São os défices e as dívidas, estúpidos!!!
Nunca se viu tamanho consenso da esquerda à direita. Seja para diabolizar as agências de rating, os especuladores, os mercados, ou todos em simultâneo, já que se formou um estranho unanimismo em considerá-los a causa de todos os nossos males. Curiosamente, ninguém se atreve a discutir os seus actos ou opiniões: terão ou não fundamento?
O que há de comum entre os países “sob ataque dos mercados”, os actuais e os que se seguirão? Défices orçamentais crónicos e dívidas públicas em contínua escalada, seja em valores absolutos, seja em percentagem dos respectivos PIBs. É óbvio que qualquer aforrador consciente se deverá interrogar sobre a solvabilidade futura de tais devedores e se procure proteger cobrando prémios de risco crescentes.
Entretanto, o roto zurze no esfarrapado, ao mesmo tempo que políticos e analistas, do alto da sua cátedra, advogam a habitual fuga em frente para manter um paradigma insustentável. Dependendo do empacotamento, temos a defesa da união orçamental, da duplicação ou triplicação do FEEF ou das eurobonds. Na prática, sugere-se a resolução de um problema de dívida com mais dívida, tenta-se aplacar a fogueira atirando-lhe lenha. Verdadeiramente fantástico é que ninguém, com a eventual excepção da Srª Merkel, se dê conta de tamanha irracionalidade.
Ainda não vi ninguém propôr a solução estruturante: cortar fortemente nas despesas públicas com vista à obtenção de excedentes orçamentais. Um tal compromisso, estabelecido ao nível da UE e com duras sanções aos incumpridores, seria certamente do agrado dos mercados. Talvez as taxas de juro então invertessem.

“Um tal compromisso, estabelecido ao nível da UE e com duras sanções aos incumpridores, seria certamente do agrado dos mercados. Talvez as taxas de juro então invertessem.”
.
Por enquanto ainda é impossível porque a esquerda europeia não deixará. A situação terá de ficar insustentável, até a esquerda ficar com medo (é assim que funciona) e aderir às medidas racionais da direita.
GostarGostar
é engraçado é que tenham sido os Bancos Nacionais os primeiros a lançarem as hostilidades às agências de rating, a Banca, esses pilares da economia de mercado…mas que afundaram Portugal ou que foram grandes apoiantes na loucura economica de Portugal nos ultimos anos, que conduziram à ruina económica de Portugal!!
GostarGostar
Salvação dos Bancos = Pouco mais de 1% do PIB. Informe-se antes de falar.
GostarGostar
Cortar na despesa pública sem conseguir que a economia cresça não vai resultar.
A divida vai continuar a aumentar e o rácio da divida / PIB vai piorando.
.
Ainda não vislumbrei nenhuma politica do actual governo para o crescimento económico
GostarGostar
Está tudo doido. Ou, como diz o tipo da Madeira, está tudo grosso.
Mas oiçamos o Nivaldo Cordeiro:
.
GostarGostar
Os mercados e as agências de rating não atacam a Suécia, a Noruega, a Finlândia, a Holanda, o Luxemburgo, a Dinamarca, a República checa. Eles são mais ricos.
GostarGostar
PSD no seu melhor!
.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1914985&seccao=Madeira
GostarGostar
Estúpidos são aqueles que sustentam a continuidade de Portugal na Europa.
Ainda não viram que «esta» Europa só interessa à Alemanha, à França, à Holanda e até à astuta Grã-Bretanha, que negoceiam com a China, o MercoSul, com a Rússia, com o Japão, com a China, a India, etc. com a etiqueta «Europa» e que nas contrapartidas comerciais destroem a nossa economia e a economia dos periféricos.
Portugal não tem viabilidade a não ser que os funcionários públicos comecem a ganhar 200,00 euros por mês, os jornalistas 250, 00 e os bancários 300,00.
Quem quiser viver assim então que continue a viver nesta pôrra da Europa e com orçamentos «equilibrados»!
Cambada de idiotas que ainda não vêm um boi à sua frente!
GostarGostar
E a bimba Fátima incomoda mesmo. Esta última apresentação, um assunto que interessa a todos nós, foi uma vergonha em que a mulherzinha nem deixou os convidados expor tranquilamente as suas ideias que eram a clarificação de problemas sérios que confundem muita gente.
