Planos e ilusões
As reacções em relação ao plano da União Europeia para descongelar o crédito são semelhantes às reacções à aprovação do plano Paulson. Acontece que nem o Plano Paulson nem o plano da União Europeia resolveram os problemas estruturais da economia. Esses só se resolvem com uma brutal contracção do crédito, precisamente aquilo que tanto o Plano Paulson como o plano da União Europeia estão a tentar evitar. O mais provável é que estes planos transformem uma correcção rápida numa correcção lenta. Lembro ainda que os ganhos bolsistas do anúncio do Plano Paulson (cerca de 8%) evaporaram em poucos dias. Nada garante que o mesmo não acontecerá aos ganhos bolsistas do anúncio do plano da União Europeia.
No video do Nassim Taleb que cito abaixo, há uma passagem sobre a necessidade que as pessoas têm de se sentirem com o controlo da situação, mesmo que esse controlo seja ilusório e ineficaz. Os planos económicos desempenham essa função. A narrativa da “confiança” que se usa para justificar o plano só serve para o confirmar.

João Miranda, qual é o teu curriculum em termos de economia para fazeres este tipo de afirmações?
Ah… és um economista de bancada. Estou a ver.
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Miranda,
Mas que problema estrutural queres tu resolver? O objectivo é mesmo transformar os problemas que existiram nos problemas que existiram e não naquilo em que se transformaram.
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O petroleo está a subir.
A Goldman Sachs disse que ia descer para 70 até ao fim do ano depois de ter dito que ia subir até aos 140
O melhor é mesmo uma bola de cristal.
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Ao invés de darem mais “credito” às instituições bancárias e continuar a alimentar a especulação com o dinheiro dos contribuintes deviam era esforçar-se para que o valor real das coisas não fosse adulterado ao ponto de originar uma crise financeira. Enquanto continuarem a aldrabar o consumo dizendo “não importa o valor real da coisa que eu empresto-te o dinheiro” a economia está condenada ao fracasso. 1º porque permite que estas sejam vendidas a um preço muito além do seu valor real. 2º porque “são vendidas”. Não significa que serão pagas…
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Rui Silva
Os economistas nos gabinetes de estudo dos Bancos Centrais não parecem ter feito grande coisa.
Já passamos pela Grande Depressão, depois pela estagflação, depois por sucessivas bolhas e crises bancárias resolvidas com mais injection economics.
Por esta altura, todo o sistema monetário desenhado por economistas e ideólogos e impostos «à população devia entrar em descrédito completo.
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O problema estrutural é o crédito fácil e “barato” induzido pelos Governos e Bancos Centrais no caso dos EUA ainda com a ajuda de empresas semi-estatizadas e forte apoio político. Com os “planos” a solução é continuar a oferecer dinheiro barato isto é continuar a alimentar o vício.
Há de chegar a altura em que se descobrirá que não há marcianos que nos venham fazer o bail out…
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Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia. A sério?
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E o problema que está por trás do problema é o chamado Estado Social ou para ser mais preciso o Estado que consome 50% dos recursos seja por que motivo for. Crescendo desde 10% para os 50% da economia actuais os estados cresceram para um tamanho desmesurado.
Logo para se manter este crescimento desmesurado dos estados foi necessário compensar o mercado com crédito barato para as pessoas não sentirem a quantidade enorme de recursos que o Estado consome.
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O que espanta é que essa gente ainda tenha percebido que toda este colapso se deve exclusivamente á escaassez de liberalismo. Por isso, a terapia tem que passar forçosamente por mais liberalismo, i.e. por menos estado nas economias. Assim como o comunismo falhou porque se desvirtuaram os seus preceitos, também o liberalismo actual colapsou porque muito impuro. Tanto o liberalismo como o comunismo, uma vez expurgados dessas impurezas, representarão o paraíso na terra.
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Ena … o nobel da economia este ano foi para alguém que conheço! Nem sabia que era candidato
Uauuu
conheço.. de o ler obviamente
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MIA,
Não percebendo nada de economia e sendo apenas um espectador atento parece-me q a dita especulação é algo q faz parte de nós. Senão vejamos: Aquilo a q chamamos marca (brand) não é apenas o nome da coisa mas tudo aquilo q define a coisa e q a coisa almeja; a coisa sem marca n define nem almeja, logo é despresivel.
Ex: Porque é q o mesmo polo 100% lã da Gucci custa 3 vezes mais que outro de uma “não marca”? Pq comporta um valor aspiracional.
