de fora
Enquanto, por Portugal, os indígenas andam naturalmente obcecados com a extorsão fiscal que lhes tem sido imposta pelo “governo mais liberal de sempre”, o tal que ia resolver o défice das contas públicas pelo lado da despesa e não apenas da cobrança, o que se está a passar nos EUA poderá ajudá-los mais do que possam pensar: se Mitt Romney mantiver o bom discurso liberal-conservador de ontem e se com ele ganhar as eleições e orientar o governo do seu país, o futuro poderá demonstrar que uma economia em crise profunda se recupera diminuindo o paternalismo do governo e não aumentando-o, como acreditamos actualmente.
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Sucede que Portugal e a generalidade dos países da Europa Ocidental Continental são particularmente sensíveis ao que vem de fora, e acompanham as tendências e os ciclos de influência ideológica dominantes. Nas décadas de 70 e 80 éramos socialistas à maneira de França e dos nórdicos, na década seguinte, graça a Reagan e a Thatcher, compreendemos que a “inevitabilidade do socialismo” era uma fraude mais do que indesejável, tendo regressado ao nanny state com Clinton e Blair, agravado, mais tarde, pelo governo de Barack Obama (e, agora, o inefável Monsieur Hollande), de que foram plagiadores sucessivos, em Portugal e Espanha, António Guterres, José Sócrates e Zapatero.
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Por consequência, se a política americana voltar a desprezar o paternalismo do estado e se, a partir de uma situação de crise profunda como a que vive actualmente, conseguir provar que o que move a economia é menos e não mais estado, mais liberdade económica e menos proteccionismo, pode ser que, por cá, consigamos finalmente compreender que as medidas de engenharia fiscal deste e de qualquer outro governo, para manterem o que é já uma pálida sombra de um modo de vida ineficiente e suicida, só agravarão os nossos problemas, em vez de contribuírem para os resolver.

Sabe, caro rui a., estou agora a ler um livro “keynes vs hayek” aonde o autor afirma que Reagan foi mais keynesiano do que keynes.
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Depois digo-lhe porque. Em todo caso Reagan saiu da presidencia dos eua como pais devedor, mas quando entrou os eua eram credores…
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Rb
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Rui A, voce sabe como na maior parte das matérias, discordo abertamente do que o Anti-Comuna costuma opinar.Mas em relação ao reagam ele tem toda a razão: reagan está longe de ser liberal.
E tenho muito receio que o discurso de romney não passe de fogo de vista, como cá e em espanha aconteceu
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” “keynes vs hayek” aonde o autor afirma que Reagan foi mais keynesiano do que keynes”
É discutível, embora não me custe a acreditar que o Reagan ficou muito aquém do que poderia esperar dele. Todavia, não leram no post que os governos do Reagan e da Thatcher (outra sobre quem também há dúvidas…) tenham sido exemplos de excelência liberal, mas apenas e só (o que, para a época, foi muito, mas muito importante) que romperam com o paradigma socialista/estatista que dominava os EUA, a Inglaterra e a Europa da época. Nessa medida, não tenham quaisquer dúvidas que o depois do que ficou conhecido pela “Revolução Conservadora” da década de 80 foi muito melhor do que se vivia antes. E, por último, muito cuidado com a tentativa (muito em voga nos EUA, nos últimos meses, por óbvias razões eleitorais…) de encostar o Reagan ao Keynes, tal e qual o nosso Obama. O Krugman até já escreveu um artigo com esta tese, obviamente para tentar ajudar a reeleição do Obama.
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Referir que um discurso pode ser “liberal-conservador” é o mesmo que dizer”estar um dia muito anoitecido”:)
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«Referir que um discurso pode ser “liberal-conservador” é o mesmo que dizer”estar um dia muito anoitecido”:)»
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ahahahahaha
grande boca
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Ah! Os USA, esse farol da civilização. E o país onde criam dinheiro do nada para não pagarem impostos. lol
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Rui, parece que pelos USA não conhecem o paleio dos hayekianos tugas.
