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Adopte um cão

28 Outubro, 2008

Paulo Rangel vai ter de aturar os ditos amigos dos animais até ao fim dos seus dias. Os animais, sobretudo os mamíferos tipo bola de pêlo, passaram a um estatuto melhor que humano: têm sentimentos, pensamentos e só praticam boas acções. São uma espécie de actualização do mito do Bom Selvagem. As mesmas almas que há umas décadas pasmavam com a superioridade moral dos guaranis agora desistiram da humanidade e deu-lhes para os cães, para os gatos e outros seres de pêlo e pena nos quais projectam todas as suas desilusões com a espécie humana.
Dizem que adoptaram um cão com a mesma naturalidade com que declaram que não ver o pai ou o tio ao lar porque lhes faz impressão. Falam dos bichanos como não falam dos filhos nem dos avós, tanto mais que os animais têm sobre os humanos ascendentes e descendentes a fantástica vantagem de não terem adolescência nem uma velhice tão prolongada.
O caso tem foros psiquiátricos e em algumas situações quase criminosos. No Dubai país que não é propriamente conhecido pelo activismo político dos seus habitantes, cujos aliás manifestam uma tremenda indiferença pela situação dos trabalhadores estrangeiros, conhece-se uma mobilização inédita para salvar um tubarão-baleia Entretanto, ao lado, estão uns indianos numa situação de quase escravature e ninguém se indigna.

92 comentários leave one →
  1. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 09:35

    Helena Matos, isso é argumentação tipo Bloco de Esquerda! É de certeza capaz melhor do que isso. 😉

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  2. Desconhecida's avatar
    helenafmatos permalink
    28 Outubro, 2008 09:39

    Não é nem pior nem melhor. É o que é. O amor segundo os critérios da disney pelos animais chegou ao ponto de qualquer presidente de cãmara ter medo de fazer campanhas de controlo de pombos (recorde-se João Soares). Nas áreas protegidas, como a Berlenga, o controlo das gaivotas criou uma crise. Idem para os cães assilvestrados.

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  3. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 09:42

    HM, usemos o bom senso. Nem 8 nem 80.
    Leia de novo por exemplo este debate nos comentários aqui do Blasfémias:
    http://ablasfemia.blogspot.com/2006/05/incompreenso.html
    http://www.haloscan.com/comments/blasfemia/114815388740496490/

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  4. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 09:45

    Parece que o meu comentário anterior com 2 links ficou retido, tento agora apenas com um. Sugeria eu à HM que se usasse o bom senso (nem 8 nem 80) e que voltasse a visitar o debate que houve aqui no Blasfémias nos comentários de http://ablasfemia.blogspot.com/2006/05/incompreenso.html

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  5. bis coitus interruptus's avatar
    bis coitus interruptus permalink
    28 Outubro, 2008 09:49

    há animais com fartura na comunicação social e na politica: burros, camelos, elefantes brancos, javardos … um verdadeiro jardim zoológico

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  6. Desconhecida's avatar
    28 Outubro, 2008 09:59

    Sempre devotámos as nossa paixões aos seres em vias de extinção. Esta paradoxo resolver-se -à como o mercado, quando o homem se começar a matar novamente em grande escala e aí regressará a … humanidade!

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  7. Desconhecida's avatar
    28 Outubro, 2008 10:00

    Sempre devotámos as nossa paixões aos seres em vias de extinção. Este paradoxo resolver-se -à como o mercado, quando o homem se começar a matar novamente em grande escala e aí regressará a … humanidade!

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  8. Artur Sequeira Portela's avatar
    28 Outubro, 2008 10:03

    Para quando os Direitos dos Vegetais?

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  9. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 10:11

    Como há gente que continua a não usar os argumentos com racionalidade, repito aqui a transcrição que fiz num post abaixo de algo que escrevi em 2006:

    Esse suposto “liberalismo” relativamente às regras (ou eventual ausência total delas) para tratar os animais poderia levar-nos muito longe também em relação aos humanos.

    Um exemplo, nessa linha: por que razão se deve proteger a vida de uma criança com 2 meses de idade? Por ser “propriedade” dos pais? Ou porque tem em si própria dignidade que lhe confere direito à vida e a ser bem tratada? Mas, pergunto eu agora: já reparou que um cão ou um gato adultos são mais inteligentes que uma criança dessa idade (ou até bastante mais velha)? Esse simples facto, por comparação, não deveria ser suficiente para ficarmos com o dever de, ao menos, os tratarmos o melhor possível?

    E quanto aos deficientes mentais profundos, que nem sequer a inteligência de um macaco conseguem atingir? Devem passar a ser considerados “bichos sem direitos”? Porquê ou por que não? Qual a linha divisória, se é que ela existe assim tão nítida?

    Por isso é que defendo que os humanos, nem que fosse por prudência e humildade, devem respeitar os animais e não se assumirem como “Deus” em relação a eles.

    A que propósito é que nos consideramos os proprietários do mundo?

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  10. berto's avatar
    berto permalink
    28 Outubro, 2008 11:00

    Não é só no Dubai. Aqui também ninguém à liga à situação dos desempregados, pensionistas, emigrantes sem contrato de trabalho e explorados por gente sem escrúpulos. Pelo contrário, por aqui os tubarões também são bem protegidos. Principalmente os de colarinho branco.

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  11. mafaldinha's avatar
    mafaldinha permalink
    28 Outubro, 2008 11:28

    Quanto mais conheço a natureza humana, mais eu gosto do meu cão… enfim, a frase não é bem assim, mas serve para este efeito!

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  12. Ricardo Geurra's avatar
    Ricardo Geurra permalink
    28 Outubro, 2008 11:39

    Outra que também gosta mais de indianos e de bebés do que de ursos polares… o sindrome Sara Palin alastra. Não se preocupe que os seus netinhos já não terão nem linces da malcata nem outros bichos nojentos, nem florestas tropicais a conspurcar o maravilhoso planeta liberal.

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  13. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 11:50

    Estamos a desconversar… Não se trata de pessoas vs animais! O ponto é precisamente que não estamos a falar de valores incompatíveis, pelo contrário.

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  14. FMS's avatar
    28 Outubro, 2008 11:51

    Ó Mãezinhas dos Deuses todos… 😀 Isto é de chorar a rir. Esta maralha sinistro-relativista é incapaz de viver com a necessidade de mover um pé sem pedir licença ao outro: é um crime de lesa-dignidade contra o pé que não tem voto na matéria…!!!

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  15. josé serra's avatar
    josé serra permalink
    28 Outubro, 2008 11:53

    «Mas, pergunto eu agora: já reparou que um cão ou um gato adultos são mais inteligentes que uma criança dessa idade (ou até bastante mais velha)?»

