Paralelismo de preços
Num mercado concorrencial e maturo, os preços do mesmo produto (de companhias diferentes ou em locais diferentes) tendem a seguir séries temporais paralelas (quando não coincidentes). As razões deviam ser evidentes. O custo da matéria prima é o mesmo pelo que ambas as curvas seguirão a curva do preço da matéria prima e a concorrência e a arbitragem são fenómenos que eliminam diferenças de preços. É por isso surpreendente que especialistas reputados considerem o paralelismo de preços como um indício relevante de concertação no mercado dos combustíveis. A origem intelectual deste erro está na crença de que só a mente humana pode produzir ordem, os mecanismos de mercado não podem (É a mesma crença que leva muito a rejeitar a teoria da evolução).
O gráfico seguinte representa os preços médios da gasolina no estados de Nova York e do Texas. O paralelismo de preços é evidente. Será que as empresas que distribuem gasolina em Nova York concertam preços com as empresas que vendem gasolina no Texas? Claro que não. Os preços são paralelos por dois motivos. Por um lado, ambos os preços reagem da mesma forma às oscilações do preço do petróleo. Por outro, se o diferencial de preços ultrapassar o diferencial de equilíbrio a arbitragem repõe o diferencial no seu valor original. E é assim. Sem concertação.


Tá visto que o JM gosta de motos…
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Pouco convincente o argumento, ainda por cima que as oscilações dos referidos preços em nada se podem comparar com a sincronização dos que por cá se praticam.
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Eu diria que as empresas que vendem gasolina no Texas são praticamente as mesmas que vendem gasolina em Nova Iorque.
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Num mercado cartelizado, os preços do mesmo produto de companhias diferentes tendem a seguir séries temporais paralelas (quando não coincidentes). As razões deviam ser evidentes. O lucro acordado é o mesmo pelo que ambas as curvas seguirão a curva do preço do cambão, isto é, a concertação e os acordos entre si são fenómenos que eliminam diferenças de preços. É por isso surpreendente que especialistas reputados considerem o paralelismo de preços como um indício relevante de mercado concorrencial e maturo dos combustíveis. A origem intelectual deste erro está na crença de que só os mecanismos de mercado podem produzir ordem.
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JM,
Concordo globalmente com o que afirma.
Mas, há sempre alguns “mas”. Em situação de mercado há sempre tensão entre vários operadores, e por vezes este aspecto pode alterar o preço ao consumidor final.
Exemplos? Se houver um único operador, o preço final deverá ser muito diferente se existirem muitos operadores no mercado.
Dito isto, os diferentes participantes do processo de mercado tentam rentabilizar ao máximo o seu quinhão.
Lembram-se quanto custava um telemóvel (com uns 3 quilogramas) em 1988? Cerca de 600 contos. Hoje, um telemóvel com 20 gramas custa menos de 20 contos (100 euros).
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“Lembram-se quanto custava um telemóvel (com uns 3 quilogramas) em 1988? Cerca de 600 contos. Hoje, um telemóvel com 20 gramas custa menos de 20 contos (100 euros)”.
Já agora, em 1988 deveriam existir menos de 500.000 telemóveis no mundo. Hoje, deverão existir para aí uns 2,5 mil milhões.
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“O lucro acordado é o mesmo pelo que ambas as curvas seguirão a curva do preço do cambão, isto é, a concertação e os acordos entre si são fenómenos que eliminam diferenças de preços”.
Admitamos que é isto que está a acontecer.
Este fenómeno levará inevitavelmente à busca desenfreada de eficiência energética e de alternativas energéticas ao “oil”!
Está a fazer mais por Kyoto, o aumento do preço do petróleo, do que todos os políticos do mundo, adicionados das almas bem intencionadas!
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««Num mercado cartelizado, os preços do mesmo produto de companhias diferentes tendem a seguir séries temporais paralelas (quando não coincidentes).»»
Suponho que acreite que num mercado não cartelizao os preços seguem trajectórias divergentes.
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A questão é: Tanto num mercado cartelizado como num concorrencial maturo os preços tendem a ser semelhantes. Então como é que sabemos se há cartel, ou não?
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««Tanto num mercado cartelizado como num concorrencial maturo os preços tendem a ser semelhantes. Então como é que sabemos se há cartel, ou não?»»