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http://www.brillig.com/debt_clock/
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Rui, não sei até que ponto o “nosso” estado é tão “social” quanto se apregoa…
O que sei, e todos sabemos, é que o estado é grande e “gordo” e estúpido… À semelhança duma empresa que precisa repensar processos para ser mais competitiva, o estado deveria efectuar uma “reengenharia” global, com vista a optimizar e partilhar recursos (o que não passa por simplesmente “externalizar” funções…). Deveria reduzir de forma drástica a sua estrutura com menos níveis de decisão e mais contacto com o “terreno”.
Se pretendermos (por dogmatismo político) “apenas” erradicar o estado social, correremos o risco de continuar a ter um estado ineficiente cujo “output” se traduzirá na redução do “retorno” que os cidadãos terão da carga de impostos que tem de suportar.
Fala-se muito (de forma mais ou menos abstracta) em “reduzir gorduras”, mas muito pouco em reforçar os “neurónios” do estado.
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“O que sei, e todos sabemos, é que o estado é grande e “gordo” e estúpido… ”
Luís, é isso o Estado Social.
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“grande boca”
Não foi uma “grande boca”, Zazie. O “liberal-conservador” é uma provocação minha já mais do que tradicional, mas, de resto, muito bem sustentada, modéstia à parte…
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ehehe
Não sabia. Nesse caso, parabéns pela ironia.
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Mas deixe cá ver, ó Excelentíssimo Rui. Se Vossência é liberal- e não consta ter feito contrição cataláctica, então considera-se um “liberal progressista” ou um “liberal austríaco” ou um clássico?
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Isto porque, para Founding Father parece-me que se enganou no local de nascimento.
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“Mas deixe cá ver, ó Excelentíssimo Rui. ”
Eu respondo, Excelentíssima Zazie, o “liberalismo clássico” é o “liberalismo austríaco” original, isto é, o dos Bohm-Bawerk, do Mises e do Hayek, descontando a deriva libertária da influência recente dos ancap, do Rothbard e do Hoppe (que têm coisas excelentes, mas pecam por uma indevida leitura da história e do constitucionalismo liberal), que, segundo parece, apanharam recentemente o Soto (eheheh!). Já o “liberalismo progressista”, resultado da má leitura da Revolução Francesa, que confunde, às vezes propositadamente, às vezes por ignorância, o progressismo republicano jacobino com a matriz liberal clássica, de influência constitucional americana, das origens da Revolução, da Declaração dos Diretos do Homem, de Lafayette, e da Constituição liberal de 1791, foi o que influenciou Portugal no século XIX (com excepção de Herculano, bem mais próximo da tradição inglesa), e que é um “liberalismo” político, no sentido de reclamar o fim do Ancien Régime e das limitações à liberdade política e à cidadania igualitária, mas não um liberalismo filosófico.
Por fim, como é evidente e todos bem o sabemos, o “liberalismo clássico” austríaco, mais na versão do Hayek que de alguma coisa do Mises (embora este tambem não deva ser posto de fora), é profundamente conservador. Veja, por exemplo, o significado da “ordem espontânea” do Hayek, aka “mão invisível” do Smith, e a importância da tradição como fonte de transmição de conhecimento e de parametrização dos limites da moral política.
Por fim, quanto ao meu local de nascimento intelectual, se me arranjar um liberalzinho português genuíno (deixemos o Herculano de lado, que também não era exactamente um inovador), ou mesmo uma razoável copy paste dos outros, não me importo de prescindir do Império Austro-Húngaro!
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Acho que é de ficar de cara à banda quando se considera o discurso de Romeny “um bom discurso”. O de ontem não é o mesmo do de sempre.
Já escrevi por aqui que ele estava a mentir ontem ou anda a mentir há mais de um ano; se tiver de escolher apenas um momento, escolho ontem.
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Depois, ainda mais espantoso é perceber que a pretensa nova política de Romeny é uma reciclagem (é mais simpático do que dizer “cópia”) da cartilha Bush que os mandou para onde estão agora.
Poderemos discutir se Obama fez muito ou pouco; se fez bem ou mal; mas o que é indiscutível é que ele pagou o que Bush fez (algo parecido com PPPs).
Não deixo de pasmar como ainda se pode levar a sério o Sr. 47%…
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Pois assim sendo, eu é que não me importava nada de ter o Caríssimo Rui A por Imperador.
