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Todos, em força, para o Brasil e já!….

1 Dezembro, 2009

….e o Brasil deixa?!

A projecção atlântica do país, que lhe «deu» o Brasil e Angola, é um dos poucos activos estratégicos que Portugal possui”.

Quanto a Portugal, não perde nada em se ligar mais ao Brasil, e evidentemente às antigas colonias, porque 500 anos de história, com todos os erros, injustiças, e politicas mal amanhadas, não se podem atirar fora sem mais nem menos

Estas são algumas ideias que se podem ler nos “comentários” a este post  do CAA (peço desculpa por não citar o nome dos autores, mas eles podem ser lidos na respectiva “caixa de comentários”).  São dois exemplos, entre vários que, recorrentemente, se ouvem, exprimindo a velha ideia do desígnio Atlântico de Portugal

Para mim, pessoalmente, trata-se de um mito como tantos outros que gostamos de cultivar e venerar e que resultam  da nossa proverbial tendência para nos auto-convencermos de que os nossos wishfull thinkings são mesmo realidade!

Se existe uma natural afinidade entre interesses nacionais e brasileiros – e existe, sem dúvida – essa afinidade, convergência, cooperação e…porque não dizê-lo, simpatia, resulta pontual e concretamente de relações entre pessoas, agentes económicos, surge pelos contactos individuais e movimentações pessoais e livres de portugueses e de brasileiros, facilitados pela língua comum (talvez o nosso maior património) e por circunstâncias, interesses e afectos individuais.

Resultam, portanto, da liberdade (possível) de cada um e nunca de uma “estratégia política” (que seria incapaz de os fomentar, efectiva e decisivamente) ou de um qualquer quimérico desígnio colectivo, de uma decisão política…sobretudo, de uma decisão política de Lisboa!

Quer dizer, não existe nenhuma força ou estratégia política que possa viavelmente ser apontada como uma alternativa ou um desígnio colectivo estratégico, que se imponha e sobreponha às espontâneas movimentações e aos interesses dos cidadãos. Não existe nenhum desígnio colectivo nacional que possa ser arvorado como bandeira e alternativa a determinadas tomadas de decisão políticas. Não existe, pura e simplesmente, nenhum desígnio colectivo nacional – nem atlântico, nem brasileiro, nem angolano …. e não falo de Angola porque, circunstancialmente, a aparente aproximação económica entre esta e Portugal resulta da vontade do poder não democrático angolano e da força dos seus petrodólars. Além disso, , falando em “subjugação” ou dependências nacionais” – nomedamente de Portugal aos interesses económicos angolanos – aí, então, teríamos muito que dizer e pensar!

Mas vamos supor que sim, que a alternativa à nossa integração europeia seria um hipotético abraçar dos brasis e angolas (acho curioso que, nesta linha, nunca se fale, também, por exemplo, da “alternativa Cabo-Verde, S. Tomé e Príncipe, Timor, Moçambique”).

Ora, nesta hipótese (para mim, como referi, descabida), esquecemo-nos sempre de um pormenor: o próprio Brasil, os seus intereses e estratégias! Queremos sempre invocar um casamento sem perguntar à noiva se quer casar!

Falamos do Brasil como receptor irrelevante, como sujeito passivo dos nossos quiméricos interesses políticos, esquecendo-nos do que acham os governos e os políticos brasileiros. Vamos todos para o Brasil e em força….e o Brasil deixa?!

Além disso – continuando nos pormenores – se valemos alguma coisa nesse plano de” estratégias de aproximação”,  de “eixos atlânticos” e de desígnios colectivos (peditório para o qual eu, pessoalmente e como referi, não dou nada!), se poderemos aspirar (dentro da nossa absoluta irrelevância nacional, aos olhos da política brasileira) a alguma coisa em terras de Vera Cruz, é unicamente pelo facto de sermos um Estado-membro da UE, podermos ser uma porta de entrada (note-se, de entrada e não de permanência) para alguns (poucos) interesses brasileiros.

Pensar-se o contrário é continuar a alimentar mitos e a dar prova de completa ignorância do que é a realidade política e económica brasileira!

