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Leituras:

28 Julho, 2008

O parasitismo em todo o seu esplendor.

19 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    28 Julho, 2008 14:53

    Gabriel,

    Quando quem dirige o Estado, não tem ideias, nem sabe governar, está preso a quem tem ideias e ….dinheiro para o investimento inicial.

    Casos como este, repetir-se-ão.

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  2. C. Medina Ribeiro's avatar
    28 Julho, 2008 15:11

    O assunto não pode ser abordado com esse simplismo, como se houvesse industriais que investissem – sem mais – e depois o negócio corresse mal.

    Neste caso concreto, ‘a coisa’ é diferente. Leia-se:

    «O Governo português aprovou uma resolução que previa que todos os veículos a diesel circulassem com um combustível que incorpore 10% de biodiesel até 2010».

    Assim sendo, e salvo melhor opinião, o problema não existirá se o governo der cumprimento a essa SUA resolução.

    Portanto, e independentemente dos motivos por que o faça, parece-me ser mais do que aceitável que alguém pressione o governo a fazer aquilo a que se comprometeu.
    .

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  3. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 15:21

    Caro Medina Ribeiro,

    em primeiro lugar, negócios baseados em incentivos do governo não são negócios, mas sim negociatas á custa do contribuinte.
    Ou tecnicamente, transferências de rendimentos de uns (todos os contribuintes) para outros (apenas um ou outro).
    Socialismo, portanto.

    em segundo, o governo fez a sua parte do acordo, isto é, fixou a taxa de incorporação de biocombustíveis, de forma gradual até 2010, chegando aos ditos 10% nesse ano.
    O que sucede é que tal é «insuficiente» por excesso de oferta e porque a matéria-prima (os ditos «vegetais» subiram de preço), pelo que para salvar o «negócio» vêem agora exigir a antecipação da taxa de incorporação.

    Já agora: «como se houvesse industriais que investissem – sem mais – e depois o negócio corresse mal.»
    Acontece isso todos os dias. Tem mesmo uma designação: RISCO.

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  4. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    28 Julho, 2008 15:33

    E há outra que se chama “Gestão do Risco” e, esta, obriga-nos a saber porque é que o Estado está interessado neste investimento a ponto de o favorecer.Sem
    o benefício os investidores avançariam?

    Não vejo estas procupações com os negócios especulativos que envolvem o estado,as empresas públicas e os mesmos “empreendedores” de sempre!

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  5. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 15:35

    «Sem o benefício os investidores avançariam?»

    parece óbvio, pelo texto linkado, que não, o que prova a sua ineficiência, desperdício e utilização indecorosa do rendimento dos particulares.

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  6. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    28 Julho, 2008 15:48

    Se é assim estamos de acordo !Se o investimento não passa o teste da relação custo/benefício sem ajudas externas,não deve avançar.Outra questão é se ao nível macro a economia está ou não interessada nesse investimento e preparada para o tornar viável.

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  7. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 15:55

    não me parece que em termos económicos exista essa coisa do «deve» ou «não deve» avançar. Tal caberá aos empresários decidir, por sua conta e risco.

    Também não vejo como se possa adiantar se a «economia está ou não interessada». Quem poderão estar ou não interessados serão os empresários. E eles saberão se e quando tal será viável.

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  8. Pedro C.'s avatar
    28 Julho, 2008 16:23

    Nem o tuga deve ser prejudicado, nem este senhor que investiu no seu negócio e viu o Governo alterar as regras do jogo. Este senhor foi enganado. Como as petrolíferas não são obrigadas a incorporar o biodiesel, o caminho será a autorização de abertura de bombas com este combustível e cada um incorporava-o na proporção que entendesse, como acontece em alguns países. O socesso das vendas estaria relacionado com o preço.

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  9. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 16:35

    Pedro C.

    ninguém foi enganado.
    É o próprio «empresáriosubisiodependente» que reconhece: «”O nosso modelo arrancou numa base de voluntarismo, em que os distribuidores petrolíferos eram convidados a introduzir biodiesel no consumo. Isto no início funcionou mas, com as alterações nos preços internacionais do gasóleo e do óleo vegetal, os distribuidores petrolíferos deixaram de ter interesse em comprar biodiesel”, sustenta.»

    ora, se as condições de mercados se alteraram e o preço do biocombustível subiu de tal forma que deixou de ser interessante para as petroliferas, o que é que ele quer?

    Quer que lhe paguem o investimento, que pelos vistos calculou mal, e tornar obrigatório, independentemente do respectivo custo, que sejam incorporados há este ano os tais 5,75%. Quer que por decreto lhe comprem a produção que ele não consegue escoar.

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  10. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 16:37

    «o caminho será a autorização de abertura de bombas com este combustível e cada um incorporava-o na proporção que entendesse»

    Nada impede que ele faça tal coisa.
    Dá-me a ideia é que o biocombustivel é mais caro que a gasolina…..pelo que é capaz de ter poucos clientes. Digo eu.

