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21 Novembro, 2012
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Passos Coelho anunciou que irá pedir apoio comunitário para a reforma do estado português, já que esta, como ele disse e bem, “constitui uma peça fundamental na modernização dos nossos países e que também requer enquadramento financeiro europeu”. Na verdade, se o projecto europeu quiser preservar o que lhe é essencial – as velhas “quatro liberdades” instituidoras, que visam a criação de um mercado comum de produtores e consumidores baseado nas regras do livre mercado -, então, é mais do que justo que apoios comunitários sejam destinados à adequação dos estados-membros aos princípios da liberdade económica e empresarial. Mesmo porque, em boa medida, muitos dos entraves e empecilhos à concretização desses princípios, que contaminam, hoje, muitos dos seus estados-membros (entre eles Portugal), resultaram de políticas europeias dos últimos anos, inspiradas no famoso “modelo social europeu”. É, pois, muito boa altura de deixarmos de lado os devaneios construtivistas de alguma burocracia e classe política europeia, e regressarmos ao essencial.

11 comentários leave one →
  1. Fenris permalink
    21 Novembro, 2012 14:17

    Pá… tenho alguma dificuldade em perceber, exactamente, o que quer e o que anda a fazer o Governo.
    Não vou discorrer o imenso rol de questões que se prendem com tomadas de posição ou de suposta tomada de posição de quem nos governa mas nunca consegui entender o motivo que levou o Passos Coelho a não se reunir, em Itália, com o grupo dos enterrados e dos que já se sentem a enterrar. Não entendo!
    Ele diz que foi por causa da cena do Estado com os super influentes, a nível europeu, marcelos e soares e marques mendes e tal…mas já se pôde pôr a monte para o 5 de Outubro.
    .
    Não entendo o que andam a fazer e temo que eles não andem a fazer coisíssima nenhuma além de segurar na tesoura e ir apertando aqui e ali.

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  2. tric permalink
    21 Novembro, 2012 14:23

    Quando é que Portugal sai da zona Euro !!!!??? Pedro Passos Coelho ainda raciona sobre uma Europa que já não existe…o que Portugal é uma tragédia !! em vez de andarem a fantasiar sobre a Europa, faziam melhor figura em pensar no pós Auto-Europa…a Auto-Europa não aguenta muito tempo em Portugal com a crise avassaladora que atravessa o sector e sem fim à vista…como

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  3. Xico Cabaço permalink
    21 Novembro, 2012 14:49

    Isso deve ler-se assim: pedir graveto para pagar as indemnizações aos funcionários públicos que ele quer despedir.
    .
    O problema, como tudo, é o «day after». É que essa malta não vai desaparecer e, no dia seguinte, vai querer continuar a viver e a – creio! – trabalhar, só que…
    .
    Como toda a gente sabe, este tipo de funerais deve fazer-se em tempos de expansionismo, onde haja capacidade para o setor privado absorver parte da mão de obra. Como toda a gente sabe, a próxima década (pelo menos) não preenche esse cenário, logo…
    .
    Como dizia o gajo da Siemens, é preciso despachar 200 mil funcionários públicos. Eu acho bem, só não estou a ver é o que se lhes vai fazer. Isto é, podíamos pedir conselhos ao Adolfo, mas tenho a sensação de que a malta não iria reagir lá muito bem.
    .
    Um exemplo: há tempos uma colega do meu filho deu um tombo no recreio e esbardalhou um braço. Quando a funcionária a quis levar ao médico, ela recusou, recusou, recusou e não foi. Porquê? Não tinha dinheiro para pagar os 20 euros na urgência.
    .
    É FODIDO!

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  4. piscoiso permalink
    21 Novembro, 2012 14:55

    Escreve-se no final do post que é altura de nos deixarmos de alguma burocracia europeia, quando o pedido de apoio comunitário para a reforma do estado português é exatamente uma medida burocrática.
    Vá ao guichet do primeiro andar tratar disso.

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  5. Portela Menos 1 permalink
    21 Novembro, 2012 15:16

    a memória é uma coisa muito importante e todos devíamos ter uma:
    http://www.ionline.pt/portugal/necessario-ultrapassar-estigma-afastou-portugal-mar-agricultura-industria-diz-cavaco-silva

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  6. Basto_eu permalink
    21 Novembro, 2012 15:38

    Lá vamos moinar mais algum, não sabemos fazer outra coisa que não seja pedinchar…ou há-de ser à custa da sombra da bananeira do Estado ou à custa da sombra da bananeira da Europa. Quando esta der o berro não sei como é que vai ser…

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  7. A C da Silveira permalink
    21 Novembro, 2012 15:39

    Xico Cabaço, o melhor é continuar a pedir dinheiro emprestado para manter os ordenados desses 200 mil. Porreiro, pá!
    Quanto à colega do seu filho que se aleijou no recreio, devia saber que ninguem em Portugal, e muito menos uma criança, fica sem assistência hospitalar por não ter dinheiro. Por outro lado, não é normal uma criança, ou uma jovem, andar com notas de 20 no bolso. Essa conversa é verdadeiro terrorismo social, só serve para tentar assustar as pessoas.