    Sim?! Onde?! Quando?! Como?! Porquê?!
    Prezado Tiago Azevedo Fernandes, importa-se de referir literatura científica que confirme a sua afirmação (atoarda?). E já agora defina o conceito de inteligência, por favor. É que me parece que a sua argumentação carece de pressupostos credíveis. Mas prometo-lhe que vou pensar no seu caso, que é deveras interessante: os cães/gatos adultos são mais inteligentes que uma criança… interessante, realmente interessante.

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  16. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 12:04

    Caro José Serra: arranje um cão ou um gato e compare aquilo que ele percebe a a sua capacidade de interacção com humanos com as capacidades de um bebé de 2 ou 3 meses.
    Não estou aliás a dizer nada que seja novidade, mas não me vou colaborar com a sua preguiça de procurar informação científica sobre este assunto, que imaginei fosse do conhecimento geral (pelos vistos não). 😉

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  17. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 12:06

    (Como é evidente, o ritmo de aprendizagem dos humanos é muito superior, mas isso é outra questão.)

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  18. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Outubro, 2008 12:23

    Caro Tiago,

    «já reparou que um cão ou um gato adultos são mais inteligentes que uma criança dessa idade (ou até bastante mais velha)? Esse simples facto, por comparação, não deveria ser suficiente para ficarmos com o dever de, ao menos, os tratarmos o melhor possível?»

    desculpa lá, mas isso não tem ponta por onde se pegue.

    As razões porque se devem respeitar os animais e evitar tratamentos DESUMANOS (repare-se, não é desanimalescos, é desumanos), deve-se ao simples facto de os bichos sofrerem, terem dor, em muitos casos serem capazes de carinho similares aos demonstrados pelos humanos.
    Nesse sentido, a dor, o sofrimento, quando provocada voluntariamente, é grotesca, desumana por chocar a sensibilidade humana, no sentido de que quem a provoca será insensível, indiferente á mesma ou terá mesmo prazer em a infligir, denotando um falha na sua estrutura e perversidade no SEU comportamento moral. É pela censura moral do individuo humano que os seus comportamentos são passíveis de sanção e a sociedade aceita puni-los.

    Já questão diferente é saber se o animal de per si tem direito a não sofrer, a ser tratado «dignamente», a ter «direitos». Não me parece. Se assim fosse, tais direitos apenas o poderiam ser no sentido intrínseco, isto é pertencentes ao próprio animal e como tal oponíveis a todos os demais. Ora tal não acontece, nem se vê que tal fosse possível. Um animal, nesse caso, seria protegido de ser atacado, maltratado, morto, ferido, por outro animal (e prontos, lá se ia a natureza….). Ao final, só vingariam as espécies animais que fossem vegetarianas (onde também existirá todo um outro mundo de ´«direitos» não reconhecidos….)

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  19. FMS's avatar
    28 Outubro, 2008 12:31

    Como é evidente. Pugnemos pelos direitos das bactérias e prescindamos do uso de antibióticos sempre que afligidos por uma infecção na garganta. Mas o Tiago dirá que as bactérias, com poucos segundos de vida, são tão inteligentes como um embrião humano da mesma idade.

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  20. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 12:33

    Caro Gabriel, escapou-te o ponto principal do meu argumento: tu estás a colocar os humanos na posição de donos do mundo, estilo “isto é tudo nosso”. Eu não penso assim. Acho apenas que convivemos com outras espécies menos avançadas que nós. Devemos aproveitar aquilo que o mundo coloca à nossa disposição (incluindo os animais) mas apenas na medida do bom senso (e aqui falta definir “bom senso”, é evidente, sendo que a definição não é consensual…). A minha frase que citas pretende apenas mostrar que não há uma situação de “tudo ou nada”, “humanos” vs. “calhaus”, há graus de evolução.

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  21. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 12:37

    Uma mosca (ou uma bactéria, FMS 🙂 ) não é o mesmo que um macaco, um golfinho ou um cão. É isto que parece custar a perceber. Não é “humanos” vs. “coisas”. Tal como no caso dos deficientes mentais profundos, que são obviamente (ou não?) tão humanos como nós bloggers… A diferença entre animais e pessoas não é assim tão radical que justifique uma posição de tudo para uns, nada para outros. Afinal Darwin sempre nos foi ensinando qq coisa. 😉

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  22. p D s's avatar
    p D s permalink
    28 Outubro, 2008 12:41

    e Tu, Helena, agora que escreves sobre os activista do TubarãoBaleia…

    …porque não ao invés deste, um post sobre os tais indianos ???

    há, que te parece?

    Ou serão mais chocantes os cuidados dos outros para com os TubarõesBaleia
    doque propriamente a Tua falta de cuidados com os Indianos ???

    é que quase diria que, uns e outros, estão á mesma distancia…

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  23. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Outubro, 2008 12:47

    Certo Tiago.
    E sim de facto penso que “isto é tudo nosso”, tanto mais que sempre somos nós que decidimos tal e nada nem ninguém nos coloca limites a não ser nós o decidamos.
    Simplesmente na gestão do que é nosso deve-se seguir algumas regras e cuidados, seja para boa fruição e rendimento da coisa, seja para manutenção e regeneração da mesma, seja atendendo aos seus fins.

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  24. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 12:55

    Gabriel, esqueci-me de responder a outro ponto, o da Natureza. O que eu digo é que se deixe a Natureza seguir o seu curso, limitando ao indispensável (lá estamos outra vez com um problema da definição de “indispensável”, mas adiante…) a perturbação que os humanos introduzem. Nesse sentido o “direito de um animal” é “ser deixado em paz pelos humanos”, livre na Natureza. Por outro lado, não me choca nada (pelo contrário) que os humanos intervenham pontualmente na Natureza para auxiliar animais em dificuldade especial – uma espécie em vias de extinção, por exemplo, ou mesmo situações mais normais como (inventemos agora) um leão como um golfinho perdido, ou uma cria que perdeu a mãe.

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  25. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 12:57

    de facto penso que “isto é tudo nosso”, tanto mais que sempre somos nós que decidimos tal e nada nem ninguém nos coloca limites a não ser nós o decidamos.

    Pois é, temos um desacordo de fundo… Isso, como escrevi há tempos e salvaguardando as devidas proporções, era o que diziam os brancos dos escravos. É a lei do mais forte. Eu, se quiseres, são mais da linha de S. Francisco de Assis. 🙂

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  26. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 12:58

    “sou”, e não “são”.

