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Bom Ano?

31 Dezembro, 2010
by

O velho que agora acaba, que nada trouxe de bom, será seguramente melhor que o novo prestes a despontar. Que me recorde, neste País do descontentamento eternamente mergulhado em crise, nunca um novo ano se anunciou tão sombrio. Muito embora se me afigure que 2011 será o ano das grandes decisões, que serão vitais para o nosso futuro enquanto País. Delas resultará a inversão deste ciclo de decadência à custa de esforço, trabalho e mérito próprios ou a continuação do empobrecimento deslizante.

É tudo uma questão de atitude: projectar bem e realizar melhor, nunca contando com dádivas do Céu, seja este o FMI, a UE ou a China. Trabalhando e contratualizando na base e ignorando as soluções milagreiras da cúpula, totalmente esgotada e alienada. Mudar em poucos anos aquilo que levaria uma geração com reformas graduais.

Chegou o tempo das grandes rupturas e elas terão de começar por baixo. Por uma questão de sobrevivência. A palavra à sociedade civil, ou ao que resta dela.

Passe a ironia, votos de Bom Ano.

28 comentários leave one →
  1. Eduardo F.'s avatar
    31 Dezembro, 2010 20:02

    Que seja o ano de mudança de agulha e o início da regeneração ética e económica.

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  2. Essa agora's avatar
    31 Dezembro, 2010 20:38

    Isto já só lá vai à mocada.
    Alguma dúvida?

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  3. Me's avatar
    31 Dezembro, 2010 20:42

    muito bem. só falta é que nos deixem fazer e aproveitar o que fizermos. e disso duvido muito , que o monstro tem muitas bocas para alimentar.

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  4. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    31 Dezembro, 2010 20:43

    “Chegou o tempo das grandes rupturas e elas terão de começar por baixo.” Não, julgo que está errado.
    As grandes rupturas devem surgir de um movimento colectivo – do Povo – e num repente com a violência necessária. Vai doer? Ah, pois vai… É consequência infeliz da ignorância e estupodez que escolheu a bandalheira de “esquerda” que nos desgoverna.
    Aliás, quanto mais dura melhor para que fique na memória deste Povo que podia ter uma História tão nobre e bonita e, afinal, está a sobreviver num esterco de podridão.

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  5. Guillaume Tell's avatar
    Guillaume Tell permalink
    31 Dezembro, 2010 23:33

    Bom Ano 2011 na mesma.

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  6. Karocha's avatar
    Karocha permalink
    31 Dezembro, 2010 23:44

    Bom Ano

    http://infamias-karocha.blogspot.com/

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  7. será's avatar
    será permalink
    1 Janeiro, 2011 00:22

    que tenhamos saúde, já que soçobramos em tudo o resto!

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  8. O ano novo ma novida's avatar
    1 Janeiro, 2011 00:53

    O ano novo traz um ma novidade Un grupo de parlamentares querem proibir o tabaco nos restaurantes ,bares e discotecas enquanto isso outro esta a preparar uma lei que foi sugerida pela Uniao Europeia ,que vai obrigar a todos os cidadoes a fazer analise de sangue de 3 em 3 meses Com essa ocasiao se vao descobrir droga na sangue nos que tem 14 -54 anos , alcol e tabaco dos com menos de 18 anos ,..leiam mais para saber o que vai acontecer http://www.party-boom.com/hugoejoana-casa-dos-segredos.html

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  9. António Carvalho's avatar
    António Carvalho permalink
    1 Janeiro, 2011 01:56

    EM 2011, A LUTA CONTINUA!

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  10. Vitor matos's avatar
    Vitor matos permalink
    1 Janeiro, 2011 04:37

    Não esqueça-mos que em 2012 acaba o mundo…

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  11. JCA's avatar
    JCA permalink
    1 Janeiro, 2011 06:09

