Centralismo e caciquismo
25 Novembro, 2008
Directores regionais de educação vão avaliar presidentes dos executivos das escolas
1. Num momento em que o Ministério precisa de apoio nas escolas para impor a avaliação, esta medida transforma os presidentes dos executivos das escolas em comissários políticos ao serviço do Ministro da Educação.
2. A avaliação dos presidentes dos executivos das escolas pelos directores regionais de educação é incompatível com o modelo de gestão das escolas proposto pelo próprio ministério, modelo esse que atribui o poder de escolha do presidente do executivo aos pais e às autarquias locais.
17 comentários
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Quando o ME afirma que a avaliação dos professores está a avançar e só uns poucos a tentam travar, vem-se a saber que ainda não está publicado em DR como será feita a avaliação dos conselhos executivos.
Tudo normal, em Portugal. Afinal nem é preciso saber em que consiste a avaliação: a ministra decide e o zé povinho bate palmas.
Claro que há caciquismo na forma de avaliar os conselhos executivos. Tem havido reuniões da ministra e secretários de estado para pressionar os conselhos executivos a levar a avaliação para a frente. Todos sentem a pressão, mas alguns decidem a favor do trabalho bem realizado com os alunos, logo sem avaliação. Afinal, se o ME quisesse avaliação poderia perguntar aos conselhos executivos como é o trabalho dos professores. Eles, melhor que ninguém, sabem quem trabalha mais e quem trabalha menos, quem obtém resultados e quem trabalha para as estatísticas ou como assistente social.
Todo o trabalho dum professor dentro da escola está contido em inúmeros relatórios, que ano após ano, são arquivados sem terem servido para nada. Todas as planificações turma a turma, as adaptações curriculares, os sumários de todas as aulas, os testes de todas as turmas, as actas de todas as reuniões, as justificações de avaliação de muitos alunos, as actas do cumprimento de programas, as fichas de trabalho das diferentes turmas, os relatórios de directores de turma, os relatórios de aulas de apoio, os relatórios de acompanhamento de alunos problemáticos, os relatórios das medidas de apoio introduzidas na sala de aula,… quilos de papel! Afinal, não havia avaliação, porque a equipa maravilha ainda não tinha descoberto a pólvora!
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Deixemo-noa de ismos.
Isto são apenas os sinais do fim de uma era educacional que não tem viabilidade em prosseguir num ambiente que emerge por entre os escombros de um liberalismo vetusto e anquilosado.
O tempo que vem a seguir, exige que se acabem os jardins de infância, que acabe a escola, que acabe a universidade em direcção a uma vivência orgânica, racionalmente digital e comovidamente humana na sua incerteza mas mais justa na claridade que perseguimos.
Ah…pois…e os lazaretos de tormes onde enceramos os direitos da terceira idade para sermos melhores escravos dos recolectores de mais valias.
Basta pensar um pouco….que a avaliação é apenas um chicote nas mãos de capatazes a obedecer a mandantes dos passos do homem.
Um professor já foi avaliado como tal…o resto é trabalho e esforço a dar de uma forma sincera.
O mal reside na aceitação em duvidarmos de nós próprios e aceitarmos a avaliação como uma vigilância das nossas intenções em sermos leais com a comunidade a que pertencemos.
A dentologia, ou seja, o dever ser da profissão de professor não necessita dessa diversão de carácter.
Fazem do professor um escravo que só pega no remo, à vista do chicote dos mandadores.
Aonde se chegou na dissimulação do exercício do poder!
E não há ninguém que rejeite a avaliação. Todos gostam de ser escravos e ninguém grita pela liberdade e dignidade que um homem deve sempre merecer.
O que vale é que a mudança urge e não há machado que corte a raiz ao pensamento.
De qualque modo tudo ha-de mudar.
Aguardemos.
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Deixemo-nos de ismos.
Isto são apenas os sinais do fim de uma era educacional que não tem viabilidade em prosseguir num ambiente que emerge por entre os escombros de um liberalismo vetusto e anquilosado.
O tempo que vem a seguir, exige que se acabem os jardins de infância, que acabe a escola, que acabe a universidade em direcção a uma vivência orgânica, racionalmente digital e comovidamente humana na sua incerteza mas mais justa na claridade que perseguimos.
Ah…pois…e os lazaretos de tormes onde encerramos os direitos da terceira idade para sermos melhores escravos dos recolectores de mais valias.
Basta pensar um pouco….que a avaliação é apenas um chicote nas mãos de capatazes a obedecer a mandantes dos passos do homem.
Um professor já foi avaliado como tal…o resto é trabalho e esforço a dar de uma forma sincera.
O mal reside na aceitação, em duvidarmos de nós próprios e aceitarmos a avaliação como uma vigilância das nossas intenções em sermos leais com a comunidade a que pertencemos.
A dentologia, ou seja, o dever ser da profissão de professor não necessita dessa diversão de carácter.
Fazem do professor um escravo que só pega no remo, à vista do chicote dos mandadores.
Aonde se chegou na dissimulação do exercício do poder!
E não há ninguém que rejeite a avaliação. Todos gostam de ser escravos e ninguém grita pela liberdade e dignidade que um homem deve sempre merecer.
O que vale é que a mudança urge e não há machado que corte a raiz ao pensamento.
