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Legislar preços numa economia de mercado

26 Outubro, 2010

Como muitas outras medidas que os governos tomam, a lei que obriga os hipermercados a pagar a 30 ou a 60 dias às pequenas empresas ignora como funciona uma economia de mercado. O encurtamento dos prazos de pagamento representa um custo adicional para o hipermercado. Se o custo aumenta, o fornecedor torna-se menos competitivo e o hipermercado muda para outro, que não seja uma pequena empresa. Simples. O legislador mata mais uma data de pequenas empresas, mas a intenção era boa.

58 comentários leave one →
  1. Outside's avatar
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    26 Outubro, 2010 14:33

    ” Se o custo aumenta, o fornecedor torna-se menos competitivo e o hipermercado muda para outro, que não seja uma pequena empresa. Simples. O legislador mata mais uma data de pequenas empresas, mas a intenção era boa. ”

    Concordo óbviamente …coisas simples nesta “economia de mercado” ?
    Medidas alternativas que não beneficiem à priori Belmiro, Jerónimo e os suprasumos ? Medidas alternativas que criem um “amanhã” para o pequeno e “local” comércio ?

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  2. Jose Pedro Albergaria's avatar
    Jose Pedro Albergaria permalink
    26 Outubro, 2010 14:38

    Costumo ler o que escreve e concordo com a maioria das coisas. Mas com esta confesso que não consigo. Se não houver obrigatoriedade de pagar a 60 dias e o hipermercado resolver pagar a 120 (por exemplo) em que é que isso beneficia a pequena empresa? É até capaz de ser mais prejudicada. Se, por lei, os hiper forem obrigados a pagar a toda a gente a 60 dias, não irão ter razões para trocar de fornecedores com base nos prazos.
    o que o João propõe é que os hiper se portem como o Estado.

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  3. PMP's avatar
    PMP permalink
    26 Outubro, 2010 14:47

    Um hipermercado tem um aumento de custos insignificantes com a diminuição dos prazos de pagamento aos pequenos fornecedores, mas a ganância e estupidez impera em muitos dos responsáveis desses hipermercados que se copiam uns aos outros para se poderem vangloriar, e que não percebem a vantagem de ter uma lista fornecedores solventes por serem ignorantes em relação ao impacto económico dos grandes retalhistas na produção.

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  4. será's avatar
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    26 Outubro, 2010 15:01

    Um hipermercado é um mercado hiper, e os socratinos do psd perderam a enfase e deixaram de predicar aviltantemente a proposta de orçamento do governo… já desistiram e…. esperam envergonhados e frustrados pelo pedido de desculpas de dom sebastião …

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  5. Ze_Lucas's avatar
    Ze_Lucas permalink
    26 Outubro, 2010 15:07

    Bom mesmo, é receber a pronto e pagar quando lhes apetece, como fazem os belmiros e quejandos.
    Fantástico post. Mais uma pérola de sabedoria.

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  6. DMS's avatar
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    26 Outubro, 2010 15:13

    Um hipermercado é um mercado hiper, e os socratinos do psd perderam a enfase e deixaram de predicar aviltantemente a proposta de orçamento do governo… já desistiram e…. esperam envergonhados e frustrados pelo pedido de desculpas de dom sebastião …

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  7. Francisco's avatar
    Francisco permalink
    26 Outubro, 2010 15:23

    Então é assim: se proibem os ladrões de roubar, o roubo passa a ser uma actividade mais diffícil, e os pequenos ladrões têm de cessar a actividade, dando lugar aos grandes ladrões, mais profissionais, que roubarão muito mais que os pequenos. Portanto, para evitar o roubo em maior escala, não se deve proibir o roubo, deveríamos, isso sim, incentivar os pequenos ladrões, quiçá com cursos de formação, subsídios, sei lá.

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  8. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    26 Outubro, 2010 15:24

    “…a ganância e estupidez impera em muitos dos responsáveis desses hipermercados que se copiam uns aos outros para se poderem vangloriar, e que não percebem a vantagem …”
    .
    … de viver no “paraíso” socialista medieval!…

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  9. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    26 Outubro, 2010 15:29

    De boas intenções governamentais está o cemitério político cheio.

