“Bloco pouco sólido” *
Antes das Legislativas, o Bloco de Esquerda sonhou muito. Talvez demais. Estava com esperanças desmedidas: pela primeira vez, o Bloco pressentiu a proximidade do poder.
Essa confiança começou a desabar na própria noite das Legislativas: o Bloco não atinge a maioria absoluta em conjunto com o PS; e o partido (também) de reclamações contínuas, mas à direita, o CDS do outro Portas, consegue posicionar-se como o terceiro partido.
O Bloco é um partido que subiu a pulso. Primeiro congregou as várias facções da extrema-esquerda. Depois marcou, intensa e inteligentemente, a agenda política e condicionou tudo aquilo que o PS e o PCP diziam e faziam delimitando o seu próprio espaço. Dirigentes e apoiantes ambicionavam transfigurar-se num projecto de poder que os socialistas não poderiam contornar.
Nestas Autárquicas, o Bloco tinha de provar que é um partido com implantação nacional e que os tempos do arrivismo amador orientado exclusivamente para alguns nichos eleitorais eram coisa do passado. Não o conseguiu. O Bloco é o grande derrotado da noite eleitoral.
O resultado não surpreende – o Bloco vive de meia dúzia de dirigentes nacionais sem réstia de vocação local. Cultural e existencialmente são o partido mais centralista e elitista do País. As pessoas sabem-no bem e mesmo aquelas que confiam no Bloco em eleições nacionais preferem votar em gente mais comum nas Autárquicas.
O Bloco tem muito trabalho pela frente: fixar-se em todo País e popularizar-se, largando a sua pele de esquerda-caviar. Correndo, claro, o risco de deixar de ser o Bloco…

“Correndo, claro, o risco de deixar de ser o Bloco…”
e passar a ser o tijolo comunista
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Sempre achei piada à expressão “Esquerda Caviar”, algo semelhante à
“Direita Carrascão”.
Creio que marchar ao toque de caixa “esquerda-direita”, vai estando ultrapassado.
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O berloque é um modismo efémero, ostentado por uma burguesia urbana bem instalada, profundamente aferrada ao princípio ” couer à gauche, porte-feuille à droite”.
É a tábua de salvação de muio telejornal e folha-de-couve cá da paróquia…
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O bloco é herdeiro do moralismo luterano. O caviar é perfeitamente irrelevante. Mas quem está enganado é quem julga que deixou de ser importante no cenário político dos próximos 4 anos. Vai sofrer mudanças internamente. É só isso. as coisas estão só a começar a aquecer. A crise despoletada transforma-se em verdadeira crise.
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os nossos bloqueadores são mais paillettes que caviar, tipo emplastro. colam bem, mas falta-lhes saber fazer.
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CAA
Grande cartaz! Parabéns.
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Clap!! Clap !!! Clap !!!
Obrigado pela explicação
É que ninguém, mas mesmo ninguém, tinha discernido sobre esta 28ª análise
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Caro CAA,
por vezes questiono-me se para um partido de âmbito nacional o facto de ter forte implantação autárquica é uma mais valia ou um constrangimento.
Veja-se o caso do PSD.
A sua forte implantação autárquica (que na verdade é igual à do PS, bastaria que concorresse sem ser em coligação) faz com que surjam dezenas de “homens fortes” (à falta de melhor expressão), cada qual com a sua visão do mundo e a sua proposta de posicionamento ideológico para o partido.
Na noite eleitoral isso foi bem visível, por exemplo, nos discursos de Rui Rio e (principalmente) de Luís Filipe Menezes. Ambos têm um poder local muito forte, que depois se traduz em influência nacional (pelo menos a nível do partido) e não podiam ter visões ideológicas mais diferentes (LFM defendeu no seu discurso explicitamente o Estado Social tal como ele está ou se possível ainda mais alargado).
Só funciona se os “homens fortes” locais se abstiverem de tentar aproveitar o seu poder local para tentar “formatar” ideologicamente e publicamente o partido a nível nacional, “escondendo” a sua inclinação ideológica (a “bem” do partido, por razões tácticas) ou não tendo ideologia como acontece no PS. Mas isso, na verdade, parece-me difícil quando falamos de personalidades fortes como Rui Rio ou LFM (e outros).
