4 erros nos transportes…
….que ainda se podem evitar.
1. Fusão dos STCP/Metro do Porto e Carris/Metro de Lisboa
Do ponto de vista empresarial e de mercado iria diminuir, ao invés de aumentar, a concorrência entre formas diferenciadas de transportes. Tornaria mais difícil a necessária passagem para a gestão de privados de toda ou parte das operações.
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2. Novo modelo de gestão portuária.
Não faz qualquer sentido juntar numa mesma empresa a gestão de portos que por si mesmos devem ser concorrenciais. É tipicamente uma medida centralista, sem qualquer suporte económico e que apenas permitirá perpectuar ineficiencias e a passagem de recursos de portos bem geridos para portos continua e ineptamente mal geridos.
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3. Privatização da ANA como empresa única
Os aeroportos, nomeadamente Porto, Lisboa e Faro devem ser concorrenciais e não inseridos numa empresa única que tenderá a centralizar rotas e a sugar recursos de outras regiões em beneficio de operações megalómanas e desnecessárias como o novo aeroporto de Lisboa.
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4. Desistência da melhoria da linha de comboio Porto/Vigo em detrimento da construlção da megalómana e economicamente inviável linha Alentejo/Madrid
No eixo entre Aveiro e Vigo/Santiago residem mais de 5 milhões de pessoas; é o centro económico e exportador português; o aeroporto de Pedras Rubras é já uma plataforma estratégica para o todo o noroeste peninsular, a que se juntam os dois relevantes portos marítimos de Porto e Vigo; a distância entre aquelas duas cidades é de apenas 110 km. E no entanto actualmente demoram-se 3 horas para a meia dúzia de resistentes que queiram viajar de comboio, quando existe claro potencial para ser uma linha de grande tráfego e rentável.
Pretende o governo desviar recursos para investir numa linha a sul para a qual não há procura, que sempre dependerá de subsídios públicos e que é económica e estratégicamente errada.
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De comum a todos estes erros que o governo se prepara para por em prática com o apoio parlamentar (parece que também dos deputados que representam o norte do país…), é notório o tom marcadamente centralista, a clara ineficência económica que um dia mais tarde se há-de constatar mas já cá não estarão para pagarem por esses erros e a continua e exclusiva aposta na criação de redes controladas ou em volta da cintura da grande capital.
O ralo central que tudo suga continua igual. E há quem o apoie.

Muito bem.
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Os deputados eleitos pelo Norte e Aveiro do PSD e do CDS vão continuar a assobiar para o lado e a fingir que não é nada com eles.
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Alguns presidentes de camara mais mediaticos vão berrar um bocadinho (pouco) só para disfarçar o seu imobilismo e falta de visão.
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Concordo plenamente com a análise efectuada!! De um lado, diminui-se efectivamente a concorrência e do outro, pretere-se uma linha estratégica apenas por ser do Norte (não é uma questão de bairrismo, apenas a constatação de um facto…). Continua a não haver uma estratégia integrada e nacional de transportes, e aí é que reside o problema!
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Sugestão: entreguem-se as empresas às autarquias (ou associações de autarquias ou zonas metropolitanas). Não tem qualquer sentido o Orçamento de Estado suportar indemnizações compensatórias, dar avales e emprestar dinheiro de TODOS, a empresas que actuam regionalmente.
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No caso do Metro do Porto + STCP, não se pretende “aumentar a concorrência”, mas sim complementar a oferta de duas formas diferentes do serviço público. Não é a mesma coisa.
Nesta altura é completamente utópico ter intervenção “verdadeira” de privados neste campo, porque a oferta pública não existe a funcionar em verdadeiro mercado, mas apenas num contexto de subsidiação. Mudem-se as regras, deixe de se subsidiar bilhetes e passe-se a apoiar apenas as pessoas que necessitam, e então poderemos falar em concorrência viável.
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Ah, e custa-me perceber a vantagem da “gestão de privados”, faz-me lembrar PPPs… 😉
Prefiro situação mais claras de empresas totalmente públicas ou totalmente privadas.
