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Reestruturar a dívida

19 Setembro, 2011

Com os juros da divida grega no mercado secundário a 125%, seria muito fácil reduzir a dívida grega para metade (sem default). Uma taxa destas siginifica que os investidores estão a “vender” cada 1000 euros de dívida grega (valor que os gregos pagarão no final do prazo) por menos de 500 euros. Bastaria, assim, que o BCE ou FEEF comprassem dívida grega no mercado secundário a preço de mercado (menos de metade do seu valor nominal, com estas taxas) e a revendessem aos gregos ao preço de custo. Na verdade, quanto mais altos forem os juros no mercado secundário, mais barato seria reestruturar a dívida grega por esta via.

31 comentários leave one →
  1. :|'s avatar
    19 Setembro, 2011 13:41

    E este mercado deve ser o único no mundo em que o preço não ajusta. Enfim.

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  2. :|'s avatar
    19 Setembro, 2011 13:43

    E este mercado deve ser o único no mundo em que o preço não ajusta. Isso só é verdade se essa operação fosse pequena e não tivesse efeito no preço. Obviamente, se a operação for pequena não se resolve nada. Enfim.

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  3. Pedro's avatar
    19 Setembro, 2011 13:56

    No estado que aquilo está, qualquer bilião que se poupe já é bom….

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  4. LF's avatar
    19 Setembro, 2011 14:05

    Não iria funcionar bem assim. Bulow e Rogoff explicam num artigo de nome “Sovereign debt repurchases” como isso funcionaria. Mas basicamente, a ideia é que ao comprar dívida, está-se a retirar dívida marginal, pagando o preço médio da dívida, que é superior. Só se se conseguisse comprar quantidades grandes de dívidas aquele preço fixo seria bom, mas o preço ajusta-se, naturalmente.

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  5. L.'s avatar
    19 Setembro, 2011 14:05

    Pois… Tenho de concordar com o :|. Não faz sentido nenhum a medida proposta neste post e parece-me óbvia a razão. A intervenção (ou apenas a simples notícia) do BCE mandavam essa estratégia por água abaixo.

    Acho que já só lá vamos com as Eurobonds!

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  6. Joaquim's avatar
    19 Setembro, 2011 14:08

    Caro Carlos Loureiro,
    Se o BCE seguisse o seu conselho, alguns dos grandes bancos europeus poderiam falir.

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  7. Fernando's avatar
    Fernando permalink
    19 Setembro, 2011 14:30

    Ora ai esta a solução para a dívida portuguesa também.

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  8. zazie's avatar
    zazie permalink
    19 Setembro, 2011 14:57

    E com que dinheiro iam os gregos comprar essa divida toda?
    .
    Eu percebo a ideia, em parte o BCE anda a comprar a divida no mercado secundário, mas o montante é demasiado elevado para comprar TUDO de volta. É um pouco pedirem-lhe, já em bancarrota, que compre os seus bens entretanto penhorados, e desvalorizados para metade, de modo a saldar as suas dividas
    .
    Alem de que isso ia implicar a quem tenha a divida grega, que realizasse todos os prejuízos por ter comprado a 1000 euros e agora vender a 500 de volta aos gregos.

    .
    Basicamente seria o mesmo que default, porque os credores iriam ter as perdas que estão avaliadas no mercado secundário.
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    E é precisamente isso que os bancos não querem fazer, o chamado “market-to-market” loss

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  9. zazie's avatar
    zazie permalink
    19 Setembro, 2011 15:05

    Tecnicamente, a diferença entre essa medida e um default é que no caso do default vão ser accionados os CDS, contratos de seguro contra a falência técnica da Grécia.
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    Mas esse mercado é bastante mais reduzido que o mercado da própria divida e não é esse o problema.
    .
    O problema está no facto dos credores terem que passar a avaliar oficialmente todos os prejuízos por terem a divida grega, que compraram a 1000 e supostamente iriam vender a 500.
    .
    Isto e’ que é o chamado “mark-to-market” e é precisamente o que os bancos estão a tentar evitar

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  10. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    19 Setembro, 2011 15:25

