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uma sensação desoladora

4 Outubro, 2012
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Acabou de terminar, na CNN, o primeiro debate das próximas eleições presidenciais norte-americanas, com uma supreendente, mas clara vitória de Romney sobre Obama, facto que reuniu o consenso de todos os comentadores da estação televisiva. O debate percorreu os temas considerados mais importantes desta eleição, a saber, a economia, as políticas de segurança social, educação e saúde, o papel do governo na sociedade, o equilíbrio orçamental. Ainda que Romney seja mais enfático na questão da redução dos impostos, os dois candidatos partilham da convicção de que só com impostos baixos a economia americana conseguirá sair do marasmo dos últimos anos e criar emprego. Ambos confiam, também, na livre-empresa como principal dinamizador da vida social, Romney mais, Obama um pouco menos. Sobre o mercado e a economia, Romney não hesita em dizer que, em todas as áreas, “a iniciativa privada faz melhor”, o que não foi nunca desmentido por Obama, apesar deste acreditar um pouco mais na função regulatória do governo federal sobre o mercado.
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No fim, uma sensação desoladora: a minha geração não assistiu, nem assistirá nunca um debate assim em Portugal.

21 comentários leave one →
  1. malpica permalink
    4 Outubro, 2012 07:17

    O sr Rui com essa idade ainda anda à procura do americam dream. Os espanhóis chamavam a esse desiderato a demanda do Eldorado. Tempo perdido, dirão eles hoje,quiçá dirá o Rui amanhã.
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  2. Guillaume Tell permalink
    4 Outubro, 2012 08:29

    Também há muita gente que acredita em Deus…

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  3. piscoiso permalink
    4 Outubro, 2012 08:56

    Não assistirá a um debate daqueles nem em Portugal nem em lado nenhum, exceto nos States.
    Eles também não têm pastéis de nata.

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  4. Eleutério Viegas permalink
    4 Outubro, 2012 09:04

    SEmpre podemos pedir o green card… Mais vale tarde que nunca!

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  5. Bakunin permalink
    4 Outubro, 2012 09:05

    Um debate em que a organização é feita através de uma empresa privada que representando os dois maiores partidos vai vedando o verdadeiro debate ao partido dos verdes, da justiça e até o partido libertário. O que se viu é mais uma manifestação do desprezo que os líderes americanos nutrem pela democracia e pela verdade. O que se viu foram duas prostitutas dos grandes interesses financeiros evitando falar de tudo quanto tenha a ver com justiça social. Para os interessados em democracia o canal Democracy Now fez uma edição em tempo real dando oportunidade aos candidatos afastados de responder em pé de igualdade. Juntar Estados Unidos e democracia na mesma frase começa a ser blasfémia.

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  6. Francisco Colaço permalink
    4 Outubro, 2012 09:08

    Guillaume Tell,
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    Há pessoas que acreditam em Deus, sim senhor, e muitas pessoas inteligentes que acreditam em Deus. E há muitas que servem sem remuneração nas várias igrejas, e que dão muito do seu tempo e substância para melhorar a vida de outros.
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    Acreditar em Deus não qualifica ninguém para o bem ou para o mal. O modo como vivem a sua vida é que os qualifica. Dentro dos cristãos activos (aqueles que realmente vivem a sua religião com convicção e a embebem na sua vida) há pessoas fantásticas, inteligentes e altruístas. Conheço muitas assim, e tenho-as como exemplo.
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    Falando nisso, se alguém souber de vagas para um ajudante de mecânico e para um professor/formador em matemática na Beira Interior (perto da Covilhã e do Fundão), peço que as referencie para francisco.colaco@gmail.com

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  7. Miguel permalink
    4 Outubro, 2012 09:11

    Tem toda a razão. Na Europa, ninguêm cogita a limitação de impostos e a redução do Estado tentacular como solução para os problemas e constrangimentos dos contribuintes e do sector privado, porque todos se vêm como recebedores de benesses do Estado, como se houvesse “dinheiro público”. Na verdade, somente existe dinheiro privado, retirado ao sector privado pelo Estado coercivo. E é com o dinheiro de todos nós que o Estado se governa, retirando riqueza disponivel à sociedade e promovendo as hipoteses de compadrios, corrupção etc

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  8. 4 Outubro, 2012 09:13

    Nos EUA gastam 8400 dólares, por pessoa, por ano, em saúde e apenas 53% desse gasto é estatal. Em Portugal gastasse 2400 dólares, por pessoa, por ano, em saúde e apenas 68% desse gasto é estatal. No entanto, com menos gastos cá não temos como lá cerca de 15% da população sem acesso a saúde porque não conseguem pagar seguros de saúde e temos vários indicadores de saúde melhores, por exemplo, na saúde infantil o risco de morte de bebés até um ano é de 3 por mil cá e de 7 por mil lá.