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  10. e-ko's avatar
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    26 Outubro, 2010 15:31

    claro que a medida pode vir a ter um efeito perverso… aqui, neste país de faz de conta, de não cidadãos, toda e qualquer lei pode produzir um efeito perverso… o problema não está na lei, está em quem a contorna. e mal está a justiça em que, também, quem a aplica faz a intrepretação das leis que muito bem entende… e até já se viu isso quando se trata de se favorecer a si própria… não, não é só a legislação que é fraca, é todo a justiça que está podre!…

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  11. Fincapé's avatar
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    26 Outubro, 2010 15:39

    Quando vamos comprar aos hipermercados, pagamos a pronto. Quem costuma fiar, apesar do manguito do zé-povinho e do “queres fiado, toma”, é o pequeno comércio. Esse, sim. Por vezes até usa cadernetas para anotar as dívidas. O grande comércio manda-nos ir ao Tota. Porque há-de o pequeno comerciante fazer o papal de banco perante os grandes hipermercados (nunca fui, nem sou, contra os hipermercados)? Um dos grandes atrasos de Portugal estava (está), exactamente, nos atrasos nos pagamentos. Isso corresponde a juros. Porque há-de o grande comércio copiar o pior que tem o Estado, mesmo perante as violentas críticas dos credores privados desse mesmo Estado? (In)coerências!

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  12. D's avatar
    26 Outubro, 2010 15:40

    Coitadinhos dos hipermercados que não têm dinheiro para pagar aos fornecedores.
    Devido a este post podíamos arranjar uma frase de agradecimento ao Miranda: “Miranda, bom amigo os hipermercados estão contigo”.

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  13. António Parente's avatar
    António Parente permalink
    26 Outubro, 2010 15:41

    Dói ver um liberal escrever um post destes. Um liberal deve defender uma economia onde idealmente exista concorrência perfeita e/ou o poder de mercado não esteja concentrado na totalidade numa das partes. O que o João Miranda está a fazer é defender o poder do oligopólio. Isto não é ser liberal. É ser a favor dum mercado com relações assimétricas. É assim em todos os campos. Os nossos liberais não são propriamente liberais. Infelizmente, acrescente-se. Porque o liberalismo tem muitas vritudes que podem ser aplicadas numa economia social.

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  14. AGG's avatar
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    26 Outubro, 2010 15:51

    Muitos clientes meus são esmagados em negociações com os grupos distribuidores. Principalmente os fornecedores de produtos perecíveis são trucidados com o argumento de “é melhor vender por esse preço e a 120 dias do que daqui a 1 semana mandar tudo para o lixo”. Dentro das centrais de compras fazem-se piadas sobre quantos pequenos fornecedores conseguiram mandar à falência nessa semana, como as de adolescentes a falar de miúdas. Isso é uma inversão do poder negocial que em economia de mercado pura e liberal não acontece, como tal sou sempre a favor a leis que tornem a economia mais livre e justa.

    Saudações

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  15. albarquel's avatar
    26 Outubro, 2010 16:16

    Fincapé – Quando vamos comprar aos hipermercados, pagamos a pronto. Quem costuma fiar, apesar do manguito do zé-povinho e do “queres fiado, toma”, é o pequeno comércio. Esse, sim. Por vezes até usa cadernetas para anotar as dívidas. O grande comércio manda-nos ir ao Tota.

    Não sei a que hipermercados vai, mas eu é raro o dia que não vá ao jumbo e não seja abordado pela menina do cartão jumbo… a diferença do fiado da mercearia para o do hiper é que neste há juros, e bem altos.

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  16. A C da Silveira's avatar
    A C da Silveira permalink
    26 Outubro, 2010 16:16

    O pagamento dos fornecimentos a tempo e horas é importante para os fornecedores dos grandes retalhistas. Mas comparado com as condições que são impostas a quem tem o azar de ir bater-lhes à porta para lhes vender seja o que for, é uma brincadeira.
    Eles pedem milhares de euros só para fazer o contracto que contem sempre condições leoninas: o esmagamento dos preços, os pagamentos das promoções, as notas de debito pelo aniversario das lojas, que às vezes chegam a 500 euros por loja, ( é só contar as lojas da Sonae, ou da Jeronimo Martins p. ex.) que são debitadas quer o produto rode ou não. É vulgar uma empresa não só não receber nada pelo fornecimento dos seus produtos, como ainda ficar devedor ao retalhista. Um verdadeiro roubo. É ver quantas PMEs já foram à falencia por causa dos negocios com os grandes retalhistas.
    Com as grandes superficies, paga-se para entrar, paga-se para estar lá, e o pouco que sobra quando sobra, é pago tarde e a más horas. Eles estão prosperos, e a economia do país está no estado que todos sabemos.

