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A nova grande causa do PS

27 Maio, 2012
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Depois das folgas no orçamento que diziam existir mas nunca encontraram, da adenda em prol do crescimento e do emprego que nos irá tirar rapidamente da crise, da mutualização da dívida sem a qual a Alemanha continuará a extorquir aos periféricos, a nova grande causa do PS chama-se IVA da restauração, cujo retorno à taxa de 13% estancará milagrosamente o desemprego no sector.

Decididamente, estes tipos ainda não perceberam a natureza da crise que vivemos e o ajustamento, doloroso mas saudável, que se vem operando na economia. O sector da restauração está a gerar desemprego, não por causa da subida do IVA, que foi suportado pelas empresas em detrimento da margem, mas porque o mercado se está a contrair. Numa conjuntura de queda generalizada dos rendimentos, as refeições no restaurante, as despesas em cafés ou snacks, são das primeiras “extravagâncias” em que as famílias cortam. Cada vez se vêem mais meninos a levarem o farnel para a escola, evitando os lanches no bar, cada vez mais pessoas levam comida feita em casa para as empresas, que vão disponibilizando salas onde os respectivos trabalhadores fazem as suas refeições. Aliás, este novo hábito, tal como a substituição do café expresso pelo Nespresso, já se está a tornar chic, justificado por questões de saúde, qualidade do produto ou da dieta alimentar, poupança de tempo, jamais pelo bolso vazio, que essa é uma razão que a classe média urbana esconderá enquanto puder…

Baixar o IVA na restauração terá pouca ou nula expressão nos preços ao consumidor, como já não teve na subida. Os restaurantes facturariam praticamente o mesmo e o Estado teria menor receita. Ou seja, as falências na restauração pouco ou nada tiveram a ver com o IVA, mas tudo com a crise. Restaurantes e afins cresceram com a expansão do sector não transaccionável que integram e foram dos primeiros a lucrar com o novo-riquismo afluente que dele emergiu; numa contracção, são naturalmente os primeiros a sofrer com o corte em despesas supérfluas.

Aparentemente, o PS não entende esta lógica e propõe que se estoirem recursos na manutenção artificial de empregos num sector em declíneo. Ou entende, mas pretende beneficiar interesses específicos, vá lá saber-se porquê…

42 comentários leave one →
  1. Eleutério Viegas's avatar
    Eleutério Viegas permalink
    27 Maio, 2012 22:06

    Os súcias, se tivessem vergonha no focinho, estavam caladinhos e diziam “que sim” a tudo… Bandalhos!!!

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  2. XisPto's avatar
    XisPto permalink
    27 Maio, 2012 22:18

    Discordo. A grande causa são ou eurobonds. Esses sim irão dar novamente milhões para o Seguro queimar em infra-estruturas de nova geração. Nem interessa que tal só seja possível numa fase de integração federal de tal dimensão que ao pé dela a perda de soberania actual parecerá um grão de areia. Onde é que isso foi aprovado pelo povo português?

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  3. Trinta e três's avatar
    27 Maio, 2012 22:24

    Sobre o aumento do IV da restauração, o próprio Medina Carreira considerou-o uma medida “estúpida”. De facto, se não vai ser a restauração que vai resolver o problema do desemprego, é preciso reconhecer que é o setor com mais rápida capacidade de resposta em termos de emprego, sobretudo o sazonal (e o verão está à porta). Não é muito, mas é alguma coisa. Também é verdade que em grande parte dos casos o aumento do IVA foi suportado pelas empresas, mas a contrapartida foi um menor gasto em mão de obra.

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  4. MJRB's avatar
    27 Maio, 2012 22:27

    Ia escrever mais ou menos o que Eleutério Viegas colocou.
    Estrangularam o país e a vida à maioria dos portugueses.

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  5. ccz's avatar
    27 Maio, 2012 22:28

    Ainda ontem vi à venda uma marmita toda estilosa com o tag da marca “marmitas com glamour”

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  6. LR's avatar
    27 Maio, 2012 22:31

    A quem o diz, Caro Ccz. Na empresa onde trabalho, tenho-me surpreendido com a variedade de marmitas, qual delas a mais “artística” 🙂

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  7. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    27 Maio, 2012 22:41

    estamos, então, muito felizes com o decréscimo de receitas do IVA de jan-abril.
    esta malta não pára de nos surpreender.

