Casamento como um contrato com a Sociedade
Escreve João Vasco:
Se o estado desse outro nome às cartas de condução dos judeus, mesmo que para todos os efeitos legais fossem iguais, consideraríamos – e bem – que isso seria uma descriminação indesculpável.
Porquê?Porque as leis que devem ser cegas à etnia, orientação sexual, sexo, religião, etc., afinal não o seriam. Tanto que contratos ou documentos com a mesma natureza teriam uma denominação diferente fundamentada nestes factores.
É interessante que a propósito do casamento se defenda que a lei deve ser cega à etnia, orientação sexual, sexo, religião, etc. Eu tenho uma sugestão: e porque não leis cegas ao estado civil. Leis que não favoreçam um estado civil em detrimento de outro: fiscalidade igual, direito de sucessão igual etc e tal …
A não ser que se admita que no casamento vigora um modelo de contrato com a Sociedade. As barreiras no acesso ao casamento são o custo a pagar pelos privilégios do casamento. Eu, pessoalmente, não concordo com o modelo de contrato com a Sociedade, mas parece-me ser o único que pode justificar a discriminação positiva dos casados. Quem defende o casamento gay e a discriminação positiva dos casados terá que explicar qual é o ganho para a sociedade do casamento gay.
«Quem defende o casamento gay e a discriminação positiva dos casados terá que explicar qual é o ganho para a sociedade do casamento gay.»
Exactamente o mesmo do casamento hetero. Presumo que tenha alguma coisa a ver com a ideia de família…
GostarGostar
é a validade da Loretta- o direito de rebelião contra a opressão por serem diferentes.
GostarGostar
««Exactamente o mesmo do casamento hetero. Presumo que tenha alguma coisa a ver com a ideia de família…»»
Família, filhos … Daqui a pouco estamos a como a Manuela Ferreira Leite a dizer que o casamento tem como fim a reprodução.
GostarGostar
Tem a mesma utilidade que uma rebelião humana por não continuar a espécie como os caracóis.
GostarGostar
E ainda existe a discriminação de idade- e a obrigatoriedade de praticarem sexo ou viverem juntos.
Só coisas que nos apoquentam…
A natureza está mal-feita- devia ter sido chapa zero e tudo igual, para o que quer que fosse.
GostarGostar
Mas a Sofia estragou a historieta do casório gay. Eles não dizem que tem alguma coisa a ver com a família- dizem que é paixão e coisas de amor e efeitos afrodisíacos do IRS a par do respeitinho.
Dava muito mau aspecto dois gajos chegarem a um hotel e pedirem um quarto de casal. Assim, até basta um assinar o livrinho como a esposa
GostarGostar
É só ganhos de status, de respeito famliar e apresentação de BI. Tudo coisas altamente importantes e a última causa revolucionária desta anedota esquerdalha.
GostarGostar
E assim já podem pedir às avós para tratarem logo do enxoval homo desde pequenos. Vamos ter famílias muito prendadas.
Só falta reivindicarem o direito de casório pela igreja que mais odiarem, acompanhada dos divóricios, atribuições de poder paternar à mais barbuda em qualquer matrimónio e o apelido paterno, por causa do velho preconceito das sociedades patriarcais.
GostarGostar
E há mais. Vão precisar de inventariar tudo que dá status à tradição reaccionária para serem gente igual com estatuto igual e muito respeitados.
GostarGostar
Começo a achar que o JM é viciado em gays.
GostarGostar
Os maricas do 5dias vão acordar com uma indigestão amanhã ao lerem este post. Irrebatível.
GostarGostar
“qual é o ganho para a sociedade do casamento gay”
A felicidade do casal. A sociedade ganha com pessoas felizes. Se casar lhes traz felicidade, a sociedade fica mais feliz
A sociedade melhorar, com menos ódio irracional como parece
GostarGostar
…evidente nos comentários doentios.
GostarGostar
ehehehe
E se for abençoado é uma felicidade ainda mais santa.
“:O))))
Ainda vão acabar por reabilitar o casamento hetero, agora que o estão a destruir para fazer passar esta anormalidade
ehehe
E as pensões de alimentos para esposa e cria, não se esqueçam.
GostarGostar
Os desgraçados dos gay que vivem juntos sem se casarem são masoquistas e pessoas extremamente infelizes.
E os que nem vivem juntos porque é tudo ao molho na sauna e no turismo sexual, são uns depravados e uns tristes sem qualidade.
Uma vergonha para a sociedade.
GostarGostar
Realmente não há nada como os velhos preconceitos reaccionários dessas instituições hipócritas para a família alternativa se impor como a família do futuro
“:O))
GostarGostar
E os polígamos, podem continuar infelizes se não forem gays ou mesmo sendo, só têm direito à felicidade matrimonial se acasalarem a dois, como os pombinhos?
hummm…?
GostarGostar
“qual é o ganho para a sociedade do casamento gay”
– um estimulo, dado o significado do compromisso, para relações mais duradouras e estáveis em que ambos lutam para que a vida a dois resulte, tal como nos casais heterossexuais. Isso pode ter vantagens para a comunidade.