O ponto do post é que o paralelismo de preços é inútil enquanto prova de cartel.
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“Será que as empresas que distribuem gasolina em Nova York concertam preços com as empresas que vendem gasolina no Texas? Claro que não.”
Mas será que alguém pensou o contrário? Até porque do Texas a NY vai uma data de kilómetros, e o mais certo é eles não saberem o que se passa no outro lado.
Penso que aqui na nossa terrinha o caso é um pouco diferente, é por isso que os aumentos das distribuidoras divergem pelo menos 24h.
Ando a fazer um gráfico parecido para Portugal, mas acabou-me o papel milimétrico
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Preços médios, não são preços iguais para todos os operadores, como se verifica por cá.
Por outro lado, a matéria prima, neste caso o combustivel, não é o único custo de produção envolvido no processo de refinação.
Preços semelhantes, para todos os operadores, só no caso de estruturas de produção igualmente semelhantes para todos, o que está muito longe de responder à realidade.
Logo, a concertação de preços parece-me uma situação muito plausivel no contexto do nosso mercado.
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O grafico representa preços médios. O João Miranda sabe, por exemplo ,a banda de variação de preços em Nova York? É que só assim pode provar o que pretende.
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««Preços semelhantes, para todos os operadores, só no caso de estruturas de produção igualmente semelhantes para todos, o que está muito longe de responder à realidade.»»
Está-me a dizer que as empresas definem o preço de acordo com os custos de produção sem atender aos preços de mercado? Explique-me então porque é que a concorrência faz baixar os preços.
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««O grafico representa preços médios. O João Miranda sabe, por exemplo ,a banda de variação de preços em Nova York? É que só assim pode provar o que pretende.»»
Qual é a relevância dos preços médios. O que tem de explicar é porque é que os preços médios em estados diferentes seguem trajectórias paralelas. Pela lógica de muita gente, isso só seria possível se existisse concertação. Acha que a concertação é a explicação?
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Eu até me arriscaria a dizer que olhando para o gráfico fica-se com fortes suspeitas de que em Nova York há cartel. O preço é em media 25 centimos superior ao preço de Texas!! Porquê?
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A tese do JM é que, cá como nos EUA, é só o mercado a funcionar.
E quantos distribuidores de pitról há nos EUA? Devem ser um bocadinho mais do que por cá.
Em NY o preço por litro é de cerca de 0,95$ e no Texas de 0,88$. É só um bocadinho menos.
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««Eu até me arriscaria a dizer que olhando para o gráfico fica-se com fortes suspeitas de que em Nova York há cartel. O preço é em media 25 centimos superior ao preço de Texas!!»»
Nesse caso, o que é que impede uma empresa do Texas de se mudar para Nova York e arrecadar o lucro de 25 cêntimos?
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O cartel em Nova York funciona assim: Pegam no preço médio do Texas e adicionam-lhe um random que varia entre 20 e 30 cents, para despisatar, obviamente.
Em Maio de 2007 praticaram o mesmo preço do Texas para despistar ainda mais.
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E que tal um gráfico com os preços médios praticados pelos 3 grandes na Tugalândia?
A mesma linha a 3 cores era capaz de ficar um bocado para o ilegível.
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“Nesse caso, o que é que impede uma empresa do Texas de se mudar para Nova York e arrecadar o lucro de 25 cêntimos?”
Não faço ideia. Não consigo encontrar respostas para tudo.
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«« Eu até me arriscaria a dizer que olhando para o gráfico fica-se com fortes suspeitas de que em Nova York há cartel. O preço é em media 25 centimos superior ao preço de Texas!!»»
Não deixa de ser interessante que o Red Snapper tenha reconhecido neste comentário que os preços em Nova York e Texas deviam ser iguais. Ou seja, o Red Snapper reconhece que a concorrência contribui para a igualização dos preços.
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««E que tal um gráfico com os preços médios praticados pelos 3 grandes na Tugalândia? »
Esse gráfico está no relatório da autoridade para a concorrência.
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“Ou seja, o Red Snapper reconhece que a concorrência contribui para a igualização dos preços.”
Claro que reconheço, caro João Miranda. O que eu queria era perceber se há alguma forma de detectar um cartel. Apenas isso.
