Quadratura
Pode ser-se a favor do pagamento de portagens nas SCUT e contra o chip obrigatório? O PS insistirá que não, pelo menos nos próximos dois dias. No entanto, a possibilidade de se conjugar o pagamento de portagens com a desnecessidade de um meio de pagamento electrónico universal é conhecida há décadas. Chama-se praça de portagem.
Os contratos de concessão das auto-estradas que nasceram como tal impõem a existência desse tipo de infra-estruturas. Tal não sucede, naturalmente, com as SCUT. Porém, nas SCUT que nasceram como verdadeiras auto-estradas não seria difícil implementar sistemas de pagamento clássicos, sem necessidade de inventar uma espécie choque tecnológico obrigatório.
A questão é mais complexa nas vias que nasceram como itinerários complementares (para servirem de alternativa a estradas-nacionais), depois transformadas em SCUT. Apesar de alguns melhoramentos após a transformação, estas vias mantêm muitas das suas características iniciais, designadamente um número de saídas muito elevado e pouco espaço para a criação de praças de portagem.
O Governo procurou disfarçar esta realidade com o patético chip automóvel. Patético por as suas anunciadas múltiplas funções terem sido limitadas àquela que, na versão original, era apenas uma mera possibilidade (o chip era um sistema de identificação de veículos, uma espécie de matricula electrónica, levado ao registo automóvel e tudo, que poderia ser usado para pagar portagens). A possibilidade de ser usado como mecanismo de pagamento era, assim, uma espécie de brinde. O brinde transformou-se, porém, em fava: obrigatório e a única função da coisa. Ora, faz tanto sentido tornar o chip obrigatório como faria obrigar todos os veículos – mesmo aqueles cujos proprietários não querem (ou não podem, como é o caso dos tractores agrícolas, que também serão obrigados a ter o chip…) – usá-los nas auto-estradas a adquirir um identificador Via Verde. Os açoreanos foram os primeiros a perceber o truque e cedo dispensaram o brinde.
Ainda assim, pelo menos nas SCUT que o Governo pretende, para já, portajar, seria possível implementar sistemas de portagem clássicos, com custos provavelmente inferiores aos dos subsídios ao chip. Quem se opõe às portagens continuaria a opor-se, mas, pelo menos, evitava-se a discussão (que não é puramente bizantina) da protecção de dados pessoais, separando-se as águas.
Resta saber se os concessionários estariam dispostos a suportar os custos de um sistema de cobrança misto (i.e., com portagens manuais), bem como o que pensaria de um tal regresso ao passado o actual monopolista do sistema de pagamento electrónico (que provavelmente se manterá como tal durante algum tempo).

Eu sou favorável ao pagamento das SCUTS e completamente desfavorável ao Chip. Não quero andar marcado como gado, num verdadeiro filme à bigbrother. Quem quer tem a opção através da ViaVerde, mas não pode ser obrigatório.
GostarGostar
Bom e esclarecedor.
GostarGostar
…
A minha opinião, como a vossa, aqui não conta.
No entanto, sempre vou manifestando o meu desagrado quanto ao pagamento das SCUTs – elas foram construidas para não ser pagas e com as características próprias para essas vias, para já com um número elevado de entradas e saídas.
Todavia, o bom senso – que parece não haver – poderia encontrar várias soluções para aplicar caso a caso, sendo que o custo por quilómetro também deve ser diferenciado já que a utilização, em princípio. não permite o mesmo conforto.
Neste caso, como em muitos outros, o governo apenas pretende explorar os cidadãos.
O governo socialista que nos está a oprimir parece querer exceder todos os outros impondo mais e mais impostos.
Não vale a pena discutir estes problemas porque o governo acaba sempre por fazer o que quer.
Nuno
GostarGostar
…
Eu escrevi que “não vale a pena discutir”. Entendo que é uma situação que só se resolve pela força.
Uma revoluçãozita corria com esta manada de imbecis daqui para fora e acabavam-se os problemas.
Lembram-se das “mocas de Rio Maior”?
Nuno
GostarGostar
Ainda há cerca de 1 ano se dizia que iria haver, também (e em todos os casos), portagens do tipo clássico.
O problema, como é dito, tem a ver com a falta de espaço (pois seria necessário fazer um elevado número de expropriações, sempre difíceis, e mais ainda em regiões de minifúndio – como é o caso).
Assim, em breve se deixou de falar disso.
