Variante ao tema «tgv»
O Aeroporto de Beja, cuja empresa para voos civis foi criada em 2000 por Guterres, que Durão Barroso prometeu que teria vôos em 2003, que Sócrates anunciou abrir em 2008, em Março de 2009, que Mário Lino anunciou abrir em Junho de 2009, que qualquer dia será inaugurado, apesar de não ter ainda qualquer contrato de utilização firmado, estando actualmente a 52 km da autoestrada mais próxima, não tendo caminho de ferro, nem empresa gestora, vai no entanto ser mais um êxito no «caminho da retoma». Contra os críticos e botabaixistas, eles fazem. E gastam.
É certo que alguns críticos (ou cépticos, se preferirem) se encontram infiltrados ao mais alto nível, como sejam o próprio Ministerio das Obras Públicas como se constata no seu documento «Orientações Estratégicas para o Sistema Aeroportuário Nacional»: «A justificação a curto prazo do investimento no aeroporto de Beja será a da alternativa estratégica do tráfego de passageiros Low Cost visto que dificilmente existirá outra alternativa a curto prazo que por si seja capaz de suportar o período inicial de funcionamento da infra-estrutura.»
A Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja tem no entanto uma opinião divergente, mas optimista: «poderá vir a constituir-se como aeroporto internacional nas diversas vertentes de exploração; como aeroporto principal para companhias “charter”, e/ou “low cost”; uma plataforma logística para a carga a receber e a expedir de/para a América e África, incluindo o transporte de peixe, utilizando aviões de grande porte; um entreposto para a carga recebida no Porto de Sines, passível de ser transportada por meios aéreos, frescos agrícolas produzidos na zona de regadio do Alqueva e Andaluzia;»(*)
Regressando ao botabaixismo do MOP (que apesar do que a seguir se expõe é ainda assim benevolente, por nem sequer considerar como hipótese concorrencial o aeroporto de Badajoz….), lá segue com a sua cartilha antidesenvolmentista: «O desenvolvimento do aeroporto de Beja, aproveitando as infra-estruturas da base militar existente, terá justificação em função dos empreendimentos turísticos que estão a ser realizados no Alentejo a médio longo prazo. Adicionalmente existem outros negócios (e.g. aeronáutica, manutenção, escola de treino, …) que podem complementar a rentabilidade do aeroporto, mas que dificilmente justificam a sua viabilidade. (…)
As principais limitações para esta infra-estrutura são:
– Ausência de procura local e de pólo industrial instalado.
– Conhecimento internacional limitado do Alentejo como destino turístico.
– Falta de acessibilidades provocada pela actual infra-estrutura de transportes
(e.g. rodoviária e ferroviária).
As principais oportunidades a ter em conta para esta infra-estrutura são:
– A longo prazo tornar-se o aeroporto de eleição para os destinos turísticos da
Costa Vicentina e do Alqueva.
– A curto prazo desenvolver negócios complementares como:
– Manutenção de aeronaves.
– Criação de pólo de fabricação aeronáutica.
– Transporte de carga especial e/ ou produtos frescos da região.
– Escola de treino de pilotos profissionais
– Melhorar o atractivo económico durante a 1ª Fase do projecto através de companhias aéreas de baixo custo. (…)
«A justificação a curto prazo do investimento no aeroporto de Beja será a da alternativa estratégica do tráfego de passageiros LCC visto que dificilmente existirá outra alternativa a curto prazo que por si mesma seja capaz de suportar o período inicial de funcionamento da infra-estrutura.»
«Em termos de estratégia a longo prazo, aquela alternativa que melhor se destaca para justificar o investimento é a de satisfazer o perfil turístico múltiplo na medida em que já haverão empreendimentos turísticos que fazem do Alentejo um destino turístico consolidado e com um aeroporto próximo, pressupondo que os investimentos previstos nas vias rodoviárias já estejam disponíveis. Ainda a longo prazo poder-se-á considerar a alternativa estratégica da carga dependendo de como evoluir a envolvente externa do aeroporto, e ficando suportada numa massa crítica e qualidade de serviço já disponível nessa altura na infra-estrutura.