Em resumo, penso que para um partido como o Bloco ou o CDS-PP provavelmente o melhor que lhe pode acontecer é não ter implantação autárquica (o que não é o mesmo de não ter estruturas locais). Dessa forma pode construir um programa, de preferência assente numa ideologia, que não está refém de interesses locais, legítimos e importantes ao seu nível, mas que não podem contribuir para uma solução nacional e que inviabilizam a estabilidade directiva.
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O problema do Bloco foi ter ganho visibilidade nos últimos anos.
Quando surgiu, era o partido ideal para o voto de protesto. Mas quando cresceu, as pessoas começaram a olhar mais atentamente para o seu programa e começaram a perceber que se calhar não era assim tão boa ideia votar neles como forma de protesto.
Portanto, na minha opinião. O auge do Bloco foi nestas legislativas. A partir daqui, com a visibilidade ganha, vai ser sempre a descer até que regressem à insignificância que merecem.
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Mau!
Então os espectáculos de animais a entreter o público não foram proibidos?
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Que primarismo de raciocínio, o deste post!
Diz bem com o autor.
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Caro CAA,
Tenho um vizinho licenciado em Farmácia, que sempre votou BE, ganha um (1) salário mínimo como trabalhador temporário numa empresa internacional, nunca provou Caviar e não deve perceber o português do comentador JJPereira 13 Outubro, 2009 às 1:24 pm (…) modismo efémero, ostentado por uma burguesia urbana bem instalada, profundamente aferrada ao princípio ” couer à gauche, porte-feuille à droite (…)
Você importa-se de o ajudar?
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Eu não percebo é porque razão, em face da pesada derrota do bloco no passado Domingo, ainda ninguém exigiu a substituição do líder.
No caso do PSD ninguém hesitou…
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“Tenho um vizinho licenciado em Farmácia, que sempre votou BE, ganha um (1) salário mínimo como trabalhador temporário numa empresa internacional, nunca provou Caviar e não deve perceber o português do comentador JJPereira 13 Outubro, 2009 às 1:24 pm (…) modismo efémero, ostentado por uma burguesia urbana bem instalada, profundamente aferrada ao princípio ” couer à gauche, porte-feuille à droite (…)”
A minha empresa de sondagens privada diz-me que na grande maioria dos casos, quem sempre votou BE, ou trabalha para o estado ou ganha salários baixos. As empresas costumam pagar melhor aos funcionários mais inteligentes.
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Tenho um vizinho licenciado em Farmácia, que sempre votou BE, ganha um (1) salário mínimo como trabalhador temporário
DEVE SER UCRANIANO !
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parece que o conceito de “burguesia urbana bem instalada, profundamente aferrada ao princípio couer à gauche, porte-feuille à droite” se aplica mais aos Alambanzados e jcd’s da vida 🙂
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O Exmo. CAA a aceitar comentários nos seus posts SUPERIORMENTE PENSADOS E ROSADOS…Os Deuses devem estar loucos !!!!!!
Aproveito a ocasião para lhe comunicar que o acho verdadeiramente/essencialmente/dogmaticamente execrável…profissionalmente (jornalisticamente) falando.
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…e não…este sentimento por si não vem de uma diferença partidária (como bem lhe conviria para justificar o comentário), não voto BE !!!
Sou ser pensante e consciente e o Sr. é um exemplo a não seguir/ler !!!
Do fundo do coração.
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vem tudo explicado no manuel de instruções, tamém conhecido por pugrama, o bloco tem de ser conservado na arca para não derreter.
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Caro Portela menos 1,
Faça o fvr de averiguar onde se licenciou o seu vizinho – talvez tenha sido nas “Novas Oportunidades”, ou na saudosa “Independente”…
Se o homem não entende umas pobres alinhas alinhavadas num português correntio e modesto…
Cpmts.
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” linhas ” , é claro.
As minhas desculpas.
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“Creio que marchar ao toque de caixa “esquerda-direita”, vai estando ultrapassado.”
Até que enfim que eu concordo com uma ideia do Piscoiso
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O bloco precisa da visão do CAA.Nem Joaninhas o batem…
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Ouvem-se rumores da substituição do Louçã. Estejam atentos
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tinha que passar por aqui uma besta a cascar no CAA. Se não gosta ponha de lado.