Mais recentemente (no passado dia 16), desenterrou-se outra hipótese, já antiga: identificadores da matrícula do carro, com OCR.
Seguia-se, evidentemente, o envio da conta para casa.
Ora, com os CTT a funcionarem como a gente sabe (todos os meses recebo 1 ou 2 cartas enganadas…) e com as matrículas estrangeiras (nomeadamente de emigrantes de visita à terra, no Verão)… essa ideia é só para rir.
Resultado: como tudo foi ‘feito em cima do joelho’ para calar Bruxelas, e como o governo não tem um “Plano B” para o caso do chumbo do ‘chip’ no Parlamento, está o caldinho armado…
GostarGostar
Um automóvel moderno já tem chips em barda. Sou a favor de mais este, que só facilita as coisas para quem está de boa fé.
Quanto ao pagamento, discutam na caixa.
GostarGostar
Na A29, que é uma das que conheço melhor, é extremamente difícil colocar portagens “clássicas” sem comprometer a segurança de quem circula. O traçado assim o impede, parece-me a mim na minha ignorância…
GostarGostar
Mas aqui está-se a discutir a aquisição de um chip EXCLUSIVO para determinadas vias e que não servem para as outras.
Isto, fora a discussão sobre as implicações que poderá ter no tratamento dos dados.
O que só prova que uma vez metido certos “chips políticos” na cabeça das pessoas elas arranjam sempre um argumento, ainda que falacioso, para justificar o seu “servidor”.
Faz dois ou três anos que as ICs agora transformadas em AAs e os chips repetiam até à exaustão que era perfeitamente possível.
Volvidos estes anos são favoráveis a chips pagadores.
Não há paciência para aturar estes velhinhos chipados.
GostarGostar
#8.
Para mim é mais uma questão técnica do que política.
De certo modo até concordo consigo, que um único chip devia dar para tudo. Até para comprar pneus.
Quando o seu partido for poder, fico à espera desse chip.
GostarGostar
Totalmente a favor do chip. Aliás devia ser extendido a todo.
Devia ser possível usar no McDrive. O governo podia controlar quem abusa do fast food, e até impedir que comprassemos mais comida de plástico se tivessemos excedido a quota em nome da nossa saúde.
Controlar as entradas em centros comerciais, de maneira a evitar que nos estupifiquemos até à raiz dos cabeludos com tours dominicais de 5 horas nos centros comerciais.
controlar as idas à praia. Evitar exposições excessivas ao sol e em horas de maior perigosidade solar.
Pensem só as possibilidades são practicamente ilimitadas. Tudo a nosso bem
Para os mais distraídos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sarcasmo
GostarGostar
GostarGostar
Aremandus:
“Isto em princípio é que o Paulo Portas é um burro, autenticamente. É um jornalista…”., diz o finório que nem a quarta classe deve ter feito.
Mas a qualificativa tem piada. “É um jornalista”. Ora nem mais.
GostarGostar
E o ambiente da declaração do finório, parece-me o Largo de Camões, em Ponte de Lima. O lugar da “vaca das cordas”.
GostarGostar
Realmente quem vê e ouve televisão…
GostarGostar
#9
Quando o meu partido for poder?
O meu partido nunca será poder pela simples razão de que não o tenho.
Lá porque vc tem chip na cabeça porque tem partido no poder ache que todos os outros tem de ter o problema é seu….tá chipado.
E não tenho nada contra, pode chipar o que quiser como quiser onde quiser.
Apenas faço referencia ao disco duro da memória em que estava lá tudo.
AS SCUTS PAGAM-SE A SI MESMAS
E quem é a favor dos chips de agora (A PAGANTES) são os mesmos das SCUTS PAGAM-SE A SI MESMAS.
Suspeito até que são os mesmos que fazem a ligação à capital mais a leste da Europa por comboio (ali para os lados de Barcelona) com um comboio que se paga a si mesmo por causa dos incomodos de aeroporto.
Se o carapuço incomoda o seu chip problema seu.Arranje outro chip “imune” á memoria.
GostarGostar
Governo que cria desemprego e com este aumento fiscal vai criar mais pobreza o prazer destes srs. de destruir um povo que os elegeu é bem patente na face deles .O caso casino estoril com lucros que despede 112 familias com apoio do governo é um exemplo mais destruidor e faz pensar quantas empresas o governo fechou os olhos para agradar aos ditos srs. de leis , ex inspectores etc. etc.
GostarGostar