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“Justiça” arquivada

16 Abril, 2009

Se souber de um crime não diga nada. Cale-se. Sobretudo se estiverem envolvidas entidades públicas ou figuras políticas. Fique em silêncio.
Se falar, a (in)justiça que temos não lhe ligará nenhuma – apenas sobrestará no caso o tempo necessário para o inevitável arquivamento. Não vale a pena recorrer à (in)justiça que temos. Esteja quietinho. Se tiver documentos incriminatórios, se as provas ou indícios suspeitos lhe chegarem às mãos, não entregue nada às autoridades (in)competentes: enterre-os e esqueça-os. Finja que não sabe aquilo que sabe muito bem. Simule que vive num Estado de Direito. Aparente confiar nas instituições, especialmente na “Justiça” – afirme-o bem alto para que todos ouçam.
Verá que os seus índices de sociabilidade melhorarão, mormente entre os dirigentes políticos. Que passará rapidamente a ser alguém ‘credível’. Com jeitinho, ainda acabará num lugar de topo do sistema.
Se não seguir estes conselhos e quiser fazer o que julga estar correcto, pense bem neste caso que envolveu Paulo Morais.

23 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    16 Abril, 2009 10:41

    Convem tb ser membro de uma Loja , do PS , ou de curso macaense .

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  2. Gonçalo Marques's avatar
    16 Abril, 2009 10:59

    Caro CAA

    Parabéns! Um comentário incisivo, pertinente e fabuloso!

    Parece que estamos a voltar ao tempo em que, mais que o mérito (único) da verdade, o patrocínio clientelar é mais eficaz.

    Repare que a questão não é apurar a verdade … é como não a revelar ou, escandalosamente, fugir a ela …

    Quantas pessoas cometem hoje perjúrio dentro e fora do tribunal!? Mas alguém se importa com alguma coisa chamada honra e palavra dada!? Não …

    Quando se tem um dos mais altos “magistrados” (o termo banalizou-se de tal modo) da nação a mentor diariamente, repetidamente, como se fosse uma foram de estar sempre à tona da água, QUALQUER investigador, advogado, procurador, magistrado, arguido, assistente ou cidadão comum se acha no direito de poder fazer o mesmo!

    Os fundamentos em que assenta o Portugal Contemporâneo (em substituição dos 3 FF do Estado Novo) são: (In)Justiça; (In)Verdade e (In)Competência

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  3. Saloio's avatar
    Saloio permalink
    16 Abril, 2009 11:10

    Muito bem.

    CAA no seu melhor – como é (quase) sempre habitual.

    Curiosamente (ou talves não…), republica um artigo que evidencia a correcção e justeza do carácter, do meu eleito Rui Rio (o futuro salvador da pátria).

    (Já agora: sou sportinguista, mas ontém fartei-me de torçer pelo seu Porto…fiquei com a fralda da camisa toda engelhada. Tive pena…)

    Digo eu…

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  4. José Matos's avatar
    José Matos permalink
    16 Abril, 2009 11:14

    Alguém me sabe dizer se o MP, ao arquivar o processo, publica algum relatório da investigação. Com é que o público pode saber quem foi ouvido e que declarações prestou? Não creio que o Paulo Morais seja o único com acesso aos documentos alegadamente incriminatórios e gostava de saber que outros detentores de cargos públicos, que juram solenemente por sua honra cumprir com lealdade as funções que lhe são confiadas, foram ouvidos e o que disseram à investigação.

    E alguém me sabe dizer como é que um cidadão comum, sem acesso aos documentos, pode pedir recurso da decisão de arquivamento. Apenas porque se sente com direito a mais explicações.

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  5. Desconhecida's avatar
    José permalink
    16 Abril, 2009 11:42

    CAA:

    Constitua-se assistente no processo e reclame a abertura de instrução. Indique prova suplementar que não tenha sido feita e depois escreva.