De qualque modo tudo ha-de mudar.
Aguardemos.
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Porto avaliado com sucesso na Champions !
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Os Executivos seguem o Governo, o coordenador segue o executivo, o professor segue o coordenador, o aluno segue o professor. O aluno inscreve-se no PS e um dia será Presidente do Executivo.
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“A avaliação dos presidentes dos executivos das escolas pelos directores regionais de educação é incompatível com o modelo de gestão das escolas proposto pelo próprio ministério, modelo esse que atribui o poder de escolha do presidente do executivo aos pais e às autarquias locais.”
O João Miranda precisa de um calendário?
Então estes actuais CE das Escolas foram escolhidos pelos pais? e pelas autarquias?
Valha-o deus, homem. Estes C. Executivos foram ou eleitos, ou designados pelo ME no caso das eleições terem ficado desertas.
Vc tem que guardar este post, aliás engraçado, para melhor ocasião. Entretanto, porque é que não escreve sobre um assunto que domine melhor?
MFerrer
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Ó picoiso, ainda falta muito para cantar de galo.
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Façam as novas oportunidades para todos, professores e alunos, os primeiros ficam com a classificação de bom, os do ps muito bom, os socretinos excelente e os alunos com diplomas à escolha.
Com diplomas a sério ou a brincar, para a maioria a sorte vai ser exactamente a mesma. Pode é haver o azar de algum chegar a primeiro ministro. Mas isso são riscos que temos que aceitar. Nós os tugas aceitamos tudo.
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Concordo João Miranda.
A avaliação dos Presidentes/Directores das escolas pelos Comissários políticos das Direcções-Regionais, mostra bem a mentalidade centralista deste governo.
Isto é absolutamente contra a autonomia das escolas.
Espero bem que o Rui Ramos tenha razão naquilo que escreveu no Público, a queda da ministra vai ler atrás este sistema.
Abaixo este sistema!
O MFerrer não sabe do que fala o decreto regulamentar abrange Presidentes de conselho executivo e Directores.
Não se sente só a defender as politicas educativas deste governo?
Já ninguém as apoia, nem o Albino Almeida, líder da Confap.
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vai levar atrás este sistema.
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João,
«A avaliação dos presidentes dos executivos das escolas pelos directores regionais de educação é incompatível com o modelo de gestão das escolas proposto pelo próprio ministério, modelo esse que atribui o poder de escolha do presidente do executivo aos pais e às autarquias locais.»
certo,
mas do que conheço, tal reforma só entra em vigor efectivo no próximo ano escolar. De momento foram já escolhidos/eleitos os conselhos provisórios (pelos pais e autarquias) e lá para Maio de 2009 é que escolherão o director.
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Infelizmente existe quem se contente com uma cenoura.
Estamos numa sociedade de “vendilhões”
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A União Nacional do PS não tem possibilidade de avançar nas escolas, mesmo que recorram à chantagem e à ameaça, como já o fazem, uma vez que falta uma polícia política para manter tudo sob controlo repressivo.
Os sindicatos ainda foram usados, numa primeira fase, nessa missão espinhosa de enquadrarem os docentes, quando ainda havia espaço para recompensas e benesses materiais.
Agora, numa altura de crise, em que não há dinheiro que chegue para os serviços sociais (o sistema financeiro está primeiro, as obras públicas a seguir), surgem cortes no orçamento de manutenção do sistema de “paz social” (sindicatos e carreiras dos funcionários do estado), que conduzirá inevitavelmente ao descontentamento e à guerra social.
Por isso, não admira que comecem a multiplicar-se as manobras desesperadas de intimidação e pressão sobre quem não está a “colaborar” com o governo, numa tentativa de adiar o caos e a violência social.
As armas da GNR e da PSP deverão ser entregues com urgência…
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Com está nova medida hoje já sabemos que os CE estão divididos e se calhar vão apoiar as ultimas medidas da Ministra.Se isto não e caciquismo é o que, uma nova orientação politica ,autoritarismo socialista.
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Próximo passo: presidente do conselho executivo da escola passa a cargo que exija confiança política, a assegurar por nomeação. Parece-me que até haverá quem ache «perfeitamente lícito e natural».
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A escola já não é considerada um espaço de aculturação e de desenvolvimento do saber cultural e científico dos cidadãos de um país, mas antes um instrumento de coesão ideológica e de desenvolvimento económico de um sistema capitalista global.
O mercado é assim o altar em que se sacrificam os docentes e os alunos, agora simples prestadores de serviços e clientes, sujeitos a um sistema global de accountability empresarial.
O PS remeteu-se à gestão do capitalismo com uma devoção estalinista e um credo socialista que nos fazem temer que o pior ainda está para vir: saneamentos políticos, repressão judicial e extra-judicial, intimidação e claustrofobia administrativa, desemprego e corrupção galopante.
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MJP Diz:
25 Novembro, 2008 às 8:56 pm
Em 13 anos de professor, já fiz dezenas de actas. Não me lembro de uma única ter servido para alguma coisa. Há colegas meus que ainda são piores que a ministra da educação: adoram juntar papel inútil, só para constar, e para, como dizem “nos defendermos”. “As inspecções andem ai” e desde que os vários quilos de papeis estejam arquivados, tudo vai bem…
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