Há protestos e protestos
Quem anda na rua e lê ou vê notícias pode facilmente constatar que há:
Pessoas com motivos para protestos mas que nunca aparecem: casais, com filhos, ambos desempregados, sem qualificações ou perspectivas, sobrevivendo de caridade e biscates da economia paralela, sob risco de desgraça e perseguição fiscal, oriundos de empresas falidas, mal geridas ou penduradas no Estado, que já serviram os propósitos eleitorais de charlatães que “fomentam o crescimento“.
Pessoas sem motivos para protestos que aparecem sistematicamente: reformados de cargos públicos, com reformas superiores a 2.500€ após uma dúzia de anos de serviço, alguns dos quais que contribuíram activamente para a falência do Estado como charlatães dos que “fomentam o crescimento“.
A julgar pelo que se vê e se lê, quem vos parece que “ai, não aguenta, não“?

Acho que há uma falácia argumentativa chamada generalização precipitada. Mas deve ser só uma impressão minha…
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Não é uma generalização. É um facto. Na sociedade portuguesa normalmente quem mais tem mais é quem mais se queixa.
Esse fenómeno vê-se também na solidariedade. Os portugueses mais solidários, que contribuem para o Banco Alimentar e que dão uma esmola aos pedintes nos transportes, são normalmente os mais pobres.
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Prove-o, à falta de dados por si apresentados… Eu só me estou agora a lembrar daqueles gráficos que passaram na RTP ontem à noite, nem é preciso ir mais longe.
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“…reformados de cargos públicos, com reformas superiores a 2.500€ após uma dúzia de anos de serviço…”
– Nunca lá vi a Assunção Esteves, nem Dias Loureiro, Duarte Lima… 😉
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Ora deixa ver se percebi:
Pessoas com e sem motivos de protesto, que aparecem ou nem tanto.
Isto pode ser metido no Excel com percentagens e dar um rico gráfico de pizza.
A propósito, o que é o jantar?
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Acredito que os que têm boas reformas ao fim de oito, doze anos de função política ou ao fim de 10 no T.C. (Tribunal de cariz político) não andem de cartaz no ar nas manifestações pois gozam da protecção do Sistema político vigente !
Os reformados que aparecem são mesmo os que descontaram uma vida inteira e sem poderem fugir, pois estava o vencimento escarrapachado na folha mensal emitida pelo Estado. Há muito bom privado que só descontou em grande para fazer a média dos últimos anos, pois durante a vida contributiva chegou-se atrás o mais que pôde!
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ir às manifs custa…
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Estão todos a confundir protestos com manifs. A culpa deve ser dos media.
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Estas suas “constatações” estão propositadamente erradas. Ou então, não sabe quem, e porque contesta este governo e vai às manifs.
Mas compreende-se o objectivo do post : baralhar mal e com batota, para voltar a dar “nas vistas”.
Para além da já entranhada insensibilidade social e humana…
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Basta ver a tua descrição de “pessoas com motivos para protestos mas que nunca aparecem” para perceber que sempre foste um previlegiado.
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privilegiado
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Você não é privilegiado? E tem internet? Já ouviu falar do Sudão? Não lhes fale de austeridade.
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Vc. referiu-se (mal) à situação tuga e não ao Sudão.
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Disse Roménia? Hungria? Bulgária?
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Não tente disfarçar o indisfarçável.
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Pronto, se não é privilegiado, tenho compaixão por si. Venha cá que pago-lhe um bife.
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Não tenha compaixão por mim.
Mas aceito umas tripas à Porto ou uma francesinha. Como “troca” (porque não quero “almoços grátis”), pago-lhe um almoço no Guarani e um cimbalino no Majestic.
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Está combinado.
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Quando é? 🙂
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O Fincapé não perde uma boa chicha!
Sabe, ainda estou à espera do número de licenciados do outro post: enviei ao professor Eugénio Rosa o artigo e, caso ele pretenda, publicarei a sua resposta.
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Já tenho perdido muita, meu amigo. Nem imagina! 🙂
Mas olhe que eu não conheço Eugénio Rosa. Conheço vários documentos que ele publica por aí e conheço muita gente que pesquisa o que ele escreve para perceber mais da CGA e da SS. E não concordo com alguém que dizia há dias que ele por ser de uma certa esquerda usa os dados que lhe convêm. Parece-me muito correto nos dados que utiliza, recorrendo a fontes fidedignas. Mas acha mesmo importante esse preciosismo para o caso? Então, ainda não está convencido daquilo que toda a gente sabe? 😉
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Ora, o conhecimento faz-se de demonstrações cabais e refutações peremptórias.