    .
    -Govt debt never repaid 30.12.10
    http://goldswitzerland.com/index.php/hyperinflation-will-drive-gold-to-unthinkable-heights/govt-debt-never-repaid-30-12-10/
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    http://goldswitzerland.com/index.php/hyperinflation-will-drive-gold-to-unthinkable-heights/
    .
    “The EU will continue its financial collapse, as nations like Spain, Portugal, and Italy will join Greece and Ireland in facing the stark choice between (Option 1) bailing out THEIR banksters or (Option 2) having THEIR nation go bankrupt. The IMF/World Bank model of “rescuing” these EU nations were perfected on the so-called Third World nations such as Argentina (viz., John Perkins’ book, “Confessions of an Economic Hitman”). THAT is IMF’s Option 2 for Spain, Portugal, and Italy ? Option 1 is long term financial servitude and poverty for the citizens of the bankrupt country as is happening to Ireland.”
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    “EU will be hard pressed to reject China’s offer to bail out Portugal, Ireland, Italy, Greece and Spain, collectively the PIIGS.”
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    Hungarian PM Viktor Orban is supposed to be EU President for 6 months starting on January 1, 2011. That is ok with me; he will prove why Hungary is pretty much a non-nation and still firmly run by communists. Concurrent with his possible elevation to yet another non-essential position, Hungary just passed a law to stifle and silence any media they do not like. Not having Hungary as a non-essential EU figurehead for 6 months is sort of like going deer hunting without your trombone
    .

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  12. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    1 Janeiro, 2011 10:46

    “…ignorando as soluções milagreiras da cúpula…”
    .
    A única solução milagreira da cúpula consiste em sacar mais dinheiro aos contribuintes.
    Vamos ignorar?

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  13. pvnam's avatar
    1 Janeiro, 2011 13:02

    —> Muito pessoal anda por aí dando ‘cambalhotas de branqueamento’: é o cristianismo, é o esquerdismo, é o consumismo, etc.
    —> Deixemo-nos de bodes expiatórios… é altura de assumir a BANDALHEIRA PURA:
    – a constituição duma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher) não foi considerado uma prioridade absoluta;
    – ‘n’ negociatas à custa de mão-de-obra servil imigrante ao preço da chuva;
    – venda de soberania;
    – etc.

    —> A luta pela sobrevivência é uma coisa difícil e complicada.
    —> A bandalheira liquida tudo e mais alguma coisa – ‘n’ civilizações ao longo da História já desapareceram…
    —> Só há um caminho a seguir: ‘CORTE’ COM A BANDALHEIRA!
    —»»» Resumindo: Antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência… e… SEPARATISMO-50-50!

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  14. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    1 Janeiro, 2011 13:08

    Bom ano! Aos blasfemos e seus leitores.
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    2011 deverá ser melhor do que começa. Haja esperança!

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  15. Saloio's avatar
    Saloio permalink
    1 Janeiro, 2011 13:41

    BOM ANO a todos os blasfemos, respectivos leitores e comentadores – a todos, OBRIGADO!!!!!

    Digo eu….

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  16. Piscoiso's avatar
    Piscoiso permalink
    1 Janeiro, 2011 14:14

    A sua mensagem de Ano Novo passa-me ao lado.
    Se calhar vivemos em países diferentes.
    Mas desejo-lhe um Bom Ano, envolto nas suas lucubrações.

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  17. JCA's avatar
    JCA permalink
    1 Janeiro, 2011 14:18

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    LR, infelizmente 2011 nao resultará na inversão deste ciclo de decadência à custa de esforço, trabalho e mérito próprios. Vai ser concerteza absoluta a continuação do empobrecimento deslizante.
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    Nao é tudo uma questão de atitude: projectar bem e realizar melhor nem de trabalhar.
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    Mudar em poucos anos aquilo que levaria uma geração com reformas graduais só seria possivel se o OE 2010 configurasse Portugal para ser um TECIDO ECONOMICO LUCRATIVO que por si só aliciasse Empregados e Empregadores;
    .
    porém sujeitos à ditadura férrea do Euro , a unica ‘tool’ é a corajosa revoluçao fiscal e contributiva simplicado em 2 UNICOS IMPOSTOS nacionais:
    .
    1) Imposto Nacional Unico agregado e colectado exclusivamente no Consumo,
    .
    2) Taxa Nacional Social Unica cobrada também no Consumo eliminando todos os descontos nos ordenados dos Empregados e Empregadores.
    .
    Implicaria que as outras elites politicas, as audazes e inovadores que existem em Portugal fossem buscadas para o miolo da Governança de Portugal.
    .
    Nao sendo o caso, a realidade será a continuaçao do actual programa de harakiri dos Cidadaos, Familias e Empresas em Portugal:
    .
    mais cortes salariais no Estado que começarao a derrubar os ora convencidos de protegidos, mais desemprego, mais destruiçao de empresas e do aparelho produtivo portugues, mais destruiçao do poder de compra (o ‘investimento’) dos rendimentos do Trabalho e do Capital, mais miséria e fome por novos remendos atramancados na Segurança Social / Caixas e Fundos de Pensoes / ADSE, demoliçao propositada dos Direitos e Garantias Civilizacionais na Saude – Educaçao – Velhice – Desemprego essenciais a TODOS os Cidadaos e Familias sejam ricos, pobres, empregados, empregadores ou atirado para o desemprego, mais lindas teorias contra a Fome ‘matem voces a fome uns aos outros ou pirem-se de cá para fora’
    .
    Nao se trata de bota-abaixo, agenda partidária ou fundamentalismos de fés. Nem de visionarismos ideologicos, filosoficos ou sociologicos. Sequer manter o País como uma espécie de laboratório para experimentalismos sociais para ver o que é dá.
    .
    Pura e simplemente nao há outra volta a dar a nao ser as tao cruamente descritas. Decepcionante nao é ?
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  18. anti-comuna's avatar
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    1 Janeiro, 2011 15:33

