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Diferenças substanciais

18 Outubro, 2012

Via Aventar cheguei a esta reportagem: Latim volta a ser popular nas escolas e universidades da Alemanha Este tipo de escolha pressupõe um atitude completamente diferente não apenas face à escola mas também face à vida. Por cá  acredita-se que escolhendo o que  dizem ser mais fácil se conseguem os mesmos resultados. E assim não só o latim acabou uma disciplina morta como na escolha das línguas vivas vigora a idiotice: em algumas escolas reina agora a convicção que o espanhol é mais fácil que o francês e que o alemão e então toca a escolher espanhol.

21 comentários leave one →
  1. lupus's avatar
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    18 Outubro, 2012 08:33

    “Por cá acredita-se que escolhendo o que dizem ser mais fácil se conseguem os mesmos resultados”

    Pois é. Acaba-se a escrever “se conseguem” em vez de “se consegue”.

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  2. Emanuel Lourenço's avatar
    Emanuel Lourenço permalink
    18 Outubro, 2012 08:36

    No meu tempo não havia espanhol na escola, se houvesse teria sido uma das minhas opções, não por ser “mais fácil” que o francês ou o alemão mas porque é muitíssimo mais falado que os dois anteriores.

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  3. Évora's avatar
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    18 Outubro, 2012 08:45

    Évora – mais de 100.000 milhões de divida – governo PS
    Aqui na província os jovens têm escolhido o “Espanhol” ou será Castelhano, por causa das oportunidades de emprego e por causa do ingresso em Universidades Espanholas. não pela facilidade.
    Um abraço para o ZORRINHO. Comuna

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  4. João Branco's avatar
    João Branco permalink
    18 Outubro, 2012 09:00

    Sem querer tirar o mérito aos alemães, deve ser dito que a gramática alemã ainda preserva muito mais componentes latinas (inflexões, dativo) do que as restantes linguas em uso actualmente (incluindo as de origem latina). Aprender latim é efectivamente uma mais valia para saber pensar em alemão…

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  5. miguelmadeira's avatar
    18 Outubro, 2012 09:22

    Penso que a razão porque o espanhol anda a ser escolhido em massa em muitos sítios é porque há a ideia que tem mais saídas profissionais e também para ir estudar para universidades espanholas, não por ser considerado mais “fácil”.
    .
    Diga-se que quando soube que os meus sobrinhos (que entraram agora no 7º ano) tinham escolhido francês, perguntei-lhes e às minhas irmãs qual era a lógica de escolher uma língua que já ninguém fala.
    .
    E, se tirarmos a França propriemente dita e aqueles países vizinhos que só não são França por acidente, há algum país francofono que não seja um atraso de vida (frequentemente muito pior que os países hispanofonos da América Latina)?

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  6. António Martins's avatar
    António Martins permalink
    18 Outubro, 2012 09:29

    Apesar de dizerem que Português é a lingua Romance mais próxima do latim, não se parece nada. E francamente não entendo qual é a vantagem para todos os alunos de aprender latim, em e também tem especial para mim da área das engenharias. Uso no dia a dia mais palavras derivadas do Grego do que do latim, porque não aprender grego, que também tem declinações, e um literatura de mais de mil anos, com um teatro muito superior ao latino. Os romanos eram práticos, mas culturalmente toscos, sempre se disse que os gregos foram conquistados pelas armas, mas os gregos ganharam nas ideias. Se calhar vai acontecer hoje o mesmo com a Alemanha, mas não acredito, a cultura alemã criou Marx, Kant, Nietschze… e crapulas da RDA…. Inclusive, a biblia actual deriva das versões em grego, de onde a vulgata saiu, e a influência grega na cultura judaica-cristã é anterior ao nascimento de cristo, basta ler o livro da sabedoria, mudaram uma religião tribal , como é visivel no livro do deutoronómio por exemplo, em algo mais civilizado…
    Se fosse no tempo de Newton e Galileo, o.k, era a lingua da cultura e da Ciência. Mas mesmo Alemão deixou de o ser, da Ciência, no princípio. E aprender uma matéria apenas porque é difícil é tão idiota como fazer as coisas por serem mais fáceis, além de parecer arrogante…

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  7. votoembranco's avatar
    votoembranco permalink
    18 Outubro, 2012 11:02

    O Passos Coelho achou que era melhor licenciar-se numa universidade do PSD, porque era mais fácil e o Relvas licenciou-se em equivalências noutra universidade do PSD por ser ainda mais fácil!
    Qual é então a conclusão do seu post?

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  8. hajapachorra's avatar
    hajapachorra permalink
    18 Outubro, 2012 12:18

    Em algumas escolas?!?!?! Em todas as escolas. Não há turrmas de francês nem de alemão em lado nenhum. Deve haver tantas escolas com alemão como com latim. Os socretinos, de antes e de agora, dão cabo desta merda toda.

