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Pensamento mágico

18 Outubro, 2012

Esta ideia infantil de que a austeridade poderia acabar porque o FMI mudou de ideias só poderia ocorrer num país de elites disfuncionais dominado pelo pensamento mágico. A razão pela qual a austeridade terá que continuar por vários anos nada tem a ver com a vontade do FMI, as previsões do FMI ou o facto de a Merkel ser uma bruxa má. Terá que haver austeridade porque o Estado português tal como está é insustentável. A dívida é demasiado elevada, o défice é demasiado elevado e quem tem dinheiro para emprestar tem melhores clientes a quem emprestar por esse mundo fora. O Estado não tem como se financiar a partir de 2014, pelo que existem duas alternativas, ou se aperta muito o cinto até 2014 ou aperta-se ainda mais o cinto a partir de 2014. Em qualquer dos casos, as nossas elites disfuncionais vão berrar.

16 comentários leave one →
  1. Wall Streeter permalink
    18 Outubro, 2012 08:35

    Mas ainda não reparou que são os «paus mandados» dessas élites que refere que se encontram no governo?!…

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  2. Miucha permalink
    18 Outubro, 2012 08:58

    Ainda no tempo do Carmona Rodrigues na CML, lembro-me de ter havido uma qualquer pega entre este e a Guta Moura Guedes, claro por causa dos financiamentos camarários às festas artísticas da Guta e ficou-me até hoje, e há-de ficar para todo o sempre, aquela frase da Guta aos jornais, que se tornou uma máxima deste pensamento mágico que imperou pelo torrão durante 20 anos: “Havendo boa vontade o dinheiro aparece.” Referia-se como é óbvio aos dinheiros vindos da CML para as suas mostras de arte…E prontos! Tá tudo dito! Porra! Aqui na minha terra é só mesmo com muito trabalho e mesmo assim…

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  3. neotonto permalink
    18 Outubro, 2012 09:01

    E dizem que diz o JM. A moda é andar anoréxico.
    E quem bem prega o Frei Tomás. Um latino de gens puros…

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  4. JEM permalink
    18 Outubro, 2012 09:40

    Austeridade é uma hipérbole. Não à austeridade num orçamento onde os gastos excedem em mais do que 10% as receitas.

    O problema é que depois de décadas a fio a gastarmos mais do que produzimos, os portugueses passaram a achar que isso é o normal.

    Em portugal todos conhecem a palavra défice. Poucos conhecem a palavra superavite.

    Num país em envelhecimento o normal seria o Estado (a seg social) gerar superavites para pagar as reformas futuras.

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  5. A. Trigueiro permalink
    18 Outubro, 2012 09:44

    A dívida é demasiado elevada mas com estas políticas continua a crescer e muito. (Estava nos 100% há dois anos e está quase nos 120%)
    O défice é demasiado elevado, mas continua na mesma , na ordem dos 7%.
    A economia está a ser arrasada todos os dias e sem economia nenhum destes problemas tem solução.
    Isto é tão evidente que , da esquerda à direita, todos os que possuem um bocadinho de bom senso o reconhecem.

    Todos, não….Há sempre alguém que o nega, por pura cegueira ideológica..

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  6. piscoiso permalink
    18 Outubro, 2012 09:48

    Tretas.
    Quem andou a viver acima das suas posses, que pague agora o que deve.
    Quem só gastou o que tinha, e são mais que as mães, é injusto que agora tenha de contribuir para os calotes dos outros.

