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A coisa está mesmo preta!

20 Janeiro, 2009
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Não sei se foi pelo discurso de tomada de posse de Obama – os habituais lugares comuns em liturgias do género – mas Wall Street fechou a cair 4%, o que constitui, para já, o pior dia do ano. A Banca volta a estar em foco e foi a grande responsável pela queda dos índices. Pesos-pesados como o JP Morgan, Wells Fargo, Bank of America e Citigroup foram objecto de um maciço sell-off e cairam mais de 20%, apresentando aqueles 2 últimos cotações quase ao nível da pré-falência.

Curiosamente, foram aquelas Instituições que tiveram papel activo, com o beneplácito do governo e dos reguladores, nas consolidações verificadas pós-crise, tendo absorvido, respectivamente, a Bear Sterns, o Wachovia Bank, a Merrill Lynch e o Washington Mutual.

Tapam-se buracos num sítio e logo se abrem crateras noutro. Ou será o “diabólico” mercado, que não aceita “milagres” baseados na aldrabice da dívida, do défice e dos subsídios e trata de pôr a verdade a nu?

19 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Ulisses permalink
    20 Janeiro, 2009 22:24

    Os 15B de capitalização bolsista do Citi são níveis de pré falencia? Puta que pariu você é exigente LR.

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  2. Desconhecida's avatar
    20 Janeiro, 2009 22:26

    LR, devia saber que a compra do Wachovia pelo Citi não se chegou a concretizar…

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  3. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    20 Janeiro, 2009 22:33

    CN,
    o LR diz «respectivamente», batendo certo: o Wells Fargo comprou a 31/12/08 o Wachovia

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  4. Desconhecida's avatar
    zé da burra permalink
    20 Janeiro, 2009 22:34

    Como dizem alguns muito atentos, “a questão não é saber porque tantos roubam mas porque nem todos roubam”. A mentira é compulsiva, mas o facto é que há cada vez menos para roubar, o 13º mês e boa parte das reformas podem estar a escoar-se. A certa altura os trutas ensairão a fuga. Veremos se conseguem.
    Estão também criadas as condições para uma transformação radical da situação financeira, isto é, reflectindo os depositantes podem desencadear essa transformação rápida. Terá os seus riscos mas a certa altura deixa de haver alternativa. Imaginam como? Se não souberem eu peço à minha burra que poderá dar uma ajuda.

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  5. Desconhecida's avatar
    20 Janeiro, 2009 23:33

    “Os 15B de capitalização bolsista do Citi são níveis de pré falencia?”

    Sabe por acaso quanto valia o Citi há 12 meses?

    Sabe que o BCP valia há 2 anos, quase 10 biliões de euros?

    A ignorância persiste….

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  6. Desconhecida's avatar
    20 Janeiro, 2009 23:35

    Acrescentando:

    1. O Lloyds caiu hoje 28% (?).
    2. O Royal Bank of Scotland é um banco do Estado.
    3. Ontem, um market maker dizia claramente que os EUA erraram claramente ao não deixar falir a AIG e a Merril Lynch.

    Apertem os cintos, que as falências vão suceder-se. E pior, não exultem com o mal da banca, pois estes Senhores estão para a economia, como o sangue está para o homem!

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  7. RK's avatar
    20 Janeiro, 2009 23:39

    O que se esperava? Milagres?!
    Obama tomou posse, não separou as águas…

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  8. Desconhecida's avatar
    agonia permalink
    21 Janeiro, 2009 00:01

    J, e quando muitos homens se esvaiem em sangue, para que servem os bancos?

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  9. Desconhecida's avatar
    Falabarato & Cia. permalink
    21 Janeiro, 2009 00:13

    É nesta confusão entre lógica de mercados financeiros e lógica de mercados de consumidores que se baseou o colapso da coisa. Os auto-proclamados “liberais” continuam a contribuir para este equívoco. As manobras dos financeiros não têm absolutamente nada a ver com o que se pode chamar um “mercado”. É uma área em que há muito deixou de haver concorrência. O oligopólio é fechadíssimo. Há apenas meia dúzia de manobras recorrentes para drenar fundos aos papalvos e à economia real. Como os dois sistemas estão interligados de forma irresponsável (e é nessa interligação que se deveria ter exercido a supervisão de forma capaz se o sistema alguma vez o permitisse!) agora a coisa pode descontrolar-se um bom bocado.

    A solução americana: continuar a imprimir notas e perpetuar a guerra. Já a reconversão de uma indústria maioritariamente vocacionada para o domínio militar e a reeducação dos consumidores seria muito mais demorada! A economia real está pois refém dos financeiros que suportaram o seu império na hegemonia militar para controlar os recursos pois sabem, JUSTAMENTE, que a sua competitividade está nas ruas da amargura. Dá pois vontade de rir ouvir falar de mercados e de exemplos americanos!

    Desde há muito que os EUA e a Europa vendem marketing e alimentam preguiçosos. Nem sequer o armamento se está a tornar mais competitivo e a tecnologia tem provado mal no terreno. Só não prova mais porque a estratégia é enviar o inimigo para a idade média. Se estivesse de facto em causa uma guerra “inteligente” estas armas teriam provado ser “muito estúpidas”. É uma guerra de destruição de infraestruturas, de desperdício, de atentado ecológico, baseada na ideia de que também por aí os recursos naturais podem continuar a ser esbanjados.

