já perceberam, agora, por quê?
Só por excesso de ingenuidade ou distração congénita se pode imaginar um governo que não pressione jornais e jornalistas. Qualquer governo democrático, obviamente, porquanto nos outros não há jornais nem jornalistas para pressionar. Em todos encontramos um Santos Silva, um Gomes da Silva, um Relvas disposto a fazer, ou a mandar fazer, telefonemas para as redacções dos jornais, a enviar mensagens e mensageiros a ameaçar com cortes publicitários (directos ou indirectos…), a fazer discursos lacrimejantes e ridículos sobre a malvadez das «forças de bloqueio» instaladas nas redações dos pasquins lusitanos, etc.. Com menos frequência, encontramos mesmo chefes de governo que se prestam a entrar pessoalmente em jogadas de baixo recorte para calar jornalistas, como sucedeu com Sócrates, a TVI e Manuela Moura Guedes. Os governos não são, por estas e muitas outras razões, locais frequentáveis por espíritos que prezem a liberdade, a sua e a dos outros. Assim, só por excesso de ingenuidade, repita-se, se podem agora espantar com o ministro Relvas aqueles críticos da instrumentalização governamental da comunicação social que, há uns meses, não estranharam – ou mesmo até apoiaram – a decisão do mesmo senhor ministro de não empandeirar a putrefacta RTP, dinossauro vivo do nosso sovietismo doméstico. Já perceberam, agora, por quê?
Ah, já percebi….
Democrático mesmo é pressionar jornais e jornalistas, de preferência com ameaças.
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Incluir a sra. Moura Guedes no lote dos restantes profissionais de jornalismo é uma calunia só per se .
Quanto às pressões… pessoalmente mantenho a minha visão estóica dos acontecimentos; mostrem-me transcritas as ditas pressões, e certamente até poderei mudar de opinião.
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Há para aí 10 milhões de portugueses que defendem esse “dinossauro vivo do nosso sovietismo doméstico” e que, não querendo saber do Relvas para nada, concordam com “a decisão do mesmo senhor ministro de não empandeirar a putrefacta RTP”.
Serão quase tantos como aqueles que estão fartos e indignados com os lisboetas que dominam e controlam o país e que, fartos que eles lhes mamem nas tetas como sanguessugas, fartos do desprezo que eles têm pelo património que ajudaram a construir, não estão dispostos a permitir mais mama sem pagamento.
Todos aqueles que andaram a alimentar Lisboa ao longo de uma vida, e que agora têm na RTP o único canal que não lhes dá novelas à hora da deita, provavelmente conseguiram mostrar ao ministro Relvas que o Estado não pode ser destruído pelo barriguismo lisboeta.
Barriguismo que chega ao ponto de desprezar as alfaces que eles produzem porque “se podem comprar mais baratas ao estrangeiro”.
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Correcta análise de Rui A., mas… Depois do que aconteceu durante o governo de JSócrates (também) no âmbito das interferências na comunicação social (criticadas e bem por actuais deputados, secretários de estado, ministros ou assesores), por que não dá este governo exemplo contrário ?
Medo da opinião livre ? Receio de investigação jornalística sobre decisões menos correctas ? Tremideira de alguns governantes se o seu passado surgir na opinião pública ?
E onde estão, o que dizem agora face ao caso Relvas, por exemplo alguns deputados (do PSD, do PP), ao tempo de Sócrates acérrimos defensores da Liberdade na comunicação social ?
Quanto às reacções do P”S”, cuidado com os “telhados de vidro”. Que tal aço para os tapar ?
É esta a “liberdade” controlada(!) que o PSD e o PP querem para os cidadãos ? Pé-amte-pá, a seguir à comunicação social “acalmada” vem o quê, e quem vigiado e/ou admoestado ?
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esperava algo mais subtil de Rui A.
mas o espirito ressentido toldou-lhe o espirito.
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Fosga-se!
Podem empandeirar de vez a RTP que não me faz falta nenhuma. Falta faz o dinheiro que a dita mama, e não é pouco, dos nossos impostos.
Por outro lado, a sua comparação da jornalista Maria José Oliveira à pivot Moura Guedes é um pouco descabida.
Mas deixe lá porque a Académica está a ganhar ao intervalo.