– a sociedade melhora quando as pessoas conseguem aceitar os outros como eles são, sem juízos morais e o casamento talvez ajudassee os menos afortunados a conseguirem entender o amor entre pessoas do mesmo sexo e não pensarem em porno.
GostarGostar
“qual é o ganho para a sociedade do casamento gay”
e ainda que agora não me lembro mais…
– a sociedade deixar de aturar estas discussões esquerda/direita como se a homossexualidade fosse da esquerda e os homofobicos da direita.
GostarGostar
– ah lembrei-me de outra:
a sociedade ser convidada para mais casamentos, os restaurantes fazerem negócio, as prendas para os noivos. Estimula a economia. A sociedadee só tem a ganhar. Nada a perder.
GostarGostar
«Quem defende o casamento gay e a discriminação positiva dos casados terá que explicar qual é o ganho para a sociedade do casamento gay»
Estado de direito, onde andas?
GostarGostar
E espantoso como gente dita normal defende tão afincadamente um regime de ligação de facto entre paneleiros e fressureiras que é, evidentemente, uma anormalidade, uma completa aberração.
A bandalheira e nojo a que chegámos é inconcebível.
GostarGostar
Parabéns João Vasco. A sua opinião está bem colocada!
De resto….numa altura em que os deputados e a nação deveriam estar a debater como sair desta situação, ou da situação em que vamos ainda ficar (economica), ficam “gastando” o dinheiro dos meus impostos a debater uma cagada destas no parlamento. Como se isto fosse o pão da boca dos portugas!
GostarGostar
Ps. O JM é que comenta bem o JV!
GostarGostar
Parabéns JM. A sua opinião está bem colocada!
De resto….numa altura em que os deputados e a nação deveriam estar a debater como sair desta situação, ou da situação em que vamos ainda ficar (economica), ficam “gastando” o dinheiro dos meus impostos a debater uma cagada destas no parlamento. Como se isto fosse o pão da boca dos portugas!
GostarGostar
Voltei aqui só para acrescentar mais um aspecto ainda mais indecoroso e pernicioso que é o respeitante às crianças, adoptadas ou não, que, de alguma maneira, possam frequentar aquele ambiente.
É arrepiante constatar que ninguém se apresenta com a mais leve preocupação sobre as consequências.
Chego a duvidar de quem tem comportamento mais nefasto: se os invertidos e desviados – doentes altamente carentes de assistência psiquiátrica -, se os imensos comentadores.
GostarGostar
Bom post.
GostarGostar
O ganho para a sociedade de qualquer casamento é zero. Essa é uma questão apenas que diz respeito às pessoas envolvidas. A sociedade não ganha nem perde.
Dizer que a sociedade ganha com relações duradouras e estáveis é pura e simplesmente ridículo, aliás.
E exactamente Zazie, tocou na ferida. Toda esta discussão está a sacralizar socialmente o casamento.
Abolição do estado civil JÁ !
GostarGostar
“…qual é o ganho para a sociedade do casamento gay ?”
Para os banqueiros homossexuais é uma prenda.
GostarGostar
“Quem defende o casamento gay e a discriminação positiva dos casados terá que explicar qual é o ganho para a sociedade do casamento gay.”
O que escrevi sobre o assunto há uns tempos:
———————————————–
A respeito da primeira tentativa (ainda não sabemos se bem sucedida) de um casamento homossexual em Portugal, ocorre-me uma questão: o casamento (homo ou hetero) faz sentido?
Afinal, porque é que uma relação entre duas pessoas precisa de ser sancionada pela autoridade do Estado? Creio ter lido algures que o casamento só se generalizou no fim da Idade Média, e que, até então, a regra entre a maioria das pessoas era a “união de facto” (não sei se isso é verdade, se é mais um dos mitos sobre a Idade Média; aliás, aparentemante contraditório – ou talvez não – com outro suposto mito: o do jus primae noctis).
No entanto, contra os meus preconceitos de longa data, tenho que admitir que, no mundo actual, há duas boas razões para a instituição “casamento”:
Em primeiro lugar, o sistema fiscal: a partir do momento em que temos um sistema fiscal progressivo, faz sentido existir o “casamento”; caso contrário, teriamos pessoas com um nível de vida semelhante pagando impostos diferentes – um casal em que um dos conjugues ganhe 300 e outro 100 terá um nível de vida equivalente a outro que ganhe 200+200; mas, com um sistema fiscal progressivo que ignore o conceito de “casal” e tribute as pessoas pelos rendimentos individuais, o primeiro iria pagar mais impostos que o segundo.
Em segundo lugar, questões laborais, como férias, transferências de local de trabalho, etc. Aí, é aceitável que os “casados” tenham uma certa preferência, para reduzir o incómodo de ter que coordenar a agenda de duas pessoas.
Ora, estas duas razões parecem-me válidas tanto para casais “hetero” como para “homo” (e talvez mesmo para entidades poligamicas), logo, existindo “casamento”, faz sentido que haja tanto para “hetero” como para “homo”.
—————————————–
GostarGostar
As novas perguntas do João Miranda já foram respondidas em http://esquerda-republicana.blogspot.com/
GostarGostar
A resposta do Miguel Madeira parece fazer sentido.