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Até já me sinta a Sissi nas valsas da mouraria
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Bem, mas como estamos todos bismerkados até ao tutano, também não ficaria mal recitar a Banda do Casaco:
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Imperador, a tua imperatriz é por um triz que não se diz ser meretriz… e merecia.
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Essa da valsa na Mouraria está bem esgalhada.
Faz uns tempos em que vagueava por aquelas ruelas paralelas à Almirante Reis cá em baixo, sou atraído para dentro de um tasco de onde se ouvia o violino de Helmut Zacarias, de um rádio.
Entrei, mas o cheiro a esperma com bagaço espantou-me.
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Tantos disparates num só post…
Apenas um comentário 🙂
O senhor não faz a mínima ideia do estado em que está os EUA e do que representa Mitt Romney…menos Estado com o Partido Republicano??? loool
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“…se Mitt Romney mantiver o bom discurso liberal-conservador de ontem e se com ele ganhar as eleições e orientar o governo do seu país, o futuro poderá demonstrar que uma economia em crise profunda se recupera diminuindo o paternalismo do governo e não aumentando-o, como acreditamos actualmente”.
Se o “paternalismo” do governo não tivesse injetado os 750 000 milhões de doláres a seguir ao colapso dos “Irmãos Lemos” eu queria ver como é que “…uma economia em crise profunda se recupera…” Balelas!!!
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Reagan revolucionou os USA
tornou-os muito mais fortes em termos políticos…..militares..e económicos
a sua política de abertura do mercado interno..na altura ocupado pelos japoneses……..obrigou os USA a dar largas á imaginação da criatividade privada para competir no mundo
quem teve sorte foi clinton……q apanhou a boa fase da expansaão USA
tal como no brasil
as reformas de FHC deram bons resultados no tempo do ….lula
ah.o reagan ainda ajudou a derrubar esse antro de tirania….e barbárie.chamado URSS
grande VITÓRIA dos direitos humanos
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Prezado Carlos Ferraz,
Antes de qualifiacar como “disparates” os textos alheios convém tomar certa cautela com os próprios, de modo a evitarem-se alguns disparates desnecessários, como, por exemplo, os gramaticais, no caso o “estado” dos “Estados” que “estão” e não o “estado” em que o “estado” (não) “está”. Está ver? É aquela coisa da concordância do predicado com sujeito. Enfim, um disparate!
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De todos os políticos mencionados no post, falta um, o Grande playboy do Texas!!! Esse ao menos ainda vai comprando uns chapéus made in Madeira.
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sem querer ser indiscreto nem desrespeitoso , mas o Sr Rui.A. não se sente cada vez mais isolado aqui no blasfémias ?
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piscoiso
Posted 4 Outubro, 2012 at 16:31 | Permalink
Faz uns tempos em que vagueava por aquelas ruelas paralelas à Almirante Reis cá em baixo,…
Homem, não tenha vergonha de dizer que andava às putas.
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Rui, obrigado pelo seu comentário (4 Outubro, 2012 at 15:23).
Relativamente ao seu “reparo”, tenha em atenção que um estado “liberal” também pode ser “grande e “gordo” e estúpido…” na devida proporção do tamanho que venha a ter…
O que pretendi dizer-lhe (comentário 4 Outubro, 2012 at 15:19) está de algum modo em linha com esta opinião: http://www.publico.pt/Pol%EDtica/opiniao-a-caminho-do-ultraliberalismo-1565896?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29
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Reagan vs Romney. Querem lá ver que ainda vamos assistir à Guerra das Estrela II ?
Aconselho os americanos a submeter o candidato republicano ao detector de mentiras, não vá ele revelar-se tão aldrabão como o rapaz do Ângelo se revelou.
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O Romney disse ontem e varias vezes antes que iria aumentar a despesa militar e baixar impostos , tal como o Reagan e o GW Bush, ou seja aumentar o deficit .
O problema vai ser o AC e o Fernando S a jurarem a pés juntos que vão fixar sem dólares “daqui a dois anos ” ( é sempre daqui a dois anos ) !
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PMP,
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Compare o desempenho económico do Sr. Barack Obama no Governo Federal com o do Sr. Willard Romney no Estado do Massachussets. Um deles aumentou 50% a dívida, o outro debelou o défice., Um deles quer ser julgado pelas promessas que ainda mantém (verdade, confiram!), o outro ṕode ser julgado pelos indicadores económicos.
