Falar Verdade
28 Abril, 2009
Toda a gente sabe que, antes das eleições, Manuela Ferreira Leite só tem que defender que “deve-se falar verdade aos portugueses” e negar convincentemente qualquer coligação. Depois das eleições fará o que for necessário.
26 comentários
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O problema é que ela de facto não está obrigada a antecipar cenários, mas o que não se compreende é que no segundo seguinte afirme peremptóriamente o contrário.
Faz lembrar aquelas raparigas que nunca sabemos se quando um Não afinal é um Sim e vice-versa, por isso deve ser próprio da tenra idade.
http://planetaspolitik.blogspot.com/2009/04/ha-um-virus-solta-em-belem.html
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Isso é o pragmatismo reinante. O problema é que podemos estar a entrar numa fase em que certos mecanismos deixaram de funcionar. Ou seja “o que for preciso” pode também só durar meia dúzia de meses. Mas isso são questões de somenos importância. O que é preciso debater é a virose recorrente e a possibilidade de a coisa ser:
1) natural ou derivada de uma industrialização desregulada na área da produção alimentar (neste caso o mercado manda)
2) de fabrico humano (neste caso o mercado farmacêutico manda)
3) mais uma campanha de choque e terror.
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Como já sabíamos, o PSD não é contra investimentos, mas é contra investimentos “megalomanos” que “sequestram o futuro”; isto é, é contra os investimentos que no passado recente aprovou, mas já é favor dos investimentos em escolas, processo da exclusividade deste governo. MFL justifica estas opções com a conjuntura, segundo ela muito diferente da que tínhamos há seis anos. Mas então há seis anos o país não estava de tanga? E com um défice estratosferico? Então nessa altura a conjuntura era boa para aeroportos e tgv’s, agora que as contas publicas estão controlados, permitindo até alguma folga para fazer face à crise, a conjuntura não permite. E a senhora justifica com o endividamento, assim para parecer séria e sabedora, imagem de si própria que muito lhe agrada.
Acontece é que se a justificação é o endividamento, que de facto aumentou (e de qualquer forma se paga sempre com o orçamento do estado, do qual decorre um défice) das duas uma, ou se investe porque há margem ou não, porque não há. Ora ela diz que há, porque defende a recuperação das escolas e uma recuperação à rede de linha férrea nacional e ainda investimento na recuperação urbana, etc.. Então, se há, trata-se apenas de opções politicas, opções essas com as quais há bem pouco tempo concordou e segundo diz, até com orgulho. Conclusão, todo o discurso sobre investimentos públicos é apenas e só retórica de oposição em vésperas de eleições.
É neste ponto, que por trás de toda a capa de seriedade se percebe que de facto a senhora não está de forma séria na politica. E também não está de forma inocente nessa retórica de seriedade e na cavalgada contra os investimentos públicos. É que para os mais atentos não passou despercebida a alusão à possibilidade de os grandes investimentos em transportes potenciarem a fuga dos centros de decisão para Madrid; isto é, no fundo, MFL prefere fechar o país. Há ou não há um “orgulhosamente sós” por trás disto?
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MFL não quer ganhar as eleições. Nem ela ninguém honesto quer governar um país corrupto e falido.
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E acham isto normal ?
propaganda e promiscuidade PS/Estado sem fim.
Fui informado há pouco que uma escola do 1º Ciclo de Castelo de Vide foi contactada para uma reportagem sobre o computador “magalhães”.
O contacto foi feito por alguém que se identificou como estando a falar em nome do Ministério da Educação.
Os professores pediram então autorização para recolha de imagens aos pais das crianças.
Na data marcada foi efectuada a reportagem em nome do Ministério da Educação.
Sucede que no dia 22 de Abril, a comunidade escolar de Castelo de Vide ficou chocada com o resultado da reportagem.
Os pais, alunos e professores verificaram, pela televisão, que não se tratou de uma recolha de imagens para o Ministério da Educação, mas antes para um tempo de antena do Partido Socialista.
Espero que as responsabilidades sobre mais este lamentável episódio sejam apuradas.
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/2547905.html
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Lógico, meu caro
Enquanto os partidos não mudarem estas e outras lógicas, que vamos aceitando e defendendo, com naturalidade, o país não muda.
Aliás parece que a UE não está a tirar as ilacções, que seria suposto tirar, desta crise.
A UE atravessa hoje uma crise estruturante, depois da queda do muro de Berlim, o neo-liberalismo provou, agora, não ser a forma mais eficiente, para o desenvolvimento em segurança das economias. Há que encontrar outro paradigma, e é aí que a sociedade civil deve ter um papel mais interventor.
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Excelente post.
A Maya não diria melhor.
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Bem visto Fortuna (SEDE – Socialistas em debate)-
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Nas próximas eleições temos à escolha um candidato que perdeu a credibilidade e outro que nunca a teve. Está tudo a correr muito bem.
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Fortuna (SEDE – Socialistas em debate) disse
“Então nessa altura a conjuntura era boa para aeroportos e tgv’s, agora que as contas publicas estão controlados, permitindo até alguma folga para fazer face à crise, a conjuntura não permite.”
Também o camarada Guterres tinha as continhas controladas até ao dia em que fugiu do pântano. Depois foi o que se viu.
E se o camarada Sócrates têm tudo sobre controlo porque é que continua a gastar a crédito? Nunca ninguém lhe explicou que o pagamento a pronto e dentro dos prazos combinados sai mais barato E que não se resolve um problema de endividamento com mais endividamento?
A DECO tem um gabinetezinho onde explica estas coisas, devagarinho, aos mais lentos de raciocino. Talvez ajude. 🙂
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A ideia de mudar o país – um mantra socialista – é que precisa de ser mudada.