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  17. e-ko's avatar
  18. Rui C.'s avatar
    Rui C. permalink
    26 Outubro, 2010 16:25

    “Dói ver um liberal escrever um post destes. Um liberal deve defender uma economia onde idealmente exista concorrência perfeita e/ou o poder de mercado não esteja concentrado na totalidade numa das partes. O que o João Miranda está a fazer é defender o poder do oligopólio. Isto não é ser liberal. ”

    Ora nem mais nem menos.

    “Os nossos liberais não são propriamente liberais.”

    Exacto.
    Mas o “mal” não é só dos liberais.
    Os nossos “socialistas” também não são própriamente socialistas, os nossos “democratas-cristãos” também não são própriamente democratas-cristãos e, até, os nossos “comunistas” também não são própriamente comunistas.

    É um problema nacional, presumo.

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  19. Rui C.'s avatar
    Rui C. permalink
    26 Outubro, 2010 16:28

    “Dói ver um liberal escrever um post destes. Um liberal deve defender uma economia onde idealmente exista concorrência perfeita e/ou o poder de mercado não esteja concentrado na totalidade numa das partes. O que o João Miranda está a fazer é defender o poder do oligopólio. Isto não é ser liberal. ”

    Ora nem mais nem menos, pois é.

    “Os nossos liberais não são propriamente liberais.”

    Exacto.
    Mas o “mal” não é só dos liberais.
    Os nossos “socialistas” também não são própriamente socialistas, os nossos “democratas-cristãos” também não são própriamente democratas-cristãos e, até, os nossos “comunistas” também não são própriamente comunistas.

    É um problema nacional, presumo.

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  20. mesquita alves's avatar
    mesquita alves permalink
    26 Outubro, 2010 16:38

    Boa tarde Sr. Dr. João Miranda,
    Ao contrário daquilo que afirma, a diminuição do prazo de pagamento, representa uma diminuição de uma receita financeira para a grande superficíe , e não um custo.Não é a mesma coisa…
    Por outro lado, a mesma diminuição, representa uma diminuição dum custo financeiro para o pequeno produtor, pois este, vai ver diminuida a sua necessidade de ter contas a descoberto no banco para financiar a sua ( com os hipermercados ) desiquilibrada relação comercial.
    Boa tarde.

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  21. Bovino's avatar
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    26 Outubro, 2010 16:42

    Artigo no Pravda (Russia) sobre Portugal:

    http://english.pravda.ru/world/europe/02-10-2010/115189-portugal_eu-0/

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  22. Zundy's avatar
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    26 Outubro, 2010 16:59

    Também não posso concordar consigo desta vez JM, numa economia equilibrada, competitiva e dinâmica os prazos de pagamentos são geralmente curtos. Um conhecido foi uns meses para a Austrália fazer um projecto e ficou surpreendido por lhe quererem pagar antes de finalizar o trabalho, andavam literalmente a chatea-lo para ele passar rapidamente a factura para lhe pagarem. Em Portugal satura-se de andarmos meses e meses para receber o que há muito foi finalizado, perdemos dias e dias a tentar receber de chamada em chamada o que nos é devido.
    Longos meses sem pagamento deitam abaixo por exemplo pequenas, inovadoras e competitivas empresas. Por exemplo imaginemos o Estado, quer um serviço, e há 2 empresas. Uma relativamente jovem, dinâmica cheia de boas ideias inovadoras. Não tem capacidade financeira para aguentar meses sem receber. O Estado acaba por adjudicar apenas às empresas do costume, enormes, muitas vezes empresas cheias de dividas e pessoal desmotivado, mas acabam por arrecadar neste exemplo mais um serviço, mas facturado a várias vezes o montante que custaria na pequena empresas, e feito de forma pior . Isto são coisas que eu vejo no dia a dia em Portugal, matando-se à nascença empresas inovadoras e dinâmicas que um dia poderiam tornar-se bem maiores, ficando no mercado a porcaria habitual.