38 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    anónimo permalink
    1 Dezembro, 2009 20:12

    já estamos no brasil desde cabral.

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  2. Tio Estanislau's avatar
    Tio Estanislau permalink
    1 Dezembro, 2009 20:31

    O Brasil já nos invadiu

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  3. A. P. G.'s avatar
    1 Dezembro, 2009 21:04

    Hoje ao almoço fui servido por um brasileiro.
    O tipo que estava na grelha também era brasileiro.
    E a miúda da recepção era igualmente brasileira.
    Não me admirei nada, porque estava em… Lisboa!
    Constatei, assim, que o Brasil é, mesmo, uma das grandes potências económicas da actualidade.
    Olha se não fosse…

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  4. CAA's avatar
    1 Dezembro, 2009 21:07

    Pedro,

    Não vale a pena dar pérolas a quem gosta de bolotas.

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  5. Eduardo F.'s avatar
    Eduardo F. permalink
    1 Dezembro, 2009 21:08

    Caro PMF,

    Como tenho a honra de ser um dos citados, permita-me alinhavar o seguinte:

    1 – Detesto atitudes de wishfull thinking e não cesso, nos círculos onde me movo (no trabalho, entre amigos, na blogoesfera ou cá em casa) de lutar contra a “coisa”. Não me revejo assim na sua (explícita) crítica.

    2 – No meu comentário, não defendi nada de semelhante ao estilo de, parafraseando Salazar, “para o Brasil, rapidamente, e em força”. Embora a PT o tenha feito…

    3 – O meu comentário em nada permite a leitura que estivesse a pretender sustentar uma “alternativa” à nossa inserção na UE pensando, quiçá, numa estratégia isolacionista e “orgulhosamente independente”. Uma espécie de Islândia mais meridional. Nunca o defendi nem defendo;

    4 – Para quem tem largueza de espírito, projecção atlântica não significa apenas ter fácil acesso a turismo ecológico nas Berlengas. Significa tirar partido dos portos de águas profundas que possuímos e do transhipment que permitem, significa olhar para o lá de lá do Atlântico (a América e o Brasil) e de todos os outros oceanos e todos os outros portos, significa naturalmente tirar partido do nosso carácter de ex-colonizadores;

    5 – E, no fundo, é tudo tão simples: tal como uma empresa que se pretenda economicamente sustentável e resistente a choques exógenos, o país necessita desesperadamente de encontrar e desenvolver relações económicas também fora da Europa. Para não cairmos nas prioridades idiotas do Sócrates.

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  6. Francisco Castelo Branco's avatar
    1 Dezembro, 2009 21:23

    ha 500 anos foram nos que os descobrimos e ajudamos

    Agora é o contrário…..

    Sinais dos tempos e dos governos

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  7. OLP's avatar
    OLP permalink
    1 Dezembro, 2009 21:39

    #6 Francisco.
    Não será que cometeu um erro ortográfico na última frase?

    Sinais dos tempos e dos desgovernos?

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  8. JB's avatar
    1 Dezembro, 2009 22:08

    «um mito como tantos outros»
    E uma mania das grandezas inconsequentes.
    Salvo erro, quando da EXPO 94, foi lançado um dos temas fundamentais para o nosso futuro.
    Com Mário Soares à frente: o Mar.
    Não saímos disto. Da inconsequência.
    Tinha de dar no que deu.
    «activos estratégicos que Portugal possui»
    É verdade, mas cada vez menos.
    Pouco depois da revolução (25A/25N), haveria um general lusitano,
    que perante a hipótese de haver alunos africanos na escola militar de oficiais, afirmava: que poderiam subverter os nossos alunos.

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  9. Desconhecida's avatar
    Madeirense permalink
    1 Dezembro, 2009 22:10

    REALMENTE SAIR DESTA MERDA DE PAÍS É A ÚNICA ALTERNATIVA.

    QUEM FICAR AQUI NÃO VAI PODER FUGIR Á FOME, AOS IMPOSTOS QUE VÃO SUBIR E Á PREPOTÊNCIA DOS GOVERNANTES.

    QUEM QUISER LIBERDADE E QUEM QUISER EMPRRENDER E VALORIZAR O SEU TRABALHO QUE SAIA JÁ!