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Então o postezinho sobre as alegações dos fulanos do Tribunal de Contas, os 10.000 pr’às PPP’s que nos saíram dos bolsos e as negaças do Presidente daquilo… quando é que sai?! Ou vão continuar na relva..?
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É incompreensível e caricato como – a propósito de tudo ou de nada – se empreendem tantas ‘marchas atrás’ (inversões de marcha).
Ontem (antes da ‘ida ao pote’) os problemas de liberdade de imprensa faziam parte do ambiente de ‘claustrofobia democrática’ que ‘esmagavam’ (e condicionavam) a sociedade.
Hoje, não valem uma palha. Só falta dizer: ‘ habituem-se!‘
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Piscoiso,
a RTP também não me faz falta nenhuma. Tenho MEO. Mas faz falta a milhões de portugueses que têm direito a ter uma programação alternativa que não passe pelas novelas. A programação da RTP deveria ser melhor do que é, mas, mesmo assim, é de longe melhor do que os canais privados.
Já quanto ao património da RTP, a mim faz-me muita falta e espero que nunca o desbaratem para obrarem em Lisboa.
“Lisboa, amante cara de um país pobre”, livro “Não basta mudar as moscas”.
http://www.cm-porto.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=cmp.stories/15732
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O Santos Silva é maçom ou são só os outros dois?
Está visto, é o programa “iluminista” para a comunicação social.
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A RTP1 sempre dá alguns programas de jeito!
Briooooooooooooosa! Briooooooooooooosa! Briooooooooooooosa!
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EFE
ERRE
AAAA
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Parabéns à Briosa Académica ! Merecidíssima vitória !
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Como exemplo de vergonha para a democracia está bem representado este governo.
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Fincapé,
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“a RTP também não me faz falta nenhuma. Tenho MEO. Mas faz falta a milhões de portugueses que têm direito a ter uma programação alternativa que não passe pelas novelas.”
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Esses milhões de portugueses de que fala podiam então juntar-se e fazer uma oferta pela RTP ao governo. Assim, os outros milhões deixariam de pagar para ela.
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mais notícias no PúblicoOnline:
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“O ministro afirmou lembrar-se da primeira notícia que recebeu no ‘clipping’ diário de imprensa: ‘Lembro-me que a primeira era: ‘George W. Bush visita México. Fonte: Reuters’ afirmou. Esta mensagem foi recebida em que altura?”
A resposta a esta questão, no entanto, acabou por chegar às 16h01, adianta Maria José Oliveira. E a resposta do assessor do ministro, António Valle, era: “Todos os esclarecimentos sobre este assunto foram oportunamente prestados em sede própria, ou seja, na 1ª Comissão Parlamentar”.
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Esta empresa, o ano passado, duplicou o seu volume de negócios:
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http://www.couroazul.pt/
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E deverá tornar-se numa nova estrela portuguesa. Roubando mercado aos italianos? Parece que sim.
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“A empresa Couro Azul gosta de andar depressa. Seja aos comandos do volante de um carro de alta cilindrada; de comboio, nos bancos do TGV em Espanha; de avião, nos assentos e revestimento que forram os aparelhos; seja também no crescimento de vendas, que no último ano duplicaram (para 19 milhões de euros). Recentemente, a empresa familiar de Alcanena ganhou um projecto para a Mercedes – a partir do próximo ano irá fornecer a marca germânica.”
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in http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=557807&pn=1
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Há em Portugal uma série de empresas de alto crescimento, quase anónimas. Outras só não crescem muito mais porque ainda mal começaram a apostar a sério nas exportações.. Mas pelo que vou vendo, em breve Portugal poderá dar um salto enorme nas suas exportações. Vamos ver. Vamos ver.
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LR,
As palavras que diz sobre a RTP em relação a um povo que também deveria ser o seu, desculpe eu aplicá-las também a todas as estradas, transportes (etc.) e todos os serviços que Lisboa oferece aos lisboetas. É que para os serviços que Lisboa tem, comparados com o resto do país, deverá concordar que de algum lado tem de ir o dinheirito.