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  23. Piscoiso's avatar
    26 Outubro, 2010 17:07

    Também não é obrigatório o João ser liberal.

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  24. Fredo's avatar
    Fredo permalink
    26 Outubro, 2010 17:19

    Como os pequenos fornecedores não são obrigados a vender aos hipermercados, e uma vez que aceitam livremente as suas condições comerciais é porque obtêm daí vantagem.
    A isto chama-se mercado.

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  25. Essa agora's avatar
    26 Outubro, 2010 17:25

    Bovino,
    O artigo do Pravda sobre Portugal é imperdível. Graças ao inenarrável Sócrates, somos motivo da chacota internacional. Até da Rússia, imagine-se…
    Obrigado pela dica.

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  26. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    26 Outubro, 2010 17:32

    albarquel
    Concordo. Escapou-me essa que, aliás, reforça o meu pensamento. Até no que diz respeito ao incentivo ao consumo, pela possibilidade do não pagamento imediato, e pelo não controlo do vendedor que tem o pagamento razoavelmente garantido. O pequeno comerciante ainda pode exercer algum controlo nas compras, até por recear o não pagamento (como acontece tantas vezes) e não ter grandes meios para recorrer à justiça.

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  27. Luis's avatar
    Luis permalink
    26 Outubro, 2010 17:33

    “a diminuição do prazo de pagamento, representa uma diminuição de uma receita financeira para a grande superficíe , e não um custo.Não é a mesma coisa…”

    Para o caso, vai dar ao mesmo. O hipermercado busca uma determinada margem, se reduz o ganho financeiro vai compensar noutro lado.

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  28. Trinta e três's avatar
    26 Outubro, 2010 17:41

    Portugal é, SÓ, o país da UE com maior número de hipermercados, tendo em conta a população residente. Claro que isto só pode significar que os outros são todos estúpidos e nós é que sabemos…

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  29. votoembranco's avatar
    votoembranco permalink
    26 Outubro, 2010 17:57

    Eu concordo com o João Miranda!
    Até acho que os hipermercados só deviam pagar ao fim de 1 ano … ou mais.
    Ou então que não pagassem.

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  30. Nuno Alfamense's avatar
    Nuno Alfamense permalink
    26 Outubro, 2010 18:14

    Eu não sei em que país é que eu vivo, mas eu pago na hora da compra.

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  31. Carlos Dias's avatar
    Carlos Dias permalink
    26 Outubro, 2010 18:18

    Ó JM não ligue a estas más línguas.
    Concordo plenamente consigo.
    Receber a pronto e pagar a 30 ou 60 dias é asfixiante, como qualquer conhecedor da economia de mercado (especialmente a portuguesa) conhece a fundo.
    Os hipermercados vão ter de se virar para os grandes fornecedores, esses sim dispostos a conceder elevados(íssimos) atrasos de pagamento.
    Segundo a “chamada” economia de mercado ainda vamos ver o Continente vender produtos do IKEA.
    Dessas intenções estão os hiper vazios.

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  32. FCR's avatar
    FCR permalink
    26 Outubro, 2010 18:39

    A “coisa” não está nos 30, 45, 60, ou …..360. Está na quantidade de “hiper´s” a facturar e a mandar o € lá para fora. Alguém sabe quanto representa (% da totalidades nas prateleiras existentes em Portugal) a factura aos produtos “made in here”?
    Eu não sei mas acredito que não serão muitos.

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  33. LR's avatar
    26 Outubro, 2010 18:51

    AC da Silveira,

    “Eles pedem milhares de euros só para fazer o contracto que contem sempre condições leoninas: o esmagamento dos preços, os pagamentos das promoções, as notas de debito pelo aniversario das lojas, que às vezes chegam a 500 euros por loja, ( é só contar as lojas da Sonae, ou da Jeronimo Martins p. ex.) que são debitadas quer o produto rode ou não. É vulgar uma empresa não só não receber nada pelo fornecimento dos seus produtos, como ainda ficar devedor ao retalhista. Um verdadeiro roubo. É ver quantas PMEs já foram à falencia por causa dos negocios com os grandes retalhistas.”

