Ir a Viana *
O referendo local foi criado em 1911. O Estado Novo, no seu estilo peculiar, garantia-o, à partida, mas logo o castrava na prática e o referendo local nunca teve qualquer hipótese.
A Constituição actual só o consagrou na revisão de 1982. Depois, surgiram duas leis ordinárias, em 1990, e a actual, em 2000. Mas só se realizaram dois: em Tavira e na freguesia de Serreleis, Viana do Castelo, ambos em 1999.
Qual a razão deste desinteresse? O Tribunal Constitucional já reprovou mais de 23 pedidos de referendo usando um formalismo quase farisaico. No entanto, realce-se, que os portugueses gostam mais de protestar inconsequentemente do que de participar nos locais devidos.
Agora, Viana do Castelo quis dar um exemplo enérgico de democracia local ao País. Ainda bem.

“…os portugueses gostam mais de protestar inconsequentemente do que de participar nos locais devidos.”
Nas caixas de comentários dos blogues é porreiro.
GostarGostar
Augusto Santos Silva mostrou um texto de um concurso do IEFP de 2003 baseado em documentos do então ministro da Segurança Social, Bagão Félix, e do secretário de Estado do Trabalho, Pais Antunes.
Já conto duas teorias da conspiração que serão necessárias tecer, para o dia de hoje: esta e a do apito verde acerca do golo fora de jogo.
Muito trabalhinho.
GostarGostar
“Augusto Santos Silva mostrou um texto de um concurso do IEFP de 2003 baseado em documentos do então ministro da Segurança Social, Bagão Félix, e do secretário de Estado do Trabalho, Pais Antunes.”
O problema, aqui, é só um: os textos desses dois, devem ter algo original. O do Sócrates, duvido.
GostarGostar
Ontem, no Parlamento, sobre Saúde, Paulo Portas chamou o assunto a discurso. Sócrates disse-lhe que aquilo era politiquice.
Não é bem. É um exercício ridículo, porque agora vai ter de engolir o que disse. Ainda assim, mostra bem o nível de debates no Parlamento. Aproveitam-se temas de blog, para discutir exactamente nos mesmos termos. Portas até falou em “querido líder” e assim. C
Como se o problema do texto fosse esse.
GostarGostar
Sim, isso será realmente importante (a questão da originalidade) quando aqui no blog publicarem o post “Afinal já se rastejava na lama antes” defendendo a tal “higiénica separação”.
GostarGostar
hoje é mais um daqueles dias em que nao vao haver posts sobre futebol.
deve ser do nevoeiro.
GostarGostar
As minhas desculpas pela intrusão:
Bom dia e obrigado.
Ideafix.
GostarGostar
Não assinar de cruz essa “coisa” da CIM, é uma boa ideia, somente com o propósito de receber ou não receber massa do Qren, mostra a necessidade urgentíssima da regionalização, como não há corre-se a criar entidades “regionais” à pressa sem consultar o povo. Viana é um bom exemplo.
GostarGostar
“(…) os portugueses gostam mais de protestar inconsequentemente”. Tipo… nos blogues e jornais, não é? 🙂
lol
GostarGostar
(Juro que só agora vi o comentário #1, do Piscoiso!)
GostarGostar
Mas afinal o que se passa em Viana?
GostarGostar
Caro Pedro Machado, o seu comentário é mais incisivo do que o meu, que apenas referia os “anónimos” que vêm ao despejo na caixa de comentários.
O seu apanha o bloguista que faz posts com o que escreve nos jornais… “inconsequentemente” sem “participar nos locais devidos“.
GostarGostar
Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de
misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas somos
capazes de sacudir as moscas …’ Guerra Junqueiro escrito em 1886
GostarGostar
“Mas afinal o que se passa em Viana?”
Boa pergunta.