(…)
Tendo em conta as características inerentes à Região, desde logo são perceptíveis várias dificuldades na operação rentável da infra-estrutura:
– As companhias aéreas tradicionais não consideram Beja viável para as suas operações principalmente devido à falta de procura e ao estado embrionário do aeroporto.
– O negócio da carga não poderá à partida ser viabilizado em transporte misto (e.g. passageiros + carga), e em contrapartida não existe massa crítica presente para justificar a utilização de cargueiros puros.
– A carga aérea tem por norma um valor elevado por cada unidade, pelo que o fraco volume de negócios das empresas de agricultura, questiona o escoamento de produtos por via aérea.
– A instalação de um hub de carga é de dificuldade acrescida dado que estes têm como função importante a consolidação de mercadorias de diversas rotas, e que neste momento não existem em Beja.
– A fraca capacidade turística instalada na Região não é suficiente para absorver o tráfego desejado, pelo que o aeroporto está dependente de terceiros disponibilizarem-na para viabilizar o seu negócio.
Em súmula, as características próprias e o contexto actual da Região do Alentejo apresentam consideráveis desafios ao desenvolvimento rentável do aeroporto de Beja, e por esse motivo a EDAB terá de assumir um papel forte de promoção, assim como uma estratégia e plano de desenvolvimento gradual que se adeqúe à própria evolução da envolvente externa.
(…)
Considerando que o investimento inicial na infra-estrutura de Beja está previsto ser um total € 32 Milhões, e de acordo com o cenário 1, a recuperação total do investimento tomaria lugar apenas no ano 2034.
(…)
O contexto actual do aeroporto de Beja tem um potencial reduzido. Das possíveis alternativas estratégicas disponíveis entende-se que a configuração como aeroporto turístico para a Região do Alentejo é a que poderá ter maior potencial, embora o desenvolvimento dos destinos turísticos do Alentejo (e.g. Alqueva, Costa Vicentina, etc) será a médio e longo prazo.».
(MOPTC): Orientações Estratégicas para o Sistema Aeroportuário Nacional, 2006
«O Aeroporto de Beja, que Durão Barroso prometeu que teria vôos em 2003»
Tenho bem presente o filme.
Passou o primeiro alto gestor do País (Sampaio) por Beja e exclamou: temos de ajudar esta gente!
Ia atrás o segundo alto gestor da terceira república (letra pequena) e exclamou: um milhão de contos para Beja airport (Durão).
No reino da Dinamarca, tudo é possível de justificação.
Mesmo que o Relatório da ANA em 1994, considerasse como uma das soluções para o futuro aeroporto de Lisboa, a opção Portela+1.
Com o +1 no Montijo (BA6), quanto a mim perfeito para low cost e outras.
Seguiram-se desde então os altos irresponsáveis e profundos ignorantes que sabemos. Da mesma escola dos anteriores.
Que fazer, como diria Ulianov?
Votar BC? (bloco central)
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Os Portugueses dão demasiado poder ao Estado e aos Governos.
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Este post devería antes chamar-se “variante não façam nada pois o meu incómodo é ser os socialistas a fazer obra”.
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A nossa 1ª padeira
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ENTÃO e a promessa (ou ‘ameaça’?) de portagens electrónicas nas SCUT, previstas para 31 de Outubro de 2007?!
A propósito delas, Mário Lino deve-me um almoço de lagosta, como se pode comprovar [aqui].
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A grande obra seria apostarmos, como os outros países desenvolvidos da Europa apostaram e apostam, no investimento na Cultura e Ensino.
Por exemplo. Um finlandês APOSTA na educação de cada criança/jovem do seu país o DOBRO do que um português apostava até á 4 anos atrás.
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3.Caty Waves disse
23 Junho, 2009 às 7:38 pm
«Este post devería antes chamar-se “variante não façam nada pois o meu incómodo é ser os socialistas a fazer obra.»
Trolha socialista…há gente com azar.
