A banca e a maioridade*
“Exmª Senhora, Informamos que analisada a matéria de reclamação e ouvida a entidade reclamada, de acordo com o procedimento previsto no Decreto-Lei n. 156/2005, de 15 de Setembro, não foram colhidos indícios de que a mesma entidade tenha violado normas específicas da actividade das instituições de crédito” – E assim, com os melhores cumprimentos, um Coordenador de Núcleo e um Sub-Chefe de Serviço do Banco de Portugal concluíram o que designam como “processo de reclamação iniciado por V. Exa.”
Na verdade, eu não quis reclamar de banco algum mas sim dos procedimentos que o Banco de Portugal lhes impõe. Mais precisamente protestei contra aquela especiosa exigência de os jovens a quem as famílias constituíram contas bancárias na infância, uma vez completados os 18 anos, terem de provar que têm 18 anos, levando para o efeito cópia dos documentos que os mesmos bancos já possuem desde a abertura da conta e onde inevitavelmente consta a data de nascimento. Para a justiça, para a administração pública, para as conservatórias e tudo o mais, 18 anos são sempre 18 anos. Contudo nos bancos não é assim. E gostaria de saber porquê. Já agora também seria oportuno perceber-se o que leva a que, para abrir a mais simples conta bancária, sem pedidos de empréstimo nem cartões de crédito, e assegurando logo o pagamento daquele esbulho que dá pelo eufemismo de “despesas de manutenção de conta”, sejamos bombardeados com pedidos de recibos de vencimento e provas de morada. Como não consta que criminoso algum tenha tido dificuldade em provar que vive numa casa onde nunca viveu e em arranjar recibos de vencimento que nunca teve, o argumentário do combate à corrupção e a não sei que mais tráficos faz figura mas não serve. Este tipo de procedimentos empecilha sim a vida a quem, como os desempregados, já não a tem fácil pois hoje não ter uma conta bancária é uma forma de exclusão.
*PÚBLICO

Não lhes dê, nem preencha essas partes que considera abusivas.
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Muito bem, 100% de acordo.
É preciso denunciar essa cambada de ociosos com vencimentos e reformas milionárias, cuja única ocupação é infernizar a vida das pessoas.
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Temos a malta burocrata em grande… Primeiro, os “legisladores”, depois os executantes dos “regulamentos”, normalmente muito mal feitos e sem conhecimento de como funcionam as coisas. Claro que os executantes, ou porque são meros “cães de loiça” ou porque não estão para se chatear, colaboram com estas bacoradas. E os burros somos nós?
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O mais fácil é perguntar antes o que é preciso para abrir uma conta e depois entregar o que nos é pedido. Simples, fácil e práctico…a não ser para os clientes complicados!
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A questão é que para se abrir uma conta na banca é necessário dar as informações que eles requerem… e, por acaso, até é no interesse do cliente.
Nuno
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perfeitamente de acordo Helena… posso ainda contar outras coisas sobre os procedimentos dos bancos e do desprezo que têm pelos clientes que não têm depósitos mensais regulares superiores a 800 €.
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sobre os procedimentos dos bancos e do desprezo que têm pelos clientes
Não usem Bancos, usem a CGD.
Não me leva um cêntimo de comissão em nada, tenho todos os pagamentos lá domiciliados e se quiser nem preciso de cheques nem multibanco, basta a caderneta.
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Dada a inutilidade da instituição do BdP mais valia acabar com ela. Não é regulador coisa nenhuma é uma formalidade e estes pedidos neoliberais são mais campanha para mentalizar as pessoas da bondade do mercado e dos banqueiros do que para atingir qualquer objectivo concreto.
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Não é regulador coisa nenhuma
Não sei, só sei que alugaram mais um prédio de vinte e tal andares na Expo.
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Fado,
Sabe que o que ocupa mais burocracia (e tachos, e cunhas e…) são sempre os departamentos que não produzem resultados visiveis…
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10.cinicopt disse
25 Outubro, 2009 às 8:35 pm
Absolutamente de acordo.
Mas já eram donos do maior edificio em área coberta de Lisboa, mais um trocos na Baixa e agora mais isto?
Se tivessemos jornalistas em Portugal este assunto daria crónicas.
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Fado,
Se houvesse jornalistas a sério sabiamos as tramas familiares que ligam a maior parte dos lugares de destaque, públicos e privados, do país. Como não temos fingimos todos que acreditamos que toda a gente ocupa lugares por “mérito”.
É de estranhar que o caso do BdP passe em branco? É um entre tantos…
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Estes procedimentos parecem efectivmente absurdos e provavelmente poderiam ser evitados se os Bancos fizessem prova de bom senso.
Todavia cabe-me informar que o procedimento a que se faz alusão é igualmente complicado (nalguns casos bastante mais burocratico e complexo) noutros países onde tive necessidade de abrir conta bancaria (eg UK, Belgica, Luxemburgo)
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