    Há demasiado pessimismo no ar… Alguns com toda a razão, mas quando todos estão em uníssono numa dada direcção, o mais provável é equivocarem-se. Contrarian rules. ehehehhehehh
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    Eu penso que 2011 será mesmo o da lenta recuperação de parte do país: o Norte. É aqui que se vive de um espírito empresarial e capitalista mais independente e, liberal? e não no resto do país. E é aqui que surgem os sinais que o Norte está a ficar pronto para mostrar como se sobrevive sem encostos ao poder político e à corrupção que grasse no sul.
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    O Norte é das regiões mais pobres da Europa mas aquela que mais potencialidades ofereces. É a zona do país que mais sofreu com as mudanças no mundo, em especial a integração económica mundial. O Norte sofreu vários choques, exógenos e endógenos. Sofreu a abertura dos nossos mercados protegidos ao mundo. Dos brasis ao Paquistões; das Chinas aos Marrocos.. Depois sofreu com a chegada do Leste ao coração do projecto europeu. Sofreu com a chegada de um €uro mal negociado, sobretudo na taxa de conversão, que em nome dos interesses da capital o escudo desapareceu e deu lugar a um euro demasiado forte para o tecido produtivo do Norte. Sofreu com a inversão do ciclo de preços das matérias-primas, em especial do petróleo. Sofreu com a centralidade lisboeta, que vive dos sectores rent seeking e da corrupção. Sofreu fortes aumentos dos custos de produção, aumentos salariais incomportáveis (ainda hei-de perceber como se pode escolher entre o desemprego forçado através de salários mais altos para os sectores económicos não concorrenciais. É algo que ainda me escapa à lógica mas que é apregoada pelos “inteligentes do sul”. Enfim, o Norte foi a vítima destes movimentos bruscos dos últimos 15 anos.
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    Mas hoje o Norte, das zonas da Europa mais pobres, com uma elevada taxa de desemprego e emigração, nível de vida muito abaixo da média nacional, empurrada pelos sectores rent seeking e parasitismo estatal e público, é daquelas que mais fez para se reestruturar. Hoje analiso este processo um bocado à semelhança do que fez a Alemanha no mesmo período de tempo. É mesmo curioso que existem semelhanças curiosas entre a crise alemã e a crise do Norte do país. As crises têm até raízes mesmo comuns, como a abertura a leste, por exemplo. (Ainda me lembro do choque da entrada dos países do Leste na UE e o disparo das falências, deslocalizações e subida do desemprego na Alemanha.) Ou o choque fiscal alemão para pagar uma Reunificação, que foi dos processos políticos mais caros de sempre, em todo o mundo. E o Norte também sofreu o seu choque fiscal mas para pagar o parasitismo do Sul e de Lisboa.
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    Mas este Norte tem vindo a reestruturar-se. Muito mesmo. E hoje apresenta alguns trunfos que serão determinantes para fugir à crise. O trunfo das exportadoras, do trabalho independente do Estado e do espírito empreendedor das gentes nortenhas. E, parecendo que não, já se nota algum optimismo nas gentes do Norte. Na Noite de Natal, na tradicional consoada e partilha das festas familiares, alguém fez-me a seguinte observação: “estás a ver aquela rua? Há 25 anos atrás, em vez de carros estacionados eram motorizadas aos montes, ao passo que hoje mal dá para estacionar tantos são os carros.” E isso fez-me ver que, apesar de tudo o que sofreu o Norte e aquelas gentes, há uma evolução relativamente positiva, apesar de alguns fortes sinais de endividamento.
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    Em contraste, há cerca de seis anos atrás, conduzia eu por uma conhecida estrada nacional a Norte e notava que as tradicionais iluminações de Natal nas residências particulares eram raras. O contraste com o que se vivia no resto do país era evidente. O Norte estava há bastantes anos em crise e as gentes até poupavam nas “luzinhas das sebes”. Tanto nas casas humildes como nas casas mais abastadas. Foi das viagens mais tristes que tive o azar de fazer. Parecia que o Norte se tinha esgotado e os pedidos para emigrar eram tantos, que nunca tinha visto igual. Relembrei-me logo dos tempos do abandono do país nos tempos do Botas.
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    Mas este ano, as luzes não sendo tão abundantes como antes, nota-se algum optimismo entre as gentes do Norte. Não apenas dos que investem e exportam como até dos que trabalhadores, que agora quase todos têm alguém a viver lá fora. Nota-se algum optimismo moderado em perfeito contraste com o que se passa a sul do país. No Norte cheira a saída da crise enquanto no sul se cheira a depressão. O contrário do que se viveu nos últimos 10 ou 15 anos. É algo novo que me faz lembrar aqueles anos loucos da entrada na então… CEE!!!
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    Há 25 anos atrás Portugal entrou na então CEE e também havia algum optimismo moderado no Norte. Dizia-se já que iria ser difícil competir nesse Mercado Comum, as crises do petróleo, o choque do 25 Abril e do PREC estavam ainda presentes, a vinda do FMI e suas medidas tinham deixado algumas mossas no país. Mas havia um optimismo moderado no Norte com a entrada de Portugal na CEE. E, há 25 anos atrás, os nortenhos usavam e abusavam das motorizadas, única forma de deslocação pessoal e individual, pois carro era só para alguns. Em contraste, hoje já são raras as motorizadas e até, invoca-se amiúde, os acidentes de cada um e sua respectiva hospitalização. Faz agora anos, um amigo meu teve um acidente de viação de motorizada, que o colocou em estado de Coma durante algumas semanas, nesta época natalícia. Hoje, felizmente, já quase todos esqueceram a loucura daqueles anos e dão primazia ao carro, mesmo para os seus filhos. E isso nota-se nas ruas e estradas do Norte: ao invés de muitas motorizadas há bastantes carros. São 25 anos que separam da entrada na CEE e seus contrastes. Mas vive-se hoje, como então, um optimismo moderado.