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Perceber é fácil, entender já é bem pior
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O Prof. Karamba disse-me que a privatização da RTP será novamente falada por Relvas quando estiver na oposição e nesse mesmo momento Seguro vai esquecer-se de voltar a falar nela até que (trocar os nomes e ler de principio).
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Fincapé,
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Não entendo a sua comparação. Sem a RTP, o povo passa bem, mas se alguns não a dispensarem, que a paguem. Mas estradas e transportes, fazem parte das infra-estruturas de base de qualquer país, sem prejuízo da aplicação, sempre que admissível, do princípio do utilizador-pagador.
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“Isto”, cada vez mais não é um país e um povo normal : o FCPorto foi campeão e a RTP + RTPN durante dezenas e dezenas de horas (sobretudo seguidas mas também intervaladas em três dias e noites) emitem directos.
Hoje, a Académica vence a Taça e a RTP e a RTPN começam a emissão logo após o almoço e até este momento com mais directos, ao ponto de também acompanhar o autocarro da Briosa até Coimbra.
Obviamente os governos não abdicam da televisão estatal. O que é necessário é anestesiar “o maralhal” !…
E até ao último fôlego da selecção tuga no Euro’2012, muitos mais programas e directos acontecerão…
Ora, os políticos que injectem indigência nos seus familiares, sff.
Que estrumeira esta !
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LR,
“Sem a RTP, o povo passa bem, mas se alguns não a dispensarem, que a paguem.” Certamente que povo lhe agradecerá a decisão de que “o povo passa bem” sem a RTP (salvo a redundância “povo”). Mas espero que o seu poder não chegue para colocar o Estado a desfazer-se do seu património mais significativo. Como disse atrás, a RTP poderia funcionar melhor, mas, apesar de tudo, é o único meio que chega às populações com pedacinhos de cultura e de alguma informação significativa. Essas populações não têm o privilégio de ter à porta a oferta que tem Lisboa. Não me importo muito que não goste e não ache que o Estado deve levar informação e cultura às populações mais abandonadas. Importante é que esse povo assim o queira.
Mas reconheço que quanto mais ignorante forem as populações, melhor para os centralistas lisboetas e para os ultraliberais, também lisboetas.
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O comunicado do Público tornado público esta noite é esclarecedor do carácter e das intenções de Miguel Relvas.
Uma investigação no Parlamento, na ERC ou noutro local, se tiverem os telefonemas gravados mais o documento enviado à ERC por MRelvas, constituirão facto suficiente para o culpabilizar de vez.
Mas MR não renunciará ao cargo nem será demitido. Ele não tem pudor nem “sentido de estado” e PPCoelho precisa do indivíduo…
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Fincapé,
A RTP “é o único meio que chega às populações com pedacinhos de cultura e de alguma informação significativa” ?
Cultura, mesmo aos “pedacinhos ? Mas as pessoas precisam de cultura aos “pedacinhos”, como se fossem (são !) indigentes, imberbes, adversos à cultura ?
Se exceptuarmos alguns programas da RTP2, Fincapé que analise as programações da RTP1 e RTPN, e o que encontrará como cultura mesmo aos “pedacinhos” ?
Concordo com o seu último parágrafo, mas não têm faltado ministros oriundos do Norte post 25 de Abril, e se um PM fosse nortenho, certamente também queria que o povinho-NADA permanecesse ignorante…
(Tantos, tantos ministros, secretários de estado, deputados ignorantes e incultos têm ocupado lugares…).
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Resumindo, pressionar não tem problema, é 100% kosher. E chantagear, também pode?
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Muito bem! Linkei e transcrevi para o meu blogue.
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Neste momento, 01h14, a RTP e a RTPN perfaz 12(!) horas praticamente seguidas de “cultura aos pedacinhos”, ops,…de reportagens sobre a Taça de Portugal.
(Continua a ser tão fácil governar a maioria desta gente…)
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MJRB,
Com todos os defeitos da RTP, não há comparação possível com os canais privados. Quem não vê novelas, não tem mais nada para ver no horário nobre.
As pessoas não necessitam de pedacinhos de cultura e de informação. Simplesmente, é o que lhes chega. Quase sempre via RTP.