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  8. Rui Baptista's avatar
    Rui Baptista permalink
    27 Maio, 2012 23:00

    Os restaurantes já estavam apertados com a contracção e a subida do iva em muitos produtos alimentares. O iva na conta final foram “só” mais 10% que os empresários tiveram que distribuir pelos lucros, pela conta, pela qualidade do produto e pelo que só eles sabem.
    Classificar 10% como “pouco ou nada”… é a política a falar.

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  9. Rinka's avatar
    Rinka permalink
    27 Maio, 2012 23:04

    “o ajustamento, doloroso mas saudável,”
    Para quem?
    E como chegou à conclusão que não era pelo IVA? A ARESHP diz que sim, mas eles não percebem nada, está visto

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  10. Samuel Quedas's avatar
    27 Maio, 2012 23:05

    Pronto… então se os geniais comentadores acompanham o genial postador, na convicção de que o aumento do IVA não teve efeito algum, nem nos preços, nem no desemprego, nem nas falências, nem na real diminuição da receita que tudo isso causou… está na hora de aumentar o IVA para 50%.
    Muito pode o fanatismo neoliberal!

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  11. MJRB's avatar
    27 Maio, 2012 23:12

    Com óptimo e assegurado futuro, está o restaurante da Assembleia da República !…
    A praticar aqueles preços…
    Os hipócritas dos deputados não se indignam ? — o tanas… Não questionam como é possível o erário público estar a pagar-lhes aquelas benesses ? — ora, Assunção Esteves afirmou há meses que os deputados não têm “a vidinha” dos tugas não-políticos…

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  12. LR's avatar
    27 Maio, 2012 23:29

    Portela,
    .
    “estamos, então, muito felizes com o decréscimo de receitas do IVA de jan-abril.”
    .
    Do decréscimo de IVA quanto é que deverá ser imputado à restauração? Não tendo os preços ao consumidor subido, isso indicia que o consumo seria o mesmo, com ou sem aumento de IVA. Logo, para um idêntico volume de facturação, a receita fiscal arrecadada na restauração terá sido com certeza superior.

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  13. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    27 Maio, 2012 23:46

    “Do decréscimo de IVA quanto é que deverá ser imputado à restauração?” – não tenho informação.
    (…) indicia que o consumo seria o mesmo (…)
    (…) a receita fiscal arrecadada na restauração terá sido (…)
    e pelas formas verbais utilizadas também parece que LR não tem muitas certezas.

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  14. A. R's avatar
    A. R permalink
    27 Maio, 2012 23:47

    Podiam baixar o IVA das fraldas para aumentar a natalidade e dos ginásios para aumentar a saúde. O Neanderthal vive no PS

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  15. nuno granja's avatar
    nuno granja permalink
    27 Maio, 2012 23:50

    Tenho uma pequena empresa e pago 23% de IVA sobre os serviços que presto.
    Porque é que há negocios que se acham no direito de pagar menos?
    Os impostso devem ser iguais para todos. Ponto!

    nuno granja

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  16. LR's avatar
    28 Maio, 2012 00:23

    Portela,
    .
    “e pelas formas verbais utilizadas também parece que LR não tem muitas certezas.”
    .
    Não tenho obviamente a certeza absoluta, dado que não conheço as variáveis todas. O único dado objectivo que tenho é que de Dezembro para Janeiro, em que ocorreu a mudança do IVA, a classe “Serviços de Refeições”, que engloba Cantinas, Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares, pressupondo estabilidade dos preços dos produtos, deveria ter subido 8,8% e subiu apenas 2,7% (dados do INE), o que prova que as empresas suportaram o grosso da subida do IVA. Não disponho de dados do volume de negócios do sector antes e depois do aumento do IVA, mas para que a receita fiscal fosse inferior com a nova taxa, o volume de negócios teria de descer mais de 43,5%.
    Tenho a certeza absoluta que as vendas do sector baixaram significativamente, não sei é quanto. Mas acho muito pouco provável que tenham baixado mais de 43,5%. Ou seja, acho muito provável que a receita de IVA proveniente da restauração tenha aumentado.
    Aqui tem as minhas “certezas”. Quais são as suas?

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  17. A C da Silveira's avatar
    A C da Silveira permalink
    28 Maio, 2012 01:17

    Li mal, ou o aumento das receitas do iva no 1º trimestre aumentou mais de 100 milhões de euros?

