O assunto não pode ser abordado com esse simplismo, como se houvesse industriais que investissem – sem mais – e depois o negócio corresse mal.
Neste caso concreto, ‘a coisa’ é diferente. Leia-se:
«O Governo português aprovou uma resolução que previa que todos os veículos a diesel circulassem com um combustível que incorpore 10% de biodiesel até 2010».
Assim sendo, e salvo melhor opinião, o problema não existirá se o governo der cumprimento a essa SUA resolução.
Portanto, e independentemente dos motivos por que o faça, parece-me ser mais do que aceitável que alguém pressione o governo a fazer aquilo a que se comprometeu.
.
em primeiro lugar, negócios baseados em incentivos do governo não são negócios, mas sim negociatas á custa do contribuinte.
Ou tecnicamente, transferências de rendimentos de uns (todos os contribuintes) para outros (apenas um ou outro).
Socialismo, portanto.
em segundo, o governo fez a sua parte do acordo, isto é, fixou a taxa de incorporação de biocombustíveis, de forma gradual até 2010, chegando aos ditos 10% nesse ano.
O que sucede é que tal é «insuficiente» por excesso de oferta e porque a matéria-prima (os ditos «vegetais» subiram de preço), pelo que para salvar o «negócio» vêem agora exigir a antecipação da taxa de incorporação.
Já agora: «como se houvesse industriais que investissem – sem mais – e depois o negócio corresse mal.»
Acontece isso todos os dias. Tem mesmo uma designação: RISCO.
E há outra que se chama “Gestão do Risco” e, esta, obriga-nos a saber porque é que o Estado está interessado neste investimento a ponto de o favorecer.Sem
o benefício os investidores avançariam?
Não vejo estas procupações com os negócios especulativos que envolvem o estado,as empresas públicas e os mesmos “empreendedores” de sempre!
Se é assim estamos de acordo !Se o investimento não passa o teste da relação custo/benefício sem ajudas externas,não deve avançar.Outra questão é se ao nível macro a economia está ou não interessada nesse investimento e preparada para o tornar viável.
não me parece que em termos económicos exista essa coisa do «deve» ou «não deve» avançar. Tal caberá aos empresários decidir, por sua conta e risco.
Também não vejo como se possa adiantar se a «economia está ou não interessada». Quem poderão estar ou não interessados serão os empresários. E eles saberão se e quando tal será viável.
Nem o tuga deve ser prejudicado, nem este senhor que investiu no seu negócio e viu o Governo alterar as regras do jogo. Este senhor foi enganado. Como as petrolíferas não são obrigadas a incorporar o biodiesel, o caminho será a autorização de abertura de bombas com este combustível e cada um incorporava-o na proporção que entendesse, como acontece em alguns países. O socesso das vendas estaria relacionado com o preço.
ninguém foi enganado.
É o próprio «empresáriosubisiodependente» que reconhece: «”O nosso modelo arrancou numa base de voluntarismo, em que os distribuidores petrolíferos eram convidados a introduzir biodiesel no consumo. Isto no início funcionou mas, com as alterações nos preços internacionais do gasóleo e do óleo vegetal, os distribuidores petrolíferos deixaram de ter interesse em comprar biodiesel”, sustenta.»
ora, se as condições de mercados se alteraram e o preço do biocombustível subiu de tal forma que deixou de ser interessante para as petroliferas, o que é que ele quer?
Quer que lhe paguem o investimento, que pelos vistos calculou mal, e tornar obrigatório, independentemente do respectivo custo, que sejam incorporados há este ano os tais 5,75%. Quer que por decreto lhe comprem a produção que ele não consegue escoar.
«o caminho será a autorização de abertura de bombas com este combustível e cada um incorporava-o na proporção que entendesse»
Nada impede que ele faça tal coisa.
Dá-me a ideia é que o biocombustivel é mais caro que a gasolina…..pelo que é capaz de ter poucos clientes. Digo eu.
O post é muito bom e o mesmo discurso podia ser usado para denunciar o que se passa com a agricultura e com as pescas. Só porque existe um complexo em Portugal de “ninguém pode parecer fascista” é que se permite que empresários como quaisquer outros, andem por aí em protestos diários para que TODOS nós lhes paguemos uma parte dos seus custos de produção.