Este valor não pode ser medido mas sim especulado (em função muitos outros factores tb aspiracionais)
Isto é o nosso dia-a-dia em relação a tudo.
Corrijam-me se estiver errado.
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Curioso…acho que começo a perceber.
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Critiquei este post no Speakers’ Corner Liberal Social.
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Está certo Pedro. O valor que damos a algo é subjectivo. Depende de muitas coisas, o que nós vamos querer fazer com essa coisa no futuro, que receitas futuras esperamos etc. Qunado compramos algo incorporamos sempre espectativas futuras que podem ou são se verificar.
A classe política está desesperada porque sabe que o crescimento do Estado que já vai em 50% da economia só é possível com os níveis de crédito existentes. O dinheiro que os cidadãos podiam colocar em Poupança vai para os gastos do Estado.
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“são” deve-se ler não.
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«Luís Lavoura Diz:
Critiquei este post no Speakers’ Corner Liberal Social.»
Deve estar bonito. Vou buscar a moldura, e já venho.
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“O mais provável é que estes planos transformem uma correcção rápida numa correcção lenta.”
É precisamente esse o objectivo. Mas experimente substituir “rápida” por “abrupta” e “lenta” por “progressiva” e verifique se não soa melhor.
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Tenho aqui um pacote de dívidas emergentes do crédito habitação. Foi um emprestimo concedido a um desempregado para a compra de uma casa. O valor da casa foi inflaccionado precisamente porque o vendedor sabia que seria emprestado.Não vou chamar crédito mal parado porque vou continuar a negar as evidências .I.é, que o valor da coisa era muito superior aquele que a pessoa podia pagar mas que ainda assim foi concedido para que conste como “activo”. Na minha óptica é um “falso activo” mas trata-se de um pormenor que ninguém quer saber desde que possa transacionar tudo bem. Vou agarrar nestes “activos” e trasacciona-los na bolsa. Vou-lhes por um nome bonito tipo “Valores imobiliários em circulação” e vendê-los por mil. Foram “revendidos” por 5mil, re-revendidos por quinhentos e de repente um tipo apercebeu-se que na realidade tratava-se da dívida de 100mil do Zé desempregado que ainda não arranjou emprego e quis vender e ninguém comprou. Então esse banco ficou sem “activo” e o outro banco também não lhe quis emprestar porque se este falir fica ele com uma batata quente na mão e o outro também não porque na verdade só tinha activos deste tipo. Então o EStado ao invés de nacionalizar situações pontuais vai e, imagine-se só, compra com o dinheiro dos contribuintes o crédito mal parado e diz “emprestem uns aos outros que eu vou ser fiador dessa falsa”. O Zó Povinho pode ir à falência mas os bancos não. Alguém pode me dizer porque é que não se nacionaliza essas situações?
Giro, giro, de tão utópico que é, era o Estado declarar falência desses bancos, agarrar nas dividas e incinera-las. Ficava cá com uma pena dos banqueiros. Era lindo. O perdão das dividas aos contribuintes ao invés dos bancos e clubes de futebol.Desde que continuasse a existir dois, três bancos, nacionalizados ou semi-públicos, para permitir o crédito regrado e o investimento, era um “mundo novo”.
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“É precisamente esse o objectivo. Mas experimente substituir “rápida” por “abrupta” e “lenta” por “progressiva” e verifique se não soa melhor.”
Exactamente. O JM deve achar que se podem tratar as pessoas como variáveis de uma equação, mas esquece-se é para isso mesmo que existe Política.
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Paulson, secretário de estado do tesouro
Vi um congressita a chorar, no seu disurso, como era possível entregar bilhões para mascarar este desastre a um dos homens que foi causador do mesmo
???????????
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As mais altas individualidades do mundo inteiro, presidentes, ministros das finanças, primeiros ministros, economistas, FMI, BCE, Fed, apontam para um determinado caminho,
o João Miranda, que se deve julgar o suprasumo da inteligencia, diz que não, que estão todos errados. Ele um investigador em biotecnologia, dá lições de economia ao mundo inteiro. Como é que o mundo tem passado estes anos todos sem os conselhos do João Miranda?
Como é que podem estar todos errados e o João Miranda estar certo?
O João Miranda parece o Álvaro Cunhal a seguir a queda do mudo de Berlim: continuou a defender o mesmo sistema até ao fim, mesmo quando o sistema já não existia. Nesse aspecto liberais e comunistas são parecidos: tem uma fé cega na sua ideologia.
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