Existe a ideia de que a TV é apenas para entreter. Eu não concordo e penso que o Estado tem obrigação de manter um padrão de TV mais elevado do que os outros canais. E, na realidade, tem conseguido. Mas deveria melhorar. Não tenho a certeza de deveria abdicar de um canal, embora me incline para o não.
Penso que nunca terei a perspetiva ultraliberal de que o Estado se deve afastar para o lado, deixando passar a corrida dos que já estão servidos de Ferraris contra os que ainda estão mal servidos de patins.
Não é assim que se constrói um país equilibrado e se dá oportunidade àqueles que nunca a tiveram.
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MJRB,
Pois. A RTP dedicou hoje muito tempo a Coimbra, via futebol. É uma forma de compensar, talvez. Concordo que poderá ser exagero. Nos últimos tempos tenho estado envolvido nalgumas ações, como manifestações e outras, em defesa da minha região.
A verdade é que a RTP tem sido aquela que mais relevo tem dado. E no entanto trata-se de exigências ao governo. Numa ida a Lisboa, ao sábado, a SIC nem se dignou meter lá os pés, nem para a SICN.
O problema é que se analisarmos pelos erros, em vez de pelo interesse geral e nacional, poderemos sempre concluir que a RTP não é necessária.
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Fincapé,
Não, este tipo de RTP não é necessária ! Custa 3 milhões de Euros anuais aos contribuintes.
Os canais privados que editem o que quiserem. As pessoas que vejam o que quiserem.
Vou contar-lhe um episódio revelador do fraco carácter e da acobardada “luta” de muitos tugas contra os abusos de poder : Recentemente, estava numa bicha para comprar o jornal. À minha frente, um indivíduo com os seus 70 anos. Compra o Correio da Manhã que titula “31 funcionários da RTP ganham mais do que o PR”. Compro o meu jornal, retomo o caminho, o indivíduo pressente-me atrás, vira e desabafa: “tá a ver este escândalo ? Gatunos !” Estava bem disposto, respondi-lhe num flash : Eu sou um desses funcionários da RTP…” O tipo olha-me e pede-me desculpa…
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Teve piada. O homem não quis ofender. O que estava em causa era os vencimentos dos funcionários da RTP e não um em particular. Os abusos em relação aos vencimentos não são um bom exemplo que a RTP dá. Isso não.
Quanto à programação, nem me parece que fosse muito difícil melhorar e acabar com a dita subserviência ao poder (que nem sei se será assim tanta).
Desde ciclos de cinema português e europeu, até informação atualizada sobre coisas que implicam com o dia-a-dia das pessoas, muito seria possível melhorar. Muita legislação que interessa às pessoas é completamente desconhecida e não há informação significativa nos órgãos de comunicação social. Por exemplo, a maioria dos condutores não sabe conduzir dentro de rotundas, nem conhece muitas outras alterações ao código da estrada. Eu penso que uma TV pública deveria estar atenta a estas coisas.
Acho a televisão um meio de comunicação demasiado importante para que seja dispensado um modelo público que procure oferecer qualidade.
Este é um daqueles assuntos que não deveria ser resolvido sem uma consulta direta aos portugueses. Nem sou muito favorável a referendos para decidir tudo e mais alguma coisa, mas neste caso aceitaria melhor essa solução do que a privatização sem consulta.
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“Com menos frequência, encontramos mesmo chefes de governo que se prestam a entrar pessoalmente em jogadas de baixo recorte para calar jornalistas, como sucedeu com Sócrates, a TVI e Manuela Moura Guedes.”
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O RA. esquenceu uma addenda que a fé que é bem importante por isso anhadimos nos aquí no final com o único ouxetivo de melhorar e completar este post.
NOTA. Todo esto referido no post fica circunscrito a quando os chefes de governo sao consumadamente porkitos assim como porkitos sao os tais jornalistas.
Em situaçoes normais de pressao e temperatura nos medios de comunicaçao , nao sabemos/nao contestamos…
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Não me custa admitir que o Estado tenha de ter órgãos de comunicação que veiculem as suas actividades e decisões, como o Diário da República ou o Canal Parlamento.
Já a RTP não vejo como se possa inserir nisso, já que tudo o que noticia, os outros canais noticiam.
Resta portanto a cultura e o entretenimento do povo.