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Não me diga que não acredita na Nossa Senhora de Fátima? 😉
Há coisas que se veem a olho nu. No meu concelho, pela ano da sua predileção, os resultados (sem contagem que não é necessária) seria, mais coisa menos coisa, assim:
Lic. FP=mais de 100, Priv.= meia dúzia.
O rácio com o 11.º e com o 9.º (5.º da época) seria idêntica ou maior.
Mas o Vítor é teimoso, o que hei-de fazer? 😉
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Mas que raio de país é este cujos rácios são baseados na nossa percepção? Oficializem-se os números. Por todos e mais alguns motivos.
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Não confunda uma boca minha com o país. Não sou assim tão pretensioso. Além disso, se lhe disser que a broa de Avintes é mais alta do que a broa da minha região pergunta-me as medidas? 🙂
Se não encontrar na internet dados exatos terá de perguntar ao INE. Não encontrei, mas já vi. Há uns livros da Gulbenkian com muitos dados, mas não me lembro se foi aí.
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muito actual, tendo em conta os indignados que se indignam com protestos:
.
(…) Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és ‘Sepuldra’ tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho? (…)
excerto do FMI, josemariobranco
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Depois há os indignados que se indignam com quem se indigna.
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Essa, serve para os indignados com os tugas que não aceitam frases como “não sejam piegas” ou “aguentam !, aguentam !” ?
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é, a natureza da indignação é que vai alterando…
por exemplo, os editores do Blasfémias fazem oposição a quem faz oposição a este governo . eles, muitas vezes, nem apoiam o governo (vidé o que escrevem sobre o CDS) mas adoram fazer oposição a quem faz oposição. são assim uma espécie de liberais situacionistas 🙂
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Isto de haver gente que discorda de X mas não concorda necessariamente com não-X é muito complicado. Pode até ser inconstitucional.
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JMário Branco sempre acutilante. Indomável.
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Ou institucional, VCunha. Há quem se deixe fossilizar defendendo indefectivel e institucionalmente X, ou Y, neste caso dependendo da qualidade e quantidade do “bife”. Nem ousam questionar-se…
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Há uns e outros. Por sermos todos diferentes é que não somos drones.
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Exacto. Drone, “jamé” — sem ironia para o Mário Lino.
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A propósito, apetece-me e vou ouvir agora Leonard Cohen seguido de Tom Waits. E se entretanto relembrar-me da Mocidade Portuguesa, também Nick Cave.
Boa noite.
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Pudera, que poder reivindicativo têm eles ante um primeiro ministro vaidoso, desonesto, arrogante, sem qualquer sensibilidade, além daquela, primária, de ex-lider da jota, candidato a tenor de ópera, maior aborto ?
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reformados de cargos públicos, com reformas superiores a 2.500€ após uma dúzia de anos de serviço… o vitor cunha é que diz isso?
E devem ser lá da família deles, políticos amigos, mafiosos do psd do ps e do cds, cromos não, nada disso, boys sectários, trolhas da seita dos mânfios da política …
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Publiquem-se os números. Quero números oficiais. A sua suposição é tão boa como a minha, ou seja, baseada em fumo. Queremos dados, doa a que doer.
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Pudera, que poder reivindicativo têm eles, tais casais, ante um primeiro ministro vaidoso, desonesto, arrogante… qualquer casal pobre, sem sem emprego, e ainda homens e mulheres sozinhos, ante esse mentiroso, desnaturado, trafulha e tratante, que não vale um corno… ó vítorcunha ?
E como é que vosmecê vai arrepanhar estes casos extremos, se bastavam tipos simples?
Esse Paços é a maior fraude,. maior erro que nos podia ter acomntecido…
o gajo é a nódoa por excelência, o zero e o nojo, que nem dá riso, ó vítorcunha .
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Não, fulanos com reformas de meia dúzia de anos… que aí se diz, só da política, à cavaco, loreiros e compadrio …
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Está a desalavancar. É pouco keynesiano. Disse uma dúzia.
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ok, que se lixem as eleições, perdão, as fontes.
As pessoas do primeiro grupo, emprenhadas pelos ouvidos, provavelmente votaram na direita, e agora, como tem vergonha na cara, “nunca aparecem”, isto é, aguentam até as próximas eleições, onde vão servir a sua vingançazinha, fria, como deve ser. Até lá, que se f****.
Os do segundo grupo, provavelmente, também votaram na direita, mas como não tem vergonha na cara, “aparecem sistematicamente”. Estes aguentam sempre, tem um grande poder de encaixe.
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VM
Alguém os sustenta…
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