    “O problema está no facto dos credores terem que passar a avaliar oficialmente todos os prejuízos por terem a divida grega, que compraram a 1000 e supostamente iriam vender a 500.
    .
    Isto e’ que é o chamado “mark-to-market” e é precisamente o que os bancos estão a tentar evitar.”
    .
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    Bem dito. Prejuízos “contabilisticos” teriam que ser realizados e respectivas injecções de capital e falências ou nacionalizações. Sem falar nos derivados sobre a dívida, que ninguém sabe ao certo quem os tem e como os cobriu. E quem os vendeu, por exemplos, os CDS, terá que suportar a perda. Quem são estes vendedores destes ditos seguros?
    .
    .
    Em teoria, como a banca grega detem grande parte da dívida soberana do Estado grego, se a Grécia declarasse default, como a banca seria nacionalizada, até o Estado perdoaria via banco perdoaria as dívidas soberanas. Mas há quem desconfie que terão sido os bancos gregos a despoletar a crise precisamente por causa dos CDs.
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    Ninguém, é a verdade. Por muito que se façam estudos sobre quem detem a divida e seus colaterais, ninguém sabe ao certo quem dará o badagaio caso esse default seja dado. E pior ainda se os gregos abandonam a moeda única.
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    Há rumores que a banca de investimento americano dará o berro se tiver que pagar os CDS que os vendeu.
    .
    .
    E ainda há quem seja contra a regulamentação destes mercados. Pois.

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  11. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    19 Setembro, 2011 15:34

    Bem , não consigo, confesso, perceber a ideia. mas deve ser problema meu.
    .
    As YIELDS estão a 125%. A taxa continua ao preço de emissão. No fim do prazo, quem manteve as obrigações, recebe a taxa de cupão e o valor nominal de emissão. As Yields reflectem fielmente a (baixa) cotação que as obrigações tem no mercado secundário. Já é suposto que, se vender antes da maturidade, perca na cotação, mas ganhe nos juros na mesma proporção.
    .
    Parece-me que quer uma coisa que já acontece por natureza. Ou não terei percebido bem?
    .
    Rb

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  12. leme's avatar
    leme permalink
    19 Setembro, 2011 15:48

    Comprar a 2 para vender a 1 é brincar a quê?

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  13. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    19 Setembro, 2011 15:56

    Se a grécia ou portugal tivessem politicos com tomates a única coisa que faziam era exactamente suspender a coisa para renegociação da divida, reescalonando-a, de forma a poder cumprir. Só a ameaça séria de default pode funcionar com os alemães e outros credores. Não entendem outra linguagem. Acreditem. O risco de contagio é tão elevado que, ninguem quereria correr o risco de não renegociar a divida. Até lá, vão esmifrar a Grécia até ao tutano a ver se conseguem o milagre da multiplicação dos pães.
    .
    A Grécia não devia aceitar as medidas de austeridade que estão preconizadas e que vão arrebentar com aquela economia toda. Nem discuto o mérito das medidas, até podem ser boas, mas o tempo para as executar é absolutamente inviavel.
    .
    Enfim, isto vai acabar como devia ter começado. Dando TEMPO razoavel para concretizar as medidas. Não há outra solução se se quer manter uma zona euro estavel.
    .
    A culpa? É de quem empresta e de quem pediu emprestado. Em partes rigorosamente iguais.
    .
    Rb

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  14. zazie's avatar
    zazie permalink
    19 Setembro, 2011 16:21

    «a única coisa que faziam era exactamente suspender a coisa para renegociação da divida, reescalonando-a, de forma a poder cumprir»
    .
    Exacto. isto é óbvio. Mas, por cá, quando eu disse logo isso, insultaram-me e chamaram-me comuna. A vergonha é que neste assunto os únicos que falavam certo eram mesmo os comunas.
    .
    Depois o Medina Carreira repetiu que também era impossível pagar e disse algo aproximado mas todos taparam.

