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Tempos de mentira e miséria moral*

13 Março, 2010
by

“É muito difícil que não sendo honrados os principais cidadãos de um estado, os outros queiram ser homens de bem; que aqueles enganem e estes se conformem com ser enganados.”

Montesquieu

O homem mentiu ao Parlamento e ao país sobre o negócio da TVI e 60 por cento dos portugueses, de acordo com uma sondagem, já nem têm muitas dúvidas sobre isso.

O homem passou a semana a dizer que o PEC não implicava um aumento de impostos, apesar de representar um aumento da carga fiscal e de ter prometido na campanha eleitoral, no debate do programa de Governo e na discussão do Orçamento que não aumentaria os impostos.

O homem atirou-se no debate com Francisco Louçã às propostas do BE para acabar com as deduções fiscais considerando-as desastrosas e penalizadoras para a classe média, altura em que também disse que 42 por cento já era uma taxa de IRS muito elevada, e agora propõe-se fazer exactamente o que criticou.

O homem anda para aí a jurar que o Programa do Governo já previa acabar com as deduções fiscais quando o que lá está escrito é exactamente o contrário do que vai acontecer (recordatório: “Reformar o IRS, mantendo a estabilidade da receita fiscal, tendo nomeadamente como objectivo redistribuir as dedu ções e benefícios fiscais, num modelo progressivo em favor das classes médias”).

Este homem é o mesmo das trapalhadas dos licenciamentos em vésperas de eleições (Vale da Rosa em Setúbal ou Freeport), das dezenas de casas projectadas na Guarda, do caso da Cova da Beira, da famosa licenciatura na Independente e de tantas outras histórias mal contadas que aqui recordei há duas semanas.

E, no entanto, o homem lá conseguiu – com muitas, muitas cumplicidades dos que se recusaram a ver as evidências – manter-se em São Bento em condições de exigir aos que denunciaram as suas tropelias que, agora, sejam o que ele nunca foi: “responsáveis”. Para quê? Para lhe cobrirem as costas nos momentos de aperto da concretização do PEC.

Nunca, na história da democracia portuguesa, se viveu uma situação como a actual. Primeiro, porque nas últimas décadas nunca, como hoje, estivemos perante uma crise que, além de ser financeira e orçamental, é também económica, com um país exangue, sem perspectivas e com maus hábitos. Depois, porque nunca, como hoje, o clima político se crispou a este ponto e por causa da teimosia e intransigência de um só personagem.

Se “o fraco rei faz fraca a forte gente”, como escreveu Camões, os métodos, o estilo e o curriculum do dito personagem está a ter um efeito corrosivo em toda a sociedade.

Por um lado, provocaram a banalização da aldrabice: face à incapacidade de defender o indefensável, a estratégia triste dos que o apoiam tem sido a de dizer que tudo o resto e todos os demais são iguais – quando, até ver, ainda não são e, sobretudo, não é aceitável que ainda dia venham a ser. Isto cria um ambiente de anomia democrática, onde já nada parece capaz de indignar ninguém e tudo roda em torno de um rasteiro “vamos é tratar da nossa vidinha”. Falar verdade, mentir ou fugir às respostas passou a ser, como se tem visto na Comissão de Inquérito ao caso TVI, uma opção meramente instrumental.

Depois, começa a tornar-se aceitável, até honrado e inteligente, o chico-espertismo luso, agora já não limitado aos motoristas de táxi de serviço ao aeroporto, mas alargado aos conselhos de administração das empresas com golden-share.

Por fim, faz com que mesmo os que tentam nadar contra a corrente hesitem entre emigrar e pactuar. Nada, no clima político, económico e social estimula o risco, a independência, a inovação; pelo contrário, tudo aconselha o esquema e o concubinato com os poderes públicos (como tão eloquentemente se demonstrava nas quatro páginas que o PÚBLICO dedicou, segunda-feira, ao poder tentacular do banqueiro de todos os regimes).

Dir-se-á: os governos passam, os emproados também, e o país continua. Só que continua ferido. Montesquieu, que citámos a abrir, não proclamou apenas uma evidência: na sua obra “O Espírito das Leis” também explicou, como ensinou Raymond Aron, que “há três sentimentos políticos fundamentais, cada um deles assegurando a estabilidade de um tipo de governo. A república depende da virtude, a monarquia da honra e o despotismo do medo”. Sendo que “a virtude da república não é uma virtude moral, mas uma virtude propriamente política. É o respeito pelas leis e a dedicação do indivíduo à colectividade.”