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  9. Balio's avatar
    Balio permalink
    18 Outubro, 2012 12:21

    Eu certamente que faço parte daqueles a quem a Helena Matos designa por idiotas.
    Eu quero que os meus filhos aprendam uma língua útil, isto é, uma língua que seja falada por muita gente, e como tal escolho o espanhol em detrimento do francês. Porque o espanhol é falado em toda a América Latina enqanto que o francês, afora a França, só é conhecido em Marrocos, no Vietname e em mais dois ou três países irrelevantes.
    Quanto ao latim, é uma língua morta, está fora de consideração.

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  10. Balio's avatar
    Balio permalink
    18 Outubro, 2012 12:27

    Deve-se referir que o latim era, até há poucos anos, de ensino obrigatório na Alemanha. E isto por duas razões. Primeiro, porque a gramática latina, com as declinações, se assemelha à alemã. Segundo, porque, sabendo latim, um alemão consegue, com alguma habilidade, entender uma data de línguas. Por exemplo, um colega meu alemão conseguia entender-me a falar português, ou pelo menos identificava muitas palavras.
    Nenhuma dessas razões se aplica em Portugal, pelo que, este post da Helena é perfeitamente ridículo.
    Eu diria que, em Portugal, o que se deveria aprender a falar era alemão. Infelizmente, muito poucas escolas o têm disponível.

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    • António Martins's avatar
      António Martins permalink
      18 Outubro, 2012 14:30

      Houve por aqui um especialista que disse que aprendendo latim, se conseguiam perceber uma data de linguas. Gostava de saber quais? Pelo pouco que sei de latim (e de Alemão), acho difcil que alguém a saber latim consiga perceber português. Algumas coisas que mudaram de latim para português: apareceram os artigos definidos em Português que em latim não existiam (alemão é similar a português neste caso), desapareceu um género gramatical o neutro (apenas Espanhol manteve um resquicio dele), estrutura de frase básica passou a ser sujeito-verbo-objectos em vez de sujeito-objecto-verbo (alemão apenas o tem em orações subordinadas), os substantivos deixaram de diferentes terminações conforme as declinações que desapareceram (alemão tem declinações mas com excepção à concordância com número, o genitivo, e algumas excepções, os substantivos nunca variam), e muitas mais coisas. Até no tempo dos Romanos já poucos falavam latim correctamente (grafitti em Pompeia mostram isso) e grego koine, o dialecto da lingua daqueles marmanjos gastadores, era mais falado. Fale do que sabe e não invente.

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  11. Rafael Ortega's avatar
    Rafael Ortega permalink
    18 Outubro, 2012 13:02

    Faz muito mais sentido aprender a falar espanhol do que francês. Fora a França, alguns seus vizinhos, e uma parte do Canadá (onde também dá para falar inglês) ninguém relevante sabe francês. A América Latina fala espanhol ou português. Alguém que domine essas línguas pode ser um quadro valioso para qualquer empresa que se queira internacionalizar para lá.

    Alemão deve ser interessante, mas não justifica saber alemão para nos entendermos com menos de 100 milhões de pessoas.

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  12. trill's avatar
    trill permalink
    18 Outubro, 2012 13:51

    e quem são os burros que querem aprender espanhol? E para que isso serve?

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  13. trill's avatar
    trill permalink
    18 Outubro, 2012 13:54

    “Alguém que domine essas línguas pode ser um quadro valioso para qualquer empresa que se queira internacionalizar para lá.”
    .
    olha que giro… Por acaso eu só tinha sucesso entre as élites argentinas quando falava francês (pq algumas ainda andam no século passado). Se falasse espanhol nem para mm olhavam. Quanto falava espanhol tb tinha grande sucesso com as mulheres, mas não era por falar espanhol: era por falar o meu espanhol exótico que não necessitei de aprender nas escolas.

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  14. trill's avatar
    trill permalink
    18 Outubro, 2012 13:57

    na América Latina, c exceção da Argentina que é “especial”, valoriza-se um bom inglês, com sotaque americano de preferência, não o espanhol. Mas quem quer falar espanhol? Por favor…

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  15. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    18 Outubro, 2012 14:50

    Não entendo porque é que alguém há de fazer tão grande investimento para aprender espanhol.
    Chinês, Alemão ou uma Lingua de Leste ainda faz algum sentido.
    Agora espanhol que comprem uns audio-livros e treinem. Não precisam de escola para isso.

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  16. Lionheart's avatar
    Lionheart permalink
    18 Outubro, 2012 15:17

    A língua do Voltaire, do Tocqueville, do Victor Hugo, a língua de um país cuja cultura foi a mais influentes da Europa nos séculos XVII e XVIII, não serve para nada?? Concordo plenamente com a Helena. O espanhol tornou-se opção maioritária porque é mais fácil, dá menos trabalho, e por causa da influência da espanholada sobre a nossa esquerdalhada (que se movimentou muito bem para que a sua língua passasse a ser a língua estrangeira com mais influência a seguir ao inglês). O resultado é gente cada vez mais burra e calona. E depois a Merkel é que tem a culpa.

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  17. Euro2cent's avatar
    Euro2cent permalink
    18 Outubro, 2012 23:04

    Chinês (mandarim, essas merdas).

    Par os mais afoitos a empregos na hotelaria.