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  27. Joca's avatar
    Joca permalink
    28 Outubro, 2008 13:20

    Adopte um cão e baptize o canídio com um nome bonito, por exemplo paulo rangel.

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  28. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Outubro, 2008 13:21

    Tiago,

    «é que se deixe a Natureza seguir o seu curso»

    pois, mas isso é uma interferencia humana.
    pela natureza, nós destruiríamos e consumiríamos tudo, isso sim, seria a lei do mais forte, a lei natural. Mas só o homem, consegue, para seu proveito e interesse tomar decisões que o limitam.

    «Nesse sentido o “direito de um animal” é “ser deixado em paz pelos humanos”»

    uma vez mais, não é um direito do animal, é uma decisão do homem, no seu interesse. E não, os animais não existem para serem deixados em paz pelos homens (nem tal, a suceder é nada «natural») mas sim servirem os seus interesses que tanto pode ser serem colocados ao seu serviço directo, ou como animais de companhia ou transporte, ou serem produzidos para alimento, ou deixados na natureza para sua fruição ou para equilibro do ecosistema, necessário ao homem. Seja em que situação for, nada tem de natural, mas serve um interesse especifico do homem, na medida em que este não se viu obrigado pelos animais ou por quem quer que seja a agir dessa forma, mas tal decorre de uma sua decisão.

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  29. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Outubro, 2008 13:22

    «salvaguardando as devidas proporções»

    o que não creio, no caso, tenham sido salvaguardadas……:)

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  30. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    28 Outubro, 2008 13:27

    «mais da linha de S. Francisco de Assis»

    precisamente, «na linha» dele, eu digo que tudo foi posto ao nosso dispor, para nossa fruição, e como tal impende um dever de cuidado e responsabilidade.

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  31. FMS's avatar
    28 Outubro, 2008 13:32

    É preciso algum cuidado para não cair no erro, simples, de julgar que se declama para néscios. Na verdade, custa-me debater questões pertinente à natureza, sejam elas meramente da biologia ou, mais a jusante, da física, com quem não tendo background académico nas ciências exactas julgue, por estar bem informado e ser destro de intelecto, poder asseverar sobre estas questões.

    Tendo dito, concordo com o Gabriel sem poder alongar-me mais.

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  32. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 13:34

    “pela natureza, nós destruiríamos e consumiríamos tudo”

    Ok, ok, mas percebeste perfeitamente o que eu quis dizer 😉

    “precisamente, «na linha» dele, eu digo que tudo foi posto ao nosso dispor, para nossa fruição”

    Mais uma vez: eu não digo que não aproveitemos aquilo que é “sensato”, mas S. Francisco travava os animais como “irmãos” (neste sentido “ecológico”, se quiseres), e não como seres cuja existência se destinava apenas a servir o homem.

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  33. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 13:39

    Numa linguagem mais “blasfema”, eu sou um “liberal” (humanos e animais deixados à solta) convencido da necessidade de alguma “regulação” no mercado (direitos humanos e também o reconhecimento de alguns direitos aos animais, proporcionalmente ao seu grau de evolução).

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  34. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 13:42

    “com quem não tendo background académico nas ciências exactas”

    Caro FMS, não sei se a “carapuça” era para mim mas, já agora, eu sou engenheiro. 🙂

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  35. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 13:44

    (FEUP, 1984/89)

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  36. FMS's avatar
    28 Outubro, 2008 13:46

    Ah, Estática, Materiais… 😀 Fracas, fortes… Não é um ataque pessoal nem à classe, é só ressabiamento meu por achar que estamos entregues ao jugo dos empiristas. Como provocação, nunca conheci um engenheiro que fosse bom de facto a abstrair logo em matemática logo em física.

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  37. FMS's avatar
    28 Outubro, 2008 13:46

    (FCUL, 88-93)

    😉

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  38. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 13:51

    Electrotécnico. 😉

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  39. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 13:53

    Mas é um facto que os profissionais de qq classe são em geral incompetentes em muitas das áreas que supostamente deviam dominar. (Veja-se por exemplo os “especialistas” em mercados financeiros…)

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  40. FMS's avatar
    28 Outubro, 2008 13:57

    Prof de Física 😀

    Basta ver quem escreve nos jornais, e não vou sequer aos putos que mal dominam a ortografia.

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  41. Luis Marques's avatar
    Luis Marques permalink
    28 Outubro, 2008 14:11

    Cães, animais… todos têm mais Direitos e regalias…que os pobres pais que estão sujeitos a todo o tipo de discriminações e sexismo…
    Até as associações de animais, para a protecção de animais tem o apoio e patrocínio do Estado, da EU e dos grandes de Hollywood… que os pais que amam e adoram os seus filhos…
    Pais são uns animais a serem humilhados e exterminados… viva o “Endlösung” dos pais…
    Aqui na nossa linda terra somos julgados e analisados por pessoas que acham que “…os pais têm Direitos a mais…” ou que “… os filhos não precisam de pais…”

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  42. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 14:30

    A propósito de escolas e de pais, ontem ou anteontem ouvi alguém (uma docente, se não me engano) a referir como um dos problemas que tinha na Escola a “entrada de pais”… (Isto até já deve ter um termo técnico: “entrada de pais”.) O mundo hoje é realmente diferente do mundo no meu tempo de escola!

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  43. Piscoiso's avatar
    28 Outubro, 2008 14:44

    Antes da minha passagem pelo Oriente, estava com o Gabriel.
    Depois de beber ensinamentos daquelas culturas milenares, estou do lado do Tiago.
    Mas continuo a gostar de um bom bife… acompanhado com arroz.

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  44. cão-tribuinte's avatar
    cão-tribuinte permalink
    28 Outubro, 2008 14:52

    sou cão-tribuinte adoptado pelo fisco
    o conde drácula morde nos mais pequenos

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  45. Luis Marques's avatar
    Luis Marques permalink
    28 Outubro, 2008 15:01

