Venham mais OPAs!
Ontem iniciou-se o período da Oferta Pública de Aquisição da brasileira CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) sobre a Cimpor. Trata-se de uma oferta sobre a totalidade do capital da empresa, propondo-se a CSN a pagar em cash 5,75 euros por acção.
Se a operação tiver sucesso – a CSN impõe para tal adquirir um mínimo de 50% das acções e poderá ainda aumentar a parada – a oferente poderá ter de desembolsar até um máximo de 3,8 mil milhões de euros, qualquer coisa como 2,3% do PIB.
Uma “pipa de massa”, que cai neste momento como sopa no mel e pode aliviar várias tesourarias e permitir significativo desendividamento dos principais accionistas nacionais da Cimpor. Numa economia super endividada como a nossa, a venda de activos representa a forma mais rápida e eficaz de atenuar o “sufoco”. Neste caso com uma vantagem adicional: é dinheiro que fica repartido por milhares de (ex)accionistas, indubitavelmente em muito melhores mãos que os subsídios da UE, “derretidos” pelo governo em mega-projectos ruinosos.
Venham mais OPAs. Podem ajudar à libertação da sociedade civil. A minha dúvida é que esta queira ser libertada.

Espero que a próxima OPA seja à Caixa Geral de Depósitos.
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Nós já sabemos que a produção tuga é miserável, mas as continhas não se fazem assim, seu LR.
Chico
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LR!
” a venda de activos representa a forma mais rápida e eficaz de atenuar o “sufoco”. “…é simultaneamente, quando alienado ao exterior, a principal criadora de dívida ao exterior.
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Justiniano,
Importa-se de fundamentar?
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LR,
O Justiniano deve querer fazer referência ao facto de que a partir de agora haverá remessa de lucros para o exterior, aumentando assim as pressões sobre o balanço de pagamentos.
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LR,
A aquisição de activos, por estrangeiros, constitui, em si mesma, endividamento ao exterior (sem juro definido); um exemplo foi dado pelo Carlos Velasco outros exemplos são elementarmente induzidos (basta para isso fazer análise comparada ao crescimento da dívida das economias mais abertas EUA, Ingl, Austrália…), e não quero, com isto, preterir a economia liberal aberta (mas diga-se que os neo-mercantilistas têm alguma razão pela prudencia).
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Justiniano,
Obviamente que quem compra quer tirar rendimentos da sua propriedade. Mas você está a ser extremamente redutor, ao analisar os efeitos de uma empresa na economia apenas através dos dividendos que ela paga ou não. É que por essa óptica, nunca deveríamos ter permitido o investimento da Auto Europa. E tem a certeza que o crescimento da dívida dos USA, RU e Austrália é por conta do repatriamento de lucros dos seus investidores externos? Palpita-me que a esse nível eles até terão uma balança positiva.
Mas o meu ponto é que a venda de activos é a forma mais eficaz de os agentes económicos (entre os quais o Estado) se libertarem do sufoco dos credores. São muitos milhões que entram e que poderão ajudar a limpar muitos balanços. E a partir daí retomar a actividade com uma estrutura financeira mais equilibrada.
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LR,
Não disse que no caso dos Anglo-Saxões o deficit resultasse do repatriamento de lucros mas simplesmente resulta da importação de componentes pelas industrias estrangeira (e por vezes nacionais), naquele caso, creio, que não é costume a retirada de lucros desses estados o que não significa que a dívida se não acu,ule…
Tambem não digo não aceitar o investimento estrangeiro, especialmente em sectores onde o valor de trabalho seja elevado, (já disse que creio numa economia liberal, aberta)apenas digo que sempre que um produtor nacional é adquirido por um sujeito estrangeiro estamos a produzir mais dívida ao exterior…simplesmente!!!
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Justiniano,
Você não pode generalizar dessa forma. Geralmente, quando uma multinacional se instala num país é para servir o respectivo mercado interno ou para beneficiar de melhores condições de produção para, a partir desse país, abastecer o mercado global. Para além disso, o investimento directo estrangeiro (pelo qual concorrem a generalidade dos países, muitas vezes concedendo benefícios públicos excessivos), permite importar tecnologia e criar empregos, geralmente mais qualificados do que os existentes no país receptor. No caso da Cimpor, nada lhe garante que a CSN não esteja a pensar utilizá-la como plataforma para servir os mercados europeus e do norte de África.
Mas, repito, o meu ponto é que a venda de uma empresa nacional a investidores estrangeiros permite desde logo receber capitais em volume vultuoso, os quais (assim tenhamos engenho e arte), podem ser reinvestidos de forma proveitosa. Entretanto, a empresa manter-se-á a laborar em Portugal, continuando a gerar valor acrescentado nacional.
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Justiniano,
“(…) apenas digo que sempre que um produtor nacional é adquirido por um sujeito estrangeiro estamos a produzir mais dívida ao exterior…simplesmente!”
Você se vender a sua casa fica endividado?
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LR,
compreenda que não declinei, em tempo algum, as virtualidades do investimento estrangeiro.
Devolvo a sua pergunta a quem a comprar, à casa claro, e a quem o financiar!!
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