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    Hoje, no Norte, já se respira para além do têxtil e do calçado. É verdade que as gigantescas empregadoras estão a desaparecer. Uma Coelima, hoje, é uma excepção que confirma a regra. Mas hoje há cada vez mais empresas de outros sectores no Norte que não apenas têxteis e calçado, construção e obras públicas, mobiliário clássico e da cutelaria. Há novas fábricas de plásticos e novos materiais; há fabricantes de máquinas e equipamentos industriais; há fabricantes de mobiliário moderno e extremamente caro para a exportação; há até projectados investimentos na fabricação de material electrónico, fraldas descartáveis biodegradáveis, etc. E estas novas fábricas metem pessoal e pagam acima dos salários normalmente praticados nas grandes empregadoras, como a Coelima ou velhos museus como aquelas fábricas das quais já só resta hoje o esqueleto, nas margens do Rio Ave, Vizela, Leça, etc.
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    Há hoje no Norte até empresas de serviços na área do audiovisual, marketing, etc. Há hoje serviços hospitalares modernos e relativamente bem equipados. Há todo um mundo empresarial novo, desde prestação de serviços no ramo automóvel como até fabricação de software para o mundo empresarial. Tudo isto é novo e há 25 anos pouco disto havia. E estes sectores estão a crescer, alguns até a passarem bem a crise e a expandir-se para novos mercados, como o galego, por exemplo.
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    É verdade que o Norte é quase tão variado como o próprio país. Mas as suas gentes são um bocado homogéneas nalgumas características. Como a enorme vontade de vencer as dificuldades, sem recorrer aos tradicionais subsídios e encostos estatais. Pede-se Justiça e luta contra a corrupção, não mais subsidios e dinheiros públicos para enganar as consciências. Pede-se menos impostos e mais eficácia nos serviços prestados pelo Estado. E, em invés de manifestações contra a pobreza, fome, miséria e o desemprego, as gentes trabalham no que podem, emigram bastante e adaptam-se a novos desafios. É uma forma de enfrentar as dificuldades que lhes vai trazer frutos.
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    Há no Norte um optimismo moderado. Aquelas gentes sabem que o pior já passou e que o tecido produtivo está agora a aproveitar melhor as oportunidades do mercado externo e da terciarização de muitas actividades, antes verticalmente integradas. Algumas empresas vão morrendo e despedindo mais trabalhadores, mas outras já contratam e bem. Como soube de um caso bem recente, de uma exportadora com cinco trabalhadores há cerca de dois anos e este ano já contratou mais de 30 novos trabalhadores. Ou seja, está a haver uma reestruturação extraordinária. Já não há apenas fecho e encerramento de empresas mas outras muito dinâmicas que estão a aproveitar esta tal integração económica mundial. É com enorme prazer que me mostram que determinados produtos fabricados no Norte, de alta qualidade, são vendidos para a Europa, para os USA, para a China e até para a casa real saudita!
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    E, esta reestruturação que se vive e viveu no Norte é semelhante ao que se passou na Alemanha, de 1991 até bem recentemente. Também na Alemanha houve uma crise bastante forte, com muitas falências despedimentos, etc. mas que hoje, a Alemanha, após a sua reestruturação produtiva, está muito forte. No Norte algo do género acontece. Apesar das enormes dificuldades vividas pelo tecido produtivo, que tem que lidar com problemas que surgem em catadupa, como a compressão de margens derivadas de uma forte subida das matérias-primas sem que se consiga transpôr para o consumidor final este forte aumentos dos custos. Mas no Norte, um novo tecido produtivo está a tomar forma, mais forte, competitivo e bastante ágil e flexível.
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    Ao contrário do resto do país, que acorda para a crise, em especial o sul, o Norte está a preparar-se para sair da crise. Enquanto o sul, que vive sobretudo da parasitagem (rent seeking, Estado e EPs) e se prepara para uma possível depressão, no Norte existe um optimismo moderado, porque mais industrial, mais virado para os mercados concorrenciais internacionais e que está a aproveitar o forte boom que vive a economia mundial. Em contraste com o sul, o Norte poderá mesmo aproveitar esta crise a sul para reinvendicar mais poder político e económico. Senão a sua Independência pelo menos mais poder, não apenas económico mas sobretudo político.
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    .
    2011 pode ser o ano da consagração do Norte como verdadeiro motor da economia nacional. Vamos ver o que nos espera mas também eu vivo um optimismo moderado. Penso que o Norte poderá dar o verdadeiro salto e, pela primeira vez em muitos anos, a criação liquida de empregos seja positiva. Oxalá! Pois as gentes nortenhas merecem, face ao absoluto abandono a que foram votados pelo resto do país, sobretudo por um sul com a mania de se acharem superiores aos nortenhos, sempre com inveja a falarem dos ferraris do Norte.

