SONDAGENS
O valores das sondagens apresentados pelos institutos ao longo da campanha eleitoral estiveram bem longe dos resultados efectivamente verificados na noite eleitoral. As razões desta discrepância são diversas, mas a confusão lançada na opinião pública poderia ter sido evitada.
Em primeiro lugar, as sondagens constituem uma estimativa da intenção de voto num dado momento, mas são interpretadas pelo público, e até pelos media, como uma previsão. É necessário dissipar esta confusão. Impõe-se que os institutos passem a apresentar não só o resultado das sondagens, mas que expliquem também de que forma estes podem antecipar (ou não) os resultados eleitorais.
Por outro lado, o nível de indecisos e não respondentes incluídos nos estudos foi enorme ao longo da última campanha eleitoral, atingindo valores da ordem dos trinta e muitos por cento, o que inviabiliza a priori qualquer previsão. Compreende-se agora, passado o dia do escrutínio, que os indecisos da área socialista ficaram em casa para penalizar Sócrates, enquanto os da área social-democrata foram votar, num último impulso que os impelia à mudança.
Por último, as sondagens dos diversos institutos não consideraram a distribuição de mandatos pelos diversos círculos.
Desde logo, ignoravam que, em cerca de quinze dos vinte círculos, a distribuição de mandatos é quase inamovível. De facto, a adopção do método de Hondt, nos círculos com quatro ou seis deputados, exclui os pequenos partidos e privilegia os dois maiores. Aliás, o sistema apenas se revela verdadeiramente proporcional nos maiores círculos, como Porto e Lisboa. Acresce ainda que nos cálculos apresentados não foram considerados os votantes das ilhas e dos círculos da emigração, onde o PSD é claramente dominante face ao Partido Socialista.
Com todos estes efeitos somados, não é pois de admirar que as intenções de voto no PSD tenham sido subavaliadas, enquanto relativamente ao Partido Socialista e ao CDS eram sucessivamente inflacionadas.
Mas a verdade está reposta com o acto eleitoral, que constituiu o dia do juízo final, não só para Sócrates, mas também para as sondagens.

É, claramente, off-topic mas parece-me demasiado urgente:
http://lishbuna.blogspot.com/2011/06/diminuem-significativamente-os-numeros.html
GostarGostar
a verdade ultrapassa esta excelente leitura da tentativa “falhada” de querer fazer passar a ideia de um hipotético “empate técnico”.
arrisco até dizer mais: esta táctica conseguiu evitar uma maioria absoluta para o PSD.
tenho a certeza que Paulo Morais concorda…
GostarGostar
Já temos um historial suficientemente longo de sondagens e eleições para não se justificar esta surpresa após cada eleição com a discrepância entre sondagens e resultados.
É como a previsão meteorológica: não acerta bem mas dá uma ideia. Agora não faz sentido vir todos os dias reclamar que a previsão não esteve certa com o estado do tempo.
GostarGostar
Por outras palavras, as empresas de sondagens são parte integrante da famosa* máquina socialista. * o termo apropriado é “manhosa”.
GostarGostar
Parece-me uma análise cuidadosa. Mas não diz a quem cabe a responsabilidade pela situação. Quem deveria olhar por estas coisa e actuar e que não actuou? A ERC?
GostarGostar
Lá está.
Só vê as sondagens quem quer.
Há quem não precise de consultar a meteorologia
para sair com o guarda-chuva.
GostarGostar
O que se passou com as sondagens é uma vergonha. Não é possivel na ultima semana da campanha eleitoral, passar-se de um empate tecnico para 10% de diferença. Por isso os que encomendaram as sondagens, os que as fizeram e os que as publicaram, têm que explicar o que se passou.
Fiz uma breve pesquisa, e Portugal tem neste momento 10 704 000 habitantes; destes, 2 120 000 têm menos de 18 anos, portanto não podem votar. Restam 8 584 000 portugueses com idade para votar. Como é que é possivel nos cadernos eleitorais constarem 9 600 ooo? Tendo em consideração os numeros reais, a abstenção foi cerca de 35,5%. Até nestas coisas nos têm andado a enganar.
O Sol diz que empresas brasileiras ofereceram emprego a Socrates. Uma delas esteve envolvida na disputa do capital da Cimpor e ganhou. Até nomearam o Vara admnistrador e tudo. Eles são mesmo sérios, não são? Mais uma razão para as famosas escutas que o presidente do Supremo Tribunal mandou destruir virem a publico.
O Socrates faz lembrar o Schroeder, que saiu directamente da Chancelaria Alemã para a GazProm. Qualquer prato de lentilhas chega para comprar os serviços destes politicos europeus que temos.
GostarGostar
“Impõe-se que os institutos passem a apresentar não só o resultado das sondagens, mas que expliquem também de que forma estes podem antecipar (ou não) os resultados eleitorais”.
1 – A mim parece-me que basta os institutos de sondagens explicar que os dados que apresentam são… sondagens!