    Antes disso, seria melhor consultar o processo e ver tudo, porque as notícias de jornal, hoje em dia, não merecem qualquer credibilidade.

    Quanto ao Paulo Morais, um pouco menos de protagonismo e voluntarismo não lhe ficava nada mal.

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  6. Desconhecida's avatar
    fernando permalink
    16 Abril, 2009 11:52

    #6

    falou muito bem, sim senhor.

    Há pessoas que têm poder, know-how ou credibilidade para “mexer” em certas coisa, e numa forma incisiva (reabertura de processos, porque não…) e não o fazem. Não basta meter a boca no trombone, é preciso agir. Eu não, que não sei fazer isso, mas sei lá, um prof universitário ou um advogado, penso que podem…

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  7. Carlos's avatar
    Carlos permalink
    16 Abril, 2009 12:00

    É no que dá quando o Estado se mete em negócios. Quem se lixa é o contribuinte. Se fosse um privado não levava este “errabanço” (desculpem o termo) e talvez os preços do metro fossem mais baratos até.

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  8. Luís Bonifácio's avatar
    16 Abril, 2009 12:01

    Sábio conselho para os tempos em que vivemos.

    O que aumenta o nojo o caso citado é envolver a nobre instituição Portuense que foi o Salgueiros. Ele de certeza que nem sequer cheirou os milhões.

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  9. fado alexandrino's avatar
    16 Abril, 2009 12:26

    Ele de certeza que nem sequer cheirou os milhões.

    Pois não.
    Mas alguém do Salgueiros meteu no bolso os milhões.
    Deve ser facílimo encontrar quem.

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  10. helderega's avatar
    helderega permalink
    16 Abril, 2009 12:29

    Engraçado! Quase até ao fim do post pensei que estivesse a falar do Apito Dourado e do Pinto da Costa! Enganei-me, paciência!

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  11. Desconhecida's avatar
    José permalink
    16 Abril, 2009 12:31

    “Engraçado! Quase até ao fim do post pensei que estivesse a falar do Apito Dourado e do Pinto da Costa! Enganei-me, paciência!”

    Muito, mas mesmo muito bem observado.

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  12. Piscoiso's avatar
    16 Abril, 2009 13:11

    Espera-se um post de Paulo Morais, que tenha envolvido CAA.

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  13. Desconhecida's avatar
    16 Abril, 2009 13:21

    O futebol de alta propaganda, as temporizações dos espaços e as aberturas de linhas, a promoção do Hulk e o endeusamento de Lizandro e Lucho que jamais falham um lance, o Fernando e a ascensão do menino Cissoko para venda a curto prazo, são para mim tudo aquilo que faz a diferença e preenche a minha vida. Chamo-me Luís Freitas Lobo e sou comentador dos jogos de futebol do Porto na RTP. Se eu podia viver sem o Porto na Champions? Poder, podia mas não era a mesma coisa… Nãoooooooooo!!!!

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  14. Pegas António's avatar
    Pegas António permalink
    16 Abril, 2009 13:22

    Imagine que è candidato/a a lugar posto a concurso que è ganho por alguém que é membro do jurí para recrutamento, no âmbito do mesmo concurso, de pessoal com outras licenciaturas, sendo que, em qualquer dos casos, os restantes membros dos jurí/s são os mesmos. Suponha que a Provedoria de Justiça se pronuncia qualificando a actuação em causa por parte da entidade pública como “altamente censurável”, entre outras qualificações, e que a PJ, chamada a intervir, entende haver matéria de acusação em procedimento criminal. No seu entender qual o destino do dadio ao processo pelo MP? SE o seu palpite for o de “arquivamento” acertou.
    Nota: o PM de então exerce actualmente funções em organismo internacional em NY

    Suponha que é candidato, sem qualquer tipo de “apadrinhamento” a carreira do MNE e que é classificado provisoriamente a meio da tabela das vagas a concurso, aparecendo após o período de reclamações/recurso ordenado fora das vagas…..