    Dear All,
    One of the most obnoxious forms of discrimination has been and is against fathers.
    Even if a father has raised his child nearly alone and who is the main emotional tie to his child, loses, just because they are fathers, as fathers they are wantonly and maliciously ripped from their children’s life.
    Every father, whatever the weight in his relationship with his children has been abjectly criminalized, “belittled, worthless, powerless and irrelevant”.
    This hugely destructive assault on our personal life has consequences that endanger lives and the society itself. Despite this obvious observation, no honest study has been made by the EU, on its destructive effect, neither on its dimensions, nor, on the devastating effects of discrimination and injustice to fathers and their beloved children.
    My pairs and I have been subjected to the highest humiliations and injustices know to man. A real “Endlösung” of fathers serving not the best interests of the child but personal agendas and violating every rule of the United Nations Convention on the Rights of the Child, The European Convention on Human Rights (ECHR), several European Constitutions and Human Right Acts.
    So many of us today have implemented and want to implement more the EU tenets:
    The development of the strategy of gender mainstreaming has favoured this trend. This strategy has revealed that men can also expect an improvement in their lives from the achievement of gender equality. At least, it will help men to question their traditional roles, just as women have already done, and possibly help them to lead more satisfying and complete lives, through a greater involvement in the family and caring activities.
    For those who have, it has been even more tragic, the bonds of affection have been cynically, perniciously obliterated by the same who should promote and assumed to promote the above tenets.
    This has been a real devastating discrimination, an obnoxious and traumatic psychological violence against fathers and their children condoled and sanctioned by some “democratic” and European States.
    As from one father to another, I most sincerely pray and wish that you all the best and that you and your children will never ever endure or go through what the majority of us has been or going through.
    With my highest esteem and consideration,
    Luis Marques
    EU Citizen from Portugal,

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  46. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    28 Outubro, 2008 15:08

    “Caro José Serra: arranje um cão ou um gato e compare aquilo que ele percebe a a sua capacidade de interacção com humanos com as capacidades de um bebé de 2 ou 3 meses.” “Não estou aliás a dizer nada que seja novidade, mas não me vou colaborar com a sua preguiça de procurar informação científica sobre este assunto, que imaginei fosse do conhecimento geral (pelos vistos não). ;-)”

    Pode apresentar aqui informação científica aos ignorantes sobre essa inteligência dos animais? A sua ciência é uma pura observação empírica, nada mais. E isso não prova rigorosamente nada. Aliás, é exactamente ao contrário. Essa interacção com os humanos não tem nada a ver com “inteligência”, mas não vou colaborar com a sua preguiça em procurar informação real.

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  47. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    28 Outubro, 2008 15:32

    “a ilha dos pinguins ” de anatole france era uma leitura que faria bem a alguns. Concordo com o Tiago , não se trata de apaparicar animais , trata-se de os deixar viver a sua vidinha sem grandes interferências nossas .Respeitá-los como seres que têm o mesmo direito à terra que nós. Parece-me até bem fácil. E evidente que isso não significa que deixemos de comer galinha , afinal ela come minhocas , mas , sei lá , esfolar cães vivos como na china ? Criar animais nas condições em que se criam , metidos em cubiculos , uns em cima dos outros , cortar-lhes o bico ? Criar visons só para casaquitos de luxo ? é demais.

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  48. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 15:49

    Pizarro: não faltam links. Aqui vai um:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Animal_cognition

    A observação empírica do meu convívio de 11 anos com as minhas duas gatas deixa-me sem quaisquer dúvidas sobre a sua capacidade de raciocínio (diferente da dos humanos, mas em muitos aspectos semelhante também). Claro que não lhes entrego a minha declaração de IRS para elas preencherem nem lhes peço para tocarem no piano uma peça a 4 patas. 🙂

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  49. jacl's avatar
    jacl permalink
    28 Outubro, 2008 15:55

    Não se esqueçam que o Pim Fortuyn (politico holandês) foi assassinado por um defensor dos animais, não pelas ideias políticas (de direita) mas por usar casacos de peles.
    Quando a vida de um humano vale tanto como a de um animal então pode-se matar um para defender outro.
    Num incêndio entre um cão e um bébé salva-se ….. quem?

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  50. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 16:04

    “Quando a vida de um humano vale tanto como a de um animal”

    Quem é que aqui defendeu isso?

    Mas, pensando bem, se houvesse um incêndio na AR e, por exemplo, o Paulo Rangel tivesse que escolher entre salvar o Sócrates ou algum gatito que lá tivesse entrado… Será que ele estaria à altura de liderar a bancada para resgatar o gato? 😉

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  51. Piscoiso's avatar
    28 Outubro, 2008 16:06

    Se o cão for treinado, salva o bébé.

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  52. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    28 Outubro, 2008 16:14

    Tiago,
    Concordo consigo.
    Já que sempre nos comportámos como donos do mundo, a ponto de termos domesticados cães e gatos, o mínimo que podemos fazê-lo é tratá-los bem.

    Creio que foi Kant que o nível de educação de um povo medias-se conforme a sua maneira de tratar os animais, pelos comentários a este post pode-se aferir bem o nível de deseducação de alguns portugueses.

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  53. lili's avatar
    28 Outubro, 2008 16:17

    Causa Vossa,
    O seu comentário é muito mais do que uma heresia é uma autêntica estupidez.

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  54. Luis Marques's avatar
    Luis Marques permalink
    28 Outubro, 2008 16:28

    Anónimo Diz:
    28 Outubro, 2008 às 4:14 pm
    Tiago,
    Concordo consigo.
    Já que sempre nos comportámos como donos do mundo, a ponto de termos domesticados cães e gatos, o mínimo que podemos fazê-lo é tratá-los bem.

    Creio que foi Kant que o nível de educação de um povo medias-se conforme a sua maneira de tratar os animais, pelos comentários a este post pode-se aferir bem o nível de deseducação de alguns portugueses.

    E não se mede como se trata a figura do pai na sociedade?

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  55. Luis Marques's avatar
    Luis Marques permalink
    28 Outubro, 2008 17:15

    Se quiserem absurdidades jurídicas… tenho uma enciclopédia delas em relação aos “Pseudo Direitos dos Pais…”

    “Direitos” dos Pais não é exacto, porque simplesmente, não os têm, nem os teve… digamos mais concretamente, que os Pais são os Tavóras do mundo de hoje, o negro da era do apartheid, o judeus dos Nazis e da Santa Inquisição… por isso em vez de “Direito”… meus amigos não me querem dar uma ajudinha aqui a definir a exacta palavra técnica…

    Pais: somos todos Tavóras com honra….

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  56. Luis Marques's avatar
    Luis Marques permalink
    28 Outubro, 2008 17:20

    Desculpe Pais: Somos todos Tavóras, Negros, Judeus com honra….

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  57. fado alexandrino's avatar
    28 Outubro, 2008 19:15

    Hoje enquanto estava a passear, duas senhoras e um senhor levavam os seus bobbys, dois pela trela e um solto e todos cagaram galhardamente no passeio e no jardim enquanto os donos embevecidos olhavam.

    E foram todos embora muito contentes.
    O pior é que se por loucura os chamasse à razao, não perceberiam o que eu estava a dizer.