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  15. CL's avatar
    19 Setembro, 2011 16:25

    A cotação resulta das transacções no mercado secundário. No final do prazo quem tiver os papéis na mão receberá o valor de emissão mais o juro definido aquando da emissão pelo emissor. No entanto – e é para isso que serve o mercado secundário – há quem não queira esperar pelo final do prazo, por falta de liquidez, receio de default ou outra razão qualquer, pelo que decide vender antecipadamente o crédito por um valor inferior ao valor de emissão. Essa diferença corresponde aos juros implícitos no mercado secundário. Se um investidor vende por 500 um papel que diz 1000 a outro investidor,este último, no final receberá 1000 (se não houver default, bem entendido) e terá um lucro de 500 ou de 100%. Nada impede que o investidor que compra seja o emissor (o estado devedor), fechando assim a posição devedora no valor de 1000 gastando apenas 500. O próprio IGCP realiza, de vez em quando, operações de recompra da dívida que emitiu. Isto implica que o primeiro investidor perdeu dinheiro com o negócio. Mas repare-se que ninguém o obrigou a isso: podia ter aguardado pelo final do prazo ou não ter sequer invertido na dívida daquele país. A sugestão do post é que o BCE se coloque na posição do investidor comprador, mas que em vez de ficar com o lucro de 100%para si, se limite a cobrar ao devedor o valor que pagou(eventualmente acrescido de uma taxa equivalente às dos fundos de resgate propriamente ditos). Nem todos os investidores na dívida grega (ou portuguesa) estão vendedores no mercado secundário (caso contrário, não haveria transacções), mas não vejo obstáculo a que, havendo quem queira vender dívida a preço de saldo, não se possa ajudar o devedor a beneficiar disso, sem prejudicar aqueles que, tendo invertido na dívida, prefiram aguardar pelo vencimento sem venderem em saldo.

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  16. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    19 Setembro, 2011 16:28

    hahaha. “medidas que vão arrebentar”
    .
    Lindo. Mais um que julga que a recessão não é uma coisa natural a seguir a um excesso de crédito…
    Pelos vistos a Grécia do ano 2000 estava rebentada.

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  17. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    19 Setembro, 2011 16:36

    «Mais um que julga que a recessão não é uma coisa natural » luck
    .
    Bem, ser-se GAY tambem é natural, e nem por isso vamos andar por aí a dar o rabinho a quem apareça.
    .
    Rb

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  18. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    19 Setembro, 2011 21:31

    “…ser-se GAY tambem é natural…”
    .
    Fala a experiência.

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  19. zazie's avatar
    zazie permalink
    19 Setembro, 2011 21:56

    CL
    .
    Pois a mim explicaram-me que não por razões mais ou menos óbvias da própria lógica dos agiotas.
    .
    Pelo que diz, isso significa que quem tenha neste momento a dívida, que entretanto ficou a saldos, iria ter que realizar os prejuízos se decidir vender agora. Mas é óbvio que não o fazem porque preferem esperar por recuperação de mercado e, entretanto, sempre vão recebendo os juros..
    .
    Os bancos preferem que a Troika vá impondo medidas de austeridade para irem ganhando tempo e esperar que haja uma retoma no mercado de modo a que a dívida grega comece a valer mais. Entretanto, sempre v ão ganhado juros dessa dívida pagos pela Grécia, desde que não haja default.
    .
    O mercado secundário é apenas um mercado de compra e venda, mas os bancos não são obrigados a reavaliar a divida grega consoante esse mercado .
    .
    Isto sao questões de contabilidade, precisamente para os bancos poderem evitar perdas avultadas em tempos de crise.
    .
    Caso não fosse assim, já os bancos teriam realizado essas perdas todas e, nesse sentido, então não havia problema algum em fazer esse seu plano.
    .
    Neste momento, apenas existem duas possibilidades em relação à Grécia:
    .
    1-ou a Alemanha e Françaa concordam com a emissão de eurobonds e uma maior integração financeira da Europa (ou seja moeda e dívida única- ao invés do presente sistema onde apenas a moeda é única),
    .
    2- ou então a Grécia vai ter que sair do Euro.

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  20. zazie's avatar
    zazie permalink
    19 Setembro, 2011 22:00

    E a lógica é simples. Um exemplo:
    .
    1) Compra 10 casas em tempo de boom a um milhão cada
    .
    2) Entretanto, as casas desvalorizaram 50% e passaram a valer cada uma (no correspondente mercado “secundário”) apenas 1/2 milhão.
    .
    3) Vai vender TODAS as casas a esse preço?
    .
    4) Óbvio que não. Preferes esperar que haja uma recuperação no mercado e, entretanto, vai alugando as casas para receber a renda.

