa tecnologia e do trabalho manual tornaram-se a inveja dos pobres trabalhadores do mundo ocidental. Prevê-se uma generalização de novas vagas migratórias. Dos EUA para Cuba, da Europa Ocidental para o Burundi e para a Tanzânia. No Japão, milhões de trabalhadores enfraquecidos vão rumar para o Malawi. Da Austrália vão fugir aos magotes para o Cambodja. Quem vai conseguir travar as vagas incessantes de sul-coreanos que se preparam para atravessar o paralelo 38? Problemas. É só problemas.
36 comentários
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LOL Mais um Obamanismo. 😉
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Até acho que é verdade para os trabalhadores não qualificados. Será que o Obama está a perder a tão propagandeada ESPERANÇA (neste caso na formação profissional)?
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Quando uma citação num jornal, é seguida por um “terá dito“, é porque não é verdade.
Se o fosse, escreveriam peremptoriamente “disse“.
Ainda que me esteja nas tintas para as frases de campanha de Obama.
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Piscoisa terá escrito:
“Quando uma citação num jornal, é seguida por um “terá dito“, é porque não é verdade.
Se o fosse, escreveriam peremptoriamente “disse“.”
O que vem no jornal:
“Sen. Obama cited new economic forces to explain what appears like a return to an older-style big-government Democratic platform skeptical of market forces. “Globalization and technology and automation all weaken the position of workers,” he said, and a strong government hand is needed to assure that wealth is distributed more equitably. He spoke aboard his campaign bus, where a big-screen TV was tuned to the final holes of the U.S. Open golf tournament.”
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Não é iso que a sua citação diz, mas apenas que a globalização (porque dá às empresas a possibilidade de se fixarem noutro país se virem que os salários naquele em que estão sobem demais), e a tecnologia (porque reduz a quantidade de força de trabalho necessária à laboração) fazem com que os trabalhadores passem a uma situação de fraqueza: a todo o momento a sua unidade de produção pode mudar de país, deixando-o sem trabalho, ou introduzir uma novidade tecnológica que o torna. igualmente, desempregado. Têm por conseguinte de não reclamar muito, porque vivem, objectivamente, numa posição de fraqueza. Isto é facto objectivo.
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Esse obamanismo é uma simples verdade de la palisse. Gozar com algo tendo como base a própria ignorância normalmente não resulta em grande coisa.
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Mas isto é só o inicio… esperem por ele reler o seu corão …
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Já pensou que, se calhar, o que ele disse foi que a globalização e tecnologia fragilizaram a posição do trabalhador no mundo “ocidental”.
Ou seja, não está em causa se continua a ter uma posição mais confortável relativamente ao trabalhador terceiro-mundista, chinês ou what ever; o que interessa é que a evolução do emprego no ocidente, fragilizou a posição do trabalhador.
Onde é que está a enormidade que lhe quer apontar? Pode não concordar, mas o que ele diz não é desprovido de lógica.
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JV Diz:
18 Junho, 2008 às 1:39 pm
Exacto!
Sorry, ainda não tinha lido.
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Eh, tamém digo
Velhos querem é com os velhos
e o jcd vai muito bem com McCain
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Estou invejosa da sofia ventura porque tem um bonequinho mais bonito que o meu. Azul??? que raio de coisa!
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Percebem agora porque é que o McCain será o novo Presidente dos EUA?
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JV,
não leu o post todo pois não? É que também é um facto que os países onde a globalização, automação e tecnologia estão mais presentes apresentam níveis de vida muito mais elevados dos que onde isso não acontece. Isto é um facto objectivo.
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Eu percebo o Obama. Está a proteger a família dele. Eu faria o mesmo.
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JV Dixit:
“Não é iso que a sua citação diz, mas apenas que a globalização (porque dá às empresas a possibilidade de se fixarem noutro país se virem que os salários naquele em que estão sobem demais), e a tecnologia (porque reduz a quantidade de força de trabalho necessária à laboração) fazem com que os trabalhadores passem a uma situação de fraqueza: a todo o momento a sua unidade de produção pode mudar de país, deixando-o sem trabalho, ou introduzir uma novidade tecnológica que o torna. igualmente, desempregado. Têm por conseguinte de não reclamar muito, porque vivem, objectivamente, numa posição de fraqueza. Isto é facto objectivo”
Então, como é que explica que seja justamente nos países de maior desenvolvimento tecnológico, com as economias são mais abertas ao exterior e onde se leva mais longe a automação de processos que os trabalhadores tenham as melhores condições de vida?
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Filipe António dixit
“Esse obamanismo é uma simples verdade de la palisse. Gozar com algo tendo como base a própria ignorância normalmente não resulta em grande coisa.”