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  58. Miguel Madeira's avatar
    28 Outubro, 2008 19:46

    Um grande problema desta discussões é tenderem muito para uma distinção entre “animais (não-humanos)” e “humanos”. Ora, acho que há muito mais em comum entre um homem e um cão do que entre qualquer deles e um eulalia viridis.

    Ora, tanto defensores como adversários dos “direitos dos animais” muitos vezes parecem ignorar isso, uns pensando “poliqueta=cão=homem” e outros “poliqueta=cão=pedra”.

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  59. Desconhecida's avatar
    28 Outubro, 2008 19:53

    Helena Matos

    Excelente post! Parabéns! Só espero que mantenha essa qualidade de análise.

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  60. A. R's avatar
    A. R permalink
    28 Outubro, 2008 20:18

    Eu tenho um cão … é giro. Tem uma casa de uma assoalhada, toda paga já, e não quer dormir nela. Não o levo lá para a China: dizem que comem tudo o que tenha 4 patas excepto a mesa. Não se se sabem comentar por aqui …

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  61. Luis Marques's avatar
    Luis Marques permalink
    28 Outubro, 2008 20:46

    “Entretanto, ao lado, estão uns indianos numa situação de quase escravature e ninguém se indigna.”

    Not only:

    http://kinziblogs.wordpress.com/2007/12/10/more-restrictions-on-domestic-workers/

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  62. Desconhecida's avatar
    28 Outubro, 2008 22:04

    Curioso… Noto grande correlação nas opiniões acerca do casamento gay, aborto, eutanásia, (anti)cristianismo, e subvalorização da vida humana comparada à dos animais. Donde vem este fascínio pela morte, esta desvalorização/dessacralização da vida humana?

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  63. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    28 Outubro, 2008 22:15

    Caro LPM, pela minha parte eu não subvalorizo a vida humana, pelo contrário, valorizo a dos animais (sem a considerar equivalente, no entanto). Sobre o casamento gay, o aborto, a eutanásia e o (anti)cristianismo (tudo isso), vai provavelmente ficar muito surpreendido se ler o que eu escrevo no meu blog pessoal em http://taf.net/opiniao/. 😉

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  64. Pedro Sá's avatar
    28 Outubro, 2008 22:45

    Qualquer pessoa está no seu direito de gostar mais de cães do que de crianças. Ou que de algum familiar.

    Epá mas já agora. A propósito do comentário 62. O que é que a porra do casamento gay tem a ver com morte ?

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  65. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    29 Outubro, 2008 00:23

    62 , é capaz de ser por se entender que a morte é assim uma coisa natural , tal e qual como o nascimento , e não um bicho de sete cabeças. e depois , talvez por se entender que todos os que nascem devem poder usufruir de uma bela vida desejada, desafogadinha , e já agora também de uma bela morte. suponho que é por dar mais importãncia a qualidade do que a quantidade. e ao fim e ao cabo , desde a perspectiva cristã , há é que morrer depressa para irmos rapidinho para o céu e sairmos deste vale de lágrimas.

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  66. Desconhecida's avatar
    José Barros permalink
    29 Outubro, 2008 01:16

    Já questão diferente é saber se o animal de per si tem direito a não sofrer, a ser tratado «dignamente», a ter «direitos». Não me parece. Se assim fosse, tais direitos apenas o poderiam ser no sentido intrínseco, isto é pertencentes ao próprio animal e como tal oponíveis a todos os demais. Ora tal não acontece, nem se vê que tal fosse possível. Um animal, nesse caso, seria protegido de ser atacado, maltratado, morto, ferido, por outro animal (e prontos, lá se ia a natureza….). Ao final, só vingariam as espécies animais que fossem vegetarianas (onde também existirá todo um outro mundo de ´«direitos» não reconhecidos….) – Gabriel Silva

    Pois, isto sim, já é uma argumentação válida contra os direitos individuais dos animais. Ou seja, o que os exemplos do Gabriel demonstram é que a protecção individual dos animais é inexequível, pelo que a questão dos direitos dos animais nem se chega a colocar, senão apenas de um ponta de vista meramente filosófico. Em termos de direito, seria absurdo afirmar-se um direito à vida (ou qualquer outro direito individual) dos animais se esse direito não fosse – como não é – minimamente susceptível de tutela jurídica geral e abstracta. A questão não é minimamente comparável com o direito à vida das pessoas pela simples razão de que as excepções admitidas nesse caso (legítima defesa, por exemplo) são tão reduzidas e tão justificadas que a defesa de tal direito constitui, não só o pilar de qualquer sociedade, como perfeitamente exequível no actual estado da evolução humana. A protecção de igual direito no caso dos animais seria meramente simbólica e uma irresponsabilidade jurídica. O direito não serve para tutelar fantasias.

    Isto dito, questão inteiramente diversa é saber se os direitos dos animais podem ser direitos colectivos (de espécie). Não vejo por que não, até porque tal protecção ocorre diariamente e encontra-se prevista em inúmeras leis e tratados nacionais e internacionais.

    Resta, por último, que não concordo inteiramente com o Gabriel na ideia de que a defesa dos animais se faz exclusivamente por respeito a deveres morais que impendem sobre os humanos. É da lógica das coisas que onde existe um dever se afirma igualmente um direito. Torna-se difícil – sem cair numa petição de princípio – explicar a proibição da tortura de animais sem que se justifique tal proibição com a condição animal (senciência, cognição mínima, etc…), condição essa que à partida, pelo menos, o legislador entende merecer um direito a não ser maltratado sem justificação, no que se distinguem os animais das coisas. Pelo menos, esse direito, de conteúdo mínimo, a lei portuguesa parece consagrar. O que alguns dos juristas portugueses (Menezes Cordeiro e outros), a considerar que oa animais já não nem seriam “coisas” para o direito, pertencendo antes a um terceiro género entre as pessoas e as coisas, isto é, entre os sujeitos e os objectos de direitos. E, de facto, é preferível inventar uma nova categoria a ter de se utilizar uma categoria velha que não “casa” minimamente com o actual estado da protecção dos animais. Nisto discordo do Carlos Loureiro no anterior post, bem como de alguns comentadores.

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  67. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
  68. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 01:54

    “Um animal, nesse caso, seria protegido de ser atacado, maltratado, morto, ferido, por outro animal (e prontos, lá se ia a natureza….).”

    Eu não defendo essa protecção. Aliás, não acho que o sofrimento seja em si algo “condenável”, quando “faz parte da vida normal”. Mesmo nos humanos. (Daí, por exemplo, a minha relutância em concordar com a opção pela eutanásia.) O que defendo é a proibição de situações como ter animais enjaulados em zoos sem condições (por oposição a exemplos positivos como o Parque Biológico de Gaia, por exemplo). Ou espetar ferros, “com arte a graciosidade”, em touros. Ou “fábricas de animais” para consumo humano em que eles atingem literalmente a loucura, por falta de condições absolutamente mínimas (há outras onde as condições são aceitáveis).