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  9. Francisco Colaço permalink
    4 Outubro, 2012 10:01

    SM,
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    Antes de falar do Obamacare como único programa de saúde proposto, veja o chamado Romneycare em Massachussets. Há diferenças substanciais nos gastos, para resultados equivalentes, sendo o primeiro muito mais pesado para o tesouro e o contribuinte que o último.

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  10. Francisco Colaço permalink
    4 Outubro, 2012 10:22

    E, sabendo ler inglês, vejam como os serviços estatais de emprego nos Estados Unidos estão au pair do nosso IEFP (no Site da Rasmussen Reports:
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    Wednesday, October 03, 2012
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    “There are no jobs!” That is what people told me outside a government “jobs center” in New York City.
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    To check this out, I sent four researchers around the area. They quickly found 40 job openings. Twenty-four were entry-level positions. One restaurant owner told me he would hire 12 people if workers would just apply.
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    It made me wonder what my government does in buildings called “job centers.” So I asked a college intern, Zoelle Mallenbaum, to find out. Here’s what she found:
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    “First I went to the Manhattan Jobs Center and asked, “Can I get help finding a job?” They told me they don’t do that. ‘We sign people up for food stamps.’ I tried another jobs center. They told me to enroll for unemployment benefits.”
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    So the “jobs” centers help people get handouts. Neither center suggested people try the 40 job openings in the neighborhood.
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    My intern persisted:
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    “I explained that I didn’t want handouts; I wanted a job. I was told to go to ‘WorkForce1,’ a New York City program. At WorkForce1, the receptionist told me that she couldn’t help me since I didn’t have a college degree. She directed me to another center in Harlem. In Harlem, I was told that before I could get help, I had to come back for an 8:30 a.m. ‘training session.'”
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    Our government helps you apply for handouts immediately, but forces you through a maze if you want to work.
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    “WorkForce1’s website says to arrive 30 minutes early, so I did,” Zoelle said. “A security guard told me the building was closed. At 9:15, Workforce1 directed 30 of us into a room where we were told that WorkForce1 directs candidates to jobs and provides a resource room with ‘free’ phone, fax and job listings and helps people apply for unemployment insurance and disability handouts. This seemed like the only part of the presentation when people took notes.
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    “One lady told me that she comes to WorkForce1 because it helps her collect unemployment. One asked another, ‘What do you want to do?’ The second laughed, ‘I want to collect!’ One told me, ‘I’ve been coming here 17 months; this place is a waste of time.’
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    “Finally, I met with an ‘adviser.’ She told me I lacked experience. I know this. I asked for any job she thought I was qualified for, and she scheduled an interview at Pret, a food chain that trains employees. At Pret, I learned that my ‘interview’ was just a weekly open house, publicized on the company’s website. Anyone could walk in and apply. Workforce1 offered no advantage. Despite my ‘scheduled interview,’ I waited 90 minutes before meeting a manager. He told me that WorkForce1 had ‘wasted my time, as they always do.’ He said, ‘They never call, never ask questions.’ He prefers to hire people who seek out jobs on their own, like those who see Pret ads on Craigslist.'”
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    My intern learned a lot from this experience. Here are her conclusions:
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    –It’s easier to get welfare than to work.
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    –The government would rather sign me up for welfare than help me find work.
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    –America has taxpayer-funded bureaucracies that encourage people to be dependent. They incentivize people to take “free stuff,” not to take initiative.
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    -It was easier to find job openings on my own. The private market for jobs works better than government “job centers.”

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    No fundo, envergonha-me que a Tempo Team e a Randstadt façam mais pelo emprego em Portugal que o despesista IEFP. E envergonha-me porque é conhecido por aqui o que penso das empresas de trabalho temporário que existem e abrem por aí.

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  11. bastardo permalink
    4 Outubro, 2012 10:32

    Hey, mas vimos o FCP a ganhar. nothing else matters.

