O lado mais negro
dos atentados da ETA é este: terá sido o carteiro, o homem que distribui jornais, a senhora dalavandaria?… Quem deu a informação que permitiu a colocação da bomba provavelmente é alguém absolutamente comum que faz uma vida comum. Os terroristas da ETA ou quaisquer outros precisam sobretudo em sociedades muito organizadas de fortes redes legais de apoio. Há gente simpática tão simpática que parece impossível dar-se com a ETA. Há desistências de quem sabe que ou paga ou acaba mal. E muito particularmente há a cumplicidade dos nacionalismos legais que têm na ETA uma espécie de milícia que embora às vezes lhes morda a mão (pouco) lhes serve para proteger as empresas bascas na hora dos concursos, gerir a seu favor as obras públicas, afastar candidatos a lugares públicos…: Se comienza a confirmar lo que ya era imaginable por parte de la sociedad: un suboficial y un agente de la policía autonómica vasca han reconocido que recibieron órdenes por parte de los Gobiernos del PNV de no actuar contra la banda terrorista ETA y su entorno. Y así, estos dos policías, en un programa de televisión, denuncian cómo se ha impedido trabajar a la Ertzaintza contra el entorno terrorista.
E já agora os etarras não são doidos, nem pobres, nem parvos. Estão absolutamente conscientes do que fazem: Varios de los acusados en el juicio que se celebra en París contra ocho presuntos miembros del aparato logístico de ETA aplaudieron cuando se hizo alusión al atentado que ha acabado con la vida del policía Eduardo Puelles. Durante varios segundos, el ex jefe del aparato logístico Félix Ignacio Esparza Luri y tres de los considerados subalternos suyos -José Ceberio Ayerbe, Jon Kepa Preciado Izarra y Jon González González-, prorrumpieron en aplausos y vítores cuando un policía antiterrorista francés hizo referencia al asesinato de Puelles.
E sabem perfeitamente o que querem: ‘ETA busca una segunda negociación con el Gobierno’
Tal como explicámos aqui e aqui a ETA nunca falou em abandonar as armas e muito menos em declarar o seu arrependimento. A ETA quer negociar no mesmo nível com o Estado espanhol.

Pois. Terrorismo puro & duro. Inconsequente. Mas muito compreendido por certas franjas parlamentares cá da casa.
Bom fim de semana.
Spartakus.
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De facto o terrorismo é desprezível
Mas cara Helena a coisa não é tão simples como julga!
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“A ETA quer negociar no mesmo nível com o Estado espanhol.”
O Zapatero gosta de brincar com a ETA.
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De facto o terrorismo é desprezível
Mas cara Helena a coisa não é tão simples como julga!
Então explique-nos lá, estamos mortinhos (salvo seja) por aprender.
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“Tal como explicámos aqui e aqui a ETA nunca falou em abandonar as armas ”
Não precisam de explicar coisa nenhuma. Era o que mais faltava alguém receber explicações dum blog sobre o assunto eta
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O terrorismo é desprezível. Mas também a atitude irredutível do estado espanhol, cuja constituição explicitamente proibe a auto-determinação das várias nações que o constituem, o é. O IRA era ainda mais desprezível que a ETA, pois nem sequer seleccionava muitos dos seus alvos, cometendo atentados em pubs caminhos-de-ferro e centros comerciais. E no entanto o problema resolveu-se.
Todos sabemos por que razão a Espanha se opôs ao referendo de Montenegro e consequente independência, bem como à independência do Kosovo: não quer sequer pensar em referendos no País Basco e na Catalunha. Mas chegará o dia em que o dia chegará.
Também acho contra-natura alguém em Portugal tomar-se de dores pelos problemas do artificial estado espanhol.
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Sei que a minha posição irá causar estranheza, mas conheço bem o País Basco, o seu povo, a sua cultura e a sua história e afirmo: é óbvio que a luta terrorista da ETA é horrenda mas aquele povo merece a auto-determinação.
Por toda a sua história, merecem ser independentes.
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Alexandrino,
Se pensar no assunto sem ideias pré concebidas verá que ambos têm culpas/responsabilidades e ambos têm razão!
Seguramente não precisa que eu lhe ensine, pois, certamente será uma pessoa mais erudita do que eu.
Deixou-lhe algumas perguntas.
Os Bascos têm ou não têm direito à sua autodeterminação?
Se têm? Quando o caminho negocial se esgota o que fazer?
Será que podemos reescrever a história?
PS: Sabe o que significa “Ibn Erriq”? Se sim, compreenderá porquê e de que forma estamos aqui hoje!