    No caso dos zoos, por exemplo, se calhar já faria sentido falar num “direito individual”, pois trata-se da situação concreta de cada animal, um a um. Já agora, também não acho que faça sentido nenhum dizer que não há direitos porque não há deveres (há quem use esse argumento), pois se assim fosse os deficientes mentais profundos, ou as crianças de poucos meses, também teriam deveres se “quisessem” ter direitos…

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  69. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 02:07

    Se em vez de nos colocarmos na posição de quem é dono do mundo, e nos passarmos a ver apenas como os habitantes melhor qualificados para gerir recursos comuns, tudo isto se torna mais fácil de entender. Eu próprio mudei de opinião há alguns anos, quando pensei mais a sério neste assunto. Deixei de ser um “proprietário bem intencionado” para passar a ser um “condómino qualificado” (e igualmente bem intencionado, é evidente). 🙂

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  70. Desconhecida's avatar
    29 Outubro, 2008 06:05

    64

    As uniões homossexuais não geram novas vidas, é isso.

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  71. Artur Sequeira Portela's avatar
    29 Outubro, 2008 09:31

    «Já agora, também não acho que faça sentido nenhum dizer que não há direitos porque não há deveres (há quem use esse argumento), pois se assim fosse os deficientes mentais profundos, ou as crianças de poucos meses, também teriam deveres se “quisessem” ter direitos…»

    Continua a equiparar os animais com seres humanos…ai esses fanatismos…
    Direitos dos Vegetais já!

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  72. Luis Marques's avatar
    Luis Marques permalink
    29 Outubro, 2008 09:41

    Direitos dos Vegetais já!

    Direitos dos pais….? ?????????? Para o século que vem, se ainda houver necessidade deles…. mas muitos depois dos Direitos dos Vegetais….
    Repito:
    “Direitos” dos Pais não é exacto, porque simplesmente não os têm nem os teve… digamos mais concretamente, que os Pais são os Tavóras do mundo de hoje, o negro da era do apartheid, o judeus dos Nazis e da Santa Inquisição… por isso em vez de “Direito”… meus amigos não me querem dar uma ajudinha aqui a definir a exacta palavra técnica…

    Pais: Somos todos Tavóras, Negros, Judeus com honra….

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  73. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    29 Outubro, 2008 09:49

    Caro José Barros,
    De facto, não vejo outra justificação que não «a ideia de que a defesa dos animais se faz exclusivamente por respeito a deveres morais que impendem sobre os humanos». É aliás, a meu ver, a única consequente e lógica.

    Como aponta, é certo que aparentemente o legislador e os juristas teóricos vão noutro sentido, o das fantasias criativas tecnicistas que geralmente, eivadas de boas intenções, dão maus resultados e carecem de sentido.
    É o caso.
    Repare-se na descrição: «pertencendo antes a um terceiro género entre as pessoas e as coisas, isto é, entre os sujeitos e os objectos de direitos.».
    Isto é o quê? O limbo jurídico? A actualização da discussão escolástica da natureza dos anjos para os animais?
    Mas acaba-se por se justificar tal construção «teórica» meramente com a prática (o que diz bem da insanidade da coisa….): «é preferível inventar uma nova categoria a ter de se utilizar uma categoria velha que não “casa” minimamente com o actual estado da protecção dos animais», ou seja, face á «realidade» há que encaixar, criar conceitos. Bem, pode ser uma técnica interessante, mas duvido da sua razoabilidade e obviamente tal não é passível de argumentação ou discussão filosófica.

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  74. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 10:55

    “Continua a equiparar os animais com seres humanos…”

    Não equiparo. Comparo. Concluo que são diferentes, e que há distintos graus de evolução. A mesmo que seja criacionista (pois se calhar é esse o seu caso…), não vejo como possa negar isto.

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  75. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 10:56

    “menos” e não “mesmo”.

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  76. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 11:27

    Gabriel, de facto os animais não têm preferências pela solução jurídica encontrada. 🙂 Concordo com o que a Sofia Ventura escreveu algures antes: o que interessa são os efeitos práticos da solução, não a sua formulação.

    Contudo, ao não reconhecer alguns direitos aos animais, é difícil justificar que devia ser proibido espetar ferros num touro, por exemplo. Se algumas pessoas consideram este aspecto da tourada chocante (e que portante em nome dessa sensibilidade não devia ser permitido), há outras que o consideram “belo” (o que justificaria o sofrimento do touro). Entramos aí num conflito já ao nível da liberdade humana individual: uns acham que sim, outros que não, então quem quiser vai ver touradas, quem não quiser não vai. E isso a meu ver está errado, pois o argumento relevante é (lá está) o do “direito” do touro.

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  77. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 11:35

    E quem diz touradas diz lutas de cães, etc., etc. Haverá sempre quem goste.

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  78. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    29 Outubro, 2008 12:17

    Tiago,

    «ao não reconhecer alguns direitos aos animais, é difícil justificar que devia ser proibido espetar ferros num touro, por exemplo»

    Não, não é.
    A violência praticada em tais espectáculos, por desnecessária, gratuita e ainda por cima, motivada unicamente para «gozo» de quem vê, pode ser considerada chocante pelo resto da sociedade, na medida em que tal sofrimento provocado gratuitamente fira de alguma forma a sensibilidade de quem não aprecie. Nesse sentido, esse choque, essa violência, constituem um dano provocado a pessoas concretas e como tal, poderão e deverão ser protegidas e evitar-se tais danos. A questão, no caso das touradas, diz respeito de facto a que quem quer vê, quem não quer não vê.
    Mas, em sociedade, as coisas vão muitas vezes um pouco mais além. Ao saber-se, ainda que não se tendo contacto directo, que certos animais são tratados de forma bruta e desnecessária, isso constitui um dano para a sociedade, e para as pessoas em concreto. É por exemplo, o que se passa com os transporte de gado, no abate de animais para consumo, etc, aos quais se fazem exigencias de cuidados a ter, por forma a evitar precisamente esse dano na sensibilidade concreta das pessoas. Porque no que diz respeito aos animais em si mesmos, nada se altera: nascem, engordam e são destinados a bifes e couro. Não é por serem acarinhados que não deixarão de levar com um choque electrico, serem desmanhados e aparecerem sob forma de comida á nossa mesa. Não há nada de «direito» que quanto a eles se altere. Não é por uma vaca ser transportada com melhores condições numa camionete, não sofrendo ferimentos desnecessários ou um touro não apanhar com uns ferros no lombo, que ao final da jornada não deixarão de se transformados em belos nacos suculentos. Precisamente, as condições que se exigem num tratamento adequado aos mesmos, é por forma a proteger um interesse bem humano, o não provocar sofrimento desnecessário, pois que isso choca e fere a sensibilidade das pessoas.