Faltando a virtude republicana – e não se prevendo a monarquia – resta o despotismo e o medo. Não estamos lá, e espero que nunca venhamos a estar, mas temos vivido episódios pouco edificantes que só uma extraordinária cortina de fumo permite que não nos indignem mais. O que é muito mau sinal e me leva a recomendar a leitura do último texto de Luís Campos e Cunha neste jornal, “Autoritarismo”, em que se descreve o fenómeno conhecido porgroupthink. este surge quando “há no grupo uma forte pressão para o conformismo dos seus membros, quando o chefe domina as decisões e quando há pressões de tempo para tomar decisões”, desenvolvendo-se uma moral do tipo “quem não está connosco, está contra nós”.

As ditaduras modernas nasceram em tempos de crise económica e em sociedades evoluídas onde se desenvolveram processos semelhantes aogroupthink que levaram, no limite, ao que o historiador do nazismo Ferran Gallego designou como “mutilação moral”. Nessa altura até Montesquieu falha e os de baixo acabam, por conforto ou por incapacidade de resistir, por preferir ser enganados. E calam-se.

Será isso muito diferente deste ambiente de miséria moral que permite que a maioria dos portugueses ache que este personagem lhes mentiu sem necessidade mas, mesmo assim, quer que continue a governar?

*Publicado a 12 de Março de 2010 no Público

43 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Morcão permalink
    13 Março, 2010 22:04

    Grande texto.

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  2. MJRB's avatar
    13 Março, 2010 22:09

    Mr. JManuel Fernandes,

    Esse seu artigo ontem publicado é óptimo, linear e…corajoso. V. sabe porque é corajoso.

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  3. Desconhecida's avatar
    Fernando Velez permalink
    13 Março, 2010 22:11

    O Povo portugês é um povo sem qualidade nem cultura cívica.

    Não é por acaso que vota e aceita ter no poder o primeiro-ministro mais mentiroso e incompetente da Europa.

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  4. lili's avatar
    13 Março, 2010 22:11

    “(…) Não temos censura nem falta de liberdade para podermos expressar livremente os nossos pensamentos. O que existe é a manipulação da comunicação social. Uma manipulação sem rosto, que adopta métodos maquiavélicos, para alcançar os seus objectivos. E, como sabemos, a manipulação nunca é feita por bons motivos e para servir uma causa nobre. Não, a manipulação só serve interesses pouco transparentes e é inimiga do esclarecimento e de uma sociedade mais bem informada.

    A manipulação é a violação da liberdade. Ela impõe a supressão de toda a dimensão crítica da parte de quem é manipulado, e a aceitação de tal acriticidade da parte de quem manipula.

    Uma vez garantida a subserviência dos media, é fácil manipular as
    opiniões e o sentido de voto dos cidadãos. A oligarquia perpetua o seu poder e as vítimas desta violação nem sequer se apercebem do que está a acontecer (…)”
    http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=44F79A54-4CF2-4846-8C87-1C4094266341&channelid=00000210-0000-0000-0000-000000000210

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  5. joao's avatar
    joao permalink
    13 Março, 2010 22:11

    Excelente. Sem princípios e sem moral, o futuro deste povo é sombrio.

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  6. tina's avatar
    tina permalink
    13 Março, 2010 22:14

    “ao que o historiador do nazismo Ferran Gallego designou como “mutilação moral”.”

    foi a grande lição dos tempos de Sócrates, a potencial miserabilidade moral da humanidade.

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  7. Desconhecida's avatar
    José Ribeiro da Fonseca permalink
    13 Março, 2010 22:17

    Sócrates e a sua entouarage deixa uma devastação, muito pior que a devastação económica e financeira, a DEVASTAÇÃO MORAL.

    Hoje em dia ser probo, honesto, verdadeiro, competente e educado, já não vale nada.

    Ainda questiono como há contribuintes que ainda pagam para sustentar estes biltres que puseram Portugal na bancarrota.

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  8. Piscoiso's avatar
    13 Março, 2010 22:18

    É óbvio que o articulista é uma autoridade a falar de mentiras, já que aplaudiu as mentiras de Bush para a invasão do Iraque.

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  9. DSC's avatar
    DSC permalink
    13 Março, 2010 22:18

    Remember, remember the fifth of November,
    The gunpowder treason and plot,

    I know of no reason

    Why the gunpowder treason
    Should ever be forgot….

    V for Vendetta

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  10. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Março, 2010 22:23

    JMF

    Então porque não dizer tudo?
    Ele não é o único mentiroso!
    Existem mais mentirosos, só assim ele faz o que faz.
    Porque não,JMF explicar aos comentadores deste blog, a ligação dele, do Camões director da Lusa, a Macau?

