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Um quadro simples

18 Junho, 2010
by

Não sei se os nossos responsáveis que acham que não é preciso mudar nada na legislação laboral conhecem este quadro retirado de um relatório recente da OCDE.

Se não conhecem, deviam conhecer. Não é preciso ser especialista para verificar que Portugal tem a sétima mais rígida legislação laboral (a quinta mais rígida da União Europeia) e que é o país de toda a OCDE em que é mais difícil realizar um despedimento individual.
Há quem continue a achar que não há relação entre a rigidez da da legislação laboral e a competitividade das economias. Deve ser por isso que, entre os quatro países da UE com legislação ainda mais rígida do que a nossa, estão a Grécia e a Espanha…

13 comentários leave one →
  1. jcd's avatar
    18 Junho, 2010 18:29

    Agora é só comparar com as taxas de desemprego, com as taxas de crescimento e com os PIBs pc. Talvez um dia percebam.

    Isto+dívida pública+peso do estado trouxe-nos ao estado actual.

    jcd

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  2. PH's avatar
    18 Junho, 2010 19:02

    Quadro muito interessante e útil. Obrigado por partilhar.

    Gostava de ver o relatório completo. Pode indicar o link ou o título?

    Pedro H.
    http://estadosocial.wordpress.com/

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  3. Desconhecida's avatar
    Zeca permalink
    18 Junho, 2010 19:18

    Com números prova-se tudo o que quisermos.
    Arranja-se uma média, nem que para isso tenhamos que somar países de economia selvagem, como os EUA e Canadá, para arranjar um número jeitoso.
    Depois comparamos.

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  4. Miguel Madeira's avatar
    18 Junho, 2010 19:26

    Deve ser por isso que, entre os quatro países da UE com legislação ainda mais rígida do que a nossa, estão a Grécia e a Espanha e o Luxemburgo

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  5. Eduardo F.'s avatar
    18 Junho, 2010 19:28

    Posicionamento de Portugal no Índice da Liberdade Económica publicado em 2010, referente a 2009 e dizendo respeito a 179 países (4 outros não apresentaram ou não foi possível coligir dados), pela Heritage Foundation (download dos dados possível aqui;

    Índice global – 62º lugar (53º lugar em 2008)
    Bussiness freedom – 36º (31º em 2008)
    Liberdade de comércio – 25º
    Liberdade fiscal – 158º (idem em 2008)
    Despesa pública – 157º
    (idem em 2008)
    Liberdade monetária – 14º
    Liberdade de investimento – 36º
    Liberdade financeira – 42º
    (Protecção de) direitos de propriedade – 33º
    Defesa da corrupção – 32º (29º em 2008)
    Liberdade laboral – 168º (167º em 2008)

    Para se ter uma perspectiva mais larga da evalução do nosso país nas “liberdades” referidas, apresento de seguida os valores absolutos de cada índice (maiores valores significa evolução positiva), em cada “liberdade”, em 2004 e 2009:

    Índice global – 64,4 (2009) / 62,4 (2004)
    Bussiness freedom – 80,5 / 70
    Liberdade de comércio – 87,48 / 80,2 e
    Liberdade fiscal – 61,0 / 61,7
    Despesa pública – 37,1 / 32
    Liberdade monetária – 79,7 / 83,2 e
    Liberdade de investimento – 70 e 70
    Liberdade financeira – 60 / 50
    (Protecção de) direitos de propriedade – 70 / 70
    Defesa da corrupção – 61 / 66
    Liberdade laboral – 37 / 41,2

    Note-se a significativa degradação dos dois últimos factores: corrupção e “liberdade laboral”

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  6. Desconhecida's avatar
    18 Junho, 2010 19:47

    As peripécias que certas firmas passam para (não se conseguirem) desembaraçar de empregados inúteis, prejudiciais e vigaristas é um hino desmotivador a todos os restantes trabalhadores produtivos.