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  10. Eduardo F.'s avatar
    Eduardo F. permalink
    1 Dezembro, 2009 22:15

    O comentário #4 mostra-nos, uma vez mais, a elevação do argumentário de CAA. Elucidativo!

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  11. Desconhecida's avatar
  12. Desconhecida's avatar
    Pinante! permalink
    1 Dezembro, 2009 22:29

    tretas da lisbo decadente sempre à procura de pimentas enquanto fode os tolos de cá. rebentem com esta merda já! viv a ibéria caralho!

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  13. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    1 Dezembro, 2009 22:41

    Qualquer pessoa que vá ao centro da cidade de São Paulo e olhe bem à sua volta percebe logo o nosso tamanho e o que nos está reservado, mas ainda há que pense que isto é um império qualquer que vai lá ensinar os índios como é que se come com talheres. Geralmente são uns tipos que conhecem melhor os hotéis e os aviões do que todo o resto.

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  14. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    1 Dezembro, 2009 22:41

    acho que tem razão PMF . sempre a pensar nos outros e em lá longe. carago , olhem para onde vivem e com quem vivem !!!!é igualzinho aos outros sitíos ,tem cá tudo , à excepção de oil ( e nem isso safou o dubai) , bem maior que muitos países. leiam o habermas. façam psicanalise , mas curem-se. se se sentem acorrentados ? libertem-se , quem vos acorrenta não é nenhum deus , é um pobre coitado . se lhe disserem BUUUUUU , caga-se todo.

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  15. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    1 Dezembro, 2009 22:45

    politico em criança:
    -quando for grande quero ser delinquente
    (ladrões de bicicletas)

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  16. Desconhecida's avatar
    anónimo permalink
    1 Dezembro, 2009 23:03

    Ó pinante és um caramelo, pá.

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  17. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    1 Dezembro, 2009 23:44

    Mais um texto comido pelo Blasfémias. Deve ser porque digo Social(ismo).

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  18. hajapachorra's avatar
    hajapachorra permalink
    1 Dezembro, 2009 23:45

    Convivemos com milhares de africanos e brasileiros, milhares de portugueses, quiçá os melhores e mais activos, investem no Brasil ou emigram para Angola e o morcão do escriba diz que isto é um mito! Só se for na parte que cabe ao Estado português: de facto nesse plano é só conversa. Em conclusão o pobre só conhece o maldito estado, ou seja, é um liberal de trazer por casa, um mito de liberal. E que raio será um mito? Platão gostava de mitos, e o nosso doutor sócrates parece que é disso que vive.

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  19. mana mais velha's avatar
    mana mais velha permalink
    1 Dezembro, 2009 23:59

    hajapachorra :
    os mitos combatem-se confrontando as pessoas com a realidade. a sua mana mostrou-lhe que os presentes estavam escondidos no armário e que foi o seu pai que os comprou? não existe pai natal. também não existe estado para além do poder que os cidadãos lhe otorgam. está na mão deles manda-lo para o mito que o pariu. mesmo que seja um mito com 8oo anos. um mito que em lugar de luns optou por seguir fiel e literalmente os ditames de roma e hoje dizemos 2ª feira. mais ninguém diz. concordo , o lastro é bué comprido , mas pode ser largado no dia que queiram.

    Zazie ? olá. c est moi.

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  20. Desconhecida's avatar
    Amonino permalink
    2 Dezembro, 2009 00:02