GostarGostar
O Paulo Morais passa muito tempo em Viana. Deve saber melhor…
GostarGostar
Viana é diferente da Póvoa-Vila do Conde, Barcelos, Famalicão, Santo Tirso, Braga ( esta, há 40 anos, era uma cidade semelhante, apenas sem rio e mar).
Então, a pergunta é mesmo essa: “Mas afinal o que se passa em Viana”?
O presidente da Câmara, já vai no segundo mandato. Está na altura certa para sair. E o referendo vai dar uma ajuda.
O PSD local, é um fenómeno. Assim uma espécie de Marcos Antonios dos pequeninos.
GostarGostar
O cabeça de cartaz pelo CIM, é o António Gonçalves que foi jornalista-correspondente do Público e é professor de Matemática. Um indivíduo impecável que devia estar noutros lugares.
Pelo CIM, ainda estão algumas figuras do PCP local ( Alberto Midões, outro indivíduo impecável,mesmo sendo comunista, mas dos unorthodox)), os(as) deputados(as) do PS regional, e os elementos do PSD em peso, os tais marcoantonios dos pequeninos.
Quem vai ganhar o referendo?
Prognósticos só mesmo no fim. O PSD local já anda a cantar vitória, como é costume.
GostarGostar
“Mas afinal o que se passa em Viana?”
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1356042&idCanal=59
Parece que há muitos vianenses que também não sabem.
GostarGostar
Os referendos locais são um óptimo instrumento municipalista. Se, por infelicidade, houver alguma vez regionalização em Portugal, ao menos que esta seja levada a cabo pelos municípios e não pelos teóricos habituais do Porto.
GostarGostar
O artigo do Público resume um pouco o sentimento que se vive, nestes dias, por Viana. Apesar de, no passado fim-de-semana, terem-se realizado sessões de esclarecimento em freguesias do concelho e da distribuição de panfletos, a verdadeira discussão nunca se fez. As pessoas foram tendo conhecimento que algo se passava através dos media locais e pouco mais. Nota-se que os movimentos pelo SIM e pelo NÃO estão a ter dificuldades em passar a mensagem.
Os argumentos do NÃO são legítimos. Defendem a proporcionalidade eleitoral nos momentos de decisão e ter, assim, mais poder. No entanto, esta ideia vai contra os princípios europeus. Portugal defendeu que cada país tem direito a um voto. Assim, grandes e pequenos tem de ser solidários para que as decisões se tomem. Julgo ser este o ponto fundamental. Solidariedade! Se é verdade que aderindo à CIM Viana pode perder verbas atribuídas pelo QREN, também é verdade que os outros concelhos tem de perceber que as necessidades de Viana são superiores às da maioria da CIM. Um exemplo prático. A minha freguesia aguarda à vários a construção de um pavilhão gimnodesportivo. Se não houver solidariedade, provavelmente, teremos de aguardar mais 10 anos pelo aprovação das verbas (única coisa que falta para a obra arrancar).
O SIM não tem apresentado argumentos. Limita-se a atacar o presidente local. Esperam ganhar o referendo para que este cumpra a sua palavra e se demita. No entanto, a saída de Defensor Moura (que cumpra o terceiro mandato e não o segundo como foi acima dito) poderá ser benéfica para a cidade e para o PS local. José Maria Costa subiria, provavelmente, na hierarquia socialista e seria o candidato local à câmara vianense. Com ele o PSD passará mais uns anos no deserto.
Sim ou não, ainda não sei. Mas, só a 25 é o referendo. Até lá espero que o debate de intensifique.
GostarGostar
Viana do Castelo beneficiou do Polis. Os benefícios, são discutíveis, naturalmente, vendo bem em que consistiram.
Estragou-se dinheiro. Construiu-se onde não era preciso e planeou-se o que não era desejável, esquecendo áreas e urbanismos de qualidade mais sustentável e antiga. A tradição em Viana, já não é o que era.
Um prédio emblemático, continua de pé, depois de se ter prognosticado a certeza da sua implosão.