    Isso até pode ser tudo verdade, mas o certo é que não há nenhuma PME que não se ponha na fila para ser fornecedora das grandes superfícies. Porque será??? Será por estas nunca terem deixado de cumprir com os seus compromissos?
    Houve empresas que foram à falência? Talvez. É o processo de destruição criativa. Mas as que subsistiram ganharam eficiência e competitividade que jamais teriam se não tivessem Clientes com o nível de exigência dos grandes retalhistas. Ou você julga que os nossos exportadores não se confrontam com níveis de exigência semelhantes ou maiores? Em mercado aberto, a concorrência é sempre implacável e só sobrevivem os melhores. É desta forma que as economias crescem, não é a mimar os coitadinhos dos pequeninos.

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  34. Eleitor's avatar
    Eleitor permalink
    26 Outubro, 2010 18:55

    Pela lógica de JM torna-se legítimo o estado atrasar o pagamento das dívidas a terceiros (pois se os hipermercados podem…), algo que tenho ouvido afirmar que é um “custo desnecessário” para as empresas e um hábito que contribui para o nosso atraso económico. Afinal parece que não é um custo mas sim uma mais-valia, já que o estado acabará sempre por pagar.
    Eu que não sou economista, financeiro ou gestor de empresas, aprendi que isto são “calotes”. Fui ensinado a entender os calotes como coisa feia. Parece que tenho andado enganado e que, afinal, são uma forma legítima de financiamento.
    O pior é que os pequenos produtores também têm empregados e fornecedores que acabam por sofrer com o esquema. Sofrem eles, sofre a economia. E quando já não houver pequenos produtores (acaba por não compensar manter a actividade), outros galos cantarão: alguém mais forte vai entrar em cena (multinacionais) e sempre quero ver Belmiros e quejandos a imporem-lhes preços e prazos de pagamento.

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  35. PMP's avatar
    PMP permalink
    26 Outubro, 2010 19:12

    Sem regulação o mercado vai-se destruindo, neste caso os hipermercados vão destruindo os pequenos fornecedores ao imporem prazos de pagamento longos. Ao fim de muitos anos só sobram grandes fornecedores (provavelmente internacionais) que terão mais poder financeiro o que resultará num equilibiro prejudicial à sociedade portuguesa.

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  36. Carlos Dias's avatar
    Carlos Dias permalink
    26 Outubro, 2010 19:15

    “É o processo de destruição criativa. Mas as que subsistiram ganharam eficiência e competitividade que jamais teriam se não tivessem Clientes com o nível de exigência dos grandes retalhistas. ”
    Caro LR, é verdade sem mais nem menos.
    Até alegremente constatamos que a pouca agricultura portuguesa oferecida nos hipers está cada vez mais pujante.
    A restante oferta portuguesa invade cada vez mais o mercado (pelo menos através de Rot).

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  37. Romão's avatar
    Romão permalink
    26 Outubro, 2010 19:37

    Se tivesse 1 euro por cada vez que o JM desdisse do Estado pela morosidade em pagar… Felizmente há comportamentos que se tornam virtuosos por razão de quem os pratica; é a chamada ética do contorcionista.

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  38. A. R's avatar
    A. R permalink
    26 Outubro, 2010 19:58

    A minha opinião é que quem tem uma conta para pagar a deve pagar quanto antes -logo que verifique que o produto apresenta a qualidade acordada- caso contrário cria uma enorme teia de ineficiências no Mercado.

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  39. Jose's avatar
    Jose permalink
    26 Outubro, 2010 20:39

    Julgo que há aqui um equivoco: desde quando Portugal é uma economia de marcado?

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  40. Diogo's avatar
    26 Outubro, 2010 20:41

    O João Miranda é, talvez, o indivíduo mais esclarecido que já tive oportunidade de ler. O meu obrigado.

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  41. LR's avatar
    26 Outubro, 2010 21:09

    Eleitor,

    “Pela lógica de JM torna-se legítimo o estado atrasar o pagamento das dívidas a terceiros (pois se os hipermercados podem…), algo que tenho ouvido afirmar que é um “custo desnecessário” para as empresas e um hábito que contribui para o nosso atraso económico.”

    O Estado atrasa-se de forma unilateral e raramente cumpre os compromissos assumidos. Paga a 9/10 meses, muitas vezes a mais de 1 ano. As grandes superfícies contratualizam um prazo de pagamento (entre 60 e 120 dias) e cumprem-no religiosamente.