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  11. Vítor Vilar's avatar
    28 Julho, 2008 16:41

    O post é muito bom e o mesmo discurso podia ser usado para denunciar o que se passa com a agricultura e com as pescas. Só porque existe um complexo em Portugal de “ninguém pode parecer fascista” é que se permite que empresários como quaisquer outros, andem por aí em protestos diários para que TODOS nós lhes paguemos uma parte dos seus custos de produção.

    Mas o caso não se fica pela economia. Todo o país é parasitário. Aliás, gostava de mencionar a parasitária campanha com as meninas bonitas a favor da luta contra o cancro da mama. Uma actividade como a reciclagem, que deve ser pensada de uma forma nacional e una, canaliza para um tipo muito particular de cancro, algumas das suas receitas. É que nem sequer é para a Liga Contra o Cancro, é especificamente para o Cancro da Mama. Aliás, a campanha não engana: “Ah, vá lá! É por mim!” pois é filha, é mesmo por ti.

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  12. Desconhecida's avatar
    Capitão Gancho permalink
    28 Julho, 2008 17:14

    Se o caso tem os contornos que o Gabriel defeniu é parasitismo puro e duro. Roubo por decreto de todos para dar dinheiro a uns ricaços. Nada tem a ver com o caso das eólicas.

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  13. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 17:24

    Capitão Gancho,

    qual a diferença para as eólicas? No caso destas, o governo garantiu para os próximos 15 anos um rendimento aos produtores financiado pelo contribuintes.
    Esses são os «bons negócios» que se arranjam junto do poder.

    Se tivessem de vender a eletricidade a custos de mercado, teriam de investir dinheiro do seu bolso durante vários anos, não sabendo se um dia tirariam lucro.

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  14. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    28 Julho, 2008 19:01

    “Também não vejo como se possa adiantar se a «economia está ou não interessada». Quem poderão estar ou não interessados serão os empresários. E eles saberão se e quando tal será viável.”

    Saberão mesmo?
    É que parece que tem havido muitos fracassos por esse mundo fora.

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  15. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 19:09

    «É que parece que tem havido muitos fracassos por esse mundo fora.»

    isso é bom, com essas tentativas, demarca-se o que vale a pena e deita-se fora o que não vale. Um dia alguém acerta.
    Com subsídios apenas se fomenta a ineficiencia e as tecnologias amiga do poder.

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  16. C. Medina Ribeiro's avatar
    28 Julho, 2008 21:56

    Como se sabe, o Governo decidiu que os carros portugueses passem a ter um chip. Imagine-se agora que o ministro respectivo chama os fabricantes os avisa:

    «Meus caros, preparem as vossas indústrias, façam lá os investimentos que forem necessários, porque, a partir de […] vocês vão ter de fabicar n chips por ano, com as características ‘tais e tais’».

    A ‘coisa’ saía no Diário da República, os industriais investiam… e a dada altura ficava tudo em águas de bacalhau – e nem um chip era fabricado – quanto mais vendido!.

    O que dizer disso?

    Decerto não faltaria quem viesse acusar os industriais de parasitismo por terem investido a contar com o Estado.

    «A isso chama-se RISCO, meus caros!» – diria Manuel Pinho, rindo-se como só ele sabe fazer.

    «Pois eu, a isso, chamo outra coisa, meu caro ministro!» – dir-lhe-ia eu, se fosse comigo.

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  17. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 22:18

    Caro Medina Ribeiro,

    Desconheço se o governo fixou patamares OBRIGATÓRIOS de incorporação de biofuel. Parece-me bem que não.
    Do que li por aí e do que se depreende do texto citado, o governo atribuiu incentivos fiscais a tal incorporação, que se afigurava vantajosa na altura. Sucedeu que a materia-prima (os ditos vegetais) subiram de preço de tal forma, que mesmo com os generosos incentivos, se tornaram economicamente inviáveis. O que o dito «empresário» afirma no texto é precisamente o seu desejo de que, independentemente da rentabilidade económica para os fabricantes de combustivel, tal incorporação se torne obrigatória « á semelhança« do que fizeram dois ou 3 países europeus. Por esse indicador se vê (a que acresce o termo «voluntarista»…..) que os «empresários» correram o risco de fabricar um combustivel que era apenas economicamente vantajoso em determinadas condições de mercado e de incentivos existente, condições de mercado que se alteraram, sem interferencia do governo. A coisa correu mal e agora pretendem que o custo do seu investimento seja integralmente suportado pelos consumidores, fianciando ainda mais a incorporação de biocombustiveis, um produto absolutamente ineficiente.
    Ah, não esquecer que a sua produção cria fome e pobreza por esse mundo fora.

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  18. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Julho, 2008 22:21

    «Decerto não faltaria quem viesse acusar os industriais de parasitismo por terem investido a contar com o Estado.»

    Decerto que sim. Quem tem o «poder» para influenciar as condições de mercado num sentido, por decreto, também tem para o alterar e mudar noutro. Quem aceita ir a jogo sabe isso.

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  19. Desconhecida's avatar
    Anonymous Trainspotter permalink
    28 Julho, 2008 22:53

    Tem bom remédio …
    Em vez de estar práqui na pedincha, convide o Sócrates para o iate do patrão!
    Se o Borroso adorou, porque não haveria o Sócrates de gostar?

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