Ou pelo menos o modo de mudar precisa de ser mudado. Não são precisas mais autoestradas, por exemplo. Inspirem-se na Irlanda que só tem 60 km de autoestradas.
A articulação do país com a Europa não precisa de ser feita imitando as redes ferroviárias e viárias que se fazem lá fora – em França bem como a Alemanha começou a grande contestação contra a retícula de estradas que chegam a toda a parte. Já não é moderno construir autoestradas, sobretudo com o fim anunciado do petróleo.
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O comentário do SEDE devia aparecer num espaço à parte com a designação de publicidade institucional. Má fortuna amor ardente … é no que dá.
Entretanto regressaram os turistas de Cancún. Estão todos bem bronzeados. Mal sabem eles que o verdadeiro virús já está instalado nas suas carteiras.
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É um mantra dos políticos em geral que não sabem coisa alguma. É o discurso vazio: se alguém se queixa é preciso mudar, logo apresentam-se como factores de mudança. A mediocridade está longe de ser exclusivo dos socialistas.
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Francamente, já começo a ficar farto dessa conversa que nivela todos pela mesma medida, essa dos “politicos em geral”, essa de meter tudo no mesmo saco.
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Enfartamento é a segunda fase, uma vez institucionalizados. Primeiro começam pelo discurso vazio. Nos tempos que correm casos de enfartamento são ocultados através de complexas operações financeiras.
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Nos nossos dias veiculada freneticamente pelo PS fabrica-se uma ideologia com um discurso simplista: a do despotismo da mudança e da pressa.
Mas sartus resartus, a pressa na mudança dá mudanças apressadas. A inconsistência é o corolário disso. A obsolescência rápida é a consequência maior. É assim que assistimos à velhice rápida da versão acutal do socialismo nas suas obras e quase nenhum pensamento, a qual no fundo é a velhice do modernismo como atitude de transformação das sociedades.
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Eu já te tinha percebido à primeira pá, mas o que dizer do Sarkozy, que muda tudo de repentemente também? Não é defeito dos socialista, é sinal dos tempos , pá.
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As verdades de Leite são como as suas, JM.
As verdades de cada um.
Endeusá-las… terá de falar primeiro com o Papa.
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Também sou dos que defende que os políticos não são todos os mesmos, razão pela qual entendo que não podemos nem devemos de forma fácil colocar todos “no mesmo saco”. Não é justo fazê-lo porque não é verdade. Este pensamento falicioso, embora útil à crítica fácil, no sentido em que não é verdade a sua generalização, não contribui em nada para o desenvolvimento de um Estado diferente. Apenas e só ajuda a desmobilizar quem de facto está na política com vontade de fazer um bom trabalho.
Não sei se MFL vai fazer diferente do que diz se ganhar as eleições. E só posso afirmar porque todos sabemos que nunca liderou um governo.
Razão pela qual sou obrigado a discordar do afirmado neste post. Presumo por uma lógica racional que só poderemos afirmar, e relativamente ao ponto abordado, que é verdade se estivermos a falar de José Sócrates e da sua equipa. O que realmente sei, e aqui sim posso afirmá-lo, é que este Primeiro-Ministro não cumpriu efectivamente com aquilo que prometeu aos cidadãos no anterior período eleitoral. Já deu provas em quatro anos que não é capaz de cumprir o que prometeu. Ganhou a maioria na base de uma enorme quantidade de promessas que nunca foi capaz de cumprir. E, quanto a esta afirmação, poderemos arranjar mil argumentos para a contestar, mas nunca deixará de ser verdade. Os factos comprovam-no!
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Politica de verdade..!???..Nahh…
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Toda a gente sabe que, antes das eleições, Manuela Ferreira Leite só tem que defender que “deve-se falar verdade aos portugueses” e negar convincentemente qualquer coligação. Depois das eleições fará o que for necessário. – JM
O problema, caro JM, é que quando MFL fala verdade, caem-lhe todos em cima, a começar pela direita (pelo post anterior do CAA, por exemplo). Portanto, o JM tem toda a razão: o que toda a gente pretende é que MFL faça o jogo político do costume, isto é, que não diga nada, nem o seu contrário, esperando calmamente que o poder lhe caia no regaço.
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21,
“O problema, caro JM, é que quando MFL fala verdade, caem-lhe todos em cima, a começar pela direita…”
“Assume, portanto, que tem vezes que não fala verdade.
Bem escolhido o slogan “Política de Verdade”. digo eu…
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“Assume, portanto, que tem vezes que não fala verdade.
Bem escolhido o slogan “Política de Verdade”. digo eu… – Olhão
O comentário depreende que sou procurador de MFL ou membro da direcção do partido. Enfim, o absurdo é um poço sem fundo.
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“pelo post anterior do CAA, por exemplo”
Á senhora foi perguntado sobre a eventualidade de um Bloco central e não disse Não. Logo a opção está em aberto desde que venha bem embrulhado a dizer “pelo País”.
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“…o que toda a gente pretende é que MFL faça o jogo político do costume, isto é, que não diga nada, nem o seu contrário, esperando calmamente que o poder lhe caia no regaço.” José Barros
“O absurdo é um poço sem fundo” José Barros
Enfim,um poço sem fundo já não é um absurdo. Veja a facilidade com que os “coelhos” são tirados, uns atrás dos outros, da cartola. Nunca mais têm fim, digo eu…
O que toda a gente pretende… Toda a gente, é um excesso de linguagem, penso eu…
Subtraindo os do PPC, os do MM, os do Menezes, quantos são???
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#23 – “O comentário depreende que sou procurador de MFL ou membro da direcção do partido.”
tu é que gostavas que se depreendesse, por mim estás à vontade para chamar os gajos da lusa e desmentir.
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