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  15. salvaterra's avatar
    salvaterra permalink
    16 Abril, 2009 15:40

    Tem razão. Não há direito. Até a Roménia já nos ultrapassa no combate à corrupção.

    http://www.record.pt/noticia.aspx?id=f43dcb6a-66cd-4978-a9bb-3aca7e74cb74&idCanal=00000044-0000-0000-0000-000000000044

    E na Madeira, vá lá, deram um arzinho de sua graça. O filho vai ao “terapeuta familiar” pedir “ajuda” para o pai. O pai mesmo não padecendo, pede ajuda para Ma chico. O filho safa-se, o pai é condenado. Isto não há reciprocidade.
    Pai, escutas?
    Sim filho, pelas escutas.
    Não pai, escuta. Há escutas com visitas e escutas sem visitas. Escutas com visitas não provam nada, entendes?
    Não, filho. Mas o professor CAA já explica a diferença.

    http://www.record.pt/noticia.aspx?id=74eb83c0-e8ce-4d90-b96a-f15ba6420d12&idCanal=00002497-0000-0000-0000-000000002497

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  16. Desconhecida's avatar
    João carlos permalink
    16 Abril, 2009 15:56

    Granda lata….vir para aqui armado em justiceiro o defensor do Bimbo Ilude a Justiça da Costa….que apanhado a pagar viagens a árbitros pela tesouraria do FCP, em conversas telefonicas a corromper arbitros, a dar envelopes em sua casa a árbitros, mereceu uma tamanha defesa deste blogueiro !!!!!

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  17. AGG's avatar
    AGG permalink
    16 Abril, 2009 16:12

    Concordo, aliás difícil é não concordar. Ao contrário dos outros consigo perdoar-lhe o facto de na questão apito dourado não ter tido a mesma clarividência. Eu também fico irracional pelo meu clube.

    Saudações

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  18. lica's avatar
    lica permalink
    16 Abril, 2009 18:05

    Em PORTUGAL quem quiser levar uma vidinha honesta tem que roubar muito

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  19. Alfredo B.'s avatar
    Alfredo B. permalink
    16 Abril, 2009 18:48

    É uma vergonha.
    Vivemos numa Anarquia.

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  20. Caesar's avatar
    Caesar permalink
    16 Abril, 2009 18:52

    Como falamos de apoios imobiliários, talvez seja interessante visitar também este link, um pouco mais antigo.

    http://www.maisfutebol.iol.pt/noticia.php?div_id=1304&id=634220

    Então a última frase do 1º paragrafo, é hilariante!!!

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  21. per caso's avatar
    per caso permalink
    16 Abril, 2009 19:55

    Justiça é como tudo. Tem de buscá-lo a algum lado. E se o prémio dos que dominam não basta, oh, lá se avenham os que sofrem, se não ficam caladinhos, não é?!

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  22. Desconhecida's avatar
    paulo permalink
    19 Abril, 2009 16:20

    quem faz as regras é o ps e o psd.

    o resto é conversa.

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  23. manelmanela's avatar
    manelmanela permalink
    18 Agosto, 2009 23:21

    O Paulo Morais é que devia ser o Presidente da Liga e da FPF e acabava a pouca vergonha no Futebol, na arbitragem, na falta de limpeza dos balneários, na qualidae da relva, e na falta de éticas das prostitutas que servem os diversos intervenientes daquela actividade.
    O Morais, sendo o português mais honesto e corajoso (desinteressado em qualquer promoção pessoal), deveria ser o chefe de nós todos na área da bola, e acabava-se logo a pouca vergonha entre o futebol e a politica.
    Vamos ajudar o Morais, dar-lhe muito gás, até que se eleve num enorme balão acima de todos, e exploda num lindissimo fogo de artificio que a todos iluminará como o Espirito Santo (não o do Banco porque esse já o Morais decretou ser corrupto, por ter ganho um concursos público internacional, na Camara que o despediu por triste e má figura…)

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