Negócios inviáveis e cláusulas leoninas
Escreve Paulo Marcelo:
Não se percebe porque se deixou de fora a renegociação jurídica das PPP uma vez que certas cláusulas podem ser consideradas leoninas (e ilegais) com todos os riscos financeiros e de negócio (inclusive de impostos no contrato Lusoponte) a ficar do lado do Estado.
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Uma historinha: aqui há uns anos o ministro de um país moderno decidiu dinamizar as exportações. Foi ter com um fabricante de frigoríficos com quem travou o seguinte diálogo:
Ministro: Olhe lá, o governo tem um projecto para dinamizar as exportações. Verificamos que não exportámos para o Pólo Norte, verificámos ainda que o Pólo Norte tem a menor quantidade de frigoríficos do mundo. Vai daí surgiu uma ideia: vamos exportar frigoríficos para o Pólo Norte. Quer ser o nosso parceiro?
Fabricante de frigoríficos: Depende. Dão-me umas clausulas leoninas no contrato?
Ministro: Não pode ser. Temos que defender o interesse público.
Fabricante de frigoríficos: Então não estou interessado.
Ministro: Ok. Dou-lhe 2 cláusulas leoninas.
Fabricante de frigoríficos: 4
Ministro: 3
Fabricante de frigoríficos: ok. De acordo.
Ministro: Negócio fechado?
Fabricante de frigoríficos:Ainda não. Só uma perguntinha: quem fica com o risco de os frigoríficos não se venderem?
Ministro:Você, claro. Você é que é o empreendedor.
Fabricante de frigoríficos: Bem, então não me interessa.
Ministro: Ok. Nós ficámos com o risco.
Fabricante de frigoríficos: Negócio fechado.
Isso tudo entre a 100 e sai a 200 dos ouvidos do nosso PGR. Enquanto cá houver gente que pensa como ele ou que pensa que empurra o país para a frente colocando fotografias de fotógrafos caríssimos em revistas com os dizeres “Portugal, West Coast of Europe”, isto nunca vai mudar um milímetro. Portugal está condenado para séculos.
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O Estado Português, pura e simplesmente deve renrgociar todas as PPP’s, sem nenhuma excepção.
No limite deve nacionalizar todas as empresas, consórcios ou infra-estruturas que estão a sugar o pouco sangue dos portugueses.
O dilema é simples: ou salva-se Portugal, os portugueses e a sua frágil economia ou então salva-se meia dúzia de banqueiros, financeiros e gestores anti-patriotas, agiotas e que agem na lógica de gang.
No limite dos limites a tropa deve tomar conta do país e apresentar a tribunal todos (mas todos, desda a década de 80!) que fizeram PPP’s!) os que comprovadamente enganaram os contribuintes e trairam a Pátria.
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JM a degenerar com um post tão infantil…
esperava-se mais!
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Se eu fose comuna diria que esta historinha era exemplar para demonstrar porque é que tem que haver sector empresarial do estado. Existe alternativa? Sim, bastava que o ministro não falasse demais e apenas dissesse: Olhe lá, o governo tem um projecto para dinamizar as exportações. O que podemos fazer para lhe facilitar a vida sem nos metermos nela?
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Essa historinha pode ter uma segunda versão com um ministro do Governo seguinte.
Aproveitam a papelada do anterior e só mudam Pólo Norte para Pólo Sul.
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O JM esquece-se que no mundo actual todos os fabricantes de frigorificos têm ajudas dos estados respectivos.
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Esses estados preferem manter as empresas e os empregos industriais mesmo à custa de subsidios.
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Mas devem ser todos ignorantes.
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Exportar sobretudos para os países tropicais é sucesso garantido. É assim: os habitantes dos trópicos colocam o sobretudo no congelador. No dia seguinte, quando o calor começa a apertar, retiram o sobretudo do congelador, vestem-no por cima da pele e já podem ir passear para a avenida sem medo da canícula.
Também dá para exportar outros abafos: capas alentejanas, samarras, camisolas de lã, etc.
Aceito sócio com capital.
