O caso do “empréstimo intercalar”
Tem-se discutido – pelo menos, na imprensa e em termos de hipótese que, porventura, estará a ser equacionada – a possibilidade de Portugal pedir um “empréstimo intercalar” à União, para fazer face a uma notória (e, agora, cada vez mais reconhecida expressamente por vários agentes que até há bem pouco tempo diziam o contrário e/ou falavam, no ar, de “estabilidade política”) situação de emergência financeira.
Perante tal hipótese, Durão Barroso, presidente da Comissão, disse que não sabia de nada, nem conhecia tal mecanismo….
O que terá levado, agora, à equação dessa hipótese?
Com efeito, a Grécia recorreu a uma “ajuda intercalar”, no ano passado. Tratou-se de uma situação excepcional – como, de resto, será a situação geral, sob o ponto de vista financeiro e monetário, da Europa do Euro – e tratou-se do primeiro caso de resgate de um Estado-membro, com o “choque” que, então, suscitou. No entanto…
… sob o ponto de vista normativo, o Tratado de Lisboa, de facto, consagra uma (aparente) hipótese abstracta de “ajuda intercalar” ou melhor, de “ajuda financeira da União ao Estado-membro” que se encontre “em dificuldades ou sob grave ameaça de dificuldades devidas a calamidades naturais ou ocorrências excepcionais que não possa controlar” – nº 2, do artigo 122º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. Essa ajuda excepcional (deduz-se, da sua excepcionalidade, o seu carácter temporário e, por conseguinte, também “intercalar”), será concedida pelo Conselho, sob proposta da Comissão e “sob certas condições” – ainda o mesmo nº2, do artigo 122º do TFUE.
O normativo é, com efeito, dúbio, em relação ao concreto tipo de casos como o que agora se levanta em (e relativamente a) Portugal. Aparentemente, ter-se-ia que subsumir a situação de dificuldades por que passamos ao conceito indeterminado de “ocorrências excepcionais” que não podemos controlar (ou seja, a falta de crédito, a descida do “rating” da dívida pública portuguesa e as taxas de juros).
Com boa vontade política e com uma eficaz diplomacia económica comunitária (que não me parece que possa ser levada a cabo por Teixeira dos Santos), poder-se-ia, avançar para tal “empréstimo intercalar” por esta via, ou seja, pelo nº 2, do artigo 122º do TFUE. Note-se, no entanto, que se pretendemos um “empréstimo intercalar” – rectius, uma “ajuda excepcional” qualificada de “intercalar” – isso significa que esse seria o primeiro e imediato passo de algo definitivo e subsequente: a ajuda externa, ao FEEF/FMI…. Novamente, estaríamos do domínio de questões de ordem eminentemente política e diplomática e que pressuporiam um consenso político interno (que o PSD já declarou aceitar), não só para o pedido, mas também para a fixação das “(certas) condições” para tal hipotética ajuda financeira.
Mas porque é que Barrosos respondeu como respondeu, desconhecendo tal mecanismo? Efectivamente, há aqui um engulho, também político (e o processo de integração depende de um permanente equilíbrio político): desde que foi criado, em Junho de 2010, o FEEF, na sequência do “caso grego” (e por causa do “caso grego”), as ajudas financeiras excepcionais deste tipo, foram abolidas, por consenso político e expresso, entre os Estados-membros – e isto, por exigência do Reino Unido. Digamos que, independentemente de boas vontades interpretativas do nº 2, do artigo 122º do TFUE, actualmente e sob o ponto de vista político, o recurso ao FEEF é a única opção que existe….ou então, autonomamente, o FMI.

É indiferente o nome dado aos empréstimos.
Porque será que o governo nunca fez uma campanha publicitária interna de captação de poupança a 7% por exemplo.
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Se a CGD vender a tralha de participações e financiamentos externos que fez às empresas amigas, pode comprar muita divida pública.
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No nosso caso talvez se enquadre na da ‘calamidade natural’….. :))
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O próprio governo confirma e explica a vigarice e o plano maquiavélico a que submeteu o país, e agora sacode a água do capote, publicamente e sem qualquer vergonha na cara. Repare-se nestas duas pérolas:
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HOJE – «O Ministério das Finanças já reagiu ao leilão de bilhetes do Tesouro desta manhã, dizendo que a subida dos juros na operação “confirmou a deterioração das condições de financiamento provocada pela rejeição do PEC”. »
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ONTEM – «Em comunicado, o ministério das Finanças explica que essas medidas, anunciadas pelo Governo a 11 de Março … não necessitam de ser aprovadas pela Assembleia da República e estão a ser implementadas pelo Governo actualmente em gestão”.»