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  21. Carlos Loureiro's avatar
    20 Setembro, 2011 00:21

    “Pelo que diz, isso significa que quem tenha neste momento a dívida, que entretanto ficou a saldos, iria ter que realizar os prejuízos se decidir vender agora. Mas é óbvio que não o fazem porque preferem esperar por recuperação de mercado e, entretanto, sempre vão recebendo os juros.”

    Há quem faça. Não sei é se são muitos ou poucos. Repare que se não houvesse ninguém a vender dívida grega a preço de saldo, não havia sequer cotações no mercado secundário. É certo que ninguém é obrigado a vender, mas eu também não sugeri vendas compulsivas.

    O que sugeri foi algo muito diferente: havendo gente disposta a vender dívida grega por metade (ou menos) do que os gregos prometeram pagar por ela no final do prazo, não ficava mal (nem custava um cêntimo aos contribuintes europeus, mas poupava muitos aos gregos) que o BCE revendesse à Grécia a dívida que comprou no mercado secundário pelo preço que pagou.

    Como é evidente, se esta prática fosse levada a cabo pelo BCE (ou assumida), os juros no mercado secundário começariam imediatamente a baixar até a um ponto em que deixaria de compensar esta recompra antecipada de dívida através do BCE. Mas, na prática, seria o mesmo que os empréstimos directos à grécia no âmbito do pacote de resgate, mas a custos bastante mais baixos. O único problema – além da eventual falta de liquidez do BCE para suportar tal operação durante muito tempo – seria os gregos (ou os portugueses) continuarem a gastar como gastavam ou perto disso.

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  22. Carlos Loureiro's avatar
    20 Setembro, 2011 00:25

    “3) Vai vender TODAS as casas a esse preço?
    .
    4) Óbvio que não. Preferes esperar que haja uma recuperação no mercado e, entretanto, vai alugando as casas para receber a renda.”

    Não é nada óbvio se eu estiver convencido que daqui a 6 meses (hipótese de default) um terramoto vai destruir as casas, que passarão a valer zero ou só o valor do terreno. Nesta hipótese, preferiria vender as casas todas até por 250.000 a quem não acreditasse que ia haver terramoto, do que ficar sem nada daqui a seis meses.

    A prova de que há investidores que acreditam que vem aí um terramoto de proporções bíblicas com a dívida grega são as taxas que os titulos a um ano atingiram. Quem acreditar no contrário e quiser ganhar dinheiro só tem de comprar dívida grega.

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  23. JCA's avatar
    JCA permalink
    20 Setembro, 2011 07:28

    .
    Basicamente há 3 correntes em luta relativamente ao Euro e na União Europeia:
    .
    1) -Thinking the Unthinkable in Europe
    GEORGE SOROS
    http://www.project-syndicate.org/commentary/soros71/English
    .
    2) -EU Bonds Rollover Debt with a Chinese Bailout
    http://www.batr.org/wrack/091811.html
    .
    3) -Euro Complementary Money temporário para os Membros em dificuldades que regressariam ao EURO quando as ultrapassasem.
    Para mais rápida compreensão do que é: ‘escudo angolano’, ‘escudo moçambicano’, ‘escudo cabo verdiano’ que eram complementary money do ESCUDO DA EUROPA unico com cobertura cambial internacional. Não consta que esse complementary money não tivesse sido uma poderosa alavanca de crescimento nem que tivesse produzido os resultados desastrosos dos Pacotes de Austeridade, a Recessão, o Empobrecimento etc.
    .
    Os membros da União Europeia têm de optar duma vez por todas sob pena de entrarem muito rapidamente em ‘idade média’ durante todo o sec XXI. É a derrocada. Nenhum se safa. Cai tudo junto. É a questão global na Europa que já está praticamente sem Tempo para resolver isto duma vez por todas. Já devia ter sido Ontem. Ninguém tenha ilusões.
    .