GostarGostar
A Alemanha vendeu os calambeques dos submarinos a Portugal (e que ainda há muito para explicar!) como no séc. XVI os portugueses «ofereciam» bugigangas e tarecos aos indígenas da costa ocidental de África…
Afinal, como dizem os fdp’s dos ingleses, África começa para quem desce os Pirinéus…
GostarGostar
“Cortar fortemente nas despesas públicas com vista à obtenção de excedentes orçamentais”.
Até parece que descobriu a pólvora! Mas não descobriu; isto é mesmo o óbvio. Bem sei que o blog é seu, pelo que escreve o que quiser nele, mas talvez o que seja mesmo merecedor de um post é falar em que despesas públicas cortar e de que forma o fazer. Serão cortes nas reformas? Em que escalões, em que valores? Ou será que se deve criar um tecto como PPC já falou? E no SNS (que verifico é das despesas mais mal amadas por aqui) como se deve cortar? Deverá pagar-se mais no acto da prestação, deverá passar a haver um sistema de seguros como na Alemanha ou um sistema de opting out como na Holanda? Ou deverão determinados actos médicos passarem a não estar incluídos no SNS? E quais deverão ser?
São apenas dois exemplos e mais não digo porque, lendo o blog, fica-se com a sensação de que talvez a venda RTP resolva e não seja preciso fazer mais nada…
GostarGostar
Quem sabe, o Governo entende a lição do JM, nos dez passos, mandamentos, que aí lançou urbi et orbi para quem queira e tirando à poupança ainda ponha a classe média e trabalhadores sobreviventes, Portugal, a comprar dívida soberana a 30 e 40 de juros por cento.
GostarGostar
Eu já penso amealhar o meu bocadinho para então me lançar na corrida dos milionários que o investiram no bom tempo.
GostarGostar
Entretanto,
SPIEGEL ONLINE: Haverá uma alternativa a proporcionar assistência financeira à Grécia, Portugal e Irlanda?
Starbatty: A protecção do euro apenas compra tempo – tempo que não está a ser utilizado. Os gregos seriam sábios se saíssem da divisa comum por sua própria vontade e desvalorizassem a sua divisa nacional, o dracma. Deste modo, eles podiam forçosamente reduzir a sua dívida. Se continuarmos no caminho em que estamos, milhares de milhões e milhares de milhões mais tornar-se-ão necessários. Isso também é verdadeiro para Portugal e Irlanda – e talvez mesmo para a Espanha.
http://resistir.info/europa/starbatty_05jul11.html
GostarGostar
“Os mercados e as agências de rating não atacam a Suécia, a Noruega, a Finlândia, a Holanda, o Luxemburgo, a Dinamarca, a República checa”
Será tipo racista este A.R. Nao é menos certo que os mercados e as agencias de rating tampouco atacam ao Tajikistao?
Burundi?
Angola?
Guatemala?
Liberia?
Haiti?
Mais como agora os prots do Norte parecem ser novamente o recente “modelo temporariamente motivo de imitaçao”….
GostarGostar
O único debate minimamente sério sobre esta matéria está agora a decorrer nos EUA. Patrick J. Buchanan escreve sobre o tema em O Longo Recuo da Esquerda.
GostarGostar
“Cortar na despesa pública sem conseguir que a economia cresça não vai resultar.”
.
É claro que vai.
Típico, mais um viciado no crescimento mesmo que seja artificial . Ou seja maís dívida, desde que mostre um numero bonito no crescimento mesmo que seja insustentável.
Ainda não percebeu que o buraco onde estamos metido é em grande parte por causa de os políticos quererem 3% de crescimento? e por isso os juros baixos para aquecer a economia? e por isso a bolha de crédito privado e publico?
GostarGostar
“Um tal compromisso, estabelecido ao nível da UE e com duras sanções aos incumpridores, seria certamente do agrado dos mercados. Talvez as taxas de juro então invertessem.”
Inicialmente, os défices da zona euro tinham que ser inferiores a 3%. Quando se tornou impossivél para Portugal ou outro país “como” Portugal cumprir os 3%, lá vieram as ameaças das “duras sanções aos incumpridores”, mas pouco tempo depois calaram-se todos quando foi a vez da França anunciar um défice superior aos 3%. A u.e. é e sempre foi assim: todos iguais mas uns mais iguais que outros.