Mas o caso não se fica pela economia. Todo o país é parasitário. Aliás, gostava de mencionar a parasitária campanha com as meninas bonitas a favor da luta contra o cancro da mama. Uma actividade como a reciclagem, que deve ser pensada de uma forma nacional e una, canaliza para um tipo muito particular de cancro, algumas das suas receitas. É que nem sequer é para a Liga Contra o Cancro, é especificamente para o Cancro da Mama. Aliás, a campanha não engana: “Ah, vá lá! É por mim!” pois é filha, é mesmo por ti.
Se o caso tem os contornos que o Gabriel defeniu é parasitismo puro e duro. Roubo por decreto de todos para dar dinheiro a uns ricaços. Nada tem a ver com o caso das eólicas.
qual a diferença para as eólicas? No caso destas, o governo garantiu para os próximos 15 anos um rendimento aos produtores financiado pelo contribuintes.
Esses são os «bons negócios» que se arranjam junto do poder.
Se tivessem de vender a eletricidade a custos de mercado, teriam de investir dinheiro do seu bolso durante vários anos, não sabendo se um dia tirariam lucro.
“Também não vejo como se possa adiantar se a «economia está ou não interessada». Quem poderão estar ou não interessados serão os empresários. E eles saberão se e quando tal será viável.”
Saberão mesmo?
É que parece que tem havido muitos fracassos por esse mundo fora.
«É que parece que tem havido muitos fracassos por esse mundo fora.»
isso é bom, com essas tentativas, demarca-se o que vale a pena e deita-se fora o que não vale. Um dia alguém acerta.
Com subsídios apenas se fomenta a ineficiencia e as tecnologias amiga do poder.
Como se sabe, o Governo decidiu que os carros portugueses passem a ter um chip. Imagine-se agora que o ministro respectivo chama os fabricantes os avisa:
«Meus caros, preparem as vossas indústrias, façam lá os investimentos que forem necessários, porque, a partir de […] vocês vão ter de fabicar n chips por ano, com as características ‘tais e tais’».
A ‘coisa’ saía no Diário da República, os industriais investiam… e a dada altura ficava tudo em águas de bacalhau – e nem um chip era fabricado – quanto mais vendido!.
O que dizer disso?
Decerto não faltaria quem viesse acusar os industriais de parasitismo por terem investido a contar com o Estado.
«A isso chama-se RISCO, meus caros!» – diria Manuel Pinho, rindo-se como só ele sabe fazer.
«Pois eu, a isso, chamo outra coisa, meu caro ministro!» – dir-lhe-ia eu, se fosse comigo.
Desconheço se o governo fixou patamares OBRIGATÓRIOS de incorporação de biofuel. Parece-me bem que não.
Do que li por aí e do que se depreende do texto citado, o governo atribuiu incentivos fiscais a tal incorporação, que se afigurava vantajosa na altura. Sucedeu que a materia-prima (os ditos vegetais) subiram de preço de tal forma, que mesmo com os generosos incentivos, se tornaram economicamente inviáveis. O que o dito «empresário» afirma no texto é precisamente o seu desejo de que, independentemente da rentabilidade económica para os fabricantes de combustivel, tal incorporação se torne obrigatória « á semelhança« do que fizeram dois ou 3 países europeus. Por esse indicador se vê (a que acresce o termo «voluntarista»…..) que os «empresários» correram o risco de fabricar um combustivel que era apenas economicamente vantajoso em determinadas condições de mercado e de incentivos existente, condições de mercado que se alteraram, sem interferencia do governo. A coisa correu mal e agora pretendem que o custo do seu investimento seja integralmente suportado pelos consumidores, fianciando ainda mais a incorporação de biocombustiveis, um produto absolutamente ineficiente.
Ah, não esquecer que a sua produção cria fome e pobreza por esse mundo fora.
«Decerto não faltaria quem viesse acusar os industriais de parasitismo por terem investido a contar com o Estado.»
Decerto que sim. Quem tem o «poder» para influenciar as condições de mercado num sentido, por decreto, também tem para o alterar e mudar noutro. Quem aceita ir a jogo sabe isso.
Tem bom remédio …
Em vez de estar práqui na pedincha, convide o Sócrates para o iate do patrão!
Se o Borroso adorou, porque não haveria o Sócrates de gostar?
Gabriel,
Quando quem dirige o Estado, não tem ideias, nem sabe governar, está preso a quem tem ideias e ….dinheiro para o investimento inicial.
Casos como este, repetir-se-ão.
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O assunto não pode ser abordado com esse simplismo, como se houvesse industriais que investissem – sem mais – e depois o negócio corresse mal.
