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Depende

27 Dezembro, 2011

Ana Matos Pires acha que me faz espécie falar-se de maternidade de barrigas de aluguer e até me explica que a designação correcta é maternidade de  substituição, expressão que considera que já não me deve fazer espécie. Pois por acaso faz. Tanto uma como outra. Barriga de aluguer pelas razões que aqui expliquei e maternidade de substituição ainda me faz mais porque não entendo quem substitui o quê nem quem é substituido por quem. E o facto de a proposta do BE para a  legalização da maternidade de substituição se cingir aos casos de ausência ou de doença grave do útero que “impossibilite de forma definitiva e absoluta a gravidez” não me leva a concordar de modo algum com a legalização das barrigas de aluguer/ maternidade de substituição. Para muitas pessoas não  poder ter um filho representará certamente um sofrimento pessoal (embora pessoalmente me pareça que também se estimula uma espécie de histeria festiva em torno da felicidade que os filhos trazem. Digamos que é uma concepção muito peluche da família mas esse é outro assunto) mas o recurso à maternidade de substituição implica não só que se anule o possível sofrimento da mulher que funciona como barriga de aluguer, do filho que ela vai ter e do qual se parte do princípio que achará normalissimo ter nascido de tal contrato como também que se escamoteiem as questões  éticas decorrentes deste aluguer/substituição.

21 comentários leave one →
  1. certo's avatar
    certo permalink
    27 Dezembro, 2011 12:49

    Je ne sais pas, but com tanta semente que aí há, como barrigas, em maré de tal desemprego, não era bem que se desse uso e ocupação produtiva a tanto capital humano, quando a natalidade anda tão por baixo, em Portugal, quanto mais de crianças se precisa, já para encher as creches e escolas, como as cantinas e refeitórios, a abarrotar de dádivas da caridade, de que se fazem os cidadãos exemplares, formados na História e Geografia, como em Matemática e Português, que ainda levantem um dia Portugal da inação, desta secura de ideias pior que de economia e finanças, geração inovadora que depois de encher o País de obra, de empresas de emprego e exportação, ainda sobre para emigrar e levar lá fora metade desse grande capital?
    E eu só não sei que tem uma mulher contra as demais barrigas saudáveis, férteis e disponíveis, à mão !

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  2. Teofilo M.'s avatar
    27 Dezembro, 2011 13:04

    As cambalhotas, de facto, são um aborrecimento.
    Partindo da emocionalidade que não se podia excluir da gestação, indo ao ponto de comparar a maternidade de substituição com a prostituição, e dando de barato que para a helenafmatos lhe parece que ter um filho é a modos que “uma espécie de histeria festiva em torno da felicidade que os filhos trazem”, voltamos novamente ao “possível” – porque será que a autora não fala em absoluto – sofrimento do que insiste chamar pejorativamente “barriga de aluguer”.
    Não faço ideia, nem sequer me interessa, se esta “postadora” foi ou é mãe, gosta ou não de crianças, pode ou não tê-los ou seja lá o que entende por maternidade.
    Não sei se ela conhece algum caso em que a “fornecedora do útero” faz parte da própria família, o faz a título puramente gracioso e com um espírito de amor solidário que em muito ultrapassará a sua limitada conceção de família?
    Não sei se ela conhece algum caso de sofrimento real por parte de quem ansiou ser pai ou mãe e não pode?
    Não sei se ela conhece ou faz a menor ideia do que representa o ato de criar/educar, dar amor, sofre por… .
    Talvez a sua religiosidade a faça esquecer que a Virgem Maria o fez, na esperança de estar apenas a servir o seu Deus, e que sem esse útero, o Jesus dos católicos nunca teria existido.
    Talvez ainda seja porque a sua falta de solidariedade ou amor ao próximo a impossibilite de fazer tal sacrifício e isso eu entendo, pois o egoísmo sempre se pautou por demagogias baratas e desculpas balofas.
    Talvez seja contra a adoção também, pois nunca se saberá se o adotado gostará de saber se foi gerado no seio de outra família, abandonado e entregue a quem lhe deu amor, carinho, educação e uma família.
    Talvez…
    Eu também não concordo com o pagamento da utilização de um útero alheio para gestação de um novo ser, mas daí a opor-me frontal e definitivamente à utilização de um meio ao alcance da ciência para a gestação de um filho vai um passo mais longo do que a minha perna.