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Se o TGV fosse um bom negocio, os privados faziam-o com fundos proprios.
As pontes parecem ser um bom negocio, os tipos que tem as concessoes de lisboa nao parecem ter problemas em investir nesse negocio. (os australianos quando venderam a posicao no consorcio que gere a vasco da gama disseram que tinham uma rentabilidade de 15%, mais de 10% acima do seu custo de financiamento o que nao e nada mau para um investimento sem risco – todas as perdas sao sempre suportadas pelo estado como sabemos por experiencia da lusoponte).
As barragens parecem ser um bom negocio, a edp nunca se absteve de construir uma quando surgiu a possibilidade.
As eolicas parecem ser um bom negocio (mesma logica)
Haviam uns privados interessados em construir uma central nuclear (mesma logica)
Ha uns quantos consorcios interessados em construir e gerir o novo aeroporto (mesma logica)
A infraestrutura para os telemoveis parece ter sido um bom negocio.
O porto de sines parece ser um bom negocio.
So pro TGV e que nao se ve nenhum privado interessado em assumir o risco do investimento. porque sera?
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e foi até por causa do aeromoscas de Beja que a ANA a mando do ministério sempre torpedeou a instalação da Ryanair no Porto. O fito era levá-la para o Alentejo.
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Este governo defende com unhas e dentes o projecto do TGV porque TGV quer dizer “Todos Grandes Vigaristas” e desse modo poderão continuar (a desviar verbas) a alimentar o Partido e os seus inúmeros clientes.
Acham mesmo que eles lutam por ficar no poder com tanta força apenas por causa do seu vencimento e do protagonismo que têm? Errado, e muito mais do que isso. É ter o poder de (roubar) desviar biliões de euros sem que ninguém lhes possa condenar. Vivemos numa brutal mentira e numa verdadeira roubalheira legal, com alguma luz no horizonte. Esperemos que o novo governo tenha coragem para investigar e condenar estes corruptos todos. Mas não me parece…
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hum? com as companhias aéreas a falirem ao ritmo que o estão a falir o mais certo é terem de fechar aeroportos.
E chega de irem de férias para países onde os de lá não vêm cá. Quantos brasileiros , mexicanos , cubanos , africanos , indianos e tal cá aparecem a gastar pilim? A europa é linda , o japão e a américa do norte também não estão mal.
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Freeport: DCIAP confirma Carlos Guerra arguido
Confirma-se que Carlos Guerra foi constituído arguido no âmbito do processo Freeport. O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) confirmou, esta terça-feira, a notícia avançada pelo Jornal Nacional da última sexta-feira da TVI.
Carlos Guerra é o ex-director do Instituto de Conservação da Natureza no Ministério do Ambiente, quando José Sócrates exercia a pasta.
O DCIAP informa que estão a ser realizadas diligências sob o carácter de urgência, mas que isso significa apenas que o processo é classificado de urgente, o que faz com que todas as diligências o sejam.
O processo relativo ao Freeport de Alcochete envolve alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de influências no licenciamento daquele centro comercial, em 2002, quando o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente.
Antes de Carlos Guerra já tinham sido constituídos três arguidos. São eles: Charles Smith e Manuel Pedro, antigos sócios na empresa de consultoria Manuel Pedro, que serviu de intermediário no negócio do espaço comercial, e o arquitecto Eduardo Capinha Lopes, que em Dezembro de 2001 ficou encarregado do projecto Freeport.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/freeport-pgr-tvi24-alcochete-socrates-jose-socrates/1071515-4071.html
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6.Anonimo disse
23 Junho, 2009 às 8:08 pm
O senhor também podia apostar na gramática.
Assim ficaria a saber que se escreve “há” e não “à”.
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12#…vai chatear o car… com esse caso que já enoja! 1º diz-me se o inglês é culpado ou não. Tenho direito a saber se o Inglês cometeu algum crime ou não. Depois de saber isso, podemos passar a outras fases, enquanto nada se sabe quanto a isso vai chatear o car..que te f..com essa m—- ok.
Desinfecta daqui pra fora abrenuncia.
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