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  18. MJRB's avatar
    28 Maio, 2012 01:22

    A C da Silveira,

    Sócrates teria “informado” : “100 mil milhões de euros !” Teixeira dos Santos, se ao lado da criatura, finalmente teria fechado a boca de espanto e incredulidade !

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  19. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    28 Maio, 2012 01:35

    .
    De facto, o PS – partido da rosa e dos homossexuais, lésbicas, abortos, etc, – ainda não percebeu, como nunca percebeu coisíssima nenhuma senão sacar dinheiro e roubar o Povo, a natureza da crise que vivemos. Crise que os próprios socialistas causaram. Também não entendem nem querem entender – pois não! – que o ajustamento, doloroso é saudável e se está a verificar na economia.

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  20. Hawk's avatar
    Hawk permalink
    28 Maio, 2012 04:14

    Mas então a economia paralela já não funciona?

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  21. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    28 Maio, 2012 10:02

    LR, “Aqui tem as minhas “certezas”. Quais são as suas?”
    .
    a única certeza que tenho é que não tenho certezas…ao contrário do governo e dos seus adeptos.
    por exemplo, não tenho certeza que este plano do governo/troika nos vá tirar do buraco em que o bloco central nos meteu…como não está a tirar a Grécia.

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  22. Francisco Colaço's avatar
    Francisco Colaço permalink
    28 Maio, 2012 10:54

    Portela,
    .
    Comparar a situação actual de Portugal à da Grécia faz muito pouco sentido, e cada vez menos fará no porvir.
    .
    O plano da Troika não nos tira de buraco nenhum. Quem nos tirará serão como sempre os pequenos empresários, os médios empresários e os micro empresários que são levados a procurar lá fora a procura que lhes falta cá dentro. O que o programa da Troika assegura é que o Estado vai tendo dinheiro para manter a sua actividade. Caso não houvesse programa, não haveria dinheiro (quem é que emprestava?) e o Estado teria implodido em questão de quarenta e cinco dias, incapaz de pagar aos seus funcionários, fornecedores e (infelizmente existem!) apaniguados.

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  23. António Joaquim's avatar
    António Joaquim permalink
    28 Maio, 2012 15:36

    O aumento de impostos é bom para a economia.

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  24. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    28 Maio, 2012 15:48

    FC … “O plano da Troika não nos tira de buraco nenhum. Quem nos tirará serão como sempre os pequenos empresários, os médios empresários e os micro empresários (…)
    .
    Já nem falo dos que vendem a sua força de trabalho a todos esses salvadores mas, esqueceu-se dos GRANDES empresários !!!

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  25. Lucas Galuxo's avatar
    Lucas Galuxo permalink
    28 Maio, 2012 18:40

    “Baixar o IVA na restauração terá pouca ou nula expressão nos preços ao consumidor, como já não teve na subida”.

    Duas possibilidades:
    – Os donos dos restaurantes estão riquíssimos e vão deixar de estar.
    – O governo manda para o galheiro (ou para o Centro de Emprego), consciente ou inconscientemente, um dos maiores motivos de interesse para o turista visitar Portugal e deixar por cá algum bago.

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  26. Alexandre Gonçalves's avatar
    Alexandre Gonçalves permalink
    28 Maio, 2012 19:39

    Caro LR,
    disse,
    “a classe “Serviços de Refeições”, que engloba Cantinas, Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares, pressupondo estabilidade dos preços dos produtos, deveria ter subido 8,8% e subiu apenas 2,7% (dados do INE), o que prova que as empresas suportaram o grosso da subida do IVA”

    Ora esse aumento brutal de custos nada tem a ver com a possibilidade de mais falências no sector, pois não?
    Vamos aumentar o IVA de 23% para 33% e vamos ver se é a crise que as atira para a falência.
    Claro que não seria, a justificação seria a crise actualmente existente…

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  27. Francisco Colaço's avatar
    Francisco Colaço permalink
    28 Maio, 2012 19:51

    Portela,
    .
    Bem visto, inclua os trabalhadores do sector privado, que o mérito também é deles. Quanto aos grandes empresários, não os incluí de propósito. Aparte algumas empresas como a Portucel, a Delta ou outras honrosas excepções, a maior parte das nossas grandes empresas está mais do lado do problema que da solução.

