Contas Públicas
Já por várias vezes tenho exprimido a minha convicção que a real situação das contas públicas é bem pior do que se pinta. E que quando Sócrates cair e se fizer uma auditoria completa a todo o Sector Público Administrativo, Empresarial e Institucional – porventura só a mando do FMI – muito boa gente ficará hipocritamente chocada com o gigantismo do buraco.
O Tribunal de Contas tem dado várias pistas a que, infelizmente, poucos dão importância. Hoje foi divulgado o seu Parecer sobre a Conta Geral do Estado relativa a 2009 e nele são ditas coisas particularmente graves sobre o funcionamento, organização e controlo da Administração Pública. Desde a demora em mais de uma década na implementação do Plano Oficial da Contabilidade Pública à impossibilidade em confirmar os reais valores das receitas e despesas, passando por contínuas desorçamentações que obstam a uma correcta comparação e valores por conciliar durante anos, há todo o tipo de não conformidades. E ainda a confirmação de dívidas monstruosas no sector da saúde (cerca de 2.000 milhões) e a desmistificação da eterna desculpa com a crise internacional, que só terá representado pouco mais de 20% no agravamento do défice.
Um parecer deste “calibre” (ver aqui a síntese, página 6 e seguintes) às contas de qualquer empresa cotada, levaria decerto à respectiva reprovação em Assembleia Geral e ao despedimento da Administração. Ao nível do País, seria de esperar que o Parlamento assumisse idêntica postura. Mas podemos esperar deitados…

Gostaria também que emitissem pareceres sobre os dinheiros públicos nos tempos do laranjal no poder. Certamente cairiam também por terra muitas hipocrisias sobre a gestão financeira do partido do D. Cavaco I e do Grande Coelho Laranja, entre outros. Comece-se com os negócios do reequipamento militar a, andando para trás, averigue-se o que sucedeu aos mundos e fundos e recebemos nessa época de vacas gordas europeias em que o indivíduo que elegeram para presidente estava ao leme. Curiosas teorias se fazem sobre a capacidade de gestão do laranjal quando está à vista de todos, embora muitos pareçam recalcá-lo, que pouco ou nada se fez neste país durante esse “época de oIro da democracia portuguesa” em termos de verdadeiro investimento. Pelo contrário, muita gente que encheu os bolsos na altura regressa agora, a salivar perante a perspectiva de regressar aos bons tempos do poleiro.
Claro, claro, o défice é muito muito mau, vamos ser invadidos pelo FMI, há que cortar nos salários, despedir à-vontade e acabar com o estado social. Muito giro mas quem sabe fazer contas percebe facilmente que combater a fuga aos impostos (repararem bem qual a percentagem equivalente ao PIB da “economia paralela”…) MAIS cobrar mais valias bolsistas MAIS tributar grandes fortunas não só cobrem bem 6, 9, 10 ou 15% do défice, como fariam de nós o mais bestial estado social do mundo.
O povo está a ser muito bem enganado por uma data de economistas e demais especialistas sem outros argumentos que não o alarmismo, apoiados por uma data de jornaleiros de ocasião, tudo para que não se cobrem impostos aos ricos nem se combata a fraude e a corrupção. Substituamos, pois, um bando de oportunistas com vagas preocupações sociais por um outro bando de oportunistas, desta feita com nenhumas.
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Já está ao nível do nojo moral.
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Esperar deitados e de cu para o ar.
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Essa Fé nos privados é gira ….
As contas do BPN foram aprovadas em Assembleias Gerais ano após ano, e são a porcaria que vamos sabendo em crescendo e pagando….
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Há muito que escrevo no estrolabio que as contas do estado estão bem piores que o que nos querem fazer crer. 2.000 milhões na saúde, 500 milhões no BPN, quanto mais nas “transportadoras”? e isto entra como na contabilidade pública?. Acho piada que ainda há pessoal que fala do laranjal como se o PS não estivesse no poder há 13 anos nos últimos 15…
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Quando, perante a gravidade da situação, se fala em laranjal contrapondo ao PS, tal como se o país fosse um jogo de futebol entre o Benfica e o Porto onde se apontam erros dos adversários para compensar os golos sofridos, não desejo comentar mais nada. Divirtam-se!
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Falar no laranjal, larangismo, ou no raio que o valha, nesta altura do campeonato, 15 minutos (anos) depois do jogo acabar, é como querer fazer esquecer os frangos à Roberto e falar dos fora de jogo dos adversários noutro jogo, como se isso alterasse o resultado.
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“Gostaria também que emitissem pareceres sobre os dinheiros públicos nos tempos do laranjal no poder.”
Compare a carga fiscal , o crescimento, o peso do setor público, o crescimento, as balanças, o investimento de antes, durante e depois do Cavaco no poder.
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Vai poder conferir que os pressupostos das contas começaram a melhorar antes mesmo do grosso dos investimentos da CEE começarem a chegar e que os benefícios do rigor ainda entraram pelo 1º governo Guterres.
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Depois veja se consegue continuar com essa cantilena.
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“Muito giro mas quem sabe fazer contas percebe facilmente que combater a fuga aos impostos”
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Para ir buscar dinheiro nesses tópicos teriamos que cortar impostos noutros pontos pelo simples motivo que a carga fiscal portuguesa já é das mais altas.
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E se é das mais altas e não chega para as despesas (que estão muito acima da média tb) então não é a receita mas a despesa que está alta.
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(Apesar do MJP não gostar)
O que esta gente ainda não percebeu é que se fosse um jogo de futebol entre Porto e Benfica é como se elas tivessem entrado em campo dando três jogos vitoriosos de vantagem ao adversário não interessando qual clube. (300% divida externa= pública+privada+empresas).
Não importam treinadores (economistas, politicos e afins) sejam eles alaranjados ou rosados a verdade é que de facto vão ter de jogar (produzir) três anos sem comer para igualar a desvantagem.
Esta gente só se deixará de cores (clubisticas) quando o peso da desgraça toda lhes cair em cima da cabeça e verificarem que afinal o sonho das cores era apenas uma realidade negra.
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Se os PSD não querem ver – basta lembrar a recepção a Frasquilho – os tipos do PS são simplesmente loucos varridos, e sem vergonha na cara.
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Faz imensa impressão ler comentários de gente que, à força, se quer pôr em bicos de pés e que acabam por se revelar mentecaptos ou crápulas peganhentos.
Não se pode qualificar toda essa gente usando termos que a decência não permite.
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