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Mais uma pérola:
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HOJE -« O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social – que se destina a suprir eventuais défices do sistema de pensões dos portugueses no futuro – esteve nos últimos dias a vender activos financeiros estrangeiros para comprar dívida pública nacional»
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CONGRESSO 2008 – «José Sócrates assegurou que o PS defendeu uma Segurança Social “pública, garantida pelo Estado”, e frisou que “nunca será permitido que as pensões dos portugueses sejam jogadas na bolsa”. »
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Caro PMF, o empréstimo da Grécia, vulgarmente conhecido como bridge loan ficou logo resolvido com o acordo da criação do FEFE/FMI, acabando com essa falta de enquadramento institucional para fazer face a emergências financeiras. O outro artigo tem outro objectivo, tal como catástrofes naturais. (Ou a governação do Sócrates é catástrofe nacional?)
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Portanto, empréstimos intercalares não existem. É mais uma fantasia do governo português. Ou acciona o mecanismo de ajuda ou não. Se está sem guito o nosso governo, só tem que accionar. E ponto final.
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Já é altura das autoridades portuguesas serem sérias, de uma vez por todas. Uma coisa é certa. Está por dia.
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Este Sócrates é um filho da puta que foi a Bruxelas, às escondidas, com um pacote de austeridade que previa cortes nas reformas dos portugueses ! A reforma não é um vencimento do Estado. É o valor que resulta dos descontos que andamos a amealhar na Segurança Social durante a nossa vida de trabalho. No dia das eleições os portugueses não podem esquecer-se disto.
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O empréstimo “intercalar” é chico espertisse. Mais nada.
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“ajuda financeira da União ao Estado-membro” que se encontre “em dificuldades ou sob grave ameaça de dificuldades devidas a calamidades naturais ou ocorrências excepcionais que não possa controlar” – nº 2, do artigo 122º
De onde se tira que a Ajuda Intercalar não pode ter lugar,
se Sócrates controlar as ocorrências.
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MENTIRA PISCOSA!
*ELE* não pode controlar : NÃO SABE, NÃO QUER, NÃO LHE CONVÉM.
E a *matilha* não lho permitiria . . .
LOGO, a situação está conforme os requesitos do 2/122.
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Anti-comuna: onde leu que a solução de pedir um empréstimo intercalar era ideia do governo?
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Quando é que se começou a falar de “ajuda intercalar”? Foi depois de toda a genta cá e lá fora dizer que este governo tem legitimidade para pedir ajuda ao fundo europeu, que Socrates e Teixeira dos Santos andaram a negar durante alguns dias. Nessa altura inventaram essa historia da ajuda intercalar. E andam há uma semana a falar de uma irrelevancia que só serviria para livrar Socrates do destino dele: pedir a ajudazinha que andou anos a dizer que não é necessaria.
Mas agora não se livra, e são os apoiantes dele na banca, embora o BPI se tivesse posto de fora há uns tempos, que lhe estão a exigir o que andaram anos a negar com ele.
Esta mudança de atitude dos bancos, é sinal que batemos no fundo.
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JM, o senhor por cada 5 pontapés da marca de grande penalidade que terminam na bancada, acerta 1 na baliza. Et voilà.
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Calamidade catastrófica é o Sócrates e o PS estarem no poder.
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Deus era Deus, e quando veio à Terra, não agradou a todos…
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Agradou a Satanás.
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“Anti-comuna: onde leu que a solução de pedir um empréstimo intercalar era ideia do governo?”
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Salvo erro num artigo do Público.
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O problema é que o Público publica muitas coisas; não se sabe é se são verdadeiras…
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Anti-comuna: Sobre esse assunto as várias coisas que li diziam que essa alternativa da ajuda intercalar teria sido levantada em conselho de estado pelo conselheiro VB. Não consta que o presidente da SIBS faça parte do governo. Não sei se é o senhor que tem razão ou eu, apenas concluo que de facto andamos todos muito mal informados.
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Arlindo da Costa
Posted 6 Abril, 2011 at 15:10 | Permalink
Deus era Deus, e quando veio à Terra, não agradou a todos…
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Ele é como Deus N.S. : está em toda a parte . . .
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A frase supra deve-se ao impoluto democrata A. Almeida Santos e é
inexcedível a quanto pode chegar em BAJULAÇÃO (nem no E, Novo
se ouviu semelhante arroubo).
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esta coisa do “intercalar” não tem por onde pegar. “Pai, emprestas-me 100 euros?” Eu respondo: “Não”. “E se forem 23 intercalares?”
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