    .
    Não é mito. Mitos são os modelos dos académico-teoricos que as elites acham que é o caminho. O grande falhanço está aí. A concorrencia aplaude o ‘exito teorico-ideologico-politico’ para ver se abocanha a seguir. Porque isso das ‘uniões’ é mais uma estratégia na habitual desunião em que os ‘sempre-em-festa’ alinham para estarem na onda do exibicionismo do palco.
    .
    É mais que obvio que os Povos de MATRIZ LUSA são mais IMPORTANTES e DECISIVOS no Mundo que as tretas do pessoal das ‘sebentas universitárias’ a olharem para os umbigos e complexos intelectualoides de ‘portugalidades & quejandos’.
    .
    Enquanto estas caspas mentais não forem sacudidas da DECISÃO não vamos longe nem perto. Não vamos a lado nenhum com estas seitas do tamanho de vãos de escada à escala da universalidade. É exactamente o contrário que produz os descobrimentos sejam de caravela sejam de visão de futuro.
    .
    E a MATRIZ LUSA é universalista, transversal a todos os continentes, incluindo a Asia. Não é o novo sonho nem o novo nacionalismo. É a realidade à espera de quem a saiba iluminar. Um trabalho entre iguais para serem todos diferentes. O tal enxame de abelhas a voar no mesmo sentido como dizia o outro noutras circunstâncias estrangeiras (de estranho). Os Pós&Alem-Europa
    .
    No entretanto há muito a resolver cá dentro mas as autodesignadas elites não gostam de trabalhar. Optam por acusar o Povo de não trabalhar, de não inovar etc etc. Teorias da treta. Por isso estamos cada vez mais pobres na parte europeia da MATRIZ LUSA UNIVERSALISTA.
    .

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  21. Desconhecida's avatar
    Da Vinci permalink
    2 Dezembro, 2009 00:10

    Já fui ao Brasil, Praia e Bissau…

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  22. mana mais velha's avatar
    mana mais velha permalink
    2 Dezembro, 2009 01:04

    pronto , lá veio o Amonino dizer q

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  23. Desconhecida's avatar
    ourição permalink
    2 Dezembro, 2009 01:05

    # 9, sem dúvida que tem razão, os que querem de facto fazer alguma coisa de útil resta-lhes emigrar rápido. Se o Estado brasileiro entender dar a mão a esse grupo de mais de 1 milhão de pessoas que precisa de se organizar, seria emigrar para não mais voltar. Há tanta razão como a da ponte aérea das colónias para a tugolândia. Não tarda será espanha, reparem como o 1º de dezembro passou despercebido. O Brasil, ao dirigir o processo de implantação, ganharia gente qualificada e ordeira. Os pobres diabos que muitos de nós somos, salvavam-se da constante mentira e exploração, já que estarão talvez para sempre sujeitos a uma maioria de incapazes. Os dados estão inquinados, aqui não podem ouvir a sua voz, vão cansar-se de vez de alimentar a oligarquia do psi 20 mais os manhosos dos subsídios, das novas (velhas) oportunidades, expedientes inventados para comprar votos.

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  24. mana mais velha's avatar
    mana mais velha permalink
    2 Dezembro, 2009 01:12

    ups..desculpem.
    que o Pai natal existe. ninguém de fora vos vai trazer presentes. nem lá fora encontram kriponite , isso não existe. Compreendem? os outros países já perceberam que têm direito a autodeterminação , que não precisam de Deuses ( aqueles dos missionários) para viverem na terra e um dia alcançarem o ceú. Vá lá . façam um esforço , vivem aqui , lutem por aqui. o arnonimo é simplesmente detestável. Aqui há tudo : há batatas , há lã , há granito , há madeira , há carvão , há minas , há quimicos , há fisicos , há matemáticos , há algas e há uma medicina de ponta que dispensa farmácia, E há pessoas iguais a todas.

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  25. anonimo's avatar
    2 Dezembro, 2009 02:12

    A “saga” continua …

    Enquanto uns se encontram detidos ou impedidos de abandonar o país, outro, o senhor Rendeiro ex-BPP, anda a fazer assessorias e consultadorias financeiras internacionais. O que poderá um sujeito destes aconselhar a nível financeiro? Truques e “escapadelas”?

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  26. Desconhecida's avatar
    K2ou3 permalink
    2 Dezembro, 2009 03:38

    Estatelou-se, (vem de Estado, deu mau nome a Portugal, crime de “Lesa Patria”)

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  27. PALAVROSSAVRVS REX's avatar
    2 Dezembro, 2009 03:47

    Só o Brasil pode salvar-nos do colapso iminente.

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  28. Bom Senso's avatar
    Bom Senso permalink
    2 Dezembro, 2009 03:48

    10.Eduardo F. disse
    1 Dezembro, 2009 às 10:15 pm

    De facto, «o comentário #4 (CAA) mostra-nos, uma vez mais, a elevação do argumentário de CAA.»
    Tristemente, «elucidativo!».