E claro que em portugal não há cartel algum. A concorrência poderia ser maior, é certo, mas o máximo que conseguiriamos ter seria um preço mais barato num centimo. Negligenciavel, portanto.
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JoaoMiranda Diz:
8 Julho, 2008 às 3:13 pm
««E que tal um gráfico com os preços médios praticados pelos 3 grandes na Tugalândia? »
Esse gráfico está no relatório da autoridade para a concorrência.
Obrigado. Fui confirmar e está lá, sim senhor. Gráficos 7 e 8. É mesmo ilegível. Confirma-se a teoria da coincidência.
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««O que eu queria era perceber se há alguma forma de detectar um cartel. »»
Existem fenómenos de mercado que têm o mesmo efeito que a cartelização. Logo, é difícil, se não mesmo impossível detectar um cartel através da análise dos preços.
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Quer o JM dizer que os custos de produção são indiferentes para as empresas ?
Não são por acaso custos de produção menores que permitem que a oferta possa praticar preços mais baixos?
Num mercado de “commodities” não é a luta pela produtividade e redução dos respectivos custos médios o principal objectivos dos seus gestores ?
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««Quer o JM dizer que os custos de produção são indiferentes para as empresas ?»«
O que quero dizer é que o custo de produção não dita o preço máximo a que uma empresa está disposta a vender. Uma empresa está disposta a vender ao preço maior possível. O que faz baixar esse preço é a concorrência. Mas nenhuma empresa vai vender abaixo do preço da concorrência só porque tem custos de produção baixos. Uma empresa só vende a preços inferiores à concorrência se tiver condições estratégicas para lhe conquistar mercado e se a conquista de mercado for mais vantajosa que a venda a preços mais elevados.
««Não são por acaso custos de produção menores que permitem que a oferta possa praticar preços mais baixos?»»
Uma empresa só tem interesse em baixar os preços se estiver disposta a conquistar mercado. Conquistas de mercado obrigam ao aumento da produção e ao necessário investimento. Nem todas as empresas estão interessadas nisso. Muito menos num mercado maturo como o dos combustíveis.
««Num mercado de “commodities” não é a luta pela produtividade e redução dos respectivos custos médios o principal objectivos dos seus gestores ?»»
Creio que sim. Mas a redução de custos não implica necessariamente uma redução do preço. E de qualquer das formas, os mercados de “commodities” tendem a funcionar perto da eficiência máxima. Não há muito para reduzir. O efeito da concorrência no preço é mais visível em mercados novos em que a inovação pode gerar ganhos de eficiência significativos.
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Quer dizer, as empresas do Texas estabeleceram que já basta ganhar 100% na revenda, enquanto as de Nova Yorque levam mais 10 picos, 110%, equilibradamente, sem mais flutuações, que deixa de boca aberta o JM, e não passa de um pré-concerto corrente.
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“Num mercado concorrencial e maturo” AHAHAAHAHA
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Caro Simon,
Já pensou que o Texas e Nova York poderão ter sistemas fiscais diferentes?
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Seria suficiente, para provar a cartelização, os aumentos simultâneos de mesmo valor e no mesmo dia e hora…, ou não?!
Depois de alguma “allgazarra”… lá apareceram estes mesmos aumentos um pouco(chito) divergentes… só para nos dar um ar de sério… tratamento de mercado. Pois, pois…
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««Seria suficiente, para provar a cartelização, os aumentos simultâneos de mesmo valor e no mesmo dia e hora…, ou não?!»»
Se o P1 sabe que o seu concorrente aumentou o preço dele em 1 cêntimo, porque razão haveria de não aumentar o seu preço em 1 cêntimo?
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“Se o P1 sabe que o seu concorrente aumentou o preço dele em 1 cêntimo, porque razão haveria de não aumentar o seu preço em 1 cêntimo?”
pois, a concertação de preços é isso.
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««pois, a concertação de preços é isso.»»
Ou seja, para não haver concertação de preços, os agentes têm que ser indiferentes aos preço da concorrência? Sempre pensei que o conceito de concorrência implicava uma adaptação permanente aos preço dos concorrentes.
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Há aqui muita malta a precisar de ir jogar o Gestão Global ou outro jogo semelhante. Aí testariam todas as suas teses sobre políticas de preços em concorrência. Apanhariam grandes decepções mas aprenderiam bastante.