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Em cheio.
parabéns JM
é só imaginar o sókas e o coelhone…….e tá tudo explicado.
ou melhor
um grupinho de trites (mas ricações…) vestidos de aventatal………
como é provável k tenha acontecido
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É exactamente por isto q os alentejanos colocam as TVs nos frigoríficos
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para ter notícias frescas
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Óh Sátiro: os ladrões estão em Portugal, nomeadamente em Lisboa, Estoril, Cascais e com contas nos off-shores.
Esses sim, desde o Estado Novo, PREC, Gonçalvismo, Mário Soares, Sá-Carneiro, Cavaco, Guterres, etc. continuam a «facturar» e a extorquir os impostos que a DGCI cobra aos contribuintes tolos!
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Isto fica ainda mais interessante se trocarmos a ordem dos interlocutores:
Fabricante de frigoríficos: Olhe lá, tenho tem um projecto para dinamizar as exportações. Verificámos que não exportámos para o Pólo Norte, verificámos ainda que o Pólo Norte tem a menor quantidade de frigoríficos do mundo. Vai daí surgiu uma ideia: vamos exportar frigoríficos para o Pólo Norte. Quer ser o nosso parceiro?
Ministro: Depende. Dão-me umas cláusulas leoninas no contrato?
Fabricante de frigoríficos: Não pode ser. Tenho que defender os meus interesses.
Ministro: Então não estou interessado.
Fabricante de frigoríficos: Ok. Arranja-se qualquer coisinha quando V. Exa. sair do governo. Direcção?
Ministro: CEO?
Fabricante de frigoríficos: Conselho de administração.
Ministro: ok. De acordo.
Fabricante de frigoríficos: Negócio fechado?
Ministro: Ainda não. Só uma perguntinha: quem fica com o risco de a opinião pública vir a saber do negócio?
Fabricante de frigoríficos: Você, claro. Você é que é do governo.
Ministro: Bem, então não me interessa.
Fabricante de frigoríficos: Ok. Nós abafamos tudo.
Ministro: Negócio fechado.
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CC
não misture pessoas honestas, sérias e que deram o seu melhor pelo país
com vigaristas, corruptos, analfabetos e incompetentes.
Sá carneiro e cavaco foram-são honestos.
apesar da campanha porca, nojenta, q sá carneiro sofreu dos comunas em 1980…..com o apoio dos lacaios dos media
todos eles sim, vendidos a moscovo da urrss
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Eu percebo-o, Miranda.
Um fornecedor vendeu 10 FERRARIs a uma empresa de transportes de mercadorias.
A empresa, que já não estava financeiramente bem, agora não tem mesmo dinheiro para pagar a todos os fornecedores. O que fazer?
Hipotese A: Pede mais dinheiro aos sócios para honrar os compromissos.
Hipotese B: Plano de reestruturação, paga metade das dívidas a todos os fornecedores e continua a trabalhar.
Hipotese C: Fecha as portas e entra em liquidação, partilhado o resultado da liquidação com todos
Hipotese D: Aponta uma pistola à cabeça dos accionistas para eles injectarem mais dinheiro
Hipotese E: Coloca o gerente responsável pela compra na cadeia por má gestão.
Hipotese F: Primeiro paga aos trabalhadores, depois aos fornecedores de gasóleo, e por ultimo, se sobrar dinheiro, os Ferraris?
Visão do Estado.
1º Aponta uma pistola à cabeça dos accionistas para eles injectarem mais dinheiro
ao que soma a Visao do João Miranda,
2º Paga os Ferraris por completo. (é preciso manter a honra e a confiança, carag0!)
e depois o resto,
3º Corta metade do salário aos trabalhadores
4º Se sobrar dinheiro paga aos fornecedores de gasóleo.
Só que, com esta politica estão a esquecer-se de uma coisa.
1º Sem gasóleo a empresa não funciona!!!
2º Quando os accionistas estiverem falidos não haverá mais dinheiro para injectar na empresa. Vai tudo ao charco e o corte nos pagamentos será uma realidade.
