Primeiro de Dezembro *
Há quem diga que o plano foi do cardeal Richelieu, o todo-poderoso ministro de Luís XIII. Primeiro deu-se a revolta na Catalunha, em Junho. Em Portugal, o candidato natural à Coroa, João, duque de Bragança, era um homem titubeante, uma espécie de Guterres ‘avant la lettre’. Um pedido do rei de Espanha para o acompanhar à Catalunha terá sido decisivo: entre dois medos, escolheu o mais próximo.
Faz hoje 368 anos, quarenta fidalgos conjurados tomaram o Paço da Ribeira e lançaram o ‘iberista’ Miguel de Vasconcelos pela janela fora. Depois vencemos uma dura guerra com a Espanha que demorou até 1668.
Valeu a pena? Embora a nossa alma tenha ficado cada vez mais pequena, não tenho dúvidas de que sim. Os catalães perderam o ensejo e ainda hoje o lastimam.

Meu caro amigo:
Discordo por completo e como seria de esperar da sua análise.
Em primeiro lugar, a «vexata quaestio» sobre as hesitações de Sua Majestade o Sr. D. João IV não passa hoje – depois dos estudos excelentes de autores, insuspeitos de qualquer simpatia monárquica como António Manuel Hespanha – de uma falácia da Historiografia Liberal. Historiografia que nao compreendeu nunca, nem procurou compreender, o Antigo Regime e proferiu, por isso, disparates sem fim sobre o que não entendia. Nunca se esqueça que em 1640, Castela era ainda uma das maiores potências mundiais – senão mesmo a maior potência militar – e a guerra durissíma de 28 anos que se seguiu é a melhor prova do que digo. O 8.º Duque de Bragança o que fez, foi 59 anos depois da ignomínia de Tomar, assumir nos seus ombros a pesada tarefa, que parecia impossível, de não apenas resistir ao domínio alheio -como o Povo Português resistiu sempre desde 1580! – mas ainda de devolver aos portugueses uma Liberdade a que até se já chamou de «Santa», num hino patriótico do século XIX e que espero seja nossa para sempre!
De seguida, refere que a nossa alma ficou mais pequena em 1640. Desculpe, mas não foi assim! A nossa alma podia ter-se perdido até e para sempre, nas plagas de Alcácer Quibir, na derrota de D. António Prior do Crato em Alcântara ou nos Oceanos sem fim dos Adamastores. Mas… Não se perdeu até hoje! Parece por vezes adormecida é certo, talvez seja difícil de encontrar muitas vezes- entre «défices», «crises económicas», «Big Brothers», «Blogosferas» e afins – mas existe! Onde? No coração livre e na alma corajosa dos Povos de Portugal que, como na luminosa manhã de 1 de Dezembro de 1640, ou no texto das apócrifas na forma, mas verdadeiras no conteúdo actas das Cortes de Lamego de 1143, podem gritar bem alto ao mundo inteiro(coisa que por exemplo os catalães que cita no seu texto, não podem senão imaginar):
«Nos Liberi Summus, Rex Noster Liber Est!»
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CAA,
Apesar de tudo, vale a pena lutar por Portugal. Sobretudo, lutar para que Portugal venha a ficar melhor.
“Miguel de Vasconcelos” há por aí, não por serem necessáriamente “Iberistas”, mas por quererem querer mais do que lhes pertence.
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Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Porque apesar de os dirigentes actuais tudo fazerem para que acreditemos na pequenêz da nossa alma, a alma Portuguesa é Gigante.
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A parolice com a marca CAA, pelos vistos, continua infrene.
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CAA,
Para melhor entender o que se passava nessa época por lá nada melhor que dar uma olhada também para ver e comprender o que se passava nessa época por cá:
http://es.wikipedia.org/wiki/Conspiraci%C3%B3n_independentista_en_Andaluc%C3%ADa_(1641)
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Vamos ver sim é possivel agora
http://es.wikipedia.org/wiki/Conspiraci%C3%B3n_independentista_en_Andaluc%C3%ADa_(1641)
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Bom, quando menos este sim:
http://www.andalucia.cc/adn/0197per.htm
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…era um homem titubeante, uma espécie de Guterres ‘avant la lettre’.
Com esta pequena citação sempre se dá uma bicadinha aos do outro lado da barricada: Poderia dizer uma espécia de Dias Loureiro que está na moda actualmente.
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Valeu.
Tinhamos um Império do caraças á data . Fazia toda a diferença .
Agora temos um rectangulo e umas ilhotas .Duvido se fosse hoje que alguém se desse ao trabalho .Faziamos um chavascal quando o Benfica, Porto ou Sporting jogasse com o Real Madrid … e pouco mais .Como os boixos nois.
Mas mesmo assim … gosto mais de Portugal e de ser português.
Não gosto é do Governo e do socretino de S.Bento, e como estão a destruir o meu País com burrocracias e-goverment, fichas de avaliação de desempenho maradas , concluios com alta(falida)-finança , e a resortização e eolização do território.