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  11. LUSITANO's avatar
    LUSITANO permalink
    13 Março, 2010 22:25

    …”Faltando a virtude republicana – e não se prevendo a monarquia – resta o despotismo e o medo. Não estamos lá, e espero que nunca venhamos a estar”…

    Caro
    JMF,
    Pois pode ter a certeza que vamos mesmo acabar num despotismo ainda pior do que o de Salazar, repare, o sistema económico português foi, após o 25 de Abril de 74, completamente desmantelado, de uma economia que estava a previligiar os sectores primário e secundário, passámos para uma economia baseada no sector terciário, comércio e serviços, ora tendo quase desaparecido os dois primeiros sectores como se alimenta então o terceiro???
    Pura e simplesmente importando os bens que já não produzimos, mas, como nem temos produção própria suficiente para cobrir os custos das importações nem infelizmente temos petróleo, lá temos de recorrer aos empréstimos, por outro lado, como não temos moeda própria e como estamos estupidamente inseridos num sistema de livre comércio – bom para quem tem grandes potencialidades industriais e agrícolas, mas mau para quem as não tem – não temos nem possibilidades de controlar o fluxo de saída de divisas nem o de entrada de mercadorias, de forma, que meus Caros Amigos, estamos pura e simplesmente demasiado fragilizados para conseguirmos endireitar o rumo do barco, isto vai ser navegar à deriva até embatermos numa rocha e nos afundarmos.
    Não temos qualquer saída.
    Cumprimentos.

    LUSITANO

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  12. tina's avatar
    tina permalink
    13 Março, 2010 22:28

    O Piscoiso limita-se a repetir o argumento de Inês Medeiros e outros. Como é que foi, receberam todos as mesmas instruções do Partido?

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  13. anonimo's avatar
    13 Março, 2010 22:31

    jmf,

    Desde a tomada de posse deste canastrão, que os “sinais” eram de-mais evidentes. A população começou a balbuciar em surdina (por medo!) que estávamos a voltar “ao antigamente”.

    Qual a posição dos OCS? APOIARAM A BESTA.

    Recordo que durante uns 3/4 anos, “os jornaleiros” da praça não se deram a um simples exercício de confirmar as informações constantes nos blogs. RECORDO-LHE o caso de perseguição política a professores e O APOIO DECLARADO AO PULHA E AFINS, SEM NUNCA CONFIRMAREM NUNCA SE A INFORMAÇÃO DAS BESTAS ERA CREDÍVEL e o que se passava de facto em outros sistemas de ensino, com outros professores. Etc.

    Era óbvio, que com este gás TODO proporcionado por esta gentalha jornaleira a fazer “opinião” (num país marcadamente inculto e “incívico”), um dia o «feitiço se viraria contra os feiticeiros». Após a perseguição ao professora, viria a vez aos juízes e aos jornalistas. Era simplesmente uma questão de tempo.

    Que fazer, agora?


    Depois da casa roubada, trancas na porta.

    Sou bastante optimista e creio que há sempre soluções intermédias – nem pactuar com a besta, nem fugir.

    Há formas muito artesanais de dar a volta “à coisa”.
    Basta queremos!

    Nota optimista. Atente-se. Em grande parte, foram os professores portugueses que tiraram a absoluta ao canastrão.

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  14. anonimo's avatar
    13 Março, 2010 22:32

    Os comentadeiros da praça são, com rasa excepções, um NOJO.

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  15. JP Ribeiro's avatar
    JP Ribeiro permalink
    13 Março, 2010 22:33

    Apesar do país não poder esperar, não é este o momento das pressas ou políticas fraturantes.

    É o momento de deixar os socialistas cozer lentamente em lume brando como tem acontecido nas ultimas semanas. É o momento de formar e vacinar a opinião publica contra a miséria em que acabam todas e quaisquer políticas socialistas.

    Estamos agora quase a entrar na fase crítica da “negação”: -isto não é o socialismo!. Seguir-se-há a fase da “descoberta”: -Sócrates afinal não era socialista!.

    E estaremos prontos a recomeçar mais experiências socialistas, do tipo “agora é que vai ser”.

    Por isso calma. Deixem-nos morrer lentamente que daqui a quatro anos haverá tantos socialistas em Portugal quanto comunistas na Alemanha de Leste.

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  16. anonimo's avatar
    13 Março, 2010 22:38

    # 16

    Deve querer dizer: É o momento de deixar a população, as pessoas, continuarem a ser cozidas lentamente em lume brando.

    Só pode!

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  17. tina's avatar
    tina permalink
    13 Março, 2010 22:39

    Concordo perfeitamente com JP Ribeiro. O povo português terá de aprender que quem toma conta deles não são os socialistas nem a esquerda.