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não, o conceito de concorrência implica haver um desejo de concorrência. A atenção ao preço dos outros é no sentido de (partindo do principio que o produto tem a mesma qualidade) ter um preço mais concorrencial. Senão o mercado actua virtualmente como um cartel. As variações de preço fazerem-se pelo mais alto (partindo do principio de que os custos não aumentaram, ao mesmo tempo) é um sinal de um mercado enfermo. No ramo onde trabalho era impossível, inacreditavel, imponderavel, aumentar os preços apenas porque o concorrente o faz. Quando muito isso era visto como uma oportunidade para roubar mercado. O que estamos a falar é uma aceitação tácita da margem de lucro por parte de todas as empresas. Cartel.
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««não, o conceito de concorrência implica haver um desejo de concorrência. A atenção ao preço dos outros é no sentido de (partindo do principio que o produto tem a mesma qualidade) ter um preço mais concorrencial.»»
O objectivo de uma empresa é ganhar o máximo de dinheiro possível, não é ter um “desejo de concorrência nem vender mais barato que a concorrência.
«« As variações de preço fazerem-se pelo mais alto (partindo do principio de que os custos não aumentaram, ao mesmo tempo) é um sinal de um mercado enfermo.»»
Mas está à espera que as empresas num sistema concorrencial não subam os preços quando o concorrente os faz porquê? Se a empresa não está interessada em conquistar mercado, porque é que não haveria de aumentar os preços? O mercado é enfermo só porque as empresas fazem o que é melhor para elas? Não é suposto ser isso que as empresas devem fazer?
««No ramo onde trabalho era impossível, inacreditavel, imponderavel, aumentar os preços apenas porque o concorrente o faz.»»
Só é inaceitável quando a empresa que não sobe os preços ganha mais através de um aumento de volume de negócio. De resto, é perfeitamente aceitável que as empresas queiram subir os lucros através do aumento da receita. As regras da economia de mercado são essas.
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“De resto, é perfeitamente aceitável que as empresas queiram subir os lucros através do aumento da receita. As regras da economia de mercado são essas.”
jm, claro que a concertação de preços pode ser do interesse das empresas. É disso que se fala quando se pretende um agente regulador não é? E quando ha um mercado em semi monopolio mais tendencias haverão a isso acontecer. A questão é, e isso é do interesse dos consumidores?
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A PROPÓSITO de preços aproximados, convergentes e coincidentes:
Está a circular na Internet uma saborosa imagem que mostra precisamente isso – porventura mais claramente do que um gráfico…
Pode ver-se, p. ex., [aqui].
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««jm, claro que a concertação de preços pode ser do interesse das empresas.»»
Subir os preços quando o concorrente sobe é concertação de preços? A mim parece-me uma atitude perfeitamente racional de qualquer agente do mercado. Algo que deve ser espectável em qualquer mercado e que não envolve nenhuma conspiração para criar um cartel.
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JoaoMiranda 8 Julho, 2008 às 1:29 pm : 17 valores
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JoaoMiranda 8 Julho, 2008 às 1:29 pm :17 valores
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Subir os preços porque o concorrente sobe é concertação de preços.
E isso apenas acontece em mercados nada concorrenciais. Como o do petroleo.
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««Subir os preços porque o concorrente sobe é concertação de preços.»»
E descer os preços porque o concorrente desce, também?
««E isso apenas acontece em mercados nada concorrenciais.»»
Ainda não percebi porque é que nu mercado concorrencial se haveria de esperar uma manutenção de preço quando o concorrente sobe o preço. Se os preços são determinados pela concorrência, então um alívio da pressão concorrencial deveria fazer subir os preços.
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“E descer os preços porque o concorrente desce, também?”
claro, ate poderia haver um cartel de beneficiencia.
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“Se os preços são determinados pela concorrência”
Se houver concorrencia os preços são determinados pelos custos.
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«Se houver concorrencia os preços são determinados pelos custos.»
não, os preços são fixados pelo que o cliente está disposto a a pagar face ao valor percepcionado do bem/serviço.
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“os preços são fixados pelo que o cliente está disposto a a pagar ”
o cliente está prediposto a pagar o minimo face a dois produtos semelhantes. O minimo é ditado pelos custos.