    A coisa aqui é tão chata que me vi obrigado a regressar ao sítio onde estudei, agora para funções docentes. Mas, ao mesmo tempo, isto tem a sua piada por que é um retorno bom.
    Os aviões são relativamente baratos e servem imensos destinos, entre os quais Portugal.
    E cá vim eu, numas curtas férias e votar. E continuarei a vir até que, como infelizmente sempre sucede, deixe de vir talvez apenas por que não me apatece… ou esqueça.
    Cump.
    Nuno

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  29. Desconhecida's avatar
    Zé Preto permalink
    2 Dezembro, 2009 07:03

    “Mário Soares está ainda longe de ter sido o responsável, como se diz, por
    vivermos neste simulacro de democracia. O que se passou foi que, no segundo
    1.º de Maio depois de 74, quando Soares se pretendia juntar aos comunistas,
    foi por estes rejeitado. Só mais tarde, e por ter percebido que se não se
    afastasse do PC teria a sorte que tiveram as dezenas de centros regionais
    daquele partido, que foi terem ido pelo ar na sequência de reacções
    populares, aproveitou para inventar o chamado socialismo democrático, que
    nunca ninguém percebeu muito bem o que é, mas que é do que tem vivido até
    agora.
    Soares, como governante, foi ainda pouco menos que uma nulidade. Nos
    Governos Provisórios foi o desastre que se sabe. Em 1978 foi demitido pelo
    Gen. Eanes por má governação. Em 1983-85 frustrou completamente os acordos
    de coligação com o PSD, que permitiriam a Portugal desenvolver-se e
    modernizar a economia. Em 1983-85, com Soares no poder, a inflação chegou a
    uns impensáveis 24% e o défice desses governos alcançou a vergonhosa marca
    de 12%! O País estava quase sufocado pela dívida externa e viveu, até essa
    data (1985), praticamente com as estruturas do Estado Novo e com empréstimos
    do FMI”.

    Rui Mateus

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  30. Zé Bonito's avatar
    2 Dezembro, 2009 08:00

    “se poderemos aspirar (dentro da nossa absoluta irrelevância nacional, aos olhos da política brasileira) a alguma coisa em terras de Vera Cruz, é unicamente pelo facto de sermos um Estado-membro da UE, podermos ser uma porta de entrada interesses brasileiros”.

    E é pouco? Se a partir daí construirmos uma estratégia para todos os PALOP, parece-lhe pouco?

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  31. Desconhecida's avatar
    Kuito Kuanavale permalink
    2 Dezembro, 2009 08:44

    Caro Poster

    Algumas notas:

    (1) Quando um wishfull thinking se torna um “thinking” mais profundo, mais marcante e mais convicto, então começa a ser um desígnio. Não coloque wishfull thinkings como algo antagónico a desígnios nacionais

    (2) Mas que raio é que o senhor “poster” aprendeu sobre história de Portugal? A história ensina e é um bom manual para se pensar o futuro e/ou os desígnios nacionais, se for absorvida com inteligência. E aí, meu caro, é mais que óbvia a vertente atlantica de Portugal. Seja com Brasil, com África, em tempos remotos, ou seja com a adesão à Nato, como membro fundador, e onde se centraliza o comando da zona atlantica (Polo Norte até tropico de cancer, em Oeiras (http://www.nato.int/docu/handbook/2001/hb120704.htm). Seja também em termos de localização geográfica, incluindo arquipelago dos Açores.

    (3) É muito redutor no seu artigo, qaundo reduz o desígnio atlantico ao Brasil. Comungo da sua opinião que a lingua portuguesa é o grande activo de Portugal, mas há outros países a falar Português

    (4) Não pode pensar num designio Atlantico, que sirva unica e exclusivamente Portugal. Obviamente que se pensar assim, todas as noivas lhe viram as costas. Tem de pensar num desígino Atlantico em que beneficiem Brasil, Angola Cabo Verde, Portugal, etc, e não exclusivamente Portugal. E é preciso perder definitivamente a ideia que Portugal deverá ser o país liderante neste desígnio Atlantico. É obvio que é o Brasil. Usando a sua terminologia, o noivo jovem e rico é o Brasil, não somos nós.

