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PS – eleições mais tarde mas com mais votos.

28 Julho, 2013
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As ocorrências políticas de Julho 2013 colocaram o PS diante de um dilema. Convocado para encontros com PSD e CDS, as alternativas que se colocavam ao PS eram, na essência, duas:
1. Aceitar um compromisso e apresentar-se como uma alternativa governativa capaz de convencer o Presidente da República, ou seja, aceitar um plano de austeridade compatível com o estado – próximo do catastrófico – das finanças públicas.
2. Defender programas dificilmente concretizáveis – fim da austeridade, crescimento, investimento público (de uma forma geral, mais despesa).
A segunda alternativa foi a que mereceu a escolha. Manifestamente, ao avançar nesse sentido, o PS forçou o Presidente da República a manter o atual quadro parlamentar, uma vez que a antecipação imediata das eleições implicaria graves riscos, não só riscos gerais decorrentes da instabilidade política, como riscos específicos, derivados das propostas concretas apresentadas.
Existe, contudo, uma contrapartida muito importante a favor da escolha efetuada: ao adotar uma postura mais “esquerdista/despesista”, o PS posicionou-se de uma forma muito mais favorável para suster uma eventual fuga de votos para a sua esquerda e, de igual forma, pode capitalizar melhor o descontentamento nas hostes do centro-direita.
Em suma, a opção escolhida poderá atrasar a chegada ao poder, mas poderá aumentar significativamente a votação no PS, seja qual for a data das eleições.
José Pedro Lopes Nunes

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