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  18. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    13 Março, 2010 22:45

    “É óbvio que o articulista é uma autoridade a falar de mentiras, já que aplaudiu as mentiras de Bush para a invasão do Iraque.”

    Quais mentiras de Bush?

    http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/1189182.stm

    Sunday, 25 February, 2001, 12:40 GMT
    Iraq ‘could build N-bomb’

    Iraq could produce nuclear weapons within three years, according to a German intelligence assessment.

    —-

    http://www.cbc.ca/world/story/2008/07/05/saddam-uranium.html

    Uranium shipped to Montreal from Iraq in top secret mission
    Last Updated: Saturday, July 5, 2008

    The Associated Press

    The last major remnant of Saddam Hussein’s nuclear program, a huge stockpile of concentrated natural uranium, reached Montreal on Saturday to complete a top-secret U.S. operation.

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  19. anonimo's avatar
    13 Março, 2010 22:46

    # 16

    Quer dizer que o canastrão tem ideologia?

    Tem Piada.
    E eu a pensar que a “ideologia” do canastrão era fax(ista)…

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  20. gigi's avatar
    13 Março, 2010 22:49

    2007-03-18 – 00:00:00

    Entrevista: Marques Mendes
    Jornalista : Jorge Paula

    Marques Mendes, líder do PSD, acusa o primeiro-ministro de ter um projecto de poder pessoal perigoso para a democracia. Irónico, diz que o País só está melhor do que o Burundi e afirma que o aeroporto da Ota pode ser o pântano de Sócrates.
    Correio da Manhã – Gosta do estilo de José Sócrates?
    Marques Mendes – Não vou comentar estilos. O que acho é que a atitude que o primeiro-ministro tem utilizado é errada. Essencialmente porque tem a preocupação de atirar portugueses contra portugueses. É uma atitude política errada. É um pretexto, a alegada existência de privilégios de todas estas classes, como se de repente se tivesse descoberto que o País é formado por privilegiados. E sobretudo tem um objectivo muito mau: explorar o sentimento da inveja nacional.
    – Da inveja?
    – Da inveja nacional. No momento em que ataca um sector está a colocar na prática portugueses contra portugueses. Um segundo aspecto negativo na sua atitude é a tentação que se nota de um controlo enorme do poder. Eu alertei em Dezembro para o facto de o primeiro-ministro parecer ter um projecto pessoal de controlo de poder, de acumulação de poder.
    – O tempo deu-lhe razão?
    – Três meses depois já perceberam que não era um ponto de vista partidário, mas sim a constatação de uma realidade.
    – Está a referir-se ao recente anúncio de concentração de poderes policiais?
    – É o último exemplo e dos mais perigosos, mas não é o único.
    – Quais são os outros? A Comunicação Social?
    – Há uma preocupação enorme de controlo na Comunicação Social, nos centros de decisão económica, na Justiça, na investigação criminal e mais recentemente nas polícias. Já não é uma questão partidária. Tem a ver com a qualidade da nossa democracia. Isto não é autoridade. É abuso de poder. É confundir maioria absoluta com poder absoluto.
    – A Comunicação Social está a ser objecto de diversas medidas polémicas. O que é que vai fazer?
    – Neste domínio da Comunicação Social há uma preocupação crescente de controlo, um controlo cada vez mais apertado. Nesta matéria todos os partidos têm pecados. Mas os Governos anteriores, de todos os partidos, em comparação com este, são uns meninos de coro.
    – Também teve a tutela da Comunicação Social.
    – Todos os Governos têm essa tentação. Estou a reconhecer isso. Agora, repito, em comparação com o que se está a passar, são todos meninos de coro.
    – E Sócrates não é um menino de coro.
    – Não. Acho que não é tanto um projecto partidário. É muito pessoal. É o poder em sectores nucleares na mão de uma pessoa só. E em democracia isto não pode acontecer. A democracia é o regime do equilíbrio de poderes.
    – O que é que o PSD pode fazer para contrariar esse projecto pessoal?
    – É o que temos feito. Denunciar a situação.
    – Mas se a situação é tão grave não pensa alertar o Presidente da República?
    – Cada coisa a seu tempo.
    – Está a renascer o Estado policial? É perigoso para a democracia?
    – É perigoso e afecta a qualidade da democracia. Eu alertei em Dezembro para esta situação e agora vastos sectores, que não têm nada a ver com o PSD, dão-me razão. Está em curso este projecto de poder pessoal. A denúncia que fizemos está a seguir o seu curso e acho que a força da opinião pública é o instrumento essencial para que o Governo recue em intenções que não são boas para a democracia.
    (…)
    – Como é que explica, então, a posição irredutível do primeiro-ministro? Por ser teimoso? (OTA)
    – Esta teimosia é grave. E só há uma explicação: como a situação do País é grave, os resultados são nulos e não tem nada para apresentar ao País, quer a toda a força mostrar obra.
    – É um alibi?
    – É uma tentativa de mostrar que afinal há qualquer coisa, há obra, para tentar desviar as atenções dos problemas reais quer na economia, quer na saúde, quer no desemprego. E para isso tenta criar um elefante branco, fazer um erro colossal.
    – Que pode ser fatal para Sócrates?
    – Olhe, Sócrates pode acabar no pântano do aeroporto da Ota se não tiver o bom senso de recuar. O Governo não pode querer resolver o seu problema à custa do dinheiro de todos os portugueses.
    – É tão grave que levou o problema a Cavaco Silva?
    – Ao fim de um ano foi a primeira vez que pedi uma audiência ao Presidente da República. Mas este caso é sério demais, porque podemos estar perante um erro colossal, porque a teimosia pode levar a um disparate que compromete os próximos Governos e Orçamentos.
    (…)
    – Há causas para a corrupção. Quais são?
    – Olhe, digo isto com algum exagero, mas reconheço que cada lei que se faz em Portugal é um convite à corrupção. Porque são complexas e burocráticas