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Mas tem que haver concorrência
sendo tudo empresas públicas?
o que uma ganha..perde a outra. .sendo todas sustentadas pelos impostos….
se falarem em concorrência com privados…..
creio q a fusão faz todo o sentido..
poupa-se nas administrações com salários e mordomias de luxo….nos cargos intermédios……
faz-se uma gestão global dos transportes..em vez de se defender a sua empresazinha falida……e ter transportes desnecessários de várias empresas públicas á mesma hora por ex…
o que devia acabar eram as autoridades metropolitanas de transportes.
que se saiba, estão cheias de nababos e sobas xuxas-socráticos com salários de luxo
com a fusão, não se justifica uma entidade que superintanda …supostamente…….empresas públicas fundidas……
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Números aterradores das empresas:
http://mentesdespertas.blogspot.com/2012/01/empresas-publicas-falidas-conquista-de.html
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Tiago.
«No caso do Metro do Porto + STCP, não se pretende “aumentar a concorrência”, mas sim complementar a oferta de duas formas diferentes do serviço público.»
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Eu sei, é precisamente isso que eu critico, acho que está bem claro.
A ausencia de concorrencia fomentará ineficiencia e mau serviço.
A dita «complementariedade» não passa de um esforço planificador burocrático para induzierem no utente qual a forma ideal de ele usar os transportes, ao inves de poder ser ele a escolher.
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Gonçalo.
Sugestão: entreguem-se as empresas às autarquias (ou associações de autarquias ou zonas metropolitanas). Não tem qualquer sentido o Orçamento de Estado suportar indemnizações compensatórias, dar avales e emprestar dinheiro de TODOS, a empresas que actuam regionalmente.
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inteiramente de acordo, já aqui se escreveu o mesmo várias vezes.
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Tiago,
Ah, e custa-me perceber a vantagem da “gestão de privados”
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Não funciona bem o Metro do Porto? É gestão privada, não tem prejuizo de exploração.
(o deficite da empresa Metro do Porto é estrutural, relacionado com os emprestimos contraidos para a construçao da infra-estrutura)
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Óh Sátiro: Quando é que divulgas os roubos da máfia social-democrata com experiência na Maçonaria?
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Ora aqui está, enfim, um comentário que tem a minha plena concordância.
É que o que o governo pretende é utilizar os lucros do Aeroporto de Pedras Rubras e do Porto de Leixões, que estão muito bem geridos e com resultados à vista, utilizando-os para diluir os permanentes prejuízos do Aeroporto de Lisboa e de Faro, bem como dos outros Portos de Mar. Isso é justamente o contrário do que deve ser feito: manter as boas gestões e os resultados do que está bem e dotar os deficitários de meios indispensáveis
para que invertam a situação. Não é entregando as gestões aos “boys” e às “vacas” dos partidos do poder que resolvem os problemas. Tem que ser quem saiba e os bons exemplos estão aí, basta querer vê-los.
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Muito bem! Finalmente um post a colocar o dedo na ferida do que tem sido uma das causas do nosso atraso: a enorme indiferença e grande inépcia para gerir os transportes e logística; que são tão só áreas chave para o desenvolvimento económico de qualquer país.
Sou alentejano mas contra mim falo e há muito que afirmo que a linha Lisboa-Madrid é mais um elefante branco. Lembram-se da importância estratégica da auto-estrada A6 a ligar Lisboa a Elvas? Até agora as vantagens para nós foram pouco mais que nulas, tudo bem espremido e afinal o Alentejo continua o mesmo deserto.
Dizem que a linha é para ligar Sines à Europa. Pois… esta gente nem sabe a diferença do preço do frete de um contentor dos EUA para Sines e para Antuérpia, ou Roterdão, mas já partem do principio que há importadores que preferem ter a mercadoria parada ao sol do Alentejo à espera de vez para apanhar o comboio. Mas a cereja em cima do bolo é ainda dizerem que pode haver uma plataforma logística no Caia que pode servir o sul de Espanha. Eureka! Como se o Sul de Espanha não tivesse uma coisa chamada Porto de Algeciras, que por acaso é servido por alguns dos maiores armadores mundiais, que, por sinal, também utilizam o Porto de Lisboa… É que esta coisa dos portos por si só não servem para nada se não houver armadores e agências de navegação que julguem ser rentável escoar por lá as mercadorias (se as houver).