    “O pior é que os pequenos produtores também têm empregados e fornecedores que acabam por sofrer com o esquema. Sofrem eles, sofre a economia. E quando já não houver pequenos produtores (acaba por não compensar manter a actividade), outros galos cantarão: alguém mais forte vai entrar em cena (multinacionais) e sempre quero ver Belmiros e quejandos a imporem-lhes preços e prazos de pagamento.”

    Pergunte aos pequenos produtores se preferem fornecer ao Estado ou às grandes superfícies…

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  42. LR's avatar
    26 Outubro, 2010 21:17

    Carlos Dias,

    “Até alegremente constatamos que a pouca agricultura portuguesa oferecida nos hipers está cada vez mais pujante.
    A restante oferta portuguesa invade cada vez mais o mercado (pelo menos através de Rot).”

    A agricultura portuguesa não existe, foi morta há vários anos pela PAC. Restou apenas o sector vinícola que, curiosamente, não vive de subsídios. Está pujante e bem presente nas grandes superfícies.
    Ao nível de produtos transformados, a oferta de origem nacional presente nas grandes superfícies provém, garantidamente, de empresas competitivas. Se não o forem, os seus produtos são substituídos por importações.

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  43. Daniel Santos's avatar
    26 Outubro, 2010 21:43

    boa piada.

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  44. Eduardo's avatar
    26 Outubro, 2010 22:13

    É a falta de julgamento que faz com as pessoas julguem e tomem as medidas de acordo com a intenção sem ter em consideração as suas consequências. Isto aplica-se também às outras políticas sociais. É mais fácil julgar pela intenção principalmente quando são medidas tomadas com o dinheiro dos outros.
    É lamentável a quantidade de pessoas que não perceberam um texto tão simples como o do post.

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  45. NEO's avatar
    NEO permalink
    26 Outubro, 2010 22:46

    Esta posta não tem o brilho de outras. Forçado para marcar o ponto. O custo que não é custo tambem pode ser passado para o consumidor final, por exemplo. E o título do post é sobre preços. Isto foi um posting under the influence não foi?

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  46. Bulimunda's avatar
    Bulimunda permalink
    26 Outubro, 2010 23:08

    Muda sim senhora..até que um dia não existem mais pequenas ou médias empresas..e aí a empresa está a mudar para uma empresa que já faz parte de si mesmo…autofagia…

    NUM ANO QUE SE AVIZINHA DOLOROSO TEMOS DE SABER LÍDAR COM A DOR….Sofrer dá bom senso ao pateta … Hesíodo

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  47. maurio's avatar
    maurio permalink
    26 Outubro, 2010 23:50

    Para o mercado florescer, é necessário, que voltem a aparecer empresários de carácter.
    Bons cidadãos, com honra e carácter, respeitadores das leis. Daquele tipo de pessoas que pode morrer sem se confessar que vai para o céu na mesma.
    Ou seja aquela elite empresarial que levou Portugal a ter uma taxa crescimento próxima dos dois dígitos entre 68 e 74 deve ser imitada, estudada e idolatrada.
    Homens de negócios que selavam acordos de milhões com um aperto de mão.
    Agora estes novos-ricos armados em empresários. Quando o negócio não lhes corre de feição vão logo fazer queixinhas e pedir a intervenção do estado.
    E dá nisto: o estado a meter-se na vida das empresas. Se um bom cidadão não se deve meter em politica também um estado de direito não se deve meter nos negócios das empreses

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  48. Trinta e três's avatar
    27 Outubro, 2010 00:06

    A situação resolve-se. Criemos uma associação de consumidores que recusem comprar a grupos que não produzam um alfinete. Grupos que se limitem à distribuição e ao financeiro.

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  49. X's avatar
    27 Outubro, 2010 01:16

    O nosso país está a meio caminho entre o afeganistão e a suécia: quer num quer noutro os caloteiros passam um mau bocado; dois tiros no 1º caso ou prisão no segundo; são portanto duas abordagens diferentes: a lei da força versus a força da lei. Por cá nem carne nem peixe. É este o problema da generalidade dos portugueses, como eu, de segunda: nem justiça pelas próprias mãos nem protegidos pela justiça. Mas há quem sobreviva: os acima da lei e os fora-da-lei. Para eles vão as minhas vénias e os meus respeitos porque compreenderam que a ética da classe média e a dos pequenos produtores industriais e agrícolas, está desadequada aos nossos tempos e modos. E se calhar têm razão… Qual o fundamento de que se deve ser honesto ? Ou o de respeitar o próximo ? Para que é necessária uma justiça se me posso defender melhor a mim próprio sem ela ?