    (5) Discordo também do senhor “poster” quando fala em casamentos entre os países, com ose fossem relações de exclusividade – o atlantismo de Portugal não pode ser pensado nem assumido por nós como a via única para os Países da lusofonia. É um caminho, que deve ser privelegiado mas é um dos vários caminhos. O Brasil pode e vai ter vários parceiros e vários caminhos. O do Atlantismo com Portugal é apenas mais um. Tal como Portugal, que abraça a UE, mas não pode virar as costas ao seu lado esquerdo. As relações comerciais, políticas, estratégicas são multidireccionais, e não podemos assumir o Atlantismo como relações biunivocas Portugal Brasil, Portugal Angola, POrtugal Cabo Verde, etc, etc.

    (6) Veja também o que os fluxos migratórios lhe mostram actualmente, com cada vez mais jovens portugueses a ir para Afica e América do Sul.

    Perante estes pontos, parece-me obvio que o Atlantismo pode ser uma oportunidade, pode ser uma solução, pode ser um desígnio, se for bem pensado, e não numa lógica em que POrtugal lidera impõe um modelo, e é o principal beneficiado. TEm de ser uma estratégia de partilha de ganhos entre todos, caso contrario é um Atlantismo oco.

    Com isto pretendo tambem reafirmar, que sendo o Altantismo uma oportunidade, temos que não deixar que o espaço europeu não venha a secar esta oportunidade, pois creio ser este o grande factor diferenciador de Portugal, entre 27 paises.

    Sem o desígnio Atlantico, somos mais um país, numa das pontas da UE, longe do centro de gravidade, com um idioma com expressão reduzidissima, e sem trazer nada de novo a não ser o nome a um tratado.

    Com este desíginio, movemos o nosso eixo para o Atlantico, e estamos no centro no nosso espaço nevralgico – Entre o Atlantico e a Europa – estamos bem localizados geograficamente, temos uma lingua que nos é favoravel.

    Ainda há duvidas? Então emigre por uns anos, porque está com as vistas curtas.

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  32. PMF's avatar
    2 Dezembro, 2009 09:33

    # 31. — p.f., leia melhor o post….

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  33. Marcos Garrido's avatar
    Marcos Garrido permalink
    2 Dezembro, 2009 09:57

    Caríssimos: expliquem-me como se eu fosse muito burro (que até admito que seja!).

    O que é um “desígnio nacional” ou um “desígnio atlântico”?

    Em que é que isso releva para a minha rotina diária de me meter no trânsito para ir trabalhar, suar por um salário escandalosamente baixo, voltar a meter-me no trânsito e depois tratar dos assuntos da minha vida pessoal?

    E se eu faço parte da nação, porque é que não me sinto remotamente incluído nestas histórias de universalismo, património linguístico, etc, etc, etc?

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  34. Desconhecida's avatar
    Metralha permalink
    2 Dezembro, 2009 10:02

    Do Brasil
    só estamos a receber:

    -o lixo humano que transborda e já lá não cabe

    -as novelas que droguam o povo BRASILEIRO (e ESTUPIDIFICAM O PORTUGUÊS)e tão bem mostram todas as injustiças sociais, quase medievais, bem como a profunda malformação moral, daqueles seres humanos e a dicotomia de moral de “disneylândia” incutida num povo cuja principal fonte de (de)formação ainda é a TV.

    – os pseudo intelectuais “branquelas” que renegam as origens dos antepassados, a cultura portuguesa, e só entram em Portugal como passaporte para uma Europa que não os conhece de lado nenhum, e onde vêm para receber , a todo o custo, dinheiro de uns simplórios , os portugueses, que tanto pagam à empregada do restaurante como ao dentista, como à dos trapos , como ao ” cábéléreeiró” que lhes escortanha o cabelo ou as unhas,como à dos artefactos dos indios ( os únicos autênticos colonizados e autênticos aculturados )que agora virou décóradóra.

    – Quanto aos de S. Paulo, estão perdidos para nós. Há muito que fazem parte do outro continente americano: o NORTE Americano!! versus IBERO americano. Estão em guerra. NÃO SABIAM???