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  21. JP Ribeiro's avatar
    JP Ribeiro permalink
    13 Março, 2010 22:55

    #20. Ideologia é uma palavra excelente para esconder a prática política.

    A coberto do manto diáfano da ideologia podem-se cometer todas as tropelias. É o que tem acontecido ao longo da História.

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  22. anonimo's avatar
    13 Março, 2010 23:04

    # 23

    Muito bem.
    Concorda comigo.

    Partido NACIONAL socialista.
    Nazismo.

    União NACIONAL.
    Fascismo.

    “ismos”

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  23. anónimo's avatar
    13 Março, 2010 23:18

    Face Oculta
    Sede da EDP sob suspeita

    A construção da nova sede da EDP em Lisboa, uma das obras mais importantes nos próximos anos na capital, está sob suspeita no processo Face Oculta, avança a edição do SOL desta sexta-feira

    O Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária de Aveiro interceptaram conversas telefónicas em que um dos arguidos – Domingos Paiva Nunes, então administrador da EDP Imobiliária (entretanto destituído) – move influências para beneficiar certas empresas, algumas de outros arguidos.

    O MP imputa a Paiva Nunes um crime de participação económica em negócio, por combinar a adjudicação à Consulgal, de Fernando Lopes Barreira (outro arguido no processo), a fiscalização da obra da nova sede da eléctrica nacional.

    Esta será construída na zona envolvente da avenida 24 de Julho, em Lisboa, prevendo a EDP um investimento global de 40 milhões de euros.

    Está também em causa a construção de um segundo edifício, na zona de Cabo Ruivo, cujo concurso de fiscalização está a decorrer com a participação da sociedade de Barreira.

    Nas conversas que Paiva Nunes teve com Lopes Barreira, em 26 de Agosto de 2009, o administrador da EDP chegou a invocar o nome de António Mexia, presidente da Conselho de Administração da EDP
    http://www.sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=165487&dossier=Caso Face Oculta

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  24. Desconhecida's avatar
    Mr. Hyde permalink
    13 Março, 2010 23:54

    “Tempos de mentira e miséria moral”

    -O autor sabe bem do que fala!

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  25. rosado pinho's avatar
    14 Março, 2010 00:09

    o governo corleone fartos de pedir a todos os partidos politicos uma investigação ao casino estoril devido ao despedimento de 112 familias não vão atacar o pingo doce que dá trabalho e não despede ninguem será que os corleones do governo mandam tambem nos partidos da oposição digo isto porque não se vê ninguem preocupado com o despedimento no casino estoril que com lucros despede gente.

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  26. José Barros's avatar
    José Barros permalink
    14 Março, 2010 00:29

    Excelente texto do JMF.

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  27. gigi's avatar
    14 Março, 2010 00:33

    Directora escondeu carta a professores

    Luís Vaz do Carmo atirou-se da ponte 25 de Abril. Família alega que não aguentava maus tratos infligidos pelos alunos. Quase todos os dias ambulâncias do Cacém são chamadas a escolas.

    Luís Vaz do Carmo, solteiro, tinha 51 anos. Era professor de Música. Tocava flauta e saxofone. Licenciado em Sociologia, foi jornalista

    A directora da Escola dos 2º e 3º ciclos de Fitares (Sintra), Cristina Frazão, terá escondido uma carta em que a família do professor Luís Vaz do Carmo pedia à escola para reflectir sobre as agressões de alunos que terão conduzido o docente, de 51 anos, ao suicídio. Ontem, um mês após a morte, e só depois de o caso ter vindo a público, a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) anunciou a abertura de um inquérito, com carácter urgente.