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  19. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    1 Janeiro, 2011 16:05

    Por enquanto o Norte só mostrou que sabe produzir lençóis blogosféricos decorados com muitas parvoíces.
    Mais alguma coisa?

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  20. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    1 Janeiro, 2011 17:06

    Vitor matos
    Posted 1 Janeiro, 2011 at 04:37 | Permalink

    «Não esqueça-mos que em 2012 acaba o mundo…»

    Engana-se… Nós já morremos e agora estamos no inferno.

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  21. LR's avatar
    1 Janeiro, 2011 17:59

    Caro Anti-comuna,

    Deus o oiça! Já agora, em jeito de adenda ao que escreveu, sabia que os salários no sector do calçado (principalmente na zona Felgueiras / Guimarães) vão com um crescimento anual da ordem dos 12%? Isto só pode significar 2 coisas: falta de pessoal especializado e produtividade a trepar.

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  22. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    1 Janeiro, 2011 18:46

    Vitor matos
    Posted 1 Janeiro, 2011 at 04:37 | Permalink

    Você escreveu (e eu nem reparei):
    «Não esqueça-mos que em 2012 acaba o mundo…»

    … Você queria escrever esqueçanos.

    hehehehehe

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  23. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    1 Janeiro, 2011 18:55

    anti-comuna
    Posted 1 Janeiro, 2011 at 15:33 | Permalink
    «Há demasiado pessimismo no ar…»
    Então, o pessoal até faz votos de boas festas… mesmo sem saber se o outro tem um bocado de unto para a sopa?!
    Você é que parece estar demasiado optimista.