Neste caso concreto, ‘a coisa’ é diferente. Leia-se:
«O Governo português aprovou uma resolução que previa que todos os veículos a diesel circulassem com um combustível que incorpore 10% de biodiesel até 2010».
Assim sendo, e salvo melhor opinião, o problema não existirá se o governo der cumprimento a essa SUA resolução.
Portanto, e independentemente dos motivos por que o faça, parece-me ser mais do que aceitável que alguém pressione o governo a fazer aquilo a que se comprometeu.
.
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Caro Medina Ribeiro,
em primeiro lugar, negócios baseados em incentivos do governo não são negócios, mas sim negociatas á custa do contribuinte.
Ou tecnicamente, transferências de rendimentos de uns (todos os contribuintes) para outros (apenas um ou outro).
Socialismo, portanto.
em segundo, o governo fez a sua parte do acordo, isto é, fixou a taxa de incorporação de biocombustíveis, de forma gradual até 2010, chegando aos ditos 10% nesse ano.
O que sucede é que tal é «insuficiente» por excesso de oferta e porque a matéria-prima (os ditos «vegetais» subiram de preço), pelo que para salvar o «negócio» vêem agora exigir a antecipação da taxa de incorporação.
Já agora: «como se houvesse industriais que investissem – sem mais – e depois o negócio corresse mal.»
Acontece isso todos os dias. Tem mesmo uma designação: RISCO.
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E há outra que se chama “Gestão do Risco” e, esta, obriga-nos a saber porque é que o Estado está interessado neste investimento a ponto de o favorecer.Sem
o benefício os investidores avançariam?
Não vejo estas procupações com os negócios especulativos que envolvem o estado,as empresas públicas e os mesmos “empreendedores” de sempre!
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«Sem o benefício os investidores avançariam?»
parece óbvio, pelo texto linkado, que não, o que prova a sua ineficiência, desperdício e utilização indecorosa do rendimento dos particulares.
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Se é assim estamos de acordo !Se o investimento não passa o teste da relação custo/benefício sem ajudas externas,não deve avançar.Outra questão é se ao nível macro a economia está ou não interessada nesse investimento e preparada para o tornar viável.
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não me parece que em termos económicos exista essa coisa do «deve» ou «não deve» avançar. Tal caberá aos empresários decidir, por sua conta e risco.
Também não vejo como se possa adiantar se a «economia está ou não interessada». Quem poderão estar ou não interessados serão os empresários. E eles saberão se e quando tal será viável.
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Nem o tuga deve ser prejudicado, nem este senhor que investiu no seu negócio e viu o Governo alterar as regras do jogo. Este senhor foi enganado. Como as petrolíferas não são obrigadas a incorporar o biodiesel, o caminho será a autorização de abertura de bombas com este combustível e cada um incorporava-o na proporção que entendesse, como acontece em alguns países. O socesso das vendas estaria relacionado com o preço.
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Pedro C.
ninguém foi enganado.
É o próprio «empresáriosubisiodependente» que reconhece: «”O nosso modelo arrancou numa base de voluntarismo, em que os distribuidores petrolíferos eram convidados a introduzir biodiesel no consumo. Isto no início funcionou mas, com as alterações nos preços internacionais do gasóleo e do óleo vegetal, os distribuidores petrolíferos deixaram de ter interesse em comprar biodiesel”, sustenta.»
ora, se as condições de mercados se alteraram e o preço do biocombustível subiu de tal forma que deixou de ser interessante para as petroliferas, o que é que ele quer?
Quer que lhe paguem o investimento, que pelos vistos calculou mal, e tornar obrigatório, independentemente do respectivo custo, que sejam incorporados há este ano os tais 5,75%. Quer que por decreto lhe comprem a produção que ele não consegue escoar.
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«o caminho será a autorização de abertura de bombas com este combustível e cada um incorporava-o na proporção que entendesse»
Nada impede que ele faça tal coisa.
Dá-me a ideia é que o biocombustivel é mais caro que a gasolina…..pelo que é capaz de ter poucos clientes. Digo eu.
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O post é muito bom e o mesmo discurso podia ser usado para denunciar o que se passa com a agricultura e com as pescas. Só porque existe um complexo em Portugal de “ninguém pode parecer fascista” é que se permite que empresários como quaisquer outros, andem por aí em protestos diários para que TODOS nós lhes paguemos uma parte dos seus custos de produção.