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  12. anti-comuna permalink
    4 Outubro, 2012 11:03

    Ah! As palavras mágicas do Rui: descer impostos.
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    Vc. está mesmo formatado pelo seu martelo: descer impostos e despedir funcionários públicos.
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    Mas aquilo foi algum debate? Aquilo até está pré-negociado para evitar determinados temas. Como, por exemplo, “fiscal cliff”; dívida pública quase igual à portuguesa; desemprego escomndido; dominio económico por parte da Reserva Federal (e anti-democrático); elevada rigidez social (american dream só se for em Porto Rico a vender ganza); elevada assimetria entre pobres e ricos; pobres cada vez mais dependentes do Estado; etc.
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    O Rui ficou enbeiçado com aquilo? Vou ali e já venho. A economia deles sob o espectro do colapso, mantida á tona da água com dinheiro criado do ar (para não subir impostos, ó Rui) e um declinio evidente que até os salários médios deles estão em queda vai para uma porra de anos. E o que eles discutiram?
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    Isto:
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    O Rui só tem um martelo: baixar os impostos (mesmo que trocados pela máquina impressora do Bernanke) e reduzir funcionários públicos. E, portanto, ficou feliz com aquele fraco debate. lolol
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    Uma opinião mais realista: http://globaleconomicanalysis.blogspot.com/2012/10/romney-wins-debate-1-hands-down-not.html

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  13. PMP permalink
    4 Outubro, 2012 11:17

    O AC continua a achar que os EUA estão a ficar sem dólares.
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    Outra vez é demais !

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  14. Francisco Colaço permalink
    4 Outubro, 2012 11:29

    A Alemanha de Weimar a Alemanha nazi e o Zimbabué nunca deixaram de ter marcos ou dólares. No entanto, uma nota de cem mil milhões de Z$ em 2009 não chegava para mandar cantar um cego.
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    O caminho da impressora em roda livre acaba por ser este.

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  15. anti-comuna permalink
    4 Outubro, 2012 11:35

    O Irão também não tem falta de dinheiro, caro Colaço:
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    http://www.lankabusinessonline.com/fullstory.php?nid=848342070
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    O PMP não sabe porquê que o Irão está sob a hiperinflação. Mas um dia vai perceber. ehehhheeh

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  16. Francisco Colaço permalink
    4 Outubro, 2012 11:51

    Anti-Comuna,
    .
    Não concordamos em tudo, mas numa coisa estamos em sintonia: demasiado estado numa economia nunca funcionou em lado nenhum. Em certas coisas o Anti-Comuna é mais liberal do que eu, noutras ultrapasso-lhe a milhas. Isso é comum, desejável e mesmo expectável, já que dois portugueses terão sempre três opiniões.
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    Afora isso, temos com o LR uma aposta com um balde de cerejas da minha parte. Infelizmente, vai vencer o LR.

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  17. anti-comuna permalink
    4 Outubro, 2012 11:56

    ” Em certas coisas o Anti-Comuna é mais liberal do que eu, noutras ultrapasso-lhe a milhas. Isso é comum, desejável e mesmo expectável, já que dois portugueses terão sempre três opiniões.”
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    E ainda bem, não é? 😉

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  18. Fenris permalink
    4 Outubro, 2012 15:32

    Vendo, pura e simplesmente, o debate também fiquei com a sensação de uma clara vitória do Romney. O Obama foi uma sombra daquilo que se esperava e o Romney superou claramente as expectativas.
    .
    Contudo, usando uma memória maior do que a de um peixe de aquário, dei por mim a pensar quem seria este Romney…nunca o tinha visto. As ideias não são as mesmas que foram propaladas, pelo próprio, durante mais de um ano e também não me pareceu o Romney dos 47%.
    Assim, vendo como um todo, o Romney superou em retórica mas superou, ainda mais, em mentira. Sim, ou mentiu durante mais de um ano ou mentiu ontem…e eu tenho para mim que foi ontem.

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  19. joao permalink
    4 Outubro, 2012 15:47

    Sem o teleponto Obama é mais fraquinho e inseguro que o habitual…..só é uma surpresa para quem vive os EUA pela imprensa nacional. No entanto Obama tem os media progressistas ( a maioria ) do seu lado….é o que lhe vai valendo. E entretanto eles vão arranjar outra anedota sobre o Romney para divertir as massas….

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  20. Fenris permalink
    4 Outubro, 2012 15:52

    …sendo certo que nem precisam de se esforçar muito, vide janelas dos aviões.

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  21. Francisco Colaço permalink
    4 Outubro, 2012 17:13

    Fenris,
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    … das quais se «esqueceram» de apontar o óbvio: que ele estava a reinar. É do carácter dele, ele faz sempre isso.
    .
    Nem a campanha Obama fez alarde disso porque sabiam o que era uma brincadeira. Apenas alguns bloggers parecem ser mais espertos que os espertos (para não dizer mais burros que os burros).

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