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CAro #34…por aqui passam muitas bestas a cascar no CAA !!! E muitas beitas acéfalas a identificarem-se com os seus pensamentos também…é assim…uma sociedade (pelo menos na infinita rede) multicultural e diversificada !!!
Não gosta !!! Azar !!!
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JJPereira disse
13 Outubro, 2009 às 3:40 pm
caro jjpereira,
averiguei com o meu vizinho essa cena das “novas oportunidades” e ele espera que você vá bardamerda!
cumprimentos
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Caro António Carlos (7),
Não concordo. Se não fosse a implantação local o PSD correria o risco de desaparecergraças a esta liderança tão amadora.
Aliás, a falta dela é que impede o CDS e o Bloco de crescerem globalmente. Com melhor peso autárquico estes dois partidos deixariam de ser pequenos.
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João (12),
Ninguém exigiu a demissão dos líderes precisamente porque esses dois partidos não têm a mínima vocação autárquica. Já com o PSD é diferente.
Para além disso, o resultado deste domingo só confirma a tendência das Legislativas: o PSD está em declive e tem de mudar se quiser continuar a ser relevante.
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não vejo especial interesse em o «psd continuar a ser relevante». já existe outro partido social-democrata. Para mais do mesmo, parece que o mercado eleitoral não está especialmente motivado.
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Uiiiii…não diga isso que o armário do CAA já estava orgulhosamente rosadamente colorido !!!
Decisions Decisions made me as I am!
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http://sorisomail.com/email/436/descoberta-do-brasil.html
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A minha empresa de sondagens privada diz-me que na grande maioria dos casos, quem sempre votou BE, ou trabalha para o estado ou ganha salários baixos. As empresas costumam pagar melhor aos funcionários mais inteligentes.”
JCD, a julgar pelo nível intelectual deste comentário (a ideia de qque aqueles que de nós discordam só podem ser burros), imagino, a ser verdadeira a sua afirmação, que viva com algumas dificuldades. Ou então, claro, trabalha para o Estado.
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é impressionante o arraial eleitoral.. Ora são todos vencedores ora proclamam solenemente a ruína dos oponentes. O que eu acho é que se comenta demais.
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Estaria totalmente de acordo com o # 24, do Chessplayer, não fora o epíteto de besta com que mimoseou o comentador. Coitados dos animais…
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Daniel, Daniel… não acerta uma!
O CCA é alguém que conquistou o meu respeito pela sua verticalidade e capacidade intelectual quando assumiu a posição que assumiu no referendo do IVG
Já consigo… foi acontecendo o contrário sempre que nos cruzamos (no BE é claro) fui-me percebendo o quanto o movia a necessidade de protagonismo pessoal e a sua fraca prestação intelectual…
Talvez fosse bom perguntar ao aderente 147 o que pensa do CCA ;))
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Otília apesar de tudo teve um comentário 10 vezes mais estúpido que o do Daniel
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jcd disse
13 Outubro, 2009 às 3:01 pm
este seu comentário foi feito depois de almoço. está desculpado.
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Helder,
Pensa que me atreveria a competir consigo na sua imensa inteligência?… só mesmo se não tivesse mais nada para fazer ;))*
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Isso… uns smiles também para si e vá dormir
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porque não fala o bloco da eleição do vereador em olhão?
o bloco só vê os grandes centros e as cidades mais impotantes mas no algarve só em olhão elegeu 1 verdor.porque será?
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Hélder,
Se não fosse um idiota o que gostava de ser?…
O que o afligiu mais foi o 147 ou a posição assumida pelo CAA no referendo da IVG?… teria o Hélder medo de não ter nascido?
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O que é a ‘esquerda caviar’?
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O CAA, já não è amigo do Bloco, estes amigos falsos……
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Otília, você conseguiu a proeza de me pôr a defender o Daniel, só isso.
Você não respondeu ao comentário dele, limitou-se a enxovalhar.
E olhe que aprecio pouco o estilo do Daniel e do Bloco.
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O BE não é um partido. É um nicho no mercado na política que congrega os maluquinhos da urbe
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