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  28. LR's avatar
    28 Maio, 2012 20:18

    Portela,
    .
    “a única certeza que tenho é que não tenho certezas…ao contrário do governo e dos seus adeptos.
    por exemplo, não tenho certeza que este plano do governo/troika nos vá tirar do buraco em que o bloco central nos meteu…como não está a tirar a Grécia.”
    .
    Não desconverse, que o ponto não era esse. Neste seu comentário – Posted 27 Maio, 2012 at 22:41 – você insinuava que o decréscimo das receitas do IVA teria a ver com o aumento das respectivas taxas na restauração. Eu demonstrei-lhe que havia forte probabilidade de as receitas de IVA proveniente da restauração terem aumentado face a um cenário de manutenção da taxa anterior. Continuo a não ter certezas absolutas, mas prove-me que estou errado.

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  29. Lucas Galuxo's avatar
    Lucas Galuxo permalink
    28 Maio, 2012 20:34

    Os restaurantes não declaram falência todos logo ao segundo mês, LR. Espere mais um pouco e verá. Se ao fim de dois anos a receita de IVA do sector diminuída dos subsídios de desemprego a atribuir aos respectivos funcionários fôr superior à do ano passado vou fechar-me em casa, nas férias, a ler o Mankiw.

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  30. LR's avatar
    28 Maio, 2012 20:57

    Alexandre Gonçalves,
    .
    “Ora esse aumento brutal de custos nada tem a ver com a possibilidade de mais falências no sector, pois não?”
    .
    As falências existiriam sempre, certamente em menor número se a taxa se mantivesse nos 13%. Isto porque a principal causa das falências tem sido a mudança de hábitos dos consumidores provocada pela crise. Estou convicto que, num cenário de manutenção do volume de negócios em quantidade (vg., nº de refeições servidas) e considerando o aumento de preços ao consumidor de 2,7% que referi em comentário acima, poucos estabelecimentos iriam à falência. Se considerar uma margem bruta padrão de 50% – e duvido que seja inferior – a alteração do IVA, considerando os pressupostos supra, faria baixar a margem para 47%. Acha que isto é suficiente para provocar uma falência generalizada?

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  31. LR's avatar
    28 Maio, 2012 21:08

    Lucas Galuxo,
    .
    “Os restaurantes não declaram falência todos logo ao segundo mês, LR. Espere mais um pouco e verá. Se ao fim de dois anos a receita de IVA do sector diminuída dos subsídios de desemprego a atribuir aos respectivos funcionários fôr superior à do ano passado vou fechar-me em casa, nas férias, a ler o Mankiw.”
    .
    Portanto, você acha que todos os restaurantes irão falir? Lembre-se que à medida que uns vão fechando e admitindo que o negócio deixa de ser atractivo para atrair novos estabelecimentos, os que ficarem ganham quota de mercado e, mesmo considerando que este se retrai, a partir de uma certa altura começarão a aumentar o volume de negócios.

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  32. duarte's avatar
    duarte permalink
    28 Maio, 2012 22:09

    Por muito que se aumente o IVA na restauração e em outros identicos negócios, o imposto pago é sempre uma ninharia. Há mulheres a dias com rendimentos superiores à maioria deste tipo de empresários.
    A bem da “receita”, em vez do aumento do IVA havia que optar pelo aumento da fiscalização.

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  33. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    28 Maio, 2012 22:23

    LR, … “a principal causa das falências tem sido a mudança de hábitos dos consumidores provocada pela crise”
    .
    Crise? Eu adiantaria que a mudança de hábitos dos consumidores tem que ver com aumento de impostos, directos e indirectos, com a quebra abrupta de rendimentos da classe-média/baixa e pelo aumento brutal do desemprego e acho muito POUCO provável que a receita de IVA proveniente da restauração tivesse subido devido ao aumento do volume de negócios!
    se o encerramento de negócios de restauração é devida ao “comportamento” dos consumidores, então eu concluo que esse comportamento está ligado ao encarecimento do produto (por força da subida do IVA ) e a um incremento da propensão para a poupança – por força de aumento de impostos cegos e desemprego. A crise não é um dado abstrato.

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  34. LR's avatar
    28 Maio, 2012 23:44

    Portela,
    .
    Você ora desconversa, ora distorce. Onde é que eu disse que o volume de negócios da restauração aumentou??? Afirmei exactamente o contrário. Releia p.f. o meu comentário Posted 28 Maio, 2012 at 00:23.