GostarGostar
A meu ver é esta a questão fundamental: o contrato de casamento reflecte a protecção que a sociedade politicamente organizada dá à sua célula fundamental. Por exemplo o Artigo 67.º da nossa Constituição (e as outras dizem praticamente o mesmo), diz que «A família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à protecção da sociedade e do Estado….”
O artigo 68º refere que «Os pais e as mães têm direito à protecção da sociedade e do Estado na realização da sua insubstituível acção em relação aos filhos, nomeadamente quanto à sua educação, com garantia de realização profissional e de participação na vida cívica do país” . E diz mais, que “a maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminentes”.
O “casamento gay”, não tem qq vantagem para a sociedade. Tem para os próprios, evidentemente, uma vez que passariam a aceder a “direitos”, alguns dos quais custam dinheiro.
Mas, para além da converseta demagógica sobre o amor e as andorinhas e os passarinhos, não se vislumbram razões de monta para que os contribuintes em geral paguem os custos de um contrato que beneficia exclusivamente as partes contraentes.
Há aqui tb uma certa arrogância e ridículo, de um diminuto número de pessoas, que acham que o seu problemazinho é central e merecedor que os outros paguem pelas suas frustrações.
GostarGostar
JC:
Se não estivesse em discussão este assunto, aposto que não teria nada contra o casamento entre um homem e uma mulher estéril. Aposto que não lhe passaria pela cabeça que o casamento custaria dinheiro à sociedade (nem vejo que custe, mas enfim…) e aos contribuintes.
Nunca ouvi ninguém dizer “eu não teria nada contra que aquela senhora de 60 anos se case, mas acho que vai estar a roubar dinheiro ao estado, que só lhe concede benefícios(?) fiscais à espera que ela tenha filhinhos que não vai ter”.
Não. Nunca vi um movimento contra o casamento de casais inferteis, ou mulheres acima dos 60.
Portanto muitos daqueles que argumentam apelando à questão da procriação estão apenas a racionalizar a sua homofobia.
Por fim, não creio que ignorar o pincípio da igualdade perante a lei seja um “problemazinho”. Não é “deles”, é de todos os que querem uma República justa.
GostarGostar
Lendo os comentários parece que gay associa casamento a felicidade -fraco amor esse que depende do aval da sociedade para ser feliz ; parece ser também que acham que casamento vai acabar com a famosa promiscuidade gay e que podendo-se casar vão ser fieis a um único parceiro- como é possivel que precisem do aval da sociedade para ser fieis?pior , como é possivel que pensem que casar vai mudar a sua natureza?
Cuidado , é preciso muito cuidado com aquilo que se deseja , às vezes o feitiço vira-se contra o feiticeiro.
GostarGostar
Alfredo, quem fala da procriação é a Constituição da República. Chama-lhe “valor social”.
“Nunca vi um movimento contra o casamento de casais inferteis, ou mulheres acima dos 60.”
Esse casamento EXISTE. O outro NÃO EXISTE.
E tem outras vantagens sociais que não apenas a procriação. Desde logo o facto de se aplicar à maioria da população e não apenas um grupelho ruidoso e colorido.
Quanto aos casais inférteis, o Estado não é um Big Brother e não anda a inspeccionar o estado do aparelho genital dos nubentes. Sendo um homem e uma mulher, a potencialidade está lá.
GostarGostar
Anónimo:
As motivações dos Gays para se quererem casar desconheço. Mas mesmo apesar de preferir a discussão de argumentos à discussão de motivações, posso partilhar consigo a minha motivação para defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo: quero fazer parte de uma república que não descrimina os seus cidadãos quanto à sua orientação sexual.
GostarGostar
Discrimina
GostarGostar
Alfredo , estou em crer que ninguém hoje, a maioria , pelo menos , discrimina as pessoas pelo que fazem na intimidade da cama , mas sim pelo seu comportamento em sociedade. Muito difícil olhar sem rir para as “bichas” , são mais ridículas que mulheres ridículas: a afectação , a vaidade , os maneirismos , os gritinhos ; depois ele há homens que gostam de homens sem que isso os transforme em caricaturas de mulheres . Respeito tanto uns como os outros , mas muito sinceramente , só aceito os últimos para conviver. Também não convivo com galinhas femininas , já agora.
Relativamente ao casamento , é-me igual , ainda que não perceba a fixação pela forma tradicional de relação , que até está a dar o berro entre heterosexuais como modelo pouco adequado aos novos papeis e independência da mulher.
GostarGostar
Olha olha, era o que mais faltava outro colega ter preferência sobre mim para marcar férias por ele ser casado e eu não…como se a vida privada de cada um devesse intervir no local de trabalho…
Quanto aos arts. 67º e 68º, é bom lembrar que há famílias sem casamentos, e que o regime da filiação não tem nada a ver com o do casamento.
Por fim, quanto ao regime fiscal. Um regime assim como defende o Miguel Madeira só vem ajudar a que existam preconceitos em casar se houver diferença de rendimentos entre os indivíduos. Não preciso de explicar porquê pois não ?
GostarGostar