Depois da sua primeira frase (chamar a um óbvio disparate de Obama uma verdade de La Palisse), a segunda começa a fazer algum sentido.
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Sofia dixit
“Já pensou que, se calhar, o que ele disse foi que a globalização e tecnologia fragilizaram a posição do trabalhador no mundo “ocidental”.”
Foi justamente isso que ele quis dizer. Mas não seria boa ideia comparar os países que se globalizaram e que adoptaram tecnologias com os que não o fizeram? Quem ficou melhor e quem ficou pior?
O que fragiliza a posição dos trabalhadores não é a globalização nem a tecnologia, como é óbvio pela relação evidente entre estes factores e desenvolvimento. Muitas vezes, o que fragiliza os trabalhadores são os impedimentos legais a que se aproveitem as vantagens da globalização e do desenvolvimento tecnológico.
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A frase é uma constatação de Obama. Ele não disse que os trabalhadores ficariam ao nível do Burundi, mas que veriam o seu peso negocial diminuído. Nada mais verdade – uma verdade de “la Palisse”. Tanto mais certo quanto menor fôr o nível profissional dos trabalhadores.
Haverá outras oportunidades de apanhar Obama de calças na mão. Esta não é uma delas.
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O demagogo Obama está sómente a reagir à necessidade que o povo Norte-Americano tem em compreender todas as suas promessas de mudança. O que ele não disse na altura e agora revela é que a mudança não se insere necessariamente no “quase-universal” conceito de “mundança-para-melhor”.
Tenho que admitir que sou apreciadora de políticos eloquentes, gosto de sonhar com eles, no entanto, em Obama não vejo mais que palavras e conceitos bacocos de mudança, muita falta de maturidade e principalmente de pulso.
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Lololinhazinha Diz:
18 Junho, 2008 às 2:45 pm
Não tenha, lololinhazinha.
O seu parece ter mais personalidade. O meu parece um anjinho “chuby”.
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“Muitas vezes, o que fragiliza os trabalhadores são os impedimentos legais a que se aproveitem as vantagens da globalização e do desenvolvimento tecnológico.”
Ha! Ha! Isto é o que se chama dar a volta ao texto.
Eu continuo a achar que é correcto dizer que o trabalhador ocidental tem hoje uma posição mais fragilizada no mercado do trabalho. Lá está, sem embargo que, ainda assim (i.e., apesar da degradação), continuar numa poisição mais vantajosa que os chineses e cambodjanos.
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“Ha! Ha! Isto é o que se chama dar a volta ao texto.”
Volta ao texto? Porquê? Se trava o investimento estrangeiro, se dificulta a contratação, se fragiliza a economia com atitudes protecionistas, por exemplo, quem é que está a fragilizar a posição dos trabalhadores?
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Se há exercício fácil é o de pegar em qualquer frase, descontextualizá-la e depois transformá-la em algo ridículo.
Evidentemente, Obama não está a fazer comparações com os países do terceiro mundo. Têm assim tanta certeza que a globalização não tem efeitos negativos ao nível do enfraquecimento da posição dos trabalhadores, lá nos estados unidos?
Afinal, foi só isso que o homem disse.
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“Se trava o investimento estrangeiro, se dificulta a contratação, se fragiliza a economia com atitudes protecionistas, por exemplo, quem é que está a fragilizar a posição dos trabalhadores?”
Bom, aqui, vamos ao âmago da coisa. Por alguma razão o JCD é de direita e eu me viro mais para a esquerda.
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“Por alguma razão o JCD é de direita e eu me viro mais para a esquerda.”
Tem a certeza? A direita é tão proteccionista como a esquerda. Só se dão melhor porque, habitualmente, deixam os impostos mais baixos e não destroem as empresas existentes.
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“Evidentemente, Obama não está a fazer comparações com os países do terceiro mundo.”
Pois não. Não tinha pensado nisso. Mas a frase estava mesmo a pedi-las.
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Por este andar o Obama ainda vai descer muito.
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“Então, como é que explica que seja justamente nos países de maior desenvolvimento tecnológico, com as economias são mais abertas ao exterior e onde se leva mais longe a automação de processos que os trabalhadores tenham as melhores condições de vida?”
Isso é um debate de curto vs. longo prazo.
Uma nova tecnologia textil, em Portugal, permite a eliminação imediata de 90% dos postos de trabalho. Os 10% que se mantém são pessoal altamente qualificado.
Acha que os 90% estão em melhor posição negocial? Nem por sombras. Ou reduzem substancialmente o salário para valores que tornem a nova tecnologia não relevante, ou vão para o desemprego. É sobre estes que Obama fala.