Mas sim, Miranda, eu tambem concordo que o compromisso mais importante e que sem duvida deve ser honrado é a compra dos Ferraris.
Se o facto de o Estado ter de renegociar as PPPs (todas) levar a que os investidores nacionais ou estrangeiros não queiram vir para Portugal investir em mais projectos em conjunto com o Estado, então peço encarecidamente:
CORTEM JÁ OS PAGAMENTOS!!!
Quanto mais cedo os investidores deixarem de ter confiança nos negócios com o estado e não os fizerem, mais depressa isto vai ao sítio.
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Outra historinha.
Aqui hà uns anos o estado lançou um concurso para exploração de frigorificos para o Polo Norte.
Quem ganhasse o concurso ficava com a obrigação de ter sempre pelo menos 100 frigorificos em stock, e todos os anos lançar um modelo novo, isto durante 30 anos. Em contrapartida ficava com o monopólio de venda dos frigorificos para o polo Norte.
A empresa Atom fez umas contas, concorreu e ganhou.
No entanto a procura de frigorificos nos primeiros 10 anos ficou muito aquém das previsões, e a empresa estava a perder muito dinheiro…
A empresa Atom explorava também em monopólio o negócio de restauração. Dava refeiçoes de borla à malta mas recebia do estado um X por cada refeição que servia.
As obrigações da empresa eram as seguintes;
Ter um restaurante por cada km quadrado, cada um com ar condicionado, lugares individuais, sala para fumadores e não fumadores, talheres de prata, renovação de pratos de 6 em 6 meses e todos da Vista Alegre, sofás em pele, um televisor em cada mesa, Led Claro e 40” , bem como a remodelação anual de todos os estabelecimentos.
Um belo dia o estado resolveu que não senhor, não podia ser esta rebaldaria da malta continuar a comer de borla e ainda por cima em estabelecimentos de luxo. E vai daí quis começar a cobrar pelas refeições.
Mas a empresa disse que não senhor, não podia ser porque isso não estava no contrato e se as refeições começassem a ser pagas a procura iria cair bastante e o investimento iria por Agua abaixo.
Propôs então ao estado o seguinte:
1º – Tu passas a cobras pelas refeiçoes e em contrapartida mas pagas-me um X fixo anual pela minha obrigação de manter os espaços abertos e a funcionar nas condições que pretendes. Esse X tem de dar 15% ao ano e se aumentas os imposto ou houver um terramoto ou qualquer outra coisa que eu não esteja a ver neste momento e que leve a que a minha taxa liquida de retorno baixe de 15%, então pagas-me uma compensação para manteres os 15% no final do ano.
2º – Ao mesmo tempo renegociamos o negócio dos frigorificos para o Polo Norte. Temos de manter o negócio porque não podemos defraudar as expectativas da malta Polo Nortenha, isto porque existe lá um maluco que compra um frigorifico novo todos os anos. Fazemos assim: Eu fabrico sermpre 1000 frigorificos por ano, tu compras-me esses frigorificos todos por muita massa e depois és tu que os vendes lá à malta. Ainda por cima fabricamos uns modelos muito bons especialmente adaptado ao Polo Norte, como por exemplo o Frigo-A11( tem a particularidade de não ter congelador), assim como outros. Vais ver que eles se vão vender bem!
Administrador da Atom: Que dizes, parece-te boa a proposta?
Secretário de estado : Parece. Estou com uma fezada que a malta vai começar a comprar frigorificos à maluca e continuar a comer fora que é uma loucura. De certeza que isto é um bom negócio para o Estado.
Administrador: Negócio fechado?
Secretário de estado: Fechadissimo!!
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Na mouche.
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Se é assim que se discutem, redigem e assinam contratos dou razão ao JM.
Mas adorável o modo infantil como tem descrito as atitudes dos governantes. Ora alguém pagará pelos erros que cometem, elas é que não. Como diria o meritíssimo Roy Snyder “Boys will be boys”
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A história tem graça e percebo o seu ponto João Miranda.
Mas acaba por me dar razão.
Vou responder no Cachimbo de Magritte.
Paulo Marcelo
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