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  18. André's avatar
    André permalink
    19 Outubro, 2012 07:04

    Como aluno do 12.º ano já não escolhi línguas, mas no 10.º ano escolhi-as. Primeiro, tentei escolher Latim, mas aconteceu algo muito interessante. Apesar de haver dez alunos (o número mínimo requerido, à data, para abrir uma disciplina) interessados na disciplina (como mais tarde um professor me contou), a escola não abriu a disciplina porque não tinha professor. Confesso que fiquei muito, mas mesmo muito chateado. Afinal, a escola para poupar custos (porque já nessa altura as escolas tinham de poupar, apesar da festa que foi) hipotecou os estudos de alunos que queriam estudar e cujos pais pagam impostos. A culpa não foi dos alunos, mas da escola.
    Depois, resolvi escolher Francês (na verdade, deram-me a opção de escolha, ou Francês, ou Alemão, eu é que não queria duas línguas germânicas num ano). A minha turma de Francês foi curiosamente composta de dez pessoas, acabando por ver por desistências o número de alunos reduzido a seis. Podem dizer-me que não era previsivel, mas o facto é que a escola teve de gastar ainda mais dinheiro, porque no ano seguinte tiveram de manter a turma, que como uma pessoa deixou de ter dinheiro para andar na escola pública, ainda ficou reduzida a cinco alunos (dos quais quatro fizeram exame, uma vez que eu resolvi fazer o exame de Filosofia, tirando a melhor nota da escola).
    Também curiosamente, aquela escola não tem Espanhol, uma vez que não tem professor. Tem Alemão, que pode ser dado por duas das professoras de Inglês. Mas sobretudo tem outras disciplinas mais fáceis, como Geografia ou MACS. São essas que os alunos escolhem.

    P.S. Caso acreditem que a recusa de disciplinas é um caso isolado, acreditem que por cortes nas despesas não pude ter este ano Economia C, tendo de ter a linda Sociologia em que até agora, apesar de duas fichas classificadas com 18, não aprendi nada de novo. Isto é o meu Estado a hipotecar o meu futuro, mais valia não pagar impostos. Mas pelo menos, não preciso de retribuir ao meu país o dinheiro que gastou comigo (cortou tanto na despesa, que deve gastar menos comigo do que aquilo que a minha família paga de impostos).

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  19. André's avatar
    André permalink
    19 Outubro, 2012 07:13

    Para Rafael Ortega:
    “Fora a França, alguns seus vizinhos, e uma parte do Canadá (onde também dá para falar inglês) ninguém relevante sabe francês.”

    Caso não saiba, a língua oficial da UE ainda é o Francês. Essa parte do Canadá, o Quebeque, é só a parte com mais poder económico. Os vizinhos da França, como a Bélgica, o Luxemburgo, ou o cantão francês da Suíça são só alguns dos países com empresas importantíssimas na economia europeia e mundial. A própria França é uma potência presente no G8, demonstrativo do seu poder, não acha?
    Uma boa parte dos países africanos fala francês (e esses países são mercados em expansão). O Espanhol tem a vantagem de poder ser falado com muita gente. Mas um facto é que o Francês tem a vantagem de falar com gente com mais poder. Considero isso mais importante para a minha carreira.

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  20. António Fernando Nabais's avatar
    António Fernando Nabais permalink
    20 Outubro, 2012 00:26

    O António Martins não é obrigado a gostar de Latim, é claro, mas daí a reduzir os romanos a uns toscos, derrotados intelectualmente pelos gregos, vai um passo em direcção ao simplismo. A nossa cultura e a nossa língua, incluindo o que veio da Grécia e da Galileia, chegaram-nos, sobretudo, através do latim. No campeonato do teatro, é muito difícil decidir se Aristófanes é superior a Plauto e, pela parte que me toca, prefiro não escolher, lendo ambos, como prefiro não escolher entre Cícero e Platão. Prefiro ver a cultura latina como um prolongamento natural da grega e não há necessidade de subalternizar nenhuma, mesmo que os romanos não conseguissem esconder um certo complexo de inferioridade, patente, por exemplo, em Horácio.
    Estudar latim permite conhecer melhor a língua portuguesa e é evidente que as semelhanças não podem estar nas diferenças: para lá das diferenças sintácticas e morfológicas, a riqueza cultural e linguística que faculta o estudo da etimologia é incalculável e possibilita aos alunos um melhor conhecimento do português, da cultura portuguesa e da cultura europeia, de uma maneira geral. Um pormenor: os “grafitti” de Pompeia provam que havia romanos a escrever incorrectamente, não provam que havia romanos a falar mal (embora seja evidente que deveria haver muitos e variados sotaques, o que é compreensível, tendo em conta o tamanho do império): os erros são dados por pessoas pouco escolarizadas que escrevem como falam (o que acontece ainda hoje).
    Finalmente, escolher uma disciplina por ser mais fácil será sempre um erro, como será errado escolher outra só por ser difícil. Uma disciplina deve ser escolhida por ser útil: para quem saber mais português, há poucas disciplinas mais úteis do que o Latim. Falo do que sei, porque estudei e ensino Latim.

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