Sendo assim, porquê a televisão gratuita e não uma net gratuita, que é muito mais mais abrangente?
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Caro MJRB,
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“Não, este tipo de RTP não é necessária ! Custa 3 milhões de Euros anuais aos contribuintes.”
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O meu Amigo está seguramente a raciocinar em valores dos anos 50… :-).
Já em tempos dei para este “peditório”. À sua atenção e do Fincapé:
https://blasfemias.net/2011/07/03/eu-fundamentalista-liberal-me-confesso/
https://blasfemias.net/2011/07/07/o-sorvedouro-que-o-governo-pretende-manter-i/
https://blasfemias.net/2011/07/10/o-sorvedouro-que-o-governo-pretende-manter-ii/
https://blasfemias.net/2011/07/13/o-sorvedouro-que-o-governo-pretende-manter-iii/
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Caro LR,
Grato pelo reparo e posts colocados.
Obviamente eu queria colocar 300 milhões e não 3. Sabia que o sorvedouro de dinheiro público é mais ou menos isso.
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LR,
Lerei com (des)gosto assim que tiver tempo. Agora não posso. Tem sido sempre a correr.
Às vezes sinto-me um hiperliberal a pensar na conquista (aliás, no ganho) do planeta e arredores. Logo eu que gosto de uma vida calminha, cheia de paz e amor!
NOTA: 1. Dei pelo erro do MJRB, mas não achei importante para a discussão, uma vez que se via que era um mero lapso.
2. Aviso já que não sou, em princípio, a favor de despesas superiores a receitas criando dívida. Nem no Estado, nem na vida pessoal. A não ser que a dívida corresponda a um “investimento” pagável dentro de determinada razoabilidade. Como comprar casa.
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LR,
Conforme prometido, já li. Começa muito bem por esclarecer: “Eu, fundamentalista, me confesso”, o que, por si, tem um significado “fundamental”. Respiguei alguns aspetos que refere e que a seguir refiro.
Em relação às contas, elogio o seu link para o “31 da Armada” que as põe em causa, o que significa a sua boa-fé, mas também que as suas contas podem mesmo estar erradas. Não vou ver relatórios porque não vale a pena, nem é isso que está em causa: eu também quero que a empresa seja bem gerida.
Mas o fundamentalismo que confessa, revela-se em vários momentos, como este: “…vai extorquindo o contribuinte de todo o país em favor de uma clique de pouco mais de 2.000 pessoas, por sinal muito bem remunerada a todos os níveis.” As audiências médias mostram que a RTP presta um serviço significativo aos portugueses e que, portanto, ela não existe apenas em favor de uma “clique”. Eu, por exemplo, considerando apenas as generalistas, vejo 90% a RTP e 10% as outras.
Afirma, já noutro post que a RTP “…como presta “serviço público”, algo de absolutamente vital para os cidadãos, é suposto que todos nos disponibilizemos de forma voluntária e beatífica a financiá-la.” Uma ironia não muito conseguida. Os bens públicos devem ser bem geridos, tendo em conta os interesses do povo português e não apenas o de uma “clique” (aqui é que a palavra assenta bem). Acredito que seja vital para muita gente. O rui a. pelo menos já aceita o interesse de setores básicos “oferecidos pelo Estado”, como transportes e rodovias, para as populações. Eu exijo um pouco mais: Uns “pedacinhos” de cultura, termo que o MJRB não apreciou muito. Mas é aquilo que consegue chegar às pessoas do interior. Não sei quanto custam os museus (só um pequeno exemplo) instalados em Lisboa e como são financiados. Talvez pelos portugueses a quem quer retirar a RTP. Provavelmente, 80% dos portugueses nunca visitarão nenhum. Mas eu quero que eles existam e que ajudem a preservar o património comum. Não os vejo como despesas. (E num deles, no Museu Nacional de Etnologia, não me deixaram entrar, apesar de estar na hora de abertura, porque não estava em grupo).
Não sei se a RTP tem “um volume de actividade basicamente semelhante” aos concorrentes, parece-me que tem muito mais (RTP1, RTP2, RTPN, RTPM, RTPI), nem se tem “um quadro de pessoal e respectivos encargos entre 3 a 4 vezes superior ao dos seus concorrentes”. Mas se for verdade, deverá ser corrigido. Repito que a RTP deverá ser bem gerida e provavelmente racionada em termos de canais. Mas não é isso que o seu “fundamentalismo” defende. Isso é o que a minha “tolerância” defende.