Mas o caso não se fica pela economia. Todo o país é parasitário. Aliás, gostava de mencionar a parasitária campanha com as meninas bonitas a favor da luta contra o cancro da mama. Uma actividade como a reciclagem, que deve ser pensada de uma forma nacional e una, canaliza para um tipo muito particular de cancro, algumas das suas receitas. É que nem sequer é para a Liga Contra o Cancro, é especificamente para o Cancro da Mama. Aliás, a campanha não engana: “Ah, vá lá! É por mim!” pois é filha, é mesmo por ti.
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Se o caso tem os contornos que o Gabriel defeniu é parasitismo puro e duro. Roubo por decreto de todos para dar dinheiro a uns ricaços. Nada tem a ver com o caso das eólicas.
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Capitão Gancho,
qual a diferença para as eólicas? No caso destas, o governo garantiu para os próximos 15 anos um rendimento aos produtores financiado pelo contribuintes.
Esses são os «bons negócios» que se arranjam junto do poder.
Se tivessem de vender a eletricidade a custos de mercado, teriam de investir dinheiro do seu bolso durante vários anos, não sabendo se um dia tirariam lucro.
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“Também não vejo como se possa adiantar se a «economia está ou não interessada». Quem poderão estar ou não interessados serão os empresários. E eles saberão se e quando tal será viável.”
Saberão mesmo?
É que parece que tem havido muitos fracassos por esse mundo fora.
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«É que parece que tem havido muitos fracassos por esse mundo fora.»
isso é bom, com essas tentativas, demarca-se o que vale a pena e deita-se fora o que não vale. Um dia alguém acerta.
Com subsídios apenas se fomenta a ineficiencia e as tecnologias amiga do poder.
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Como se sabe, o Governo decidiu que os carros portugueses passem a ter um chip. Imagine-se agora que o ministro respectivo chama os fabricantes os avisa:
«Meus caros, preparem as vossas indústrias, façam lá os investimentos que forem necessários, porque, a partir de […] vocês vão ter de fabicar n chips por ano, com as características ‘tais e tais’».
A ‘coisa’ saía no Diário da República, os industriais investiam… e a dada altura ficava tudo em águas de bacalhau – e nem um chip era fabricado – quanto mais vendido!.
O que dizer disso?
Decerto não faltaria quem viesse acusar os industriais de parasitismo por terem investido a contar com o Estado.
«A isso chama-se RISCO, meus caros!» – diria Manuel Pinho, rindo-se como só ele sabe fazer.
«Pois eu, a isso, chamo outra coisa, meu caro ministro!» – dir-lhe-ia eu, se fosse comigo.
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Caro Medina Ribeiro,
Desconheço se o governo fixou patamares OBRIGATÓRIOS de incorporação de biofuel. Parece-me bem que não.
Do que li por aí e do que se depreende do texto citado, o governo atribuiu incentivos fiscais a tal incorporação, que se afigurava vantajosa na altura. Sucedeu que a materia-prima (os ditos vegetais) subiram de preço de tal forma, que mesmo com os generosos incentivos, se tornaram economicamente inviáveis. O que o dito «empresário» afirma no texto é precisamente o seu desejo de que, independentemente da rentabilidade económica para os fabricantes de combustivel, tal incorporação se torne obrigatória « á semelhança« do que fizeram dois ou 3 países europeus. Por esse indicador se vê (a que acresce o termo «voluntarista»…..) que os «empresários» correram o risco de fabricar um combustivel que era apenas economicamente vantajoso em determinadas condições de mercado e de incentivos existente, condições de mercado que se alteraram, sem interferencia do governo. A coisa correu mal e agora pretendem que o custo do seu investimento seja integralmente suportado pelos consumidores, fianciando ainda mais a incorporação de biocombustiveis, um produto absolutamente ineficiente.
Ah, não esquecer que a sua produção cria fome e pobreza por esse mundo fora.
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«Decerto não faltaria quem viesse acusar os industriais de parasitismo por terem investido a contar com o Estado.»
Decerto que sim. Quem tem o «poder» para influenciar as condições de mercado num sentido, por decreto, também tem para o alterar e mudar noutro. Quem aceita ir a jogo sabe isso.
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Tem bom remédio …
Em vez de estar práqui na pedincha, convide o Sócrates para o iate do patrão!
Se o Borroso adorou, porque não haveria o Sócrates de gostar?
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