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  7. socialista sem escroto's avatar
    socialista sem escroto permalink
    18 Junho, 2010 19:54

    Os Cãotribuintes..
    Somos nós os desventurados
    Os pobres contribuintes
    Obrigados a sofrer até ao fim dos tempos
    A sorte a que imper
    A que impertubáveis
    Nos condenam os nossos go
    Todos os nossos governos

    Se meteres cem francos de gasolina
    Oitenta vão para o Estado
    Olha cheio de concupiscência
    Os Cadillac… Olha pra outro lado
    No teu dois cavalos de brincar
    Saltita ao longo dos caminhos
    É uma sorte poderes circular
    Amanhã vão-to proibir
    Taxa sobre o álcool e a cerveja
    Sobre os definitivos e os provisórios
    Sobre o triste celibatário
    Castigado por ser só um
    Controlam-te todos os passos
    Ah compraste um belo naco
    Tudo corre às mil maravilhas
    Paga guloso paga prò saco

    Refrão

    Numa bandeja o Estado dá-te
    Um prato… apanhas um desgosto
    Está vazio E tu admiras-te
    Mas é o prato do imposto
    Tu passeias pela vida
    De peito feito cheio impante
    Cuidado com o imposto sobre a energia
    É para ontem… ou mesmo antes
    Um belo dia sobre o oxigénio
    Ligar-te-ão o contador
    Tarifa simples o ar do Sena
    Tarifa dupla o ar da serra
    Eis porém que tu te fartas
    Preferes andar aos caídos
    Ou tornar-te engolidor de facas…
    Taxa de engolidor acrescentada

    Refrão

    Um remédio o casamento
    Dizes de súbito e corres
    A procura de uma rapariga séria
    Que saiba de amor e de comes
    Apressas-te e calculas
    Que ao fim de doze filhos o abono
    Do teu rendimento minúsculo
    Compensará a escassez
    Mas um inspector das Finanças
    Põe-se a badalar a ideia
    E pare… sem dor por minha fé
    Um texto cheio de veia
    Então a Câmara classifica-te
    Como garanhão de cobrimento
    Medem-te e tens a mais
    Pagas taxa sobre o comprimento

    Refrão

    Se pagasses para alguma coisa
    Sempre tinhas uma justificação
    Mas infeliz daquele que ousa
    Perguntar pr’onde vai o cifrão
    Temos estradas miseráveis
    Não há escolas mas padres
    Acabou o bom vinho há carrascão
    Mas fornecem-nos o puré
    O governo da França
    Republicano — ou que assim diz que é —
    Só um prato oferece com abastança
    O frango… pilim para o arroz
    E para evitar a falência
    Dos pobres vendedores de canhões
    Faz-se uma guerra do pé para a mão
    A guerra não se diz que não…

    Mas nós os pobres cães os pobres contribuintes
    Virá um dia em que de pau em punho
    Nos consolaremos a limpar o redil
    Onde os nossos seiscentos porcos estão maduros para o enchido

    Boris Vian,

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  8. DC's avatar
    18 Junho, 2010 21:14

    Gosto mais da versão da câncio…

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  9. jcd's avatar
    18 Junho, 2010 22:26

    Miguel Madeira – errado.

    A partir do momento que há liberdade de despedimento individual – e em Espanha há – a legislação sobre contratação a prazo tem muito pouco interesse.

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  10. Desconhecida's avatar
  11. Desconhecida's avatar
    18 Junho, 2010 23:10

    As peripécias que certos trabalhadores passam para (não se conseguirem) desembaraçar de empresas inúteis, prejudiciais e vigaristas é um hino desmotivador a todas as restantes firmas produtivas.

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  12. JM's avatar
    18 Junho, 2010 23:58

    Portugal é uma vergonha quando se fala de despedimentos, as pessoas não produzem porque não precisam, uma pessoa com mais responsabilidade da mesma fundação (empresa), chama a atenção e ainda se abre processos, para despedir tenta arranjar maneiras(desculpas) para o mesmo efeito, e nada se consegue. Custa dizer isto mas isto é uma vergonha com que cada pessoa tem de viver. E com uma pequena reflexão acho que todos nós que queremos um portugal, melhor temos que reflectir perante esta sociedade criada pós 25 de Abril, sim fomos nós que a criamos, este Portugal cada vez mais pequenino em tudo, quer na competitividade económica, quer no serviço de saúde, quer nas pessoas formadas, para que se tanto tenta neste momento criar maneiras de se criar estatísticas contra, nós só temos duas estatísticas maiores, taxa de desemprego e divida publica.

    Obrigado pela leitura e boa noite a todos

    JM

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