A ser verdade as medidas anunciadas o erro é clamoroso, pois nesta coisa dos transportes e logística a descentralização é a melhor solução, caso contrário porque diabos os grandes armadores teriam agências em praticamente todos os grandes portos do mundo? Ou alguém acredita que à boa maneira lusitana conseguiriam gerir as operações específicas de cada local a partir do escritório na sede?
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E 5 ponto pasra aumentar a concorrência:
Dificultar ao máximo a ligação entre estações de companhias diferentes, obrigando os passageiros a longas caminhadas e correrias para saírem do comboio ou metro para o autocarro, por exemplo.
O único problema é que combate a obesidade, as pessoas ficam mais saudáveis, o que aumenta o deficit em pensões de reformados da Segurança Social, e o lucro dos gestores privados dos Planos de Reforma, porque vivem mais tempo e demais.
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Concordo com o TAF, olhemos para Lisboa por exemplo, quantas carreiras da Carris não há que usam o mesmo eixo do Metro. É cómodo para muitos, mas em tempos de prejuizo, é um absurdo. Há que racionalizar. E também não vale a pena ir pela via do fanatismo, afinal que país conhecem que tenha transportes urbanos privados, sem rendas do Estado, e a dar lucro ?
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Ou seja, investimento público em Lisboa é um desperdício.
Investimento público no Norte faz todo o sentido.
Já se percebeu há muito tempo a sua lógica. Não tem qualquer sentido. Só alguém com muito pouca visão estratégica é que pode defender que tudo está bem com a Portela e que o NAL é uma obra faraónica.
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TLD,
Esta a ver ao contrario. Nao e’ por ser em Lisboa que o investimento e’ um desperdicio – mas e’ por ser em Lisboa que um investimento que e’ um desperdicio vai ser feito. O que o post denuncia e’ que bons investimentos no Norte sao cancelados para que se possam fazer maus investimentos em Lisboa.
O que se pede, e’ que apenas se decidam os investimentos de acordo com o seu merito, e que se acabe de vez com os argumentos de que os cidadaos de uma capital tem mais direitos que os outros.
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Caro Ricardo Lopes,
Mas a questão é que o autor do post não fundamenta de forma contundente as razões pelas quais considera que esses investimentos são um desperdício. É que todos os estudos indicam a necessidade de construir um novo aeroporto em Lisboa visto que a Portela está atingir o limite da sua capacidade e a duplição de aeroportos tem custos bastante elevados (ainda que muita gente continue a afirmar, erradamente, que não). Isto para não falar dos custos que a região de Lisboa tem de arcar por não ter um aeroporto moderno e competitivo.
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Londres tem problema com a duplicacao dos aeroportos? Paris? Etc.?
Ha 2 estudos, um que indica que Lisboa ainda tem capacidade para 25 mihoes de passageiras, e os varios que indicam que a solucao de um aeroporto secundario e’ muito mais barata. Alem disso, e algo de que nao se fala, e’ que todos os anos a capacidade dos aeroportos em numero de passageiros aumenta via avioes de maior dimensao e melhor gestao do trafego aereo. Va comparar o aumento de passageiros com o aumento de voos…
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Mas tem sempre a possibilidade de se usar a tao badalada (quando interessa) “gestao coordenada de aeroportos” e parar de desviar voos do Porto para Lisboa e passar a fazer o inverso. O pais e’ o mesmo, logo maximiza-se as receitas para os recursos que temos.
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E desengane-se quanto a competitividade do novo aeroporto. Primeiro, porque as taxas previstas sao proibitivas (tanto que mesmo havendo monopolio, e’ necessario oferecer a ANA e os seus 3 aeroportos para financiar o novo). Segundo, porque e’ dificil encontrar um aeroporto na Europa mais competitivo para passageiros que o de Lisboa , que esta as portas da cidade.
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E nao concordo que o autor do post nao tenha argumentado. Podem ser argumentos que nao lhe interessem discutir, mas estao la.
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