    Começa a perceber-se agora que os exércitos profissionais franchisados pelos EUA, e espalhados pelo mundo, têm estado a ensaiar tácticas de policiamento à bruta. Cada vez mais temos de um lado exércitos regulares e do outro guerrilheiros que, segundo a doutrina oficial, se escudam nas populações civis. A ideia é simples: preparar as pessoas para a fase em que se vai passar a usar o exército para controlar as populações.

    A política continuará a ser a mesma: “somos um império por isso vocês compram o nosso lixo e mandam para cá a riqueza que subtraem aos vossos povos”. Nunca houve portanto um fim da guerra fria (muito menos esteve à vista o fim da história): houve apenas o fim do colonialismo soviético por falência deste parceiro. Doravante só os EUA têm direito a exercer o poder colonial.

    Mas eis então que surge a China, cujo rationale é a chamada “lógica do número”…

    A estratégia do choque e pavor não se limita ao Iraque tendo antes sido implementada à escala global para controlar as massas. Isto, e a paleta de evangelista, é tudo o que o povo americano pede. Obama é muito fraco. A sua entronização parece um remake do funeral da Princesa Diana às avessas: onde uns encenam uma despedida para unir as massas outros teatralizam o advento. Pois é. mas a equipa que mexe os cordelinhos a nível global é muito forte.

    Veremos agora como se comporta no tabuleiro a onda amarela que, ao contrário do que pensa a entalada Europa, não vem de leste: aborda os EUA vinda de oeste, o que convenhamos poupa tempo na viagem. De um oeste que, ainda por cima, tem tradição de se tornar selvagem. Basta para isso que a China passe a usar a receita americana para resolver os seus próprios problemas internos.

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  10. LR's avatar
    21 Janeiro, 2009 00:16

    Ulisses,

    “Os 15B de capitalização bolsista do Citi são níveis de pré falencia?”

    Veja a evolução do Citi num período longo – o link que fiz dá para um gráfico interactivo. De qualquer forma, acrescentei um “quase” ao texto. Eu estava a basear-me numa regra de avaliação rápida de empresas com base em escalões de preço, muito usada em Wall Street. Diz essa “regra” que empresa com cotação acima dos 100 dólares, está em forte crescimento e expansão; entre os 10 e 100 dólares, situa-se todo o universo que vai das empresas medianas a muito boas; cotação abaixo dos 10 dólares, significa graves problemas económicos; abaixo de 1 dólar, está à beira da banca rota.
    Não obstante o seu simplismo, esta regra tem uma grande aderência à realidade.

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  11. Pedro Freire's avatar
    Pedro Freire permalink
    21 Janeiro, 2009 00:44

    Ouvi que o discurso de posse do Obama tinha tido o efeito de fazer subir o dólar, mas não tinha visto ainda ninguém relacionar com a queda da bolsa de NY. Em que ficamos? O discurso agradou ou não aos financeiros?

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  12. Desconhecida's avatar
    21 Janeiro, 2009 01:05

    Tenho a certeza que foi um mau dia para os financeiros… Não necessariamente graças ao “preto”….

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  13. celestine's avatar
    celestine permalink
    21 Janeiro, 2009 01:07

    Que vejo eu? E eles copiam-se, quais papagaios, repetidos, por não desdizer um despeitado de Martin, já ontem, na Sic Notícias!

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  14. Desconhecida's avatar
    21 Janeiro, 2009 01:08

    Relativamente á subida do dólar, o que ele fez foi reafirmar a força dos estados unidos lálálá e venceremos e sim é possivel lálálá…

    Eu achei fraquinho, mas não sei como costuma ser…

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  15. Desconhecida's avatar
    Anonimo permalink
    21 Janeiro, 2009 04:33

    .
    http://www.telegraph.co.uk/finance/globalbusiness/4285331/
    Help-Ireland-or-it-will-exit-euro-economist-warns.html
    .

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  16. Desconhecida's avatar
    rxc permalink
    21 Janeiro, 2009 11:14

    Piores presidential inaugurations em Wall Street, anteriores a Obama:
    Herbert C. Hoover 4/4/29
    Franklin D. Roosevelt 4/5/33
    Franklin D. Roosevelt 1/7/37
    Franklin D. Roosevelt 1/20/41

    Esperemos que seja apenas coincidência e o resto da História não se repita.

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  17. Desconhecida's avatar
    Anonimo permalink
    21 Janeiro, 2009 11:28

    .
    Consta, mas ainda não acredito, que vão nacionalizar o Morgan dos dois lados do Atlantico.
    .

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  18. Desconhecida's avatar
    21 Janeiro, 2009 14:47

    o que ninguém quer falar é que os mercados são pessoas que compram e vendem e são pessoas que não querem aceitar a vontade democrárica de um povo que elegeu um presidente e o seu programa e não o dessas pessoas dos mercados

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  19. Desconhecida's avatar
    21 Janeiro, 2009 23:39

    Ó 18 será que não pretendeu antes dizer:

    “o que ninguém quer falar é que os mercados são pessoas que compram e vendem outras pessoas que não querem aceitar a sua vontade e até um presidente e o seu programa.”

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