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  24. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    20 Setembro, 2011 07:43

    “O único problema – além da eventual falta de liquidez do BCE para suportar tal operação durante muito tempo – seria os gregos (ou os portugueses) continuarem a gastar como gastavam ou perto disso.”
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    Caro CL, há um velho ditado que diz assim:
    .
    .
    O caloteiro tem sempre mil e uma desculpas para não pagar e outras tantas para se endividar.
    .
    .
    Enquanto esta mentalidade fizer escola, os riscos sistémicos não se eliminam nem há estabilidade económica. Repare que ao longo da História, há sempre fases em que ser caloteiro está na moda e outras não. Quando está na moda e é socialmente aceitável ser-se caloteiro, a estabilidade económica não existe e demasiadas vítimas inocentes surgem, desnecessariamente. Curiosamente, quando é socialmente aceitável ser-se caloteiro, são os pobres as suas principais vítimas.
    .
    .
    Todas as dívidas são passíveis de ser pagas, se quem as contrai tem vontade de as pagar.
    .
    .
    Os países também conseguem sobreviver com dívidas monstruosas. Veja-se o Japão, que já está com 220% de dívida do PIB. Até agora, este peso da dívida desafia as convenções. E os USA, no fim da guerra (aliás, quase sempre durante as guerras, acredita-se sempre que o endividamento resultante dessas guerras será pago), tinham uma dívida monstruosa e pagaram-na. Com ou sem inflação, quem quer pagar, paga.

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  25. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    20 Setembro, 2011 07:57

    A Irlanda nunca admitiu sequer a possibilidade de reestruturar a sua dívida. Por isso, fez e faz tudo para cumprir os acordos assinados e assume que quer pagar, custe o que custar. Os investidores acreditam e essa confiança faz-lhes baixar os custos do crédito. E a Irlanda já começa a sair do pesadelo em que se meteu.
    .
    Ver esta interessante noticia: http://www.bloomberg.com/news/2011-09-19/ireland-recovers-as-greece-sinks-in-debt-market-affirming-kenny.html
    .
    .
    Os gregos ainda mal cortaram nos gastos público e têm a economia a contrair, mais pela falta de confiança, que por causa das políticas de austeridade. E enquanto esta confiança não existir, a economia continuará a contrair-se até limites difíceis de imaginar. Quem investe e consome numa sociedade onde não existe confiança? E enquanto os políticos gregos continuarem com esta mentalidade caloteira, pior a contracção económica. Porque gera mais contracção económica, mais desconfiança e até menos consumo. Neste momento é mais prejudicial para o PIB a incerteza sobre se o Estado grego pagará as dívidas que eventuais medidas de corte da despesa. Porque as expectativas são negativas e ninguém tem confiança e a crise de liquidez agrava-se. Os gregos não aprenderam nada com a experiência recente dos países bálticos.

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  26. JCA's avatar
    JCA permalink
    20 Setembro, 2011 07:58

    (cont 07.28H)
    .
    naturalmente que o uso do Euro Complementary Money temporário pelos Membros da União Europeia que não cumprem poderia cheirar a ‘neo-colonialismo’. Pelo simples facto de ser TEMPORARIO essa questão está afastada.
    .
    E Portugal para escapar e se proteger dos resultados desastrosos dos Planos de Austeridade consequentes do Tsunami Global nos mundos tradicionais das Finanças e Economia só tem uma via:
    .
    suspender todos os aumentos fiscais e subsitui-los por uma baixa de 20% na massa salarial total de ordenados pagos pelo Estado e Para-Estado por baixa salarial de vencimentos acima dos 2.000 euros LIQUIDOS MENSAIS.
    Que até sairiam a ganhar relativamente ao nefastamente em curso. E o mais que aí vem de INESPERADO E INEDITO de corte do poder de compra pela ‘porta do cavalo’ (com o mesmo comprar muito menos). por exemplo:
    .
    -Big-name grocery brands are STILL shrinking packs not prices
    · Which? said ketchup, orange juice and washing powder were among shrinking products
    · Shoppers to buy supermarket-own items to cut bills
    http://www.dailymail.co.uk/news/article-2039052/Big-brands-cut-size-products–price-remains-same.html#ixzz1YT0B5tE2
    .