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  50. Carlos Dias's avatar
    Carlos Dias permalink
    27 Outubro, 2010 02:38

    A agricultura portuguesa não existe, foi morta há vários anos pela PAC. Restou apenas o sector vinícola que, curiosamente, não vive de subsídios. Está pujante e bem presente nas grandes superfícies.
    Bibó binho, a única ogricultura existente.

    “Ao nível de produtos transformados, a oferta de origem nacional presente nas grandes superfícies provém, garantidamente, de empresas competitivas. Se não o forem, os seus produtos são substituídos por importações.”

    Ao fim e ao cabo tudo o que consumimos.

    E ainda nos queixamos.
    Exportamos licenciados como antes exportávamos trolhas.
    Em suma, os indianos da Europa.

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  51. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    27 Outubro, 2010 03:40

    Não me digam que o pessoal liberal do Blasfésmias foi a correr para o CCB apoiar a recandidatura dum cainesiano tuga e à moda antiga?

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  52. JFP's avatar
    JFP permalink
    27 Outubro, 2010 09:41

    O autor baralhou-se: se num mercado há concorrência entre vendedores grandes e pequenos e a estes, e só a estes, é proporcionada uma redução de custos, daqui nunca poderá resultar uma vantagem relativa para os grandes. No limite, os pequenos poderiam baixar os preços, ganhando vantagem aos grandes, relativamente à posição inicial.

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  53. será's avatar
    será permalink
    27 Outubro, 2010 10:18

    Carlos Dias a arrasar e os registados postadores a não esgrimirem dialéctica bastante!
    divino,mais uma vez!

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  54. Luis's avatar
    Luis permalink
    27 Outubro, 2010 16:00

    O engraçado é ver tanta gente iletrada e incapaz de compreender um texto simples como o do João.

    É irrelevante discutir a moralidade dos prazos de pagamento, ou as consequências da dilatação desses prazos. O importante é perceber que as coisas são assim e não mudam por via legislativa.

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  55. PMP's avatar
    PMP permalink
    27 Outubro, 2010 16:06

    Engraçado é continuar a não perceber que a economia funciona melhor num mercado regulado que num mercado totalmente livre onde os grandes esmagam os mais pequenos. Em muitos países desenvolvidos os prazos de pagamento são regulados entre compradores gigantes e pequenos fornecedores.

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  56. Luis's avatar
    Luis permalink
    27 Outubro, 2010 19:45

    “Engraçado é continuar a não perceber que a economia funciona melhor num mercado regulado que num mercado totalmente livre onde os grandes esmagam os mais pequenos. Em muitos países desenvolvidos os prazos de pagamento são regulados entre compradores gigantes e pequenos fornecedores.”

    Mais um… sim senhor, e depois? Regulam os prazos de pagamento, e o comprador gigante força um pouquinho mais o preço, o suficiente para não perder a vantagem financeira. O legislador dá uma palmadinha nas costas a si próprio, contente por ter “ajudado” , o gigante mantém a sua margem, o pequeno fornecedor sofre mais um apertozito.
    Toda a gente fica satisfeita… ah, não, espere, o gajo que é suposto ser ajudado é capaz de não ganhar nada com a coisa.

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  57. MC's avatar
    28 Outubro, 2010 02:31

    dassss,
    Pensei que haveria um mínimo de literacia para o leitor médio de um blog como este. Enganei-me. Não sabem ler o que está no post… Calhaus…

    Para totós:

    Se o comprador perde rentabilidade, procura novos fornecedores. Os antigos fornecedores perdem um cliente, provavelmente o melhor cliente, em alguns casos o único cliente, e abrem falência.

    Um novo empreendedor, que queira passar a abastecer um grande cliente e que queira apresentar-se mais competitivo que a concorrência já instalada, através de prazos de pagamento mais alargados, fica impedido de o fazer – a menos que seja um grande investidor.

    Irra, que é duro de entrar… cabeçudos.

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