Menina estás à janela
Menina estás à janela
com o teu cabelo à lua
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua
Sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela
com o teu cabelo à lua
menina estás à janela
Os olhos requerem olhos
e os corações corações
e os meus requerem os teus
em todas as ocasiões
Menina estás à janela
com o teu cabelo à lua
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua
Sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela
com o teu cabelo à lua
menina estás à janela
Está bem, a menina está à janela, não sabemos exactamente porquê; porém, ela é quem sabe os motivos para estar à janela e o cantor não tem nada com isso. É por a menina estar à janela que pode ser vítima de chantagem, inicialmente por um cantor solitário, depois por um coro de mineiros alentejanos que se recusam a sair sem que lhes dê uma prenda? Se fosse minha filha, eu estaria assustado: com um marmanjo ainda poderia lidar – toma lá a prenda, pá – mas com um bando de tratantes, do barítono ao soprano, seria mais difícil. Que tipo de prenda? O mafarrico não parece contentar-se com um beijo ou sequer com uma nota de 50€: parece exigir corações e olhos, afecto incondicional, atirado ali, de uma janela, onde a menina teve o infortúnio de assentar para que viesse a ser importunada por um bando de comunistas.
António José Seguro está à janela por vontade própria e pronto a ser cortejado pelo povo português, a cambada de mineiros que, em maior ou menor harmonia, exigem “uma alternativa”. Ao contrário da menina, ali, à janela, que não conseguiu evitar os mânfios que exigem olhos e corações, o secretário-geral do Partido Socialista já só pensa no dote. Aparentemente (ter alguma incredibilidade é apenas bondade nos casos de inaptidão), Seguro acha que o primeiro-ministro “está a esconder” alguma coisa aos portugueses, nomeadamente negociações que permitam ao país ter uma rede de segurança quando precisar de mais dinheiro. Dito de outra forma, Seguro desconfia que estejam a preparar maneira de ele poder gastar dinheiro.
Depois de toda a experiência demonstrada pela canção, só se põe à janela mesmo quem quer ser importunado. Seguro consegue ir mais longe e explica, desde já, que dá os olhos e o coração a qualquer grupo de boémios que lhe cante para a janela mas – e bem – adverte que é um perigo darem-lhe a oportunidade de gerir dinheiro.

Pelos vistos vosselência tinha essa cantiga guardada dos tempos em que a cantava de coelho à janela.
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Só se enganou numa coisa, a menina que está sempre à janela à espera de presentes e dotes não é o António José Seguro, é o Paulo Portas. E quando não ligam nenhuma à menina, a menina faz birras irrevogáveis que se revogam numa semana. O António José Seguro neste momento está à janela, mas bem escondido, a ver se ninguém nota que ele lá está, para não votarem nele, para ele não ficar com problemas nas mãos.
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Quem casar com a “carochinha Tozé”, tem como destino o da fábula: cair dentro do caldeirão! Nesta “carochinha Tozé” , nem o um João Ratinho pega, quanto mais um João Ratão.
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Realmente custa a aceitar a forma como a maioria da comunicação social foi atrás do PS, ao trazer para a discussão pública um não-assunto. Estamos tramados.
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Se não falarem destes assuntos, falam do quê? Agora que já não há “espiral recessiva”, a economia está a crescer e o desemprego a baixar, a esquerda e os media que a apoiam, têm de arranjar não-assuntos para não ficarem calados.
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