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  8. A C da Silveira permalink
    21 Novembro, 2012 15:44

    De acordo com o Portela-1, ficamos a saber que as negociações para aderir à então CEE, feitas entre 1982 e 1985 foram feitas pelo Cavaco, que só foi pró governo depois da assinatura do tratado de adesão em 1985. Por outro lado dizer que alguem destruiu o que praticamente não existia, industria, agricultura e pescas, é não saber do que é que se está a falar. (Entre 1983 e 1985 tivemos cá o FMI, lembram-se?) A ignorãncia, é realmente um espanto!

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  9. Xico Cabaço permalink
    21 Novembro, 2012 18:02

    A C da Silveira, admito que fique mais barato pagar subsídio de desemprego, primeiro, e o RSI, depois, do que mantê-los como funcionários do Estado. O problema é que isso tem reflexos diretos na economia. Enquanto pequeno empresário agrícola, sei do que falo, longe da macro.
    .
    Quanto à colega do meu filho, tudo o que eu disse é factual e verdadeiro. A miúda não foi ao centro de saúde por não ter dinheiro para pagar a urgência. E, sim, ficou sem assistência médica, se não considerarmos a água oxigenada, o algodão e a betadine que a funcionária lhe aplicou à laia de cura. Pelo que sei, teve de esperar até ao dia seguinte para tentar uma consulta no médico de família.
    .
    Quanto ao terrorismo, pá, vai chamar pai a outro, que daqui não levas nada, porque a tua intervenção só demonstra a ignorância acerca do país, que é bem mais do que a cerca onde vives.

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  10. Xico Cabaço permalink
    21 Novembro, 2012 18:08

    « Por outro lado dizer que alguem destruiu o que praticamente não existia, industria, agricultura e pescas…».
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    Deixando de lado as falhas linguísticas, sobre a indústria não me pronuncio por aí além e até concordo pelo que vejo à minha volta, isto é, pelo que nunca vi.
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    Quanto ao resto – agricultura e pescas -, acrescento a pecuária. Durante os anos 80 e 90, num ano concediam-se subsídios para arrancar a vinha, por exemplo. No ano seguinte, havia nova remessa para suportar a plantação de uma nova vinha. Volvidos dois ou três, pagava-se novamente para arrancar a vinha. Passado novo para de anos, subsidiava-se o arranque do eucaliptal e a plantação de carrascos. E assim sucessivamente.
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    É um facto de muita gente enriqueceu, mas o tio Cavaco – e não só -, ao acatar tais imbecilidades – contribuiu largamente para a destruição dos setores produtivos indicados.
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    Espertos foram os espanhóis, que chegaram cá e desataram a comprar os terrenos que podiam.
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    Hoje, são os angolanos. Aqui nesta zona, são os tais generais angolanos (esses mesmos com quem a Justiça portuguesa se quer meter) que se fartam de comprar propriedades agrícolas. Suspeito, porém, que não seja pelo seu potencial agrícola…

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  11. André permalink
    22 Novembro, 2012 06:55

    Mas qual é o problema de reformular o Estado Social? Eu sou de esquerda e não estou contra isso. Só acho que reformular é diferrente de destruir, mas certamente Passos Coelho e Vitor Gaspar também o saberão. No entanto, acho que se passa algo de mais urgente no Estado. Deve-se tabelar por completo os ordenados do setor público (incluindo o setor empresarial do Estado).
    Quem trabalha na Função Pública não deve ganhar mais de 3500€ (incluindo subsídios) e quem trabalha no setor empresarial do Estado não deve ganhar mais de 4000€ (também incluindo subsídios). Ambos os salários máximos são bem acima da média nacional, de modo a que as pessoas não tenham como se queixar. Atenção, estes salários são válidos para os gestores, acessores e políticos, sendo que ninguém poderá escapar a estas medidas. Elas não deverão apenas acompanhar a ajuda externa, devem-se manter ao longo dos anos (por outras palavras, devem ser permanentes, acompanhando a inflação).
    Depois, deve-se implantar uma lei que obrigue a que as reformas mais altas sejam de 1500€ mensais e não possam ser acumuladas com outros vencimentos (exceto nas reformas até 800€, que poderão acumular até mais 700€, mas sempre a efetuar descontos para a Segurança Social).
    Deve-se por outro lado, diminuir os custos das próprias infraestruturas ao máximo, ajustando termoestatos e todas essas coisas de que os ambientalistas falam.
    Depois de se tratar dos ordenados altos que o Estado (e suas empresas) paga, então sim, poderemos falar de uma reformulação do Estado Social, até lá, é evidente que o governo não está a fazer o que pode em relação à sua própria classe (média alta e alta, que controla a política nacional, e onde se encontram todos os “boys”) antes de assassinar a população em geral.

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