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“…Os catalães perderam o ensejo e ainda hoje o lastimam….” Meu caro,não diga isso,os tipos foram espertos,pois é, Madrid,centralismo ai ai agarrem-me senão eu mato-os mas continua tudo NA Espanha,sempre é mais em conta…como a Madeira com os cubanos do “contnenre”…
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Honni,
Também gosto mais de ser português. Mas não é por causa do Império.
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Caro António Lemos Soares,
Sempre que alguém ousa dizer que um rei de Portugal ou um pretendente ou outrém com supostas relações parentais é menos do que um génio, o meu amigo enfada-se.
Para si, João IV era um visonário, João VI um político ao nível de um Mazarino, Carlos I um santo e Afonso VI, sem dúvida, um génio do seu e do nosso tempo.
Que dizer perante tal formatação intelectual…
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Dr. Carlos Amorim:
Não estou nada enfadado e muito menos com as posições, sempre militantes, do meu bom amigo republicano: Dr. Carlos Amorim. Aliás, até lhe agradeço muito as suas opiniões pois, ademais do interesse que têm que é muito, me permitem a mim manifestar as minhas, menos interessantes do que as suas sem dúvida, mas igualmente sinceras e bem intencionadas.
Se há coisa que felizmente não tenho é uma qualquer «formatação intelectual». Graças a Deus (isto é uma pequena «provocação» amistosa). Digo o que penso com a maior liberdade pessoal e lealdade para com todos: quem quiser, tem o direito de pensar como eu; quem não quiser, tem o mesmo direito a não pensar. Se tivesse alguma «formatação intelectual», acredite que me não bateria desde os 13 anos por aquilo que considero melhor para a minha Pátria. Seria mais um, «sem opinião». Para mim, ser monárquico em Portugal significa, precisamente, não estar «formatado».
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O interessante do 1º de Dezembro é que a revolta não foi feita pelos habitantes desta terra. Foi sim pelos “brasileiros” que estavam com a economia estagnada pelos constantes ataques dos corsários. A Revolta permitiu colocar um “rei” novo e reclamar a velha aliança com os “corsários” e assim voltar a respirar economicamente.
O Povo daqui tanto de lhe deu. Os Filipes nunca os maltrataram. Como estavam ficaram. A “guerra” foi travada com mercenários pagos pelos irmãos da Terra de Vera Cruz.
Estes irmãos daqui ficaram a olhar! E até hoje olham…olham…olham… como sempre o fizeram desde sempre. Inclusivamente muito antes da chegada do D. Henrique com o seu projecto de fundação de um reino.
Em resumo: Pelos visto vamos continuar a olhar…olhar…olhar….
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Outra curiosidade:
Durante a manhã do dia 1º fiquei ouvindo uma rádio paga pelo “povo”. A “antena 3”. De 20 em 20 minutos anunciava que era o dia internacional do combate à SIDA. Sobre o 1º de Dezembro: NADA!
Dá para pensar um pouco…..
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Anónimo 14:
Discordo da sua opinião: não sei se já pensou no «Sebastianismo» como forma de resistência popular ao domínio alheio? Se o Povo viveu a esperança, anunciada nas trovas do Bandarra, do regresso do seu Rei, não o fez decerto porque, como diz: «Os Filipes nunca os maltrataram. Como estavam ficaram». Não ficaram: perderam a Liberdade! Portugal sempre tinha tido Rei português; Portugal era livre desde o primeiro dia da sua História em São Mamede ou antes até; O Reino escolheu, em 1385, ter Rei próprio, mesmo que com uma questionável legitimidade dinástica!
Como diz um velho ditado nacional: «Cada um em sua casa manda tanto que, até depois de morto, são precisos 4 para o tirarem de lá!»
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Tudo não passou de uma conjugaçao de interesses..em 1580 convinha-nos pois estavamos na penúria..em 1640 estva a Espanha enm decdência e com problemas..logo convinham-nos a independência…apenas isso…se não fosse isso – a crise espenhola- ainda hoje estavamos integrdaos em espanha…uma pena apesar de tudo…antes Cortez que a dessgraça da Amália…
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BULIMUNDA:
Vá para Espanha e já! O que faz ainda aqui? Rua! Quer voar como o seu amigo Miguel de Vasconcelos?
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Anónimo 15,
Vi e ouvi o mesmo noutras rádios. E também fiquei chocado. Um sem número de evocações do Dia da Sida e um silêncio atroador acerca do Dia da Restauração.
Depois queixam-se que os portugueses já não sabem quem são.
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“Um sem número de evocações do Dia da Sida e um silêncio atroador acerca do Dia da Restauração.”
É ponto de ordem desde Maastricht.
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Caro António Lemos
O problema dos portugueses não é de liberdade. É de igualdade! Os portugas estão-se borrifando para liberdade. Pode-se ver com o que se passa actualmente. O nosso maior problema é em ser iguais aos outros. De preferência a suecos ou coisa que o valha. (o PM e outros PM que o digam. E o povo apoia, vota, elege; engana-me que eu gosto!)
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