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  24. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    1 Janeiro, 2011 19:42

    2011 vai ser pior que 2010 com o PS e PSD de mãos dadas recompensando Sócrates e o Estado com mais impostos, ou seja mais poder. A continuação da receita de Manuela Ferreira Leite para destruir a economia.
    2012 vai ser pior que 2011
    2013 vai ser pior que 2012. Nessa altura a destruição da economia pelo Sociialismo de Esquerda e Direita estará finalizada.

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  25. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    1 Janeiro, 2011 20:18

    Caro LR, é mesmo isto que está a aontecer:
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    “Isto só pode significar 2 coisas: falta de pessoal especializado e produtividade a trepar.”
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    O sector está a muito forte em especial calçado de alta qualidade para senhora. O CCZ pode testemunhar melhor que eu este facto. Porque trabalha muito com o sector.
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    Eles apostaram muito na alta qualidade, séries pequenas mas rápidas, fléxiveis e ágeis. Por nossa sorte, o mercado de consumo europeu, em especial o alemão, cada vez compra mais qualidade. E qualidade existe em Portugal.
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    Só gostava que no calçado para homem houvesse esta competitividade. E conseguíssemos atingir os preços de venda dos italianos. E, já agora, o sector têxtil, que merecia também ser reconhecido como de excelente qualidade.
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    Lentamente o Norte vai revolucionando o seu sector produtivo. Quer nos sectores tradicionais quer em novos sectores. Como, por exemplo, na metalomecânica. Segundo algumas informações que eu recolhi, a zona da Maia e da Trofa estão a fazer coisas bonitas e, talvez, sustentáveis no tempo.
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    Se isto continuar, como eu espero que vá continuar (até deverá acelerar já que no Norte tende-se a copiar bastante aquilo que dá resultados positivos), o Norte deverá mostrar os resultados das suas transformações mais breve do que julgamos possível. Porque, como eu dizia, há algum optimismo no ar, apesar das dificuldades. Mas há uns anos atrás estava-se muito pior, já que o desânimo era grande sem haver muitas condições para bater a concorrência externa.
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    Um novo sector económico que pode vir a desenvolver-se bastante no Norte é o sector dos plásticos e novos materiais. Penso que isto é deveras interessante já que esse sector quase se limitava ao Centro mas agora surgem algumas empresas competitivas que conseguem crescer e exportar. Talvez o sector dos moldes também comece a surgir, após algumas unidades interessantes surgidas em Braga, há uns anos atrás, mas que quase morreram. No entanto, talvez fruto daquilo que se vai fazendo na U. do Minho, há coisas novas a aparecer. E isso é excelente.
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    Vamos ver. Eu estou moderadamente optimista. E sei que muita gente também o está e com vontade de investir, se tiver condições e oportunidades para tal. Pelo menos, não vejo tanto pessimismo como até há bem pouco tempo. Felizmente.
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    Mas o Norte precisa de renascer, mais forte que nunca e mais pujante que nunca. E que surjam muitos ferraris para calar os invejosos a sul. lolololololol

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  26. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    1 Janeiro, 2011 20:49