    O professor dava aulas de Música numa área que integra 30 escolas e onde os Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém garantem que há situações de violência quase todos os dias. Segundo o comandante Luís Pimentel, “ambulâncias são deslocadas para as escolas para socorrer alunos, muitos dos quais vítimas do uso de armas brancas”.

    A 9 de Fevereiro, o professor Luís Vaz do Carmo parou o carro na ponte 25 de Abril e atirou-se ao rio Tejo. A família acusa a direcção da escola de nada fazer para travar a violência dos alunos. E, segundo apurou o Correio da Manhã, deu conhecimento à DREL de uma carta com um pedido de reflexão ao conselho pedagógico da escola sobre os actos de violência verbal que conduziram o professor à morte.

    Segundo a irmã do professor de Música, que é também professora, no Algarve, e que pediu o anonimato, a carta foi primeiro enviada à directora da escola, Cristina Frazão, “que a ignorou e não deu conhecimento do seu conteúdo ao conselho pedagógico”.

    A carta referia que a escola recebera queixas sistemáticas (sete) do professor Luís Vaz do Carmo sobre as agressões dos alunos e que não foi encontrada qualquer solução de acordo com as medidas que a lei prevê. Os alunos insultavam o professores e tratavam-no por “careca” e “gordo”. Terão ainda partido o espelho do carro e por várias vezes o impediram de dar as aulas.

    Confrontada com o ambiente de violência escolar, a ministra da Educação, Isabel Alçada apelou à serenidade: “Temos de ter uma atitude de serenidade e de equilíbrio, e temos de pensar que a vida das crianças deve estar acima dos debates.”
    http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=F3811848-0042-4652-A892-687FABA4895B&channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181&h=11

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  28. enrabado pelo bullie's avatar
    enrabado pelo bullie permalink
    14 Março, 2010 00:34

    Poemeu – A superstição é imortal

    Millôr Fernandes

    Quando eu era bem menino
    Tinha fadas no jardim
    No porão um monstro albino
    E uma bruxa bem ruim.

    Cada lâmpada tinha um gênio
    Que virava ano em milênio
    E, coisa bem mais perversa,
    Sapo em rei e vice-versa.

    Tinha Ciclope,Centauro,
    Autósito, Hidra e megera,
    Fênix, Grifo, Minotauro,
    Magia, pasmo e quimera.

    Mas aí surgiram no horizonte
    Além de Custer e seus confederados
    A tecnologia mastodonte
    Com tecnologistas bem safados
    Esses homens da ciência me provaram
    Que duendes, bruxas e omacéfalos
    Eram produtos imbecis de meu encéfalo.
    Nunca existiram e nunca existirão:
    uma decepção!

    Mas continuo inocente, acho.
    Ou burro, bobo, ou borracho.
    Pois toda noite eu vejo todo dia
    Tudo que é estranho, raro, ou anomalia:
    Padres sibilas
    Hidras estruturalistas
    Ministros gorilas
    Avis raras feministas
    Políticos de duas cabeças
    Unicórnios marxistas
    Antropólogas travessas
    Mactocerontes psicanalistas
    Cisnes pretos arquitetos
    Economistas sereias
    Democratas por decreto
    E beldades feias
    Que invadem a minha caverna
    E me matam de aflição
    Saindo da lanterna
    Da televisão.

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  29. gigi's avatar
    14 Março, 2010 00:35

    Aquilo Que Interessa Mesmo

    Mas no meio de todo este arrazoado mediático em torno de Mirandela, da Moita, de Fitares e do mais que foi possível arranjar para colorir diversas peças jornalísticas durante a semana, é possível encontrar pistas interessantes para deslindar a origem desta situação que, não sendo anormal, parece estar a atingir um pico de interesse.

    Na Visão de 5ª feira, por exemplo, pode ler-se (p. 84) que:

    Em Mirandela, mais de metade dos alunos das escolas da cidade provêm das aldeias onde foram encerrando estabelecimentos de ensino. Assim, os miúdos ficam todo o dia entregues a si próprios, longe dos familiares. Além das aulas, almoçam na escola, brincam na escola, espancam-se na escola. (…)
    http://www.educar.wordpress.com/2010/03/13/aquilo-que-interessa-mesmo/

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  30. gigi's avatar
    14 Março, 2010 00:38