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Mas os preços são DIFERENTES. As oscilações são naturais. Não é o que se passa por cá, com diferenças de décimas de cêntimo entre as maiores operadoras….
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««o cliente está prediposto a pagar o minimo face a dois produtos semelhantes. O minimo é ditado pelos custos.»»
Não sei porquê, mas os produtores não estão interessados em vender ao preço de custo. Será porque esperam ter algum lucro?
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Mas um mercado que tem três operadores,que vendem o mesmo produto,em que um dos operadores tem posição dominante e que é fornecedor dos supostos “concorrentes”,é um mercado concorrencial?
Á teoria aqui lembrada pelo JM só escapa o pequeno pormenor de que não há concorrência no mercado de combustíveis em Portugal!
Sabe que a Galp recebe petróleo dos US em navio (é só para dizer que tem o custo de atravessar o Atlântico)refina-o e envia-o novamente para os US onde é vendido ao preço que você próprio revela.Como é isto possível?
E se houver uma energia alternativa ao petróleo (aí sim introduzindo concorrência) os preços seriam paralelos nos combustíveis de hidrocarbonetos ?
JM você fala de um mercado onde nenhuma das suas paixões se pratica em estado puro! Pois se a oferta e a procura estão estabilizados!(o que vem tramar a tal questão do aumento do preço não ser devido á especulação)para quê introduzir factores de concorrência ( que nos combustíveis pràticamente, não existem)e vender mais barato que a concorrência se com isso não vende mais?
Isto é, se você quiser ver com cuidado,a verdade é que não há concorrência,até porque, como você diz ,é inevitável que os preços sejam iguais!
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“Não sei porquê, mas os produtores não estão interessados em vender ao preço de custo”
mas o cliente está interessado em comprar ao preço de custo.. dai conjuntamente com a concorrencia vem a pressão que faz um mercado concorrencial. Quem melhor servir as aspirações do cliente melhor se dará. Quando não é possivel diminuir os custos do produto so resta reduzirem-se as margens. Agora compare-se isso com o caso das gasolineiras.
O luis moreira indicou o unico factor capaz de dar concorrencia ao enquistado mercado dos cmbustiveis: uma alternativa ao petroleo.
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«mas o cliente está interessado em comprar ao preço de custo.»
O cliente ignora o custo.
O cliente avalia o bem/serviço e disponibiliza-se para pagar X.
X é o preço.
O custo deverá ser construído em função desse preço.
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««mas o cliente está interessado em comprar ao preço de custo..»»
Não há é ninguém desposto a investir capital sem ter rentabilidade. Logo não há sector nenhum em que o preço seja o preço de custo.
««Quando não é possivel diminuir os custos do produto so resta reduzirem-se as margens. »»
O que normalmente as empresas fazem é sair do sector e investir noutro sítio.
««Agora compare-se isso com o caso das gasolineiras.»»
O que está a acontecer com as gasolineiras é que as margens estão tão baixas que até há empresas a sair da Peninsula Ibérica.
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Sitges
Isto é só conversa,não há concorrência nenhuma.O produto é igual,os custos são iguais,os clientes estão cá e não fogem,os pontos de venda são licenciados (logo não são livres de abertura) um dos operadores tem posição mais do que dominante,não se pode mudar de energia (só marginalmente).Qual concorrência?
o JM diz e bem que o preço não pode deixar de ser igual em todos os pontos de venda (a não ser que chame concorrência aos hipers…)
E você tem toda a razão quando diz que o custo é o preço mínimo (acrescido do lucro)este sim determinado pelo mercado e que tudo somado dá o preço que o mercado está interessado em pagar!
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tem razão gabriel, ontem entrei no supermercado e perguntaram-me quanto é que estava disposto a pagar pelo azeite. Depois disso fizeram preços que eram exactamente iguais entre marcas e fixaram os custos da apanha da azeitona.
É a lógica rebobinada.
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joao miranda eu entendo a sua insistencia no assunto, pois acha que se joga alguma da legitimidade do mercado com a questão dos combustíveis. Especialmente pelas acusações de esquerda. Eu não penso assim, nem acho que as virtudes do mercado devem ser aferidas do mercado do petroleo. É irrisorio faze-lo. Não existem os pressupostos para tal.
