Mudar os custos de uma pessoa para outra
Fiquei com impressão que o Michael Porter estava a falar de um país solvente. Num pais solvente, interessa que o SNS produza mais valor. Num país falido, o ministro da Saúde não está interessado em que o Sistema produza mais valor porque se isso acontecer tem que pagar esse valor com dinheiro que não existe. O que interessa ao ministro da saúde num país falido é mesmo mudar os custos de uma pessoa para outra, mesmo que no processo destrua valor, isto é, interessa que o SNS dependa menos do endividamento e mais dos pagamentos de quem o utiliza. Como vivemos num país falido, e é bastante difícil desfali-lo, os ministros da saúde vão viver com esta restrição durante muitos anos.
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Uma vez que o SNS é quase integralmente pago por dívidas ou pelo contribuinte é arriscado, mesmo num país solvente, pô-lo a produzir mais valor. É que quem produz valor gosta de ser pago por ele e não há praticamente nenhum limite ao valor que pode ser produzido pelo sector da saúde. Os custos podem duplicar numa decada e rapidamento o país solvente se torna insolvente.
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Mas é estranho que o Michael Porter diga que as taxas moderadoras não resolvem o problema da criação de valor e depois critique a saúde centrada no especialista em vez de ser centrada no paciente. Mas como é que a saúde pode ser centrada no paciente se não é o paciente que paga? Uma vez que quem paga é o contribuinte e quem gere é um ministro que muda de 2 em 2 anos, é óbvio que quem manda são as corporações e essas querem a saúde centrada nos seus membros.
E eu que pensava que o SNS existia para garantir o acesso de qualquer português aos cuidados
de saúde necessários.
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Esta conversa do “país falido” já enjoa. Estes caramelos que usam o “país falido” para tudo e mais qualquer coisa são os mesmos que dizem “alto e para o baile” quando se trata de renegociar e/ou reestruturar a dívida. Se o País está falido, age-se em conformidade com a situação. Agora esta conversa fiada é que não.
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O SNS custa 8 mil milhões por ano .
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A educação custa 7 mil milhões por ano.
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O orçamento é de 75 mil milhões por ano.
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Conclusão : O SNS e a Educação são um gasto baixo no orçamento face á sua utilidade.
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Existem dezenas de entidades e chefias no sector público que podem ser eliminadas antes de mais cortes no Estado Social.
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Caro PMP, faltou referir que o custo com os juros do famigerado empréstimo da “troika” para este ano de 2012 é de mais de 8 mil milhões de euros. Cá está uma boa rubrica para se cortar, digo eu, antes de se “mexer” no Estado Social.
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” Uma vez que o SNS é quase integralmente pago por dívidas ou pelo contribuinte ...”
A ‘confusão’ entre receitas e dívidas é essencial para devaneios políticos. A partir dessa premissa tudo o tipo de raciocínios é possível.
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