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Há uma diferença entre o que diz que quer fazer apesar de não ter feito e aquele que mostra que já fez. Não me admira que o PMP seja todo Oba-boneco: também votaria no Sócrates se ele hoje prometesse 300.000 empregos (porquê ficar-se pelos 150.000, os quais não criou, nem poderia criar)?
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Romney pode prometer os 12.000.000 de empregos. Meu caro, fica a saber que o seu consulado no Massachussets teve reporte positivo em termos de défice (anulou!), emprego (criaram-se!) e actividade económica (expandiu!). Ao contrário, o que tem o Obama para mostrar senão que «mantém as mesmas promessas que há quatro anos atrás»? Manter promessas é curriculum para político algum? Se não acredita no que digo, faça o favor de conferir. Se ao fim de conferir ainda tiver uma réstea de respeito pelo golfista semi-profissional, então reservar-me-ei o direito de o considerar ou sicofântico ou interessado ou ignorante ou simplesmente uma azêmola completa.
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FC,
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No meu tempo existia diferença entre um estado e um estado federal.
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No meu tempoum crescimento económico de 2% ao ano após a maior recessão do pós guerra era um bom resultado.
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No meu tempo um progressista como o Reagan ou o Nixon eram bons exemplos.
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No meu tempo o dolar era fixe e parece que continua a ser , pois a malta empresta dolares a 5 anos por 1% ao ano !
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Eu se fosse ao Obama prometia sempre mais 1000 empregos que o Romney, basta partir mais umas janelas e portas de uma país qualquer lá longe.
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PMP,
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Sendo que o Obama não envidou crescimento, não criou empregos (mesmo com duas guerras). Quer saber outro dado estatístico? 70% das baixas no Afeganistão e no Iraque não aconteceram nos oito anos Bush (ah!, o demónio Bush!), com seis anos de guerra, mas nos três anos primeiros da administração Obama. Factos são melhores que opiniões.
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Eu percebo bem porque é que o Romney quer aumentar a despesa com os militares (e no entanto não concordo com essa decisão, acho que traz poucas vantagens em relação a procurar a auto-suficiência alimentar, energética e industrial no todo do continente americano). Enfraquecer os militares como aconteceu no consulado Obama deu o que deu, a ponto de a própria Russian Times dizer que a América decairá em guerra civil e será invadida em breve. Confira, procure, a emissão é da RT e o Google é seu amigo.
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Товарищ волк знает, кого кушать (vantagens de ter o teclado cirílico configurado no Linux).
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Sr.Rui.a:
Embora concorde teoricamente com a maior parte do seu artigo, não deve esquecer que a crise actual advém do excesso de falta de regulação dos mercados financeiros, começada pelo Sr. Reagan e Sra Tacher.Esqueceu-se do sub-prime?Como diz Medina Carreira a decadência do Ocidente deve-se ao fraco crescimento económico com origem na deslocação das industrias produtivas que criavam emprego e riqueza para oriente.Sabe que o mercado suportado pelos financeiros, que só esperam lucros com a especulação, não nos leva alado nenhum.
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Manuel Queiroga,
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A decadência do ocidente começou com consumidores ocidentais que não se importaram de comprar produtos provindos do Estremo Oriente, desde que o preço fosse mais baixo.
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Não sou contra as lojas do chinês. Simplesmente não sou cliente habitual delas.
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FC.
No meu tempo crescer 2% ao ano depois de uma recessão enorme era um bom resultado,
No meu tempo o Obama criar empregos no sector privado era mais liberal que o Bush criar empregos no sector publico e crashar economia por especulação excessiva .
No meu tempo acabar com guerras era mais liberal que comecar guerras.
Eu só discordo do Obama no que respeita ao orçamento da defesa . Eu teria gasto muito mais do que o record de gastos do Iabama , mas contrata novos tropas para o exercito em funções de defesa interna em vez de B2 a custarem 2 mililhoes cada um !
O Obama é um piegas , um centrista !
O Reagan é que era , e o Nixon , esses sim uns Keynesianos a serio .
O Obama é um amador comparado com esses estadistas !
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