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  35. PMP's avatar
    PMP permalink
    29 Maio, 2012 00:25

    Como se está a ser demonstrado em muito países do mundo , a lengalenga austeritária e a obsessão do deficit em vez da redução da despesa, só tem dado maus resultados.
    .
    A lógica acaba sempre por vencer o dogmatismo e falta de estudo da historia da economia.
    .
    Por este andar vamos ter metade da Zona Euro em recessão permanente com um desemprego a bater records historicos , mas os crentes na ortodoxia vão continuar a pedir mais austeridade, tal como os alquimistas pediam mais sangrias aos doentes !

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  36. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    29 Maio, 2012 01:05

    LR… Entao li mal o comentario 28Maio 21;08

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  37. Lucas Galuxo's avatar
    Lucas Galuxo permalink
    29 Maio, 2012 01:34

    “Portanto, você acha que todos os restaurantes irão falir?”
    Obviamente não irão todos falir, LR. Mas concerteza os suficientes para fazer diminuir o saldo da receita para o estado. E para encher de frustração e desespero muitas centenas de famílias.

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  38. C's avatar
    Carlos Guimarães Pinto permalink
    29 Maio, 2012 08:13

    Caro Luis,

    Apesar de estar de acordo que o efeito crise económica terá tido mais impacto do que a subida do IVA, o efeito desta subida não é negligenciável. Se o preço dos bens não aumentou, então foram as margens dos restaurantes que baixaram e, nesse caso, terá tido o seu contribuido para as falências. É sempre bom relembrar que o sector da restauração é possivelmente um dos que mais perto está de concorrência perfeita, devido às poucas barreiras à entrada (qualquer pessoa tem qualificação para abrir um restaurante e as licenças não são especialmente complicadas de obter). Devido a este facto, as margens são baixas e qualquer medida que as comprima ainda mais empurrará muitas empresas para a falência.

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  39. LR's avatar
    29 Maio, 2012 10:07

    Caro Carlos G Pinto,
    .
    As margens dos restaurantes fatalmente que baixaram. Aliás, é normal que sempre que haja aumentos de impostos sobre o consumo eles nunca são repercutidos na totalidade nos preços ao consumidor, tal como a sua descida também não é repercutida de forma integral, beneficiando parcialmente as margens. Isto acontece numa conjuntura normal. Numa conjuntura de crise como a que atravessamos e que provocou uma contracção brutal nos rendimentos, a tendência será para esmagar ainda mais a margem. Daí que, como escrevi num comentário acima, os preços ao consumidor só aumentaram 2,7% quando, “caeteris paribus”, deveriam ter aumentado quase 9%. Daqui se poderá concluir que o aumento de preços terá tido um efeito residual no afastamento da clientela. Esta deixou de ir ao café e ao restaurante porque os impostos sobre o rendimento subiram, a empresa em que trabalham ameaça fechar ou já há desempregados na família. Com ou sem aumento do IVA na restauração, esta conjuntura depressiva provocaria sempre menos idas ao café, ao pub ou ao restaurante, pois trata-se de “extravagâncias” de que se pode facilmente abdicar. Daqui à mudança de hábitos – o Nespresso, por exemplo, está a dar uma ajuda – poderá ir um passo e o sector sofrer uma significativa contracção. Coisa normalíssima, nada que não tivesse acontecido no passado a outros sectores.
    Quanto ao efeito redução da margem, ele terá sido significativo nas falências? Parece-me que depende da dimensão da empresa e margem bruta. Se considerarmos o referido aumento médio de preços ao consumidor de 2,7% e constância das vendas em volume de Dezembro para Janeiro, uma margem bruta inicial de 30% baixaria para 25,8%; se 40%, baixaria para 36,4%; se 50%, baixaria para 47%. Eu diria que a generalidade das empresas, designadamente pequenas e médias, tem flexibilidade suficiente para acomodar oscilações de margens destes níveis. Já será difícil para quase todas acomodar reduções sensíveis e permenentes no volume de negócios.

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  40. joaoR's avatar
    joaoR permalink
    29 Maio, 2012 15:03

    Caro LR,
    Esclareça.me como calculou as variações das margens brutas antes r depois.
    Obg

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  41. Lucas Galuxo's avatar
    Lucas Galuxo permalink
    1 Junho, 2012 03:00

    Vão aparecendo os números…
    http://www.ionline.pt/dinheiro/restauracao-perde-15-negocio-paga-mais-200-iva-ao-estado

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