Uma marginal, foi planeada, do modo que se pode ver: novo riquismo arquitectónico, com intervenção dos maiores nomes: Távoras e assim. Parece que foi de propósito e que não gostavam da cidade. Por isso, castigaram o autóctene que olha, feito basbaque para aquela arquitectura de linhas cúbicas e sem alma.
A simbologia, é toda para o mesmo lado: uma certa esquerda maçónica, que integra sempre a Cooperativa.
A última, é uma estátua, na Praça da República que não precisava de nada mais, para celebrizar o…o…Caramuru. O Caramuru?
Sim, um explorador local que se aventurou pelos brasis, casou com uma preta e deixou descendência mulata.
O Caramuru, é a mais perfeita metáfora dos vianenses actuais: uma população sem identidade bem definida.
PS de facto, são já três, os mandatos do actual persidente. Já chega, de facto.
GostarGostar
José, “Construiu-se onde não era preciso”
O que foi construído e não deveria ter sido?
A marginal de Viana é, por quem dela faz uso e proveito, das mais agradáveis a nível nacional. Pode-se ir de uma ponta à outra da cidade admirando a cidade e o quanto ela mudou para melhor.
Graças ao polis Viana ganhou identidade, não perdeu.
O Caramuru é a perfeita metáfora não dos vianenses mas de todos nós, humanos. É também isso que nos torna únicos, a capacidade de adaptação e evolução.
GostarGostar
José Domingos:
Gostos podem discutir-se, mas é melhor não, aqui. Não vou aqui discutir o gosto estético do Fernando Tàvora e do José Rodrigues com as correntes da Liberdade. Assumo apenas que é de pendor maçónico e pronto, está tudo dito.
A marginal de Viana é das mais bonitas de qualquer lado. Nem sequer as obras que lhe fizeram a conseguiram estragar.
A Praça da República, também. Igualmente, a estátua ao casal, emblemático e já alvo da má-língua viperina ( e deliciosa, diga-se), não consegue estragar o outro lado.
Era apenas desnecessário, como emblema.
Espero que o José Maria ganhe.
GostarGostar
Mas sobre o que se construiu e não era preciso, não resisto a indicar:
O que se fez, no lugar dos pavilhões do Cerqueira, da pesca ao bacalhau, etc. é um atentado arquitectónico, a meu ver.
O que se construiu nos lados do ténis, poderia ter sido melhor.
O que se construiu no Campo da Agonia, podia ter sido melhor.
E por aí fora.
Resta um sítio que me parece francamente melhorado: o do antigo campo de touros. Mas o melhor será esperar para ver como fica. Temo o pior.
Mas isto são gostos.
GostarGostar
E para o José Maria ganhar, é preciso perder o referendo, logicamente.
GostarGostar
Pode-se sempre fazer melhor, obviamente. Mas comparando o passado e presente, o que foi feito deu um melhor aspecto à cidade. Quanto às estátuas e edifícios… São gostos.
Não sei quem irá ganhar o referendo mas julgo que, e já não era sem tempo, Moura não será o candidato pelo PS.
GostarGostar
Não me importa que, em Viana, ganhe o ‘Sim’ ou o ‘Não’ – o que interessa é que a democracia local, a liberdade local, “a escola primária da Liberdade’, como dizia o maior liberal de sempre (o da foto), seja robustecida.
GostarGostar
O principal problema com que VIANA DO CASTELO, se debate neste momento não é a falta de dinheiro.
O maior problema e a construção da estátua do Caramuru Suruccu, homenagem justamente merecida alias, mas que colocou um problema:
Agora não há espaço na praça da republica para as danças dos cabeçudos, fica apenas espaço para os gigantones, que como se sabe detêm primazia sobre os cabeçudos.
GostarGostar
José Domingos Ribeiro:
O bom é inimigo do óptimo. Neste caso, gastaram-se fortunas para fazer o bom, quando seria talvez necessário menos dinheiro para fazer o óptimo.
É só isso.
GostarGostar