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  27. JCA's avatar
    JCA permalink
    20 Setembro, 2011 21:03

    .
    Anticomuna como sabe gosto do ler. Parece não estar a considerar,
    por exemplo os aspiradores de dinheiro informais …… os galegos também sabem dessas podas …. e outros por esses mundos fora.
    .
    É histórico como a prostituição ou os agora oficialmente na Australia e parece que na Inglaterra passam a ter no passaporte, sexo = indeterminado.
    .
    São coisas que as teorias académicas estão longe de solucionar. Sequer ter soluções. Não têm. Verdades humanas que apenas porque são assim. Não têm solução. São. Mas há gente que se arroga de modificador do Humano. Quais deuses embrulhados em papel de jornal. Como as castanhas assadas.
    .
    No meio disto algumas elites tugas são liricas. Sonham, sonham, sonham e impingem sonhos, sonhos. sonhos a quem lhes der ouvidos ou estejam a dar ouvidos às amplificações que andam por aí misturados com a Liberdades de Expressão.
    .
    Não pretendo ofendê-lo. É sempre bom lê-lo. Apenas um contributo para o julgo serem os pés bem assentes no chão.
    .
    Ãmigos como sempre.
    .

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  28. Buiça's avatar
    Buiça permalink
    21 Setembro, 2011 02:48

    Muito bom JCA. Sobre os 3 pontos:
    1- Soros e a sua reflexividade faz parte do exército do outro lado na guerra de moedas, a partir do momento em que pressupõe que um incumprimento grego torna automático um incumprimento da Itália (por exemplo) nem vale a pena continuar a ler.
    2- Eurobonds é um chuto para canto, mutualiza-se por todos a dívida excessiva de alguns, assim que ouviu falar do tema o Berlusconi queria logo adiar toda a contenção de gastos para as calendas (antes da Merkel lhe dar 2 berros), está bem à vista o resultado de “premiar” quem tem dívida a mais com este tipo de soluções. Além de não resolver o problema que é a dívida a mais. Mas não duvido que uns quantos banksters gostassem das chorudas comissões de colocar esses eurobonds, ou que a China a quisesse comprar por exemplo. Por outro lado nesta fase de eurocepticismo não sei que país iria aprovar além dos devedores.
    3- Esta solução agrada-me mais, especialmente depois de um pedido grego para saír do Euro. Nos tratados não é possível expulsar ninguém, mesmo que tenha aldrabado as contas todas e perante um programa de ajuda se tenha comprometido a uma série de medidas sem chegar a aplicar completamente quase nenhuma mais de 1 ano depois. Mas se perante um incumprimento alguém minimamente responsável na Grécia se quiser submeter a um plano Marshal com uma moeda paralela, parece-me razoável. Convém recordar que não eram propriamente os Alemães quem decidia onde se gastava o dinheiro do plano Marshal a seguir à Guerra… a perda de soberania é total.

    Reparem que ainda há pouco li que na cidade de Corinto, por exemplo, a arrecadação de IVA foram 18 mil euros em 6 meses ainda hoje. Se aqui em 3 meses já apertámos o cinto brutalmente, os gregos ao fim de 3 meses estavam a declarar inconstitucionais 3/4 das medidas que tinham prometido implementar… não estão claramente num patamar possível de integrar numa zona Euro que mal ou bem tem de facto um pouco mais de responsabilidade fiscal.
    Durante o dia de hoje já se negociava “seguro” sobre a dívida grega a 70 euros por cada 100. Isto já significa uma expectativa generalizada de cada credor só receber 30 euros por cada 100 que emprestou e isto não tem evoluído no bom sentido há mais de 1 ano. Estou convencdo que já está quase toda a gente à espera do atestado de óbito,do incumprimento.
    Alguns bancos vão precisar de uma ajudinha para reconhecerem essas perdas, alguns especuladores perdem a sua aposta e a vida continua.
    Por cá suspeito que os 12 mil milhões reservados para melhorar o capital dos bancos terão que servir em parte para ajudinha, mas é a vida, adiam-se os rácios saudáveis mais uns anitos-

    Toca a apertar o cinto de segurança.
    cumps,
    Buiça

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  29. JCA's avatar
    JCA permalink
    21 Setembro, 2011 03:28