    Na escola do professor que se matou os casos de violência são constantes

    Na Escola Básica de Fitares, em Rio de Mouro, Sintra, continua a imperar o silêncio. Mas agora vem acompanhado de apreensão. De ainda mais medo. Muitos docentes olham para o caso do professor de Música que se suicidou e revêem-se no seu desespero. Luís atirou-se da Ponte 25 de Abril a 9 de Fevereiro por não aguentar a indisciplina dos alunos. Não era caso único. Era a ponta de um novelo que, ao ser desenrolado, revela histórias de professores agredidos por alunos e pais. Insultos verbais. O último caso grave aconteceu na semana passada. Uma professora de Educação Visual desmaiou depois de ter sido empurrada pelos alunos. Teve um traumatismo craniano.
    http://www.publico.pt/Sociedade/na-escola-do-professor-que-se-matou-os-casos-de-violencia-sao-constantes_1426893

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  31. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    14 Março, 2010 00:40

    Um texto daqueles que vale a pena guardar.
    Parabéns.

    É já tão profunda a anormalidade da situação que o ministro Teixeira dos Santos apresenta o PEC, faz referência ao facto de ter sido elogiado de modo mais ou menos generalizado e, logo a seguir, diz que aquilo que ali está vai, mais tarde (?), traduzir-se em alguma coisa de concreto.

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  32. Desconhecida's avatar
    Uma admiradora do Piscoiso permalink
    14 Março, 2010 00:54

    Você é lindo. Todos os seus comentários são abrilhantados pelo coiso que o faz pis(car). Sou sua fã. Quando o leio, é um pis que se me dá. Bem haja por piscoisar tanto, que inté faz rir.

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  33. Desconhecida's avatar
    Uma admiradora do Piscoiso permalink
    14 Março, 2010 00:57

    Ah! Tem muito que se piscoise essa do “articulista.” Os aplausos vão todos para si, meu querido. muáaaaa

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  34. jviegas's avatar
    14 Março, 2010 01:19

    Afinal…há carta

    Investigação tem carta de Manuel Pedro para Sócrates

    Documento indicia que ambos se conheciam. Mas primeiro-ministro reafirma que não conhece sócio da Smith&Pedro.

    A investigação do processo Freeport tem na sua posse uma carta que terá sido enviada, a 4 de Abril de 1996, por um dos sócios da empresa Smith&Pedro, Manuel Pedro, a José Sócrates. O documento indicia que, ao contrário do que o primeiro-ministro tem dito, ambos se conheciam. Mas, em declarações ao DN, Sócrates foi peremptório: “Reafirmo tudo o que disse em Janeiro de 2009. Não conheço esse senhor” José Sócrates declarou ainda não se recordar de ter recebido a carta em causa.

    “Caro amigo, desculpe fazer- -lhe chegar esta missiva à sua residência, mas considerei ser esta a via mais adequada, atendendo ao interesse de manter este contacto sob reserva.” É assim que a carta começa e que, segundo a Polícia Judiciária, poderia indiciar um conhecimento mútuo.

    Só que, além de José Sócrates, também Manuel Pedro (arguido no processo e ex-sócio de Charles Smith) negou no processo conhecer José Sócrates que, em 2002, como ministro do Ambiente aprovou o projecto do Freeport. Segundo aquele arguido, em 1996 estava em causa o projecto das Salinas do Samouco, no qual participava uma empresa sua, a Sociedade Europeia de Aquacultura.

    De acordo com o que Manuel Pedro relatou aos investigadores, o próprio decidiu escrever aquela carta, ficando com uma cópia da mesma para a exibir nos seus contactos, afirmando-se como amigo de José Sócrates.

    É por estas e por outras (como as referências a José Sócrates, a primos deste e a pagamentos) que fontes judiciais contactadas pelo DN durante o dia de ontem questionam: “Porque é que o primeiro-ministro nem sequer é ouvido como testemunha? Para dar a sua versão dos factos: se conhece este ou aquele, o que aconteceu nas reuniões, etc.”

    Entretanto, o semanário Expresso noticiou, ontem, que os investigadores do processo vão, brevemente, partir para Londres na perseguição de novas pistas contra o primeiro-ministro. Segundo o semanário, os novos elementos terão sido recolhidos nos últimos meses. O que levou os procuradores do caso, Vítor Magalhães e Paes de Faria, a encetar novas diligências. Porém, ao início da tarde de ontem, a agência Lusa, citando fonte judicial, garantia que não há no processo novos elementos e que não está prevista nenhuma deslocação a Londres.

    Há poucas semanas, a directora do DCIAP, Cândida Almeida, anunciou que a investigação estava praticamente concluída e que não havia indícios contra José Sócrates.

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  35. CAA's avatar
    14 Março, 2010 03:17

    22,

    «Fernando Nobre é HUMANO.»