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  7. armendes permalink
    18 Outubro, 2012 10:21

    A austeridade por si só não é nada nem se poderá considerar como uma estratégia de desenvolvimento, mas num País em que quase tudo o que se consome é importado é impossível pensar que não chegaria o momento em que seria necessário travar o consumo a fundo, porque ninguém nos iria(á) subsidiar eternamente.
    Apenas a extensão da base de aplicação da austeridade é extraordinariamente questionável, porque um País que taxa 14,5% de IRS a quem ganha € 7 000 por ano ultrapassa os limites do decoro, e isto deveria ser algo que nos deveria envergonhar a todos como coletivo .
    No restante, temos todas as discussões estéreis em que nos deixamos envolver e que são espantosas porque totalmente inúteis, porque, por um lado, a existência de austeridade é incontornável num País que não tem meios para suportar o seu consumo e os seus gastos e porque, por outro, o caminho de saída está fechado porque ninguém no seu perfeito juízo investirá um qualquer centavo em Portugal sem efetuarmos um conjunto de reformas profundas (justiça, fiscal, custos básicos de produção, etc..) que nos tornem minimamente atrativos e competitivos.
    Mas a ausência de reformas absolutamente fundamentais não me espanta porque neste nosso estado corporativo, muito mais agora que nos tempos do dr. Salazar, as reformas verdadeiramente importantes não avançam por ação direta das corporações, que rapidamente enlearam o governo de Portugal.
    O verdadeiro problema do País não é a austeridade, é o termos um governo que não mexe com os interesses corporativos instalados e que por isso não cria condições para evoulirmos.
    É o País dos consensos, eufemismo para justifcar a validação de tudo pelas corporações, é no fundo um País estagnado, mas cheio duma austeridade que todos censuram e que no fundo é diretamente causada por esses mesmos que a censuram.

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  8. General permalink
    18 Outubro, 2012 10:46

    Eu pertenço ao clube dos otários que gastou só o que tinha , por isso não pago nada a essa borregada que andou anos e anos a pastar em pastos não pagos, puta que os pariu , vão mamar todos nas tetas da cabritinha !

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  9. 18 Outubro, 2012 10:50

    São tempos novos, é necessário mudar muito.
    O problema é que quem decide é testa de ferro de interesses instalados que não admitem que se avance para soluções que não controlam.
    E, pior que isso, não admitem que os instrumentos que gerem e dispõem já não respondem às novas exigências nacionais, dos países desenvolvidos em perda de riqueza (deslocalizada para os países emergentes).
    São necsssários novos instrumentos. Os mercados financeiros internacioanais (e o EURO) funcionam bem no suporte das relações comerciais e financeiras globais. Mas não quando há um problema nacional que precisa de ferramentas de ação local. É para aí que teremos de olhar e agir.
    http://notaslivres.blogspot.com/2012/09/medida-2-criacao-de-condicoes-para.html

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  10. PMP permalink
    18 Outubro, 2012 11:34

    O JM ainda não reparou que existe uma coisa chamada crédito bancário.
    .
    Com a austeridade excessiva dos nabos deste governo a economia crasha por causa do crédito.
    .
    Acho que isto já foi demonstrado para aí em 1930 !
    .
    Tanta ignorancia mete dó !

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  11. lucklucky permalink
    18 Outubro, 2012 12:28

    “Austeridade é uma hipérbole. Não à austeridade num orçamento onde os gastos excedem em mais do que 10% as receitas.”
    .
    É pior que hiperbole, é manipulação e mentira da esquerda e direita social só possível com uma população ignorante fruto da educação que essa mesma esquerda e direita promove.
    .
    Austeridade e agora a novel palavra sacrifícios só chegará quando o que produzimos for mais do que consumimos.
    Não há austeridade e sacrifícios quando o cartão de crédito é meramente reduzido.

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  12. esmeralda permalink
    18 Outubro, 2012 13:32

    Na mouche!!!!

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  13. 18 Outubro, 2012 17:47

    “quem tem dinheiro para emprestar tem melhores clientes a quem emprestar por esse mundo fora.”
    — Quem são os melhores clientes? Os que pagam juros altos ou juros baixos?

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  14. Economista permalink
    18 Outubro, 2012 20:15

    @ Luis FA: os melhores clientes são os que pagam.

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  15. LuisF permalink
    18 Outubro, 2012 20:20

    @ Economista — … eis um dos atractivos das dívidas soberanas. Raramente deixam de pagar.

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