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  35. Desconhecida's avatar
    luispt84 permalink
    2 Dezembro, 2009 10:42

    Concordo. O que nos une é a língua, mas somos todos países independentes.
    Não suporto quando alguém diz: “Mas Angola era nossa” Nossa?? Não seria antes dos angolanos?

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  36. Desconhecida's avatar
    Amonino permalink
    2 Dezembro, 2009 10:47

    .
    Temos de ser práticos e realistas. A Aliança Lusa Universalistas, a Língua e não só, é um dos mais poderosos BLOCOS mundiais, quiçá mesmo o mais poderoso e rico a nível planetário:
    .
    Tem 250 milhões de habitantes, consumidores. Tem 10.708.079 Km2, área maior que a China, Índia, EUA ou União Europeia. Um GDP de USD 2,37 Triliões. Dispõe das maiores reservas mundiais de petróleo e urânio. A mais vasta zona marítima mundial. Tem todos os minerais em quantidades gigantescas. Inclui terras das mais férteis do planeta. Tem Agricultura, Pecuária e Pescas muito avançadas produzindo todas as espécies que há no Mundo. Centros de Conhecimento incluindo Escolas, Investigação e Laboratórios no topo mundial. Tem meios militares poderosos se somados. Indústrias de todos os tipos incluindo agro-alimentar. Domina nos sectores informáticos, aeroespaciais e das comunicações. Está avançadíssimo na área da Saúde, incluindo doenças tropicais. Tem dos maiores portos oceânicos do Mundo. Integra meios científicos e de investigação dos mais evoluído no planeta. Tem uma Banca poderosíssima se somada. Marinha mercante. Companhias de Aviação modernas. Enfim tem de tudo e do que há de melhor no Planeta. E de longe muito mais riqueza natural e reservas geologicas que os EUA, China, India ou União Europeia.
    .
    No domínio das Artes produz Literatura, Pintura, Musica, Arquitectura, Escultura etc de alta qualidade. Domina na Moda, Vestuário e Calçado.
    .
    Enfim tem tudo e de tudo em quantidades gigantescas para em aliança pôr ao serviço uns dos outros, uns com os outros, duns para os outros para se desenvolverem todos mais depressa. Timor, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Brasil, Guiné-Bissau e Portugal.
    .
    O que tem havido a mais em Medos, Arrogâncias e Vaidades tem faltado em Ambição, Ousadia e Humildade.

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  37. Desconhecida's avatar
    ourição permalink
    2 Dezembro, 2009 11:46

    Não se pode pôr no mesmo prato países como Angola, Moçambique e o Brasil. Os dois primeiros estão a começar, têem um longo caminho pela frente. Boa sorte.
    O metralha #34, não conhece o Brasil, ilude-se com aparências.
    Tem do melhor e do pior, há que escolher, aqui só pode escolher ser explorado pelas oligraquias e pelas sanguessugas.
    O Brasil tem 500 anos, foi a obra mais extraordinárias que o povo português conseguiu na história. É no Brasil, apesar de várias dificuldades, a maior sendo o real desentendimento entre os governantes sobre esta matéria apesar da hipocrisia com que disfarçam os seus discursos, que os portugueses autónomos, decentes, devidamente autorizados e organizados, podem estabelecer-se de facto de modo a prosperar e fazer prosperar um país admirável.
    Enquanto não se conseguem laços mais consistentes nas hierarquias há que obter informação de como trabalhar lá a partir de grupos de brasileiros de ascendência portuguesesa radicados há séculos. Não faltam grupos desses em particular em S. Paulo e Santos, não estão é muito sensibilizados para isso, uma vez que desconhecem o abismo a que o sítio chegou, custa-lhes a acreditar.

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  38. Paco's avatar
    Paco permalink
    2 Dezembro, 2009 17:39

    29.Zé Preto disse
    2 Dezembro, 2009 às 7:03 am

    Olha lá, ó preto, Portugal endividou-se com os pretos e depois com os bandidos do 25 do A, os abrilistas sevandijas. Quando esses pulhas fizaram a puta da revolução o País estava cheio de dinheiro.
    Paneleiros!
    Paco

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