    Suponho que os outros sejam de outro planeta…

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  36. enrabado pelo bullie's avatar
    enrabado pelo bullie permalink
    14 Março, 2010 08:46

    Não são mas se fossem onde homem foi e estivessem com as pessoas que ele esteve borravam-ser todos…e é Humano porque ajuda o ser humano..podia estar em casa a viver dos rendimentos de médico como muitos fazem…os outros são políticos sofistas..vá à origem da palavra sofista e está tudo explicado…

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  37. Desconhecida's avatar
    ordralfabetix permalink
    14 Março, 2010 11:09

    Grande texto do LMF. Muito ben,

    Mas… tem autoridade motal para o escrever?

    Porque é que JMF quis sair do Público? É verdade que tem ligações a uma agência de comunicação ligada a uma determinada agenda política incompatível com o cargo de director de um jornal? E mesmo da carteira de jornalista? É verdade que tem (ou tinha) dívidas ao fisco?

    Olhe que é isso que corre à boca cheia pela margem sul do Rio Douro.

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  38. gigi's avatar
    14 Março, 2010 13:24

    Freeport
    Sócrates abre guerra na investigação

    Inquirição do primeiro-ministro como testemunha e investigação de elementos bancários em Londres estão a dividir os investigadores.

    Saiba mais sobre esta investigação no âmbito do caso Freeport na edição de hoje do jornal ‘Correio da Manhã’.
    http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=3A08B608-E884-4C90-8FC5-766640D58B17&channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181&h=11

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  39. Licas's avatar
    Licas permalink
    14 Março, 2010 15:46

    9.Piscoiso disse
    13 Março, 2010 às 10:18 pm
    É óbvio que o articulista é uma autoridade a falar de mentiras, já que aplaudiu as mentiras de Bush para a invasão do Iraque.
    ***************************
    quando srá que a *Piscoisice* argumenta sem andar a procurar derivações/manipulações
    A PERGUNTA É:
    JOSÉ SÓCRATES MANIPULOU A TVI
    DE MODO A *MATAR* MANUELA MOURA GUEDES E O SEU JORNAL DE 6ª FEIRA ,
    OU NÃO ? SE PISCOISO QUISER TER A AMABILIDADE DE RESPONDER , EU AGRADEÇO .

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  40. Lidador's avatar
    14 Março, 2010 21:20

    Não vale a pena responder acidamente ao comentador que assina Piscoiso. Por acaso conheço-o. É pago para fazer isto que faz. Não ganha muito, mas é um emprego e ele faz o melhor que pode. Vai lendo os blogues de referência e tem como tarefa tentar orientar as discussões no sentido que convenha ao PS.
    Há outros do género. Um deles envia para uma enorme lista de contactos, todos os dias, logo de manhã, por SMS, os títulos da imprensa que têm a ver com o PS. É o seu trabalho e executa-o bem.

    Enfim, são alguns boys, pagos pelo orçamento de Estado, para servirem os interesses do PS.
    Não os condenem…fazem o que todos fariam se tivessem necessidade. Não são nenhuns águias, trata-se de arraia miúda, ganham a sua vida como podem.
    É triste, mas é mesmo assim.

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  41. Desconhecida's avatar
    Licas permalink
    10 Abril, 2010 15:45

    pobres coitados: FOI ASSIM QUE AS * BOAS ALMAS * CLASSIFICARAM OS INFORMADORES DA P.I.D.E. (VULGO BUFOS).
    OS INSPECTOES TAMBÉM NÃO TINHAM CULPA: ERAM FUNCIONÁIOS PÚBLICOS QUE CUMPRIAM O QUE ESTAVA CONSIGNADO NA LEI,PORTANTO INOCENTES NATIVOS DA
    ******* INOCENTELÂNDIA *************

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  42. Piscoisinho lERDO's avatar
    Piscoisinho lERDO permalink
    10 Abril, 2010 15:48

    http://www.youtube.com/watch?v=Pp8oQyGzgTo

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  43. Desconhecida's avatar
    Licas permalink
    10 Abril, 2010 15:55

    LIDADOR DISSE:
    Não os condenem…fazem o que todos fariam se tivessem necessidade.pobres coitados

    ***********************

    ALTO AÍ ! ALTO AÍ ! ALTO AÍ !
    Ó LIDADOR . . .
    HÁ UMA COISA DE QUE NINGUÉM DEVE
    ESQUECER: A DECÊNCIA , A PROBIDADE ,
    O BOM NOME !
    A EXISTÊNCIA DE PESSOAS DESCULPABILIZANDO PISCOISOS TAMBÉM DEVEM SER CLASSIFICADOS COMO PERTENCENDO AO GANG (MUITO EMBORA PASSIVAMENTE, É CLARO).

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