2 – As sondagens são feitas por “instituições” privadas. Há várias e portanto existe concorrência neste mercado. Os mercados são perfeitíssimos. Logo, não há qualquer razão para que os dados das sondagens não sejam perfeitos.
GostarGostar
Se as sondagens andam na praça pública a refelctir sobre assuntos que influenciam a democracia, não são apenas uma questão de empresas privadas. Já agora, serem privadas dás-lhe direito de actuarem mal????
GostarGostar
E de qualquer forma, questiono: as sondagens influenciam ou não a opinião pública? Se sim, devem ser controladas. Se não, os únicos interessados são os próprios políticos e então que tornem privados os resultados deste negócio privado.
GostarGostar
Cara “Eumesma”:
Relativamente à influência das sondagesn na democracia, convido-a a ler este texto, se tiver tempo e paciência: http://www.clube.spm.pt/arquivo/549
GostarGostar
A C Silveira: “O que se passou com as sondagens é uma vergonha. Não é possivel na ultima semana da campanha eleitoral, passar-se de um empate tecnico para 10% de diferença. Por isso os que encomendaram as sondagens, os que as fizeram e os que as publicaram, têm que explicar o que se passou.”
Concordo absolutamente!
GostarGostar
Se as sondagens medem intenções de voto nas datas do trabalho de campo e não são previsões de resultados eleitorais, a diferença entre as intenções medidas dias antes e os resultados não significa necessariamente que a sondagem tenha sido mal feita.
No entanto, como é pratica dos institutos distribuirem os indecisos em função das intenções expressas, numas eleições como estas a distribuição proporcional era pouco menos que temerária: penso que era ais ou menos evidente que a probabilidade de os indecisos votarem no incumbente era muito menor do que em qualquer outro partido.
Por outro lado, fartei-me de ouvir e ler nos média frases como “se as eleições fossem hoje, o resultado seria este…”.
GostarGostar
Pois eu nunca dei grande crédito a quaisquer sondagens e creio que poderíamos mesmo passar sem elas. É um pouco como a Astrologia: acredita quem quer e paga ao vidente quem quer. Julgo que o número de variáveis é tão elevado e complexo que mesmo a matemática não pode garantir coisa nenhuma. Tenho, aliás, amigos que quando são sondados fazem questão em dar uma resposta diferente daquilo que tencionam fazer.
GostarGostar
A minha tia Olívia, quando é sondada responde sempre:
“Quanto é que me dá pela resposta?
É que vocês vão ganhar dinheiro com ela!”
GostarGostar
Por uma vez, bem visto, Ms. Piscoiso.
GostarGostar
“Paulo Morais
Posted 9 Junho, 2011 at 12:49 | Permalink
A C Silveira: “O que se passou com as sondagens é uma vergonha. Não é possivel na ultima semana da campanha eleitoral, passar-se de um empate tecnico para 10% de diferença.”
Como sabem que não é possível? Em que se baseiam para dizer isto? Há algum especialista de sondagens que sustente tal opinião?
“Por isso os que encomendaram as sondagens, os que as fizeram e os que as publicaram, têm que explicar o que se passou.”
Concordo absolutamente!”
Não seria melhor que fosse quem põe em causa o trabalho dos outros a começar por explicar em que se baseia para tais afirmações?
GostarGostar
Carlos Albuquerque: “Não seria melhor que fosse quem põe em causa o trabalho dos outros a começar por explicar em que se baseia para tais afirmações?”
Compreendo a pergunta. mas sucede que em Portugal o controlo da qualidade da informação produzida pelas sondagens é, nos termos da Lei, da responsabilidade da ERC. bem ou mal, é a Lei de Sondagens que temos e que tem de ser cumprida. Além de que desta forma são os institutos de sondagens que põem em causa a sua própria credibilidade.
GostarGostar
Este Carlos Albuquerque é uma cabeça… Socretina, mas cabeça. E se fosse apanhar onde apanham as galinhas, como fazem o seu defunto amado líder e os comentadeiros da mesma laia que por aqui aparecem a defender o indefensável?
GostarGostar
há muitas manobras e para todos os gostos:
http://blaguedeesquerda.blogspot.com/2011/06/desta-vez-quem-foi-o-troiko.html
GostarGostar
Paulo Morais
As sondagens são uma tentativa de estimar resultados eleitorais. Contudo têm envolvidos erros de inúmeras fontes. Desde os erros estatísticos até aos problemas associados com o facto de as perguntas e respostas envolverem seres humanos que podem ou não ser sinceros. Passando naturalmente pela evolução dos próprios eleitores ao longo da campanha. Tudo junto, não me parece que se possa exigir às sondagens mais do que elas têm dado. As empresas não podem perder a credibilidade de dar resultados muito próximos da votação final pela simples razão que nenhuma empresa pode prometer isso.
Nisto tudo preocupa-me bastante que se criem expectativas infundadas para depois se fazerem ataques igualmente infundados. Se tiver um especialista em sondagens a explicar fundamentadamente que determinadas discrepâncias são impossíveis e que por isso terá que ter havido algum tipo de falha de qualidade, então acho que se deveria discutir o assunto. Agora atirar para o ar que isto ou aquilo não devia acontecer e depois querer julgar as empresas por causa disso parece-me fazer pouco sentido.