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  3. Me's avatar
    27 Dezembro, 2011 13:12

    não se percebe é pq acha tão mal , a esquerda ” progressista” , a sexualidade de substituição ( há para muito rapazinho que sem trabalhadoras do sexo não molhava o píncel ) e lhe chama nomes como tráfico de carne e tal direitos das mulheres e não sei quê , e depois defendem a maternidade de substituição . uns moralistas , no fundo : sexo é sujo , entre homens e mulheres atão !!!!!! uma nojeira ; ter bebés é limpo , de inseminação atãoo , mais puro não há , estilo virgem maria , pois claro !

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  4. certo's avatar
    certo permalink
    27 Dezembro, 2011 13:55

    ó me, que tens contra a variedade de ser ?

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  5. Me's avatar
    27 Dezembro, 2011 14:00

    nada. não gosto é de tratamentos diferenciados para coisas basicamente iguais.

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  6. certo's avatar
    certo permalink
    27 Dezembro, 2011 14:05

    na, são todas em si diferentes, acontecendo que cada uma tem seus clientes que dela precisam mais .

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  7. Me's avatar
    27 Dezembro, 2011 14:13

    ai é ? então qual é a diferença entre vender os orgão reprodutores localizados no interior do corpo e vender os que se localizam no exterior ? os segundos são só para diversão ? diversão é feio ?

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  8. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    27 Dezembro, 2011 15:51

    Aqui o pessoal a entreter-se com essa treta de «barrigas de aluguer» e neste preciso momento os ladrões e corruptos bem instalados nas esferas do poder a «encher as barrigas»….
    Continuem, e já agora aproveitem e brinquem às bonecas….

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  9. David Ferreira's avatar
    27 Dezembro, 2011 17:21

    Só uma questão, o que acham aqueles que são contra o aluguer do corpo por umas horas/minutos mas favoráveis ao aluguer por nove meses se a “maternidade de subsituição” for (é) consequência de uma acto de prostituição (que tecnicamente sempre o será)?

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  10. CAA's avatar
    27 Dezembro, 2011 18:07

    o Teófilo não faz mesmo a menor ideia sobre a Helena Matos. O seu suposto tiro foi tão o lado…

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  11. ikonoklasta's avatar
    ikonoklasta permalink
    27 Dezembro, 2011 20:41

    ó CAA,
    .
    o que nos interessa quem é a Hiena dos Matos… e se o tiro do Teófilo foi ao lado… durante muitos anos, assisti à grnde discussão sobre a questão das barrigas de aluger noutros países europeus… tantos comités éticos e tuti quanti… julga que alguma vez isso impediu quem precisava de dinheiro de fazer um serviço relativamente bem pago a quem estava disposto a pagá-lo? talvez que a luta activa contra sa desigualdades de rendimentos, fosse a forma mais eficaz de lutar contra o aluguer de barrigas!…

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  12. Helena Matos's avatar
    Helena Matos permalink
    27 Dezembro, 2011 20:52

    «Eu também não concordo com o pagamento da utilização de um útero alheio para gestação de um novo ser, mas daí a opor-me frontal e definitivamente à utilização de um meio ao alcance da ciência para a gestação de um filho vai um passo mais longo do que a minha perna.» — Não percebo a que título é invocada a ciência pois nem sequer é necessária ciência alguma para tal se se prescindir da implantação do óvulo.

    «durante muitos anos, assisti à grnde discussão sobre a questão das barrigas de aluger noutros países europeus… tantos comités éticos e tuti quanti… julga que alguma vez isso impediu quem precisava de dinheiro de fazer um serviço relativamente bem pago a quem estava disposto a pagá-lo?» a prosseguirmos nesta linha de raciocínio legislaremos rapidamente sobre o assassínio por encomenda. Que certamente irá continuar a existir e certamente existe há milhares de anos. Mas nem tudo o que se faz é correcto e mesmo não sendo criminalizavel não quer dizer que seja eticamente aceitavel.