    .
    (complemento das 07.28H), à atenção dos amigos Alemães, Holandeses e Nordicos,
    .
    não são precisos defaults nem austeridades nem saídas da União Europeia nem implosões do Euro ou da propria União nem os ‘catastrofismos’ que por aí vão. Simplesmente:
    .
    “3) -Euro Complementary Money temporário para os Membros em dificuldades que regressariam ao EURO DE BRUXELAS (ou FRANKFURT) logo que tivessem resolvido os seus problemas internos.
    Para mais rápida compreensão do que é: ‘escudo angolano’, ‘escudo moçambicano’, ‘escudo cabo verdiano’ que eram complementary money do ESCUDO DE LISBOA unico com cobertura cambial internacional.
    Não consta que esse complementary money de Lisboa não tivesse sido uma poderosa alavanca de crescimento nem que tivesse produzido os resultados desastrosos dos Pacotes de Austeridade, a Recessão, o Empobrecimento atuais de membros do Euro e da União Europeia.”
    .

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  30. JCA's avatar
    JCA permalink
    21 Setembro, 2011 07:47

    .
    Agora vamos ao nosso trabalho de casa. A questão da S Social:
    .
    Quem embaralhou esta questão com o IVA redundou na sua inviabilidade para mais do mesmo.
    A questão do financiamento da S Social é fundamental como um dos pilares para automaticamente se AUMENTAR A COMPETITIVIDADE INTERNA E EXTERNA DO PRODUZIDO EM PORTUGAL e PRODUZIR UM TECIDO ECOOMICO QUE ATRAIA AUTOMATICAMENTE INVESTIMENTO, NOVAS INICIATIVAS, MAIS EMPRESAS, MENOS DESEMPREGO. Para Portugal sair da Casa de Penhores em que se enfiou por POLITICAS FANTASISTAS e ACADÉMICAS.
    .
    Depois as elites e os teóricos entraram na discussão se era 3%, 8% até que começaram a concluir que FOI UMA ASNEIRA, alguns dizem que maldosa e intecncional, para enterrar o assunto e continuar ‘tudo como dantes no quartel de abrantes’. Seria o costume. Agora mandam a boca que até deixam de pagar Seg Social as Empresas que criem Emprego. Acabem lá com a CONFUSÃO e as TRAPALHADAS HABITUAIS NA GOVERNANÇA. Por isso fizeram chear Portugal onde está. Na PENURIA.
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    O universo representativo dos Empregadores (as Empresas) anda perdido e embaralhado no meio desta confusão toda. O universo dos Empregados legitimamente luta para a Seg Social não seja posta em causa. Uns e outros estão de acordo: é um Direito Civilizacional irreversivel.
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    Ora isto só funciona, e TEM DE FUNCIONAR URGENTEMENTE, se forem totalmente eliminadas as atuais contribuições de Empregados e Empregadores e substituida por uma TAXA SOCIAL NACIONAL sobre tudo o faturado dentro de Portugal incluindo o importado e os estrangeiros que andem por cá.
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    É em vez dum ordenado bruto pagar os 34% atuais e passar a pagar cerca de metade porque os pagantes serão muitos mais. ISTO FUNCIONA e É ACEITE POR TODA A GENTE. Os tretas que associaram isto ao IVA era melhor estarem na praia ou numas whiskadas em vez de se porem a mandar teorias e tretas malandras chico-espertas. S´enterram ainda mais Portugal
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  31. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Setembro, 2011 10:25

    Caro JCA, é sempre bom haver diferenças de opiniões. Desde que opiniões baseadas em factos e algumas clarezas e honestidade intelectual. Desde que cada um defenda pontos de vista mas sem situações menos claras, eu também gosto de ler opiniões diferentes.
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    Quanto ao Soros, as suas propostas, em parte, entrocam naquilo que eu defendo. É preciso salvar o sistema financeiro europeu, mas com regras claras, transparentes e que não tenham medo de serem acusadas de violar a liberdade total dos agentes do sistema. Porque não podemos estar dependentes da auto-regulação do mercado, porque isso é impossível. É como pedir à Máfia que se auto-regule. Mas ela surge precisamente pela ausência do Estado na socidade. Ou seja, ocupa um lugar deixado livre pelo Estado. Não pode ser.
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    Cumprimentos, caro JCA.

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