Por seu turno, os 10% que ficam ganham posição negocial, e irão ver rapidamente as suas condições remuneratórias melhoradas. Entretanto, os lucros dos empresários do sector têxtil e dos criadores da tecnologia inovadora são redireccionados para o consumo, tal como os salários dos tais 10%, e vão surgindo novas oportunidades de emprego para os 90%. Ao fim de, por exemplo, 2 anos de ajustamento (mais, no caso Português, menos no caso Americano, e muito menos no caso Dinamarquês), a maioria dos 90% volta a encontrar emprego. Ao fim de 5/10 anos, os lucros dos empresários do têxtil voltam ao “lucro normal” – o que significa que os lucros iniciais foram redistribuidos pelos consumidores (todos nós), e o salário real de alguns dos 90% terá aumentado. Para outros, que não conseguiram ganhar novas competências, pois os empregos que se criam exigem mais qualificações que os que se destroem, haverá desemprego de longo prazo.
No longo prazo, estaremos em média melhor. Mas no curto prazo, alguém ganhou muito e alguém esteve no desemprego e viu o seu salário reduzido… e possivelmente, para esses, o ganho no longo prazo não compensou.
Pelo que sim, Obama está absolutamente certo (e sim, é uma total Lapalissada), pois fala de posição negocial, e JCD está certo, pois fala de rendimento médio (no longo prazo, sublinhe-se). Onde JCD não está certo é ao contrapor rendimento médio no longo prazo a posição negocial de curto prazo.
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Os extremos tocam-se.
As louras e os escurinhos têm muito em comum.
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Quem ficou melhor e quem ficou pior?
Claro, pior foi o Iraque, mas não por culpa dele, se não por força da prepotência que o Bush e ps blasfemos defendem.
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Até agora, Obama só dizia “change”.
Há alguns dias, o Daily Show de Jon Stewart escalou um jornalista para cobrir um dia de campanha de Obama.
Repetiu em todos os lugares a frase:” as pessoas estão fartas de retórica e de relações públicas de políticos”- o que até pode ser verdade.
Sobre o Iraque, saúde, ambiente nada.
Agora tem que dizer coisas concretas e vem aí a polémica, como aconteceu com a “Jerusalém una e indivisível” capital de Israel( no que eu até concordo).
A esquerda europeia e anti bushistas em particular ficaram calados.
Imaginem q era Bush a dizer isso…
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PMS isso do curto vs longo prazo tem q se lhe diga.
Esses 90% devem ter a hipótese de ter novo emprego; por isso a necessidade de flexibilizar a legislação laboral, sob pena de todos perderem- a começar pela competitividade.
Veja o exemplo das COreias: a do Norte anda há mais de 50 anos à procura da “resposta de longo prazo” a viver na maior das misérias; no Sul, o nível de vida é dso melhores 15 do mundo.
E basta.
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A reacção epidérmica do JCD e demais blasfemos, em relação a Obama, faz-me acreditar que este está no bom caminho. Por este andar, e a fazer contas à agitação dos cínicos e dos liberalóides, há francas possibilidades de Obama ser eleito em Novembro próximo.
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Estou a ficar preocupado com Obama e o seu futuro; não se contraria o Jcd sem mais nem menos!
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“Então, como é que explica que seja justamente nos países de maior desenvolvimento tecnológico, com as economias são mais abertas ao exterior e onde se leva mais longe a automação de processos que os trabalhadores tenham as melhores condições de vida?”
Curiosamente, é disso mesmo que os trabalhadores desses países se queixam. Que contribuiram para a riquesa dos donos dos meios de produção, fazendo os tais automatismos e contribuindo para a globalização, e agora não são necessários e estão a ser despedidos e a ficarem sem emprego.
Será que JCD não ouviu falar que as empresas estão a ser deslocadas para os paises do terceiro mundo , precisamente devido a automazitazação e globalização ?
Será que JCD não ouviu falar que o fosse entre ricos e pobres está a aumentar ?
Será que JCD não ouve falar que a classe média esta a desaparecer ?
Parece que não, pois continua a dizer que o nivél de vida é o melhor. Devia dizer “ainda é o melhor”, mas está a decair de dia para dia.
Mas como JCD é apoainte das medidas socialistas e internacionalistas (globalistas) de metade dos países ocidentais, ele acha que está tudo bem, ehe.
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jcd Diz:
“Depois da sua primeira frase (chamar a um óbvio disparate de Obama uma verdade de La Palisse)”
Curiosamente, lá porque JCD teima que é um disparate, não quer dizer que seja. Pode ser uma verdade , e até de La Palisse. JCD está longe de dizer, verdades sem ter que as provar.
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