Concorrência
20 Agosto, 2008
A autoridade da concorrência britânica decidiu obrigar o maior operador aeroportuário a vender três dos sete aeroportos que explora, por entender que o quase monopólio “tem consequências negativas para passageiros e companhias aéreas“. Em Portugal, a ANA tem o monopólio dos aeroportos do continente e ilhas.
15 comentários
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-A Inglaterra é um país decente e civilizado, onde a ética é levada a sério. Portugal é uma bandalheira, uma república das bananas. Em Inglaterra algum dia seria possivel um primeiro-ministro mentir? Mário Lino depois do célebre discurso do Jamais, ainda seria ministro? Só numa sitcom! Depois admiram-se que os ingleses olhem a U.E. com desconfiança, é que de França, Espanha, Itália ou Portugal não emanam grandes exemplos.
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A Ferrovial comprou os aeroportos há 2 anos e julgo que reestruturou a dívida esta semana, estando os aeroportos, provavelmente, hipotecados, onerados, dados de penhor e garantia de todas as maneiras e feitos previstos na legislação inglesa. Sabendo que a aquisição foi bastante cara, a que preço terá a Ferrovial que vender os aeroportos para pagar e remunerar os investimentos? E a esse preço, há alguém interessado? Duvido. É que, quem vende obrigado, vende mais barato.
E qual o papel da banca no meio disto tudo? Sentar-se a assistir?
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O mesmo se passou nos caminhos de ferro e aviação nos EUA, só que foi nos anos 30 ou 40. A vez das redes telefónicas foi em 1981 ou por aí.
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Como disse o Antônio, a Inglaterra é um país civilizado, ao contrário de Portugal.
O monopólio só pode fazer mal, e deveria ser terminantemente proibido em qualquer lugar do mundo.
Na cidade em que moro, uma companhia detém o monopólio dos ônibus. Pode-se imaginar o transtorno que é a cidade.
Muito legal teu blog!
Quando puder, dá uma passada no meu!
Até mais.
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-Nunca deveriam era ter permitido a concentração. De facto a Ferrovial ser obrigada a vender abaixo do custo não me parece sério, muito menos justo.
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O Carlos Loureiro esqueceu-se do pormenor de que a ANA ainda é pública, infelizmente a sua privatização está para breve. Esqueceu-se que o serviço aeroportuário é quase um monopólio natural (oligopólio natural?) já que a concorrência está sempre limitada a factores geográficos. A concorrência não existe de facto, o que faz com que o preço se estique muito para lá do efectivo contravalor.
O problema começa nesta crença de que aparece competição até onde é mais complicado, depois quando aterram na realidade têm que fazer estes arranjos.
A privatização da ANA vai ser paga pelos consumidores nos preços e por todos nós em subdesenvolvimento.
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“A Inglaterra é um país decente e civilizado, onde a ética é levada a sério. Portugal é uma bandalheira, uma república das bananas. Em Inglaterra algum dia seria possivel um primeiro-ministro mentir? Mário Lino depois do célebre discurso do Jamais, ainda seria ministro? Só numa sitcom! Depois admiram-se que os ingleses olhem a U.E. com desconfiança, é que de França, Espanha, Itália ou Portugal não emanam grandes exemplos.”
Engana-se, apesar desta boa notícia a Inglaterra só é um pouco menos mau do que cá.
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Engraçado. Muitos, como é hábito dos portugueses, criticam o nosso país por falta de seriedade (“Não considero censurável pensar que Portugal é um mais país mas tomo por condenáveis os que o pensam e o dizem simplesmente porque é moda.“).
O comentário “Nunca deveriam era ter permitido a concentração. De facto a Ferrovial ser obrigada a vender abaixo do custo não me parece sério, muito menos justo.” fez-me pensar.
Será que estes agora que criticam Portugal por falta de seriedade também o criticariam por falta de jutiça caso uma obrigação do género fosse imposta a uma empresa detentora de um monopólio? Por eles não posso responder, mas penso que sei a resposta.
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Com o PS no governo não há mais mercado,mais concorrência.Mais concentração,mais poder,mais Estado.Agora não há dúvidas.Só temos que trabalhar para uma alternativa mais liberal!
http://www.mudarportugal.org
É uma hipóteses.Porque não?
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“a Inglaterra é um país civilizado…” tendo passado lá 9 anos, concordo mais com o lucklucky(7)!
Já se critíca o monopólio da BAA à muitos anos, acho interessante que só agora após as obras no T5 em Heathrow e após ter sido comprada pela Ferrovial, é que o “quase monopólio” vai ser quebrado!!!
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E o regular só se mexe porque é a ferrovial…
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»A Inglaterra é um país decente e civilizado, onde a ética é levada a sério»
Deixem-me rir.
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“E o regulador só se mexe porque é a ferrovial…”
Os espanhois estão a conhecer o fel que eles tanto utilizam a nível interno. E não são só os portugueses que se queixam. A própria inglesa Arriva.
Portanto, o mal é geral.
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Algumas notas avulsas:
1) A situação dos aeroportos em questão (Heathrow, Gatwick e Stansted – todos situados na grande Londres enquanto Edimburgo e Glasgow distam de apenas 80 Km) não é nem pouco mais ou menos comparável à das infraestruturas aeroportuárias da ANA.
2) Mesmo admitindo (como desejava ardentemente a SONAE) a gestão do aeroporto Sa Carneiro fosse entregue a uma entidade privada a concorrência induzida por esta mudança é mais do que questionável: simplesmente porque não é imaginável que os utentes do aeroporto de Lisboa decidissem realizar uma viagem de 300 Km para beneficiar de taxas de aeroporto mais atractivas. Aliás a informação que veio a público sobre a proposta da SONAE/ENGIL faz mais pensar na substituição dum monopólio público por um monopólio privado em condições especialmente favoráveis para o novo operador (o “rent seeking” é mesmo uma especialidade do incipente capitalismo português – por isso é que ele se mantém maioritáriamente confinado ao nosso rectangulo).
3) O ponto de vista das companhias aereas é naturalmente condicionado pela numero de passageiros potenciais servidos pelo aeroporto. Tomemos o exemplo de Bruxelas cujos dois aeroportos estão relativamente próximos. O aeroporto Bruxelas – Zaventem é a placa giratória da grande amioria dos voos que servem a capital belga. Apenas 5 companhias com destaque para a Ryanair voam para o aeroporto de Bruxelas-Sul (Charleroi). A maioria para um numero limitado (4 a 5) de destinos (estancias de veraneio em Marrocos, alguns destinos regionais am Italia e França, Budapeste e Varsóvia). Acresce que a empresa gestora do aeroporto foi condenada pelas autoridades de concorrência europeias por oferecer condicões priveligiadas à Ryanair.
3) Ainda a propósito das virtudes da concorrência nos monopólios naturais convém lembrar a triste história da privatização dos caminhos de ferro britânicos. O ultimo desenvolvimento notável foi a re-nacionalização da gestora da infraestrutura ferroviária (Railtrack) após a administração da mesma ter distribuído um generoso pacote de dividendos para a seguir declarar a sua incapacidade financeira para fazer face aos vultuosos investimentos necessários à manutenção da infraestrura. Pelo caminho ficaram algumas centenas de vitimas de acidentes provocados pela insuficiente manutenção.
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Ressalva ao “post” anterior: o consorcio era constituido pela SONAE e a construtora Soares da Costa. Ja agora escreve-se “privilegiadas” (e NÃO “priveligiadas”)
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