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XI Legislatura

15 Outubro, 2009

“A politica converteu-se em uma vasta associação de intriga, em que os sócios combinam dividir-se em diversos grupos, cuja missão é impelirem-se e repelirem-se sucessivamente uns aos outros, até que a cada um deles chegue o mais frequentemente que for possível a vez de entrar e sair do governo. Nos pequenos períodos que decorrem entre a chegada e a partida de cada ministério o grupo respectivo renova-se, depondo alguns dos seus membros nos cargos públicos que vagaram e recrutando novos adeptos candidatos aos lugares que vierem a vagar. É este trabalho de assimilação e desassimilação dos partidos, que constitui a vida orgânica do que se chama a política portuguesa”.

Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, As Farpas, Agosto-Setembro de 1877

9 comentários leave one →
  1. N S F permalink
    16 Outubro, 2009 00:23

    .

    Será que a maioria dos deputados que temos nos paraLamentos que nos tocam em sorte não leram, além da Cartilha de João de Deus, as Farpas de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão?
    É uma desgraça…

    Nuno

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  2. 16 Outubro, 2009 00:46

    Ou quando a Democracia degenera em oligarquia.

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  3. 16 Outubro, 2009 00:49

    Constate-se a “miséria” humana em toda o seu esplendor aqui pelo blasfémias, via caa e criaturas afins dos pseudo comentários.

    Miséria humana.
    Pobreza do espírito.

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  4. lucklucky permalink
    16 Outubro, 2009 02:13

    Com limites Constitucionais ao dinheiro que podem tirar aos cidadãos será muito difícil a essas ervas daninhas se replicarem e tornarem tudo um deserto à sua volta.

    Limite Constitucioanis aos Impostos, Défice, Dívida.

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  5. Amonino permalink
    16 Outubro, 2009 02:41

    .
    “Não é a Oposição que ganha eleições, é a Situação (Governos) que a perde” era “o bastante para a vitória” nas eleições Portuguesas.
    .
    O que realmente decorre com clareza dos 57% de votos do eleitorado nos Partidos e que determina o curto prazo da politica nacional:
    .
    As Europeias foram ganhas sem esforço pelo PSD à boleia desse “bastante para a vitória”. Mas nas Legislativas, eleições puramente nacionais, o caso mudou radicalmente de figura como previsível:
    .
    O PS perdeu a maioria absoluta e 21% dos deputados por ter governado contra os Cidadãos, Famílias e Empresas que provisoriamente acederam dar-lhe uma oportunidade precária de governar.
    .
    O PSD perdeu o Governo e só conseguiu ganhar mais 4% de deputados por ter sido incapaz de apresentar um projecto nacional e soluções diferentes dos outros Partidos. Desbaratou o “bastante para a vitória” impedindo o PS de perder o Governo.
    .
    O PCP perdeu cerca de 29% dos deputados quiçá por manifestações com forte apoio popular resultarem inconclusivas no momento das movimentações e apesar se terem assumido como Oposição frontal na última Assembleia da Republica.
    .
    O CDS ganhou mais 75% de deputados e o BE mais 63%. Ambos assumiram frontalmente a Oposição na última Assembleia da Republica em consonância com o pulsar dos Cidadãos, Famílias e Empresas. Apresentaram ao eleitorado projectos nacionais e soluções concretas em várias áreas da governação. Um de cariz socialista, o outro não. Foram os grandes ganhadores.
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    Sugere que ambos se posicionam bem na nova dinâmica do País em que o tal habitual “bastante para a vitória” acabou definitivamente nestas eleições.
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    As autárquicas são eleições que privilegiam apenas dinâmicas de proximidade e interesses exclusivamente locais donde irrelevantes nesta perspectiva.

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  6. N S F permalink
    16 Outubro, 2009 02:41

    3.Anonimo disse
    16 Outubro, 2009 às 12:49 am
    .

    Exacto. Repare em si próprio… Uma tristeza!

    Nuno

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  7. balde-de-cal permalink
    16 Outubro, 2009 09:17

    o latim oculiolu significa olhinho
    muitos comentadores têm apenas olhinhos trazeiros
    também conhecidos por ilhó

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  8. 16 Outubro, 2009 12:15

    A orgânica desassimilada
    dos partidos nacionais,
    é autêntica marmelada
    de razões pouco racionais.

    As farpas certeiras
    continuam presentes,
    as razões embusteiras
    são bem reluzentes.

    No meio da candura
    existe artificialidade,
    parece ser a moldura
    desta triste realidade.

    O Poder clientelar
    é o ópio matricial,
    neste lento esfarelar
    de um regime demencial.

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  9. Américo Vicente permalink
    16 Outubro, 2009 16:55

    Parabéns! Genial analogia!
    Importa porém, face aos anos decorridos, aos vários “regimes” experimentados, questionar a quem (para mim é evidente, mas é sempre interessante saber se outros comentadores se apercebem) devemos atribuir responsabilidades para esta imutabilidade…
    Já agora, em qual dos “regimes”, se notou menos a descrita governação circense?

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