Ninguém quer prejudicar alunos…

Estou farto de pensar em primeiro lugar nos alunos – e continuo a fazê-lo. Se para o ano as horas da Direção de Turma forem não letivas, saem quatro professores efetivos da minha Escola e os restantes fazem esse trabalho, um dos mais importantes da Escola, pelos que saem, com o que isso implica: mais trabalho para os professores que restam, menos tempo para a família (a nossa e a dos alunos) e pior qualidade de serviço. Percebeu tudo, Vitor?

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“1) nos moldes de autonomia escolar actuais – inexistentes – compete-lhe cumprir as obrigações para as quais foi contratado.”
Ó
Vitor, não pode dizer isso (se sabe que o anda a dizer ainda alguém lhe puxa as orelhas) – ainda outro dia fui convocado, para Coimbra, pelo Diretor Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE – que substitui as DRE’s – Direções Regionais de Educação) para nos propor um novo regime de autonomia.

“Pode “pensar sobre os alunos” mas isso é entre si e a entidade patronal, se querem ou não ouvir. Pelos vistos não querem, não pense que os obriga.”

Pois nós professores, por uma questão de hábito, estamos habituados pensar e a ensinar a pensar (é mesmo uma chatice) – e pensamos e vê-mos com clareza, de alguém que está em contacto direto com o que se passa nas Escolas e com alunos, o passado, o presente e o futuro. Se o Ministro, que antes de o ser dizia uma coisa e, depois de o ser faz, o contrário, está aqui alguém a mais -.e não são os ainda cerca de 110.000 que sobreviveram à Maria de Lurdes, Isabel “Alçada” e Nuno Crato (que prezo muito, com pensador, matemático e astrónomo – já fiz atividades com ele…) mas não posso deixar passar em branco a sua inversão de 180º depois de chegar à 5 de outubro.

“2) se as funções laborais mudaram de tal maneira que se sente prejudicado até na vida familiar, estou certo que o patrão respeitará que ceda a vaga que ocupa a quem, perante esse cenário, mesmo assim a quer ocupar.”

Vitor, Vitor… então agora quer que me despeça ou que me despeçam? Sabe que eu gosto de dar aulas, de trabalhar com alunos, de fazer atividades na Escola e não um parvo qualquer (não estou a fallar de si…) que me irá mudar de gostos ou ideias. No Ensino Privado é que acontece isso – usa-se o professor até rebentar e depois troca-se por outro, e assim sucessivamente (se quizer perceber melhor fale com a malta do Grupo de Colégios GPS, que eles êm muita experiência no assunto).

“3) por mim a greve continuava durante vários anos.”

Não seja mauzinho – então depois os professores do Ensino Superior o que faziam?

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