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“O que normalmente as empresas fazem é sair do sector e investir noutro sítio.”
podem-se reduzir as margens e aumentar os lucros. Basta aumentar as vendas.
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“Já pensou que o Texas e Nova York poderão ter sistemas fiscais diferentes?”
Há-de ser isso, JM. Não precisa é de haver flutuações na constante verificada entre aquelas duas zonas para numa e outra parte se ganhar quanto quer, concertadamente.
E por cá vai igual, à excepção de pequena diferença entre o de cá e lá da fronteira.
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“Ainda não percebi porque é que num mercado concorrencial se haveria de esperar uma manutenção de preço quando o concorrente sobe o preço”….Comentário nº 45 – supra.
Pois não haveria. Melhor ainda: a questão, nesta situação (a de um MERCADO EFECTIVAMENTE CONCORRENCIAL) é relativamente irrelavante. Ou bem que o mercado continua a funcionar concorrencialmente (de acordo com aquilo que, casuisticamente, os economistas determinarão ser o grau de “workable competition” esperado naquele mercado concreto), ou bem que, de alguma forma, o comportamento de algum ou de alguns “players” é distorsor da concorrência (actual ou potencial – por exemplo: práticas tendentes a “fechar” o mercado).
Neste último caso, então, tais comportamentos poderão ser ilícitos (entre os quais poderá existir uma concertação de preços que não resulte do processo concorrencial). No primeiro caso, (o mercado continua a funcionar em concorrência, e esta não é afectada pelo comportamento dos agentes), não há nenhum problema!
Em resumo, o paralelismo dos preços, por si só, pode não ser mais do que um (entre outros) indícios de uma situação de afectação da estrutura concorrencial dos mercados. A sua relevância (quer dizer, a sua valoração, nomedamente, jurídica) depende da análise conjunta de vários factores. E o primeiro passo, é sempre, antes de tudo o mais, determinar o mercado relevante (temporal e geograficamente, bem assim como relativamente ao produto propriamente dito) e verificar qual o seu grau de concorrência…. nomedamente, antes e depois das alegadas práticas porventura ilícitas.
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Um cartel (que assume uma das seguintes formas: acordo entre empresas, decisão de associação de empresas ou prática concertada), assim como qualquer outro comportamento comercial, no nosso sistema, não é, por si só, automaticamente ilícito. Não existem tipos(“numerus clausulus”) legais de ilícitos anticoncorrenciais que, sem mais e uma vez verificados, sejam proibidos (pelo menos, em abstracto…se a prática das autoridades competentes infirma ou não esta afirmação de princípio, já é outra questão!). Tudo depende do impacto actual ou projectado que tal comportamento tem no processo concorrencial.
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««Em resumo, o paralelismo dos preços, por si só, pode não ser mais do que um (entre outros) indícios de uma situação de afectação da estrutura concorrencial dos mercados.»»
Como é que o paralelismo de preços pode ser um indício de deturpação da concorrência se é uma característica dos mercados concorrenciais?
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É simultaneamente uma característica dos mercados concorrenciais (em concorrência pura e perfeita), mas também pode ser um comportamento que não resulte do processo concorrencial, mas sim de uma entente ou de uma prática abusiva, com intuitos anti-concorrenciais.
Equacionemos uma situação de oligopólio em que há, efectivamente, acordo sobre os preços entre os membros do oligopólio, tendo em vista blindarem o mercado face a eventuais players que se prevê virem a quere entrar nesse mercado….
Repito, é apenas um indício que, na situação concreta e após a determinação do mercado e do seu estado, ajudará a uma valoração.
A sua valoração depende do respectivo impacto na concorrência; o raciocínio inverso (paralelismo de preços, logo e automaticamente, “comportamento anticoncorrencial”) é que não é correcto.
Nota: paralelismo de preços, em rigor (se bem que para o ponto em discussão agora, seja relativamente irrelevante), não significa “os mesmos preços” (preços iguais).
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Se puserem escutas nos campos de golf terão as respostas as todas as vossas perguntas.
Ficarão bastante surpreendidos!
E terão, ainda, bónus adicionais, outras pequenas coisinhas que ninguém sonha!
Ah… pois é…!
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