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    • Teofilo M.'s avatar
      27 Dezembro, 2011 21:41

      Para relembrar a Helena Matos das 20:52 que presumo não ser a esclarecida helenafmatos autora do ‘post’ inicial.
      LEI 32/2006
      Artigo 2.o
      Âmbito
      A presente lei aplica-se às seguintes técnicas de PMA:
      a) Inseminação artificial;
      b) Fertilização in vitro;
      c) Injecção intracitoplasmática de espermatozóides;
      d) Transferência de embriões, gâmetas ou zigotos;
      e) Diagnóstico genético pré-implantação;
      f) Outras técnicas laboratoriais de manipulação
      gamética ou embrionária equivalentes ou subsidiárias.
      Não sei o que considera ciência, mas creio que nenhuma das alíneas anteriores é suscetível de ser efetuada por leigos no recôndito de uma alcova, no banco de trás de um utilitário ou numa qualquer dionisíaca orgia.
      Cumprimentos

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  13. ikonoklasta's avatar
    ikonoklasta permalink
    27 Dezembro, 2011 21:20

    “a prosseguirmos nesta linha de raciocínio legislaremos rapidamente sobre o assassínio por encomenda. Que certamente irá continuar a existir e certamente existe há milhares de anos. Mas nem tudo o que se faz é correcto e mesmo não sendo criminalizavel não quer dizer que seja eticamente aceitavel.” HM
    .
    a sua comparação é absurda… pois, como diz, o que se praticar a disponibilizar uma barriga para procriação nunca será a mesma coisa que o assassínio por encomenda… num país onde a adopção é mais um problema que uma solução, tanto plelo lado dos adotantes como pelo lado das instituições que devem gerir os interesses dos adotados, e, onde, ainda por cima, há tanta mãe a precisar de dinheiro para melhorar o quotidiano da sua família – os amanhãs gloriosos do neoliberalismo estão em pane, como os ascensores sociais – ao menos que se protejam esses contratos!…
    .
    mais liberal do que eu, morres!…

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  14. ikonoklasta's avatar
    ikonoklasta permalink
    27 Dezembro, 2011 22:18

    a única coisa que tenho em comum com a Helena e com a Ana, é o sexo, a barriga e os Matos…

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  15. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    28 Dezembro, 2011 03:17

    Também há a hipótese de escolher a mulher em quem se vai fazer o filho ou filha e com muito mais gozo…

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  16. ErgaOmnes's avatar
    ErgaOmnes permalink
    28 Dezembro, 2011 10:17

    E se o rebento padecer de alguma enfermidade?? Devolve-se por defeito de fabrico?? Nos EUA já se travaram grandes batalhas judiciais por pais que “alugam” a barriga da progenitora e se recusam a ficar com o bebé por este não ser saudável…

    Inequivocamente o corolário da amoralidade…

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  17. Bengal's avatar
    Bengal permalink
    28 Dezembro, 2011 16:30

    Quem faz um filho um filho fá-lo por gosto, escreveu Ary dos Santos. Tudo o resto é a merda da modernice.

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  18. Bengal's avatar
    Bengal permalink
    28 Dezembro, 2011 16:37

    Quem faz um filho fá-lo por gosto, escreveu Ary dos Santos num texto denomidado, curiosamente e simbolícamente, ” A Tourada”. Tudo o resto é a merda da modernice.

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  19. JC's avatar
    29 Dezembro, 2011 01:40

    Para helena matos “a proposta para a legalização da maternidade de substituição” tem direito a post por vir do BE.

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  20. Ana Matos Pires's avatar
    29 Dezembro, 2011 23:09

    iz o CAA “o Teófilo não faz mesmo a menor ideia sobre a Helena Matos. O seu suposto tiro foi tão o lado…”, mas que diabo, pq terá o Teófilo de fazer ideia? É essa uma das coisas fantásticas da blogosfera, eu acho, é discussão de cabeça contra cabeça, não interessa quem o quê o outro é, aliciante é discutir ideias e opiniões.

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