    Assim, não é o direito do touro que está em questão, mas sim o direito das pessoas. E na disputa entre os direitos das pessoas (a verem tal espectáculo e o direito a não serem feridas na sua sensibilidade) a sociedade tem meios de decidir tais conflitos, nomeadamente por via legislativa, permitindo ou não. Mas isso é outra questão.

    O mesmo se diga da luta de cães: a sociedade considera que o eventual prazer e gozo que alguns possam ter em apreciar tais espectaculos não é saudável para as próprias pessoas, por ser indicador de uma morbidez, de um gozo que moralmente a sociedade considera nocivo, proibindo tais eventos por forma a não fomentar tais sentimentos e não permtir o desvirtuamento da personalidade e sensibilidade das pessoas. Entende tal ser nocivo para a vida em sociedade e como tal um perigo e dano a si, sociedade. O mesmo se passa, por exemplo, com o jogo a dinheiro, reservando espaços licenciados para tal efeito.
    (tanto mais que obviamente os cães continuarão a lutar entre si, quando possam, dentro dos condicionalismos normais da natureza)

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  79. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 12:37

    Gabriel, para que fique claro: eu não tenho nada contra a utilização de carne na alimentação! 🙂
    Em minha opinião o “direito do animal” não é o de não ser abatido, mas apenas o de ser em vida tão bem tratado quanto possível. O “choque eléctrico”, por exemplo, sendo uma morte instantânea e indolor (penso eu) choca-me muito menos que espetar ferros num touro para gáudio do povo.

    Essa tua argumentação é, a meu ver, muito pouco liberal e até perigosa. Pelo mesmo raciocínio poder-se-ia dizer que uma caricatura sarcástica de Maomé choca brutalmente parte da sociedade e como tal deveria ser proibida. Ou de Jesus Cristo. Ou que a prostituição é uma actividade que muitos consideram revoltante, e que também não deve ser permitida. É que há sempre quem se sinta agredido, mesmo sem “contacto directo”, com algo que agrada a outros. Onde paramos?

    Por isso é que eu digo: o argumento não é esse da “sensibilidade humana”.

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  80. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    29 Outubro, 2008 13:06

    Tiago,
    vamos lá ver, eu não tenho como preocupação ser ortodoxo politicamente, segundo algum tipo de cartilha 🙂
    O que mesmo assim, no caso presente não vejo que se aplique ou exista contradição 🙂

    Eu enunciei aquilo que creio serem os fundamentos jurídicos/filosoficos por detrás das regras existentes protectoras dos animais, contrariando a tua ideia de que seriam direitos do animal.
    Em terceiro, de facto nas sociedades abertas regulam-se os conflitos de direitos das pessoas. Por exemplo, o direito a ver os espectáculos que bem entende e o direito de não ser chocado com esses mesmos espectaculos. Sendo direitos de grau diferente, prevalece este último, por se entender que o primeiro é de menor grau, e que as pessoas não deixarão de ter outros espectaculos que possam servir os seus interesses.
    No caso dos cartoons, temos mais uma vez um conflito de interesses, e sim, decide-se pela prevalência do primeiro, o da liberdade de expressão, na medida em que é um valor fundamental e basilar. No caso da prostituição, estão em causa 3 valores: o da dignidade das próprias, o da condenação moral da actividade em si mesma e o da liberdade individual. Não é unanime a decisão quanto a qual deve prevalecer, embora a corrente actual valorize mais este último.

    «É que há sempre quem se sinta agredido, mesmo sem “contacto directo”, com algo que agrada a outros.»
    É verdade, daí que as sociedades tenha mecanismos de regulação desses interesses e tenham princípios sobre que interesses devam sobrepor-se aos outros, ainda quando minoritáriamente apercebidos, por serem estruturais. Sucede ainda que existem, para além do direito, outros mecanismos sociais de condenação/ conformação de comportamentos sociais como sejam a censura moral, social, cívica, etc. Tais mecanismos podem em certas situações serem tão ou mais eficazes que a lei ou sobrepor-se mesmo a ela.
    Por exemplo, no caso das touradas, a sua aceitação social é muito disforme no nosso país, variando de forma radical consoante a zona/região, devido a factores culturais/históricos, embora a lei se a mesma.

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  81. Tiago Azevedo Fernandes's avatar
    29 Outubro, 2008 14:10

    Gabriel, em resumo (julgo que não interpreto mal), nós dois partimos de pressupostos completamente diferentes:
    – tu achas que os humanos são “proprietários” do mundo;
    – eu acho que não, considero os humanos apenas os seus habitantes mais evoluídos (e mais fortes), e que ninguém nos concedeu esse direito de propriedade.

    Do teu ponto de vista, fará portanto sentido basear toda a argumentação no interesse humano e na sensibilidade humana. Do meu, mais “democrático entre as espécies”, é indispensável encontrar um compromisso entre os “interesses” de todos, limitando tanto quanto possível o impacto negativo que as actividades humanas possam ter sobre a Natureza, e em especial sobre os animais.

    Acresce que eu considero não haver uma distinção radical, fundamental, drástica, entre humanos e outros animais próximos de nós na cadeia de evolução. Isto não é uma convicção exótica, mas sim baseada no conhecimento científico (que cada vez mais comprova a existência de comportamentos “quase-humanos” em muitas espécies evoluídas) e também, obviamente, na minha longa experiência de convivência próxima com animais domésticos. (Poderia até acrescentar razões de índole religiosa para isso, mas não vêm aqui ao caso nem são relevantes do ponto de vista do ordenamento jurídico.)

    Do ponto de vista estritamente humano, agora, eu sinto-me mais confortável com regras mais liberais, em que a “sensibilidade humana relativa a contactos indirectos” seja pouco relevante para o estabelecimento das leis que temos de respeitar, digam elas respeito a animais, ou a expressão artística/humorística, ou a comportamentos sociais, etc.. É para mim muito mais lógico basear alguma protecção dos animais (será consensual a necessidade de haver alguma protecção, maior ou menos conforme a opinião de cada um de nós) nos seus “direitos fundamentais”, que a meu ver são obviamente diferentes dos “direitos humanos”.