GostarGostar
“Um tal compromisso, estabelecido ao nível da UE e com duras sanções aos incumpridores, seria certamente do agrado dos mercados. Talvez as taxas de juro então invertessem.”
.
A única coisa que pode agradar aos mercados é défice zero.
.
Não há nem haverá duras sanções a ninguém, as regras são para ser violadas pelos os “Europeístas” sempre que lhes convém. O projecto Europeísta é 100% Política Romântica – ou seja totalitário, a realidade económica deve-se dobrar aos desejos políticos- e estes vão violar as regras da economia como os Soviéticos as violaram.
O BCE que era o guardião do suposto cinto de castidade monetária já há muito abriu as pernas a todo o lixo que entre.
Pagarão e pagaremos alto preço pelos projectos exclusivamente políticos. A realidade não se dobra.
.
http://economia.publico.pt/Noticia/membro-do-bce-sugere-que-divida-grega-pode-ser-aceite-mesmo-em-caso-de-incumprimento_1503676
GostarGostar
“Seja para diabolizar as agências de rating, os especuladores, os mercados, ou todos em simultâneo, já que se formou um estranho unanimismo em considerá-los a causa de todos os nossos males.”
Começa a ser estranha esta teimosia de alguns de que os portugueses culpam as agências de rating de todos os males. O que as pessoas interessadas neste assunto dizem é que elas, entre as principais causadoras desta gravíssima crise internacional, escondidas até há pouco tempo enquanto se gastava à fartazana, aparecem agora como que a tentar evitar que as medidas que se vão tomando (algumas já no Governo anterior, outras neste – e que podem estar certas ou erradas, coisa que, exceptuando a esquerda, pouco se discute) dêem certo. O pressuposto de que as contas têm de ser corrigidas e défices e dívida reduzidos a zero estão de tal maneira assimilados que já nem vale a pena discuti-los. A questão é como resolver o problema. Só que as agências sem rosto, que nunca se pronunciaram sobre nada até há pouquíssimo tempo, depois de deixarem fazer o mal, aí estão agora tão exigentes como que a “minar” as medidas. A direita liberal, tal como se calou durante o consumismo, agora defende aquele braço do capitalismo sem rédea.
GostarGostar
“O que há de comum entre os países ”sob ataque dos mercados”, os actuais e os que se seguirão? Défices orçamentais crónicos e dívidas públicas em contínua escalada,”
Espanha não têm deficits crónicos – isto é, nos ultimos anos tem tido (tal como quase todos os países do mundo), mas até há pouco tempo até era dos raros países do mundo que tinha superavit (logo, não me parece que sejam “crónicos”)
GostarGostar
“seria certamente do agrado dos mercados” – pois eu digo: que se fodam o caralho dos mercados mais os filhas da puta que os pariram! Quando esta merda ficar toda fodida é que vai ser!
GostarGostar
O mercado és tu, idiota R.
GostarGostar
lucklucky, se eu fosse mercado, e tivesse a menor consciência de mim próprio, suicidava-me. Mas não, espera, não é isso que o mercado anda a fazer com especial vontade desde 2007? 😀
GostarGostar
Então estás disposto a esquecer as dívidas que o Estado tem para contigo?
GostarGostar
Miguel Madeira,
“Espanha não têm deficits crónicos – isto é, nos ultimos anos tem tido (tal como quase todos os países do mundo), mas até há pouco tempo até era dos raros países do mundo que tinha superavit (logo, não me parece que sejam “crónicos”)”
Entre 1980 e 2010 a Espanha apresentou défices públicos à média de 3,4% ao ano (% do PIB). No mesmo período, aó apresentou excedentes em 2005 (1%), 2006 (2%) e 2007 (1,9%). Apresentou foi crescimentos robustos do produto, o que lhe permitiu baixar o endividamento público líquido de 60% do PIB em 97 para menos de 30% em 2007. Esta a grande vantagem de Espanha relativamente a Portugal, não está tão “afogada” na dívida como nós.
Fonte dos meus dados: International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, April 2011
GostarGostar
La Palisse não diria melhor… mas La PaliCe diria com certeza!
GostarGostar