Repare mais uma vez numa frase sua: “…o que indicia que a RTP atribui aos seus profissionais do “segmento Televisão” salários médios porventura superiores aos da concorrência.” A palavra “porventura” significa “talvez”. Ou seja, o rui a. não tem a certeza!
Agradeço a atenção, mas não gostaria que perdesse o seu precioso tempo (não é ironia) a responder. Quanto à figura Relvas, só mesmo a inocência e a pureza de alma impedia muita gente de a ver como ela é. Ou então a boa vontade política.
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A RTP é um canal de esgoto. Podia chamar-se RTP-Relvas.
Aliás a RTP é um canal temático: é só bola e mais bola!PQP!
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Dos canais generalistas, quais vê, Costa Cabral? Vê na SIC as novelas “Rosa Fogo” e “Insensato Coração”? Ou na TVI a “Doce Tentação” e “Remédio Santo”? Não levo a mal. Eu também vi algumas: a Gabriela, por exemplo.
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Fincapé,
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Não sei se reparou, mas o “fundamentalismo” era uma acusação dos “conservadores” do 31A e peguei no termo para lhes responder. De resto, na 1ª posta que acima linkei, explico porque defendo a privatização total da RTP e não me baseio apenas em questões de natureza económico-financeira. Mas o buraco da RTP é tal, que estas questões sobrelevam qualquer uma, inclusivamente os “benefícios” que você defende que ela tem. Como lhe disse acima, ficaria mais barato as pessoas associarem-se e fazerem um canal (ou vários) que replicasse a grelha da RTP que as pessoas supostamente apreciam. Questões de natureza cultural também não relevam (e sobretudo essas), pois não reconheço autoridade ao Estado para fazer opções estéticas e querer impingi-las a todos. Mesmo os canais internacionais não justificam o custo, mais a mais quando se destinam a ser a voz das oligarquias das ex-colónias como é gritante no caso da RTP – África. Finalmente, outro ponto que também friso e que é decisivo, é que a RTP, ao longo de mais de uma década, tem claramente destruído valor na economia, o seu contributo para o PIB tem sido sistemáticamente negativo, à média anual de 100 milhões. Por muito importantes que sejam os benefícios imateriais do “serviço público”, da divulgação da cultura nacional (com infinitas horas de futebol?…), o custo de oportunidade é enormíssimo e com aquele valor era possível certamente fazer melhor. Não acredito é que faça melhor estando nas mãos do Estado, dado que as prioridades deste serão sempre a do controlo político da informação.
Quanto às minhas contas poderem estar erradas… Meu caro, números contestam-se com números e não com suposições.
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Caro rui a., reparei, sim, que o termo “fundamentalista” foi uma “acusação” dos “conservadores” do 31 da Armada. Mas como o usou em “proveito” próprio…
Eu usei também a contestação do 31 da Armada a um provável desacerto nas contas em que provavelmente não reparou.
Ficámos “empates”, como diria o grande Vasco num dos filmes que, à época, também não foram propriamente lucrativos.
Não me parece possível as pessoas associarem-se e construírem uma TV com a história, o espólio e a importância que a RTP teve e tem para os portugueses. Nem me parece que seja possível o (tão pequeno) país organizar-se em pequenos grupos de interesse para construir a maior parte das estruturas que lhe são necessárias. Penso que deverá ser o Estado e é essa a principal diferença política entre nós.
Porque eu também defendo a gestão escrupulosa das contas públicas e os gastos excessivos. Tal como defendo a melhoria dos seviços oferecidos pelo Estado, ou seja, pagos pelos portugueses no seu conjunto como país solidário.
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A Mauela M. Guedes destilava ódio.
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“Porque eu também defendo a gestão escrupulosa das contas públicas e os gastos excessivos.” Gaita!
Porque eu também defendo a gestão escrupulosa das contas públicas e sou contra os gastos excessivos. Assim é que está razoável. A velha história dos bons panos e das aborrecidas nódoas. 😉
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