    Outro sector que está a vender bem é o sector dos vinhos. Segundo me disseram, está-se a vender bem os vinhos e a qualidade deles está a subir ainda mais, com a aposta de micro-produtores em cepas de excelente qualidade, como a Trajadura, por exemplo. E estas pequenas quintas e produtores também tentam subir na cadeia de valor com mais marcas e mais variedade na oferta. Só acho que existem poucos grupos com capacidade para trabalhar comercialmente os mercados externos. Tirando a Sogrape e a Aveleda, pouco mais existe no sector dos Verdes que possam pensar em fazer trabalhos de profundidade nos mercados de destino.
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    Mas o sector dos vinhos no Norte não se limitam aos verdes. Os maduros do Douro estão a mostrar que é mesmo melhor apostar em vinhos de mesa que do Porto. Vende-se mais e melhor. E já surgem os resultados desta modernização. E no Dão? No Dão começam a surgir vinhos interessantes que até se vendem relativamente bem no exterior. Sem falar nos espumantes, na zona da Anadia, que até ganham prémios pela sua qualidade.
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    Mas o sector dos vinhos está a mostrar resultados. Mas, lá está, é preciso que surjam grupos económicos e empresas mais fortes para terem músculo financeiro para trabalhar melhor os mercados de exportação. As cooperativas têm mostrado alguma modernização mas os seus níveis de gestão parecem-me um bocado toscos, para enfrentarem os mercados globais. Ir vender a N. York não é a mesma coisa que negociar com os nossos grupos de distribuição.
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    Um outro sector com bastante potencial mas pouco aproveitado é dos lacticinios. Leite, queijos e yogurtes poderiam ter alguma penetração no exterior mas se não houver pressão da concorrência interna e continuarmos com estes oligopólios, duvido que o sector aposte decisivamente em melhorar toda a sua cadeia de valor. Mas como é provável que o sector europeu sofra um choque enorme, até o nosso sector terá que mudar ou morre. E penso que se decidir mudar, poderá mostrar surpresas já que o nosso leite é de excelente qualidade, os gostos dos consumidores apurado e existe capacidade para se adaptarem aos novos ventos.
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    E já agora, o sector alimentar começa a mostrar algumas coisas. Começam a surgir pequenos produtores com excelente qualidade e, talvez, com agilidade para se adaptarem aos gostos dos consumidores, que parece estarem a mudar. Já não é apenas o produtor de alheiras de Mirandela que inova, mas até na doçaria, alimentos pré-cozinhados, etc. Não sei se é fruto da aprendizagem a fornecer as nossas duas grandes cadeias de supermercados (Sonae e J. Martins) se a copiar o exterior ou o que está por trás destas novas empresas que surgem. Mas parece-me que começam a surgir produtores de excelente qualidade que poderão ter oportunidade de singrar no exterior. Eu penso que até beneficiamos de uma vantagem evidente: o consumidor português de alimentos é mais exigente, tem bom gosto e gosta de comer bem. E isso, parecendo que não, faz com que os produtores apostem em bons produtos, com sabores mais autênticos e agradáveis, que poderão combater produtores estrangeiros, já demasiado apostado em grandes séries em detrimento da alta qualidade. Basta ver os produtores espanhois, em especial os catalães, que perderam muita qualidade por apostarem sobretudo nas grandes séries para exportar mas o sabor deixa muito a desejar.
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    Vamos ver se estas PMEs que estão a surgir no mercado, no sector alimentar, cresçam e surjam alguns fortes competidores internacionais. Uma coisa é certa. Roma e Pavia não se fizeram num dia e as dificuldades são enormes e muitos vão perder-se pelo caminho. Mas estou em crer que algumas vão crescer bem sobreviver, tornando-se empresas de referência. Vamos ver.

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  27. JCA's avatar
    JCA permalink
    2 Janeiro, 2011 13:14

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    Living standards would have to fall by about 15 per cent in the weaker economies (example Portugal on 2011) and Government spending slashed if the single currency was to survive.
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    The euro has an 80 per cent chance of failing in its present form in the next 10 years.
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    -LIVING STANDARDS MUST FALL BY 15% TO SAVE THE EURO
    http://www.express.co.uk/posts/view/220339/Living-standards-must-fall-by-15-to-save-the-euroLiving-standards-must-fall-by-15-to-save-the-euro#ixzz19qkImx6F
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    Anti-Comuna está a fotografar bem a energia de reacçao e as capacidades de iniciativa naturais dos Portugueses por esse País fora.
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    Mas infelizmente mergulhado numa Governança que é como o Sheltox, mata e extermina tudo à volta. Talvez fosse bom uma estatistica de quanta dessa gente boa, de quantos desses entusiastas voluntaristas e credulos foram ou acabam por ser arruinados. E olhe que sao muitos.
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    E muitos outro há de grande capacidade que pura e simplesmente nao se mexem, nao alinham em aventureirismos num tecido economico fantasia ‘alice no país das maravilhas’ ou emigram abandonando participar no ‘way o life’ que foi arranjado para ser Portugal.
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    Portugal só se resolve sendo um TECIDO ECONOMICO LUCRATIVO para o Trabalho e para o Capital. Se politicamente for capaz de se antecipar duma forma habilidosa para ser uma Zona Economica Especial. A escravatura intelectual e academica duma das elites nacionais à logica das agencias de rating (e nao só) está a dar no que todos temos bem à frente dos nossos olhos.
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    E nao eu, nem concerteza o anti-comuna e tantas outras elites portuguesas ligadas ao Capital e ao Trabalho, mas fora do miolo da governança actual, se acomodam ou resignam a este estado de coisas.
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