Se reparar, nenhum político actual acusa outro de mentir. Talvez de “faltar à verdade”, de “falta de seriedade política”, de “hiprocisia política”…talvez cheguemos à “mentira política”. Mas assim, mentira sem mais nem menos, não…isso nunca!
Ou seja: andam alguns a tentar dar-nos boas notícias (embora porventura fantasiosas e recorendo a truques de 3ª classe) e o pessoal ainda barafusta! Fazem lembrar um episódio curioso, passado na Grécia Antiga, e que Plutarco conta em «Vidas Paralelas»:
Os atenienses, no seguimento de terem perdido o combate naval de Amorgos, enviaram emissários a Atenas para transmitir a má notícia – o que, imagina-se, deve ter sido feito sem grandes pressas.
Aproveitando essa demora, Estrátocles, um famoso brincalhão, antecipou-se, meteu uma coroa na cabeça, e anunciou ao povo uma pretensa vitória que, durante dois dias, foi muito festejada.
Por fim, quando chegou a verdadeira notícia e se gerou em torno dele o tumulto que se imagina, retorquiu, sem se perturbar:
«E que mal é que fez terdes tido dois dias alegres?».
.
Em tempos que já lá vão, a manipulação por Salazar do evasivo conceito de “equilíbrio orçamental” permitia que orçamentos tecnicamente deficitários aparentassem sempre invejável saúde financeira. A censura e a ausência de discussão pública faziam o resto. E a coisa, com a ajuda de um legislador fortemente proteccionista, funcionava e ia alimentando a confiança dos agentes económicos (nas suas “Lições de Finanças Públicas”, Teixeira Ribeiro dizia que “Deus escrevia direito por linhas tortas”).
Para a coisa funcionar hoje, seria preciso haver de novo censura. Por isso, foi por água abaixo a bem intencionada decisão estatística do IEFP de embelezar os números do desemprego “eliminando” 25 mil desempregados (passando a dá-los como “inactivos”) e apagando informaticamente outros 15 mil do Sistema Integrado de Gestão da Área do Emprego. Não fosse sindicatos e jornais terem posto a boca no trombone e o desemprego em Portugal teria crescido “apenas” 13,1% no primeiro trimestre do ano. Assim desembestou por aí acima e já vai, parece, em 9,3%, e não nos anunciados 8,9. Maldita liberdade de informação! http://www.jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina
CAA:
Da mentira, assim sem mais não!
Se reparar, nenhum político actual acusa outro de mentir. Talvez de “faltar à verdade”, de “falta de seriedade política”, de “hiprocisia política”…talvez cheguemos à “mentira política”. Mas assim, mentira sem mais nem menos, não…isso nunca!
Bem sabemos que os nossos políticos não mentem…
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“João Pedro Neto disse…
Carlos,
O nosso forte nunca foram os cruzamentos o que aliás, sempre se fez sentir nas grandes competições internacionais…:-)”
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Bilderberg Meeting (14 – 17 Maio 2009) (Grécia)
Participação Portuguesa:
-Francisco Pinto Balsemão
-Manuela Ferreira Leite
-Manuel Pinho
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Ou seja: andam alguns a tentar dar-nos boas notícias (embora porventura fantasiosas e recorendo a truques de 3ª classe) e o pessoal ainda barafusta! Fazem lembrar um episódio curioso, passado na Grécia Antiga, e que Plutarco conta em «Vidas Paralelas»:
Os atenienses, no seguimento de terem perdido o combate naval de Amorgos, enviaram emissários a Atenas para transmitir a má notícia – o que, imagina-se, deve ter sido feito sem grandes pressas.
Aproveitando essa demora, Estrátocles, um famoso brincalhão, antecipou-se, meteu uma coroa na cabeça, e anunciou ao povo uma pretensa vitória que, durante dois dias, foi muito festejada.
Por fim, quando chegou a verdadeira notícia e se gerou em torno dele o tumulto que se imagina, retorquiu, sem se perturbar:
«E que mal é que fez terdes tido dois dias alegres?».
.
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Muito obrigado pelo link!!
ABC
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No país da fantasia
a realidade é apagada,
a mais pura hipocrisia
é por muitos regada.
As operações cosméticas
tornaram-se numa obsessão,
estas atitudes miméticas
retratam a (des)governação.
Com o país a definhar
e um (des)Governo desorientado,
a realidade querem dissimular
deixando o mexilhão revoltado!
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Maldita liberdade
Em tempos que já lá vão, a manipulação por Salazar do evasivo conceito de “equilíbrio orçamental” permitia que orçamentos tecnicamente deficitários aparentassem sempre invejável saúde financeira. A censura e a ausência de discussão pública faziam o resto. E a coisa, com a ajuda de um legislador fortemente proteccionista, funcionava e ia alimentando a confiança dos agentes económicos (nas suas “Lições de Finanças Públicas”, Teixeira Ribeiro dizia que “Deus escrevia direito por linhas tortas”).
Para a coisa funcionar hoje, seria preciso haver de novo censura. Por isso, foi por água abaixo a bem intencionada decisão estatística do IEFP de embelezar os números do desemprego “eliminando” 25 mil desempregados (passando a dá-los como “inactivos”) e apagando informaticamente outros 15 mil do Sistema Integrado de Gestão da Área do Emprego. Não fosse sindicatos e jornais terem posto a boca no trombone e o desemprego em Portugal teria crescido “apenas” 13,1% no primeiro trimestre do ano. Assim desembestou por aí acima e já vai, parece, em 9,3%, e não nos anunciados 8,9. Maldita liberdade de informação!
http://www.jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina
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