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A ETA nalgumas coisas faz lembrar a Mafia siciliana. Nem sempre as respectivas fronteiras são claras.
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Na defesa da sua identidade nacional admito tudo.
Chamem-lhe o que quiserem.
Ou será que os danos colaterais só são admissíveis nos exércitos regulares?
Cheias de terroristas andam as nossas estradas e matam mais do que a ETA. Em defesa de uma ultrapassagem ou duma prioridade.
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# 10 Piscoiso
Talvez tenha razão. No fundo é a questão de como entendemos que deve ser o ordenamento jurídico da vida e do mundo. Quando nos sentimos chocados estamos a pena a dar expressão a um condicionalismo cultural que nos foi injectado ao longo da existência. Marx analisou esse fenómeno com meridiana clareza. Anos depois Gramsci desenvolveu o tema com mais precisão.
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Isto vai acabar , como sempre acabou – e mal, muito mal, para a maioria dos bascos.
Simples questão de tempo – que começou a contar em Novembro de 2008…
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6. o IRA ou boa parte dele e seus dirigentes entregou armas e claramente manifestou que o capítulos dos atentados ia acabar. A ETA não. Por isso até Zapatero todos os governos espanhóis tinham negociado com aETA e interrompido as negociações quando perceberam que a ETA não assumia que o terrorismo ia acabar.
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Os Bascos têm ou não têm direito à sua autodeterminação?
Não sei, e deve ser dificil saber pois num clima de intimidação as pessoas tendem a primeiro que tudo proteger a vida e só sem seguida as ideologias.
Se a maioria acha que tem esse direito deve reclamá-lo mas urnas e não dar uso a urnas.
Em democracia é assim que as coisas se resolvem.
Penso que estão longe de ser um qualquer “povo oprimido” ou “colonizados á força”.
Até estão na Europa.
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Recomendo a leitura/audição das declarações da esposa do inspector Eduardo Garcia, que foi morto no ataque da ETA, hoje numa manifestação em Bilbao.
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#11 Francesco
Este comentário devia ser aprofundado honestamente.
A questão da cultura/conhecimento/raízes/sociedade é de vital importância nas relações entre as pessoas. Se isso é importante no grupo tão pequeno como a família, tentem imaginar a sua importância nas relações entre povos…
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Não sou especialmente amante de castelhanos, mas a última vez que olhei, vi que a Espanha é um estado democrático. Tanto quanto sei, o pais Basco goza, como outras regiões espanholas, de elevada autonomia administrativa , e, tanto quanto sei, como todos os outros cidadãos espanhóis, de liberdade de imprensa, de expressão, e organização política, pelo menos perante o estado legalmente constitituído. Não sei se os Bascos se sentirão mais oprimidos pelos castelhanos ou pelos Etarras. O que eu acho é que em democracia o recurso à violência é absolutamente inadmissível e intolerável. Caramba, até com um primeiro ministro como Sócrates ou ministros como Santos Silva a violência está fora de questão!
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Comentário #11
Também gostava de o ver melhor explicado.
Seja como for, parece-me impossível conversar com gente que se faz ouvir à bomba.
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1- o povo basco é fantástico, sem dúvida: tem uma cultura muito rica, tradições mto próprias. 2- E coragem invulgar: resiste com heroicidade à chantagem dos assassinos no dia a dia, nas pequenas empresas, nos empregos, nas escolas, nas manifs anti ETA 3- Dezenas de eleições (sob ameaças da ETA) derrotaram os grupos independentistas. 4- Aqueles k desculpam ou defendem ou compreendem a ETA tb o fazem com todas as selvajarias do Mundo: Hamas, Hezbollah, Ayatollahs, Fidel, FARC, DARFUR, Al QAEDA, etc… : cultura do paleolítico, da pedra lascada sob a capa do “progressismo”…
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Penso que estão longe de ser um qualquer “povo oprimido” ou “colonizados á força”.
Ora pensa lá melhor nisso! Claro que foram colonizados de outra forma, o Franco não era parvo!
Lembra-se das cidades portuguesas do Norte de África? A técnica foi quase a mesma noutro tempo é claro!
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Comentários # 16 # 18
O assunto é extenso demais para esta caixa de comentários. Mas o ponto básico que eu gostava de salientar é que ainda hoje o domínio da violência continua a ter efeitos políticos. Isso foi perfeitamente entendido por Lenine quando inverteu a célebre fórmula de Clausewitz: “A política é a continuação da guerra por outros meios”.
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“Bora” lá por umas bombitas na China.
Em defesa de uma identidade tibetana.
Depois continuemos….
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