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  82. Wild's avatar
    29 Outubro, 2008 14:32

    “O caso tem foros psiquiátricos e em algumas situações quase criminosos” Concordo, a começar por si e por esta trapalhada que escreveu, não sei onde foi buscar esta ideia, as pessoas têm animais não ligam aos humanos, eu sempre ouvi ao contrário, “Quem não gosta de animais, não gosta de pessoas”. Creio ser o seu caso, ou você não tem o mínimo de sensibilidade, ou tem algum trauma de infância, ou então julga-se um ser humano tão superior, mais importante que qualquer ser vivo na terra.
    É que eu tenho animais, levo-os ao veterinário, dou sempre comida aos da rua, já salvei muitos, mas também levo comida e roupa aos sem abrigo, levo brinquedos às crianças e levo mantinhas ao mendigo da esquina.
    É certo que você é incapaz de ter uma atitude humana para com um animal, mas pela compaixão de demosntra pelos seres humanos mais frágeis, deduzo que luta eufóricamente pelos seus direitos! ou será mais uma daquelas que escreve os textos no conforto do seu lar e depois viram a cara ao mendigo na rua?
    Ah para que se saiba, não trocava a vida dos meus animais pela de ninguém!

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  83. Eunice Pires's avatar
    Eunice Pires permalink
    29 Outubro, 2008 17:14

    Caro/a Wild, não copio as suas palavras pois seria plágio, mas é forçoso que diga que na realidade as pessoas solidárias com os animais, são-no também com as pessoas, porque faz tudo parte do mesmo sentimento de compaixão e solidariedade. Essa preocupação com os mais desprotegidos move montanhas e junta desconhecidos na resolução de problemas. Há cerca de 2/3 semanas foi divulgado numa lista de apoio a animais o caso de 2 cães q estavam ao abandono, no Porto, por internamento da sua dona. As jovens q ajudaram os animais prestaram sempre apoio, com roupas, visitas, etc à sua dona hospitalizada até ela ir para um lar. Posso enviar à Dª Helena Matos mensagens de muitos casos semelhantes, para que conheça a realidade para além do seu fundamentalismo mental. Os animais pela sua bondade, além dos corações também abrem os espíritos, tornando as pessoas mais humildes e menos arrogantes perante a VIDA.

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  84. Desconhecida's avatar
    Rebelo permalink
    29 Outubro, 2008 18:17

    Cara Helena, veja lá este vídeo, aprenda qualquer coisa e cale-se:

    http://www.peta.org/feat/chineseFurFarms/index.asp

    Cada veja que vejo uma entrada sua, começo a ter sintomas de um enfarte. É assustador como raras vezes escreve alguma coisa mínimamente fundamentada.

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  85. Desconhecida's avatar
    José Barros permalink
    30 Outubro, 2008 00:09

    Mas acaba-se por se justificar tal construção «teórica» meramente com a prática (o que diz bem da insanidade da coisa….): «é preferível inventar uma nova categoria a ter de se utilizar uma categoria velha que não “casa” minimamente com o actual estado da protecção dos animais», ou seja, face á «realidade» há que encaixar, criar conceitos. Bem, pode ser uma técnica interessante, mas duvido da sua razoabilidade e obviamente tal não é passível de argumentação ou discussão filosófica. – Gabriel Silva

    Caro Gabriel,

    Mas donde acha exactamente que surgem as distinções jurídicas senão da prática?:)

    Se o Gabriel aceita que um proprietário destrua, violentamente e sem qualquer justificação atendível, a sua bicicleta, mas não o seu cão ou gato, como equiparar o estatuto jurídico de um animal a uma coisa? Isso sim, constitui um disparate. Justificável em termos históricos, mas não num momento em que a consciência ética de uma comunidade não aceita a tortura ou a violência sobre animais desacompanhada de uma explicação razoável. Tão simples quanto isto.

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  86. Paulo Quintela's avatar
    Paulo Quintela permalink
    30 Outubro, 2008 19:05

    Comportamo-nos como se fossemos donos do mundo ? Essa agora… Nem dos filhos são donos, quanto mais do mundo. Basta se separarem/divorciarem e vão ver se são pais ou uns gajos quaisquer na maior parte dos casos.
    Que retórica generalista mais sem nexo.

    Em Inglaterra por exemplo, 1/4 das crianças nunca tem qualquer contacto com o Pai, e segunda a ex-minista das crianças, 40 % dos Pais que entrasse num tribunal para tentar ver os seus filhos(as) (ou seja, pais que iam queriam mesmo ver os filhos, gastavam dinheiro em advogados, tribunais, etc), em 2 (dois) anos perdia qualquer contacto com eles.
    Qualquer contacto, quanto mais convivência.

    E falam no geral “são donos” do mundo ? Deve ser piada. Lá porque empresas tratam mal de animais, muito menos gente liga a crianças. As vezes até os pais, o que começa a ser compreensivel. É mesmo para Super Pai, tentar ver um filho em alguns paises.

    Já ver o caozinho, consta que há menos problemas. Muito menos.

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  87. Paulo Quintela's avatar
    Paulo Quintela permalink
    30 Outubro, 2008 19:52

    Estranho, Lisboa tem 3.000 sem abrigo, mas o azar deles deve ser não estarem hospitalizados, e principalmente não terem cães.

    Nem sei de um unico caso de “adopção” de algum sem abrigo.

    Lembro-me sim, de uma reportagem que vi, em que vários sem abrigos (incluia crianças) andavam por contentores de lixo “como animais” a procura de comida. Não sei se era em Lisboa ou no Porto, mas tanto faz.
    Ahhh, 99% eram homens. 25% destes era devido a “problemas domésticos” , ou seja, divórcio, poder paternal, etc. As crianças não sei.

    Até hoje nenhum deles foi “adoptado”, mas vários cães e gatos foram. Consta que estes sem abrigos andam a destruir a natureza, dizem algumas pessoas aqui, na sua retórica vazia.
    E que mais valia estarem mortas, quais nazis

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  88. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    30 Outubro, 2008 20:08

    José Barros,

    «Se o Gabriel aceita que um proprietário destrua, violentamente e sem qualquer justificação atendível, a sua bicicleta, mas não o seu cão ou gato, como equiparar o estatuto jurídico de um animal a uma coisa?»

    Sou livre de me desfazer e destruir a minha bicicleta. Não sou livre de a deitar pela janela fora ou deixar espalhados os seus componentes por aí.
    Sou livre de abater o meu cão. Não posso é fazê-lo ao pontapé.

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  89. Luis Marques's avatar
  90. Nuno Mendes's avatar
    Nuno Mendes permalink
    4 Novembro, 2008 20:58

    Texto do mais imbecil que tenho lido!!!

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