GostarGostar
As sondagens são um negócio.
Servem para «engonhar» o eleitor desprevenido ou para criar «factos politicos».
GostarGostar
As sondagens são um negócio, como qualquer outro. Há umas empresas em Portugal que, pagas sobretudo pela comunicação social, elaboram estudos acerca das intenções de voto dos eleitores portugueses.
Se as sondagens não refletirem os resultados verificados nas urnas, é natural que os consumidores finais dos media deixem de dar atenção às sondagens e os órgãos de comunicação social deixam de encomendar os tais estudos. Porque essas empresas não as vão fazer de borla, deixa de haver sondagens.
Preocupava-me mais se as sondagens fossem impostas por lei ou encomendadas e pagas directamente pelo estado.
Se as sondagens são instrumentos de campanha (i.e. pagas pelos partidos), então podem ser publicadas, mas não deverão ter grande credibilidade.
Confio que neste momento as empresas de sondagens estão a estudar este caso das últimas eleições e terão de ver onde erraram, sob pena de perderem os contractos com quem lhes paga as sondagens.
Mas o problema é que não existem mercados perfeitos…
GostarGostar
O caso de maior obstinação no erro é, sem dúvida, o da Rádio Renascença.
As alegadas sondagens da RR são cozinhadas pela Eurosondagem, do dirigente socialista Rui Oliveira e Costa.
Repetidamente inflacionam os números do PS, que os resultados depois contrariam.
A RR não pode desconhecer o embuste em que vem a reincidir há anos, pois para ele tem sido inúmeras vezes alertada pelos ouvintes, incluindo o autor deste comentário. No entanto, insiste. Acontece até que, nesta campanha, as disparatadas “eurosondagens” foram defendidas com vigor, em antena, pela própria directora de Informação, Graça Franco, que devia ser a primeira a saber do que a casa gasta…
Há aqui um mistério qualquer, que convinha fosse explicado pelo sr. cardeal-patriarca, por exemplo…
Mas fiquemos por aqui. Por hoje.
GostarGostar
Desde que se saiba quem encomenda ( e paga…) as sondagens, a sua interpreretação torna-se bastante mais simples…
GostarGostar
Tudo se resolvia com:
Uma boa auditoria às empresas de sondagens e verificação de enriquecimento dos respectivos donos.
Depois era só ver quem lhes pagou o que vai para além do preço oficial.
Depois era só esperar que o senhores Procurador Geral da República e Presidente do STJ mandassem destruir as provas.
Não se ganhava nada com isso?
Ganhava sim.
A gente ria-se muito.
GostarGostar
“O que se passou com as sondagens é uma vergonha. Não é possivel na ultima semana da campanha eleitoral, passar-se de um empate tecnico para 10% de diferença. ”
.
Por acaso até é – imagine-se que a sondagem tem uma margem de erro de 4%; se o partido A e o partido B tiverem uma diferença de 2% nas sondagens temos um empate técnico (diferença menor que a margem de erro) e podemos ter perfeitamente uma diferença final de 10% (se o partido A tiver mais 4% do que as sondagens e o B menos 4%).
.
Por vezes esquecemos que a expressão “empate técnico” não quer dizer “a sondagem prevê que o PS e o PSD empatem”, quer dizer “a sondagem não consegue prever qual dos dois vai ser o mais votado”.
GostarGostar
Este Madeira é uma inteligência. É que a gente ainda não sabia o que ele tem a bondade de nos informar.
Um pano encharcado nas ventas é pouco, está claro…
GostarGostar
E as sondagens encomendadas – e pagas a peso de ouro!- e que davam quase 70% a Cavaco?
Afinal, o homem ganhou, mas foi à rasquinha, e ainda por cima mais de metade dos eleitores portugueses pregaram um forte manguito a toda aquela palhaçada!
GostarGostar
As sondagens são pagas àquelas empresas de sondagens
que sabem muito bem que se pretende com elas ENGANAR.
A empresa do Rui Olivira e Costa deveria ser (talc como as outras)
CLASSIFICADA CONFORME a grandeza dos desvios para o rsultado final:
APANHAVA A CLASSIFICAÇÂO DE ZERO, outras teriam-na maior até 20
valores. ASSIM O POVO iriam dar crédito apenas àquelsa sondagens bem classificadas.
ACABAVA-SE COM A FRAUDE NUM INSTANTE . . .
GostarGostar
Só Sócrates poderá indicar as sondagens que tinha , mesmo na ultima semana , que continuava, segundo ele, a dar-lhe a vitoria , pelo menos foi isso que disse repetidamente aos jornalistas quando confrontado com o assunto. …
GostarGostar
As sondagens e os resultados demonstram que o “povo” é “plástico”….e tem “medos” “fantasmas” etc…
razão tinha o outro: “o povo é sereno”…
GostarGostar