uma eloquente demonstração
Nas últimas décadas, o estado português, arvorado em estado social, gastou dinheiro a rodos oferecendo tudo a todos, transformando todos os bens e serviços utilizados pelos seus cidadãos em serviços e bens públicos, logo, pela letra e espírito da sua Constituição, universais e gratuitos. Com isso, criou escolas, universidades, politécnicos e cursos desnecessários, duplicou pontes e estradas que quase ninguém usa, criou gabinetes ministeriais de proteção ao mexilhão da Costa da Caparica e ao javali alentejano, subsidiou artistas e cançonetistas, gastou milhões em rendimentos mínimos sem controlo nem tutela, prestou generosa assistência a bancos arruinados, a televisões comerciais sem audiência, a empresas transportadoras cronicamente deficitárias e tecnicamente falidas, patrocinou campeonatos europeus de futebol, realizou obras vultuosas em aeroportos que se preparava para demolir e substituir por outros, enfiou milhões em escritórios de advogados, arquitectos e técnicos para pareceres e projectos, e contratou e pagou a uma enorme burocracia, que praticamente triplicou em vinte anos, para executar as suas ciclópicas tarefas e nobres fins. Fê-lo com os impostos dos contribuintes, a partir de decisões políticas legitimadas pelo voto popular. Ao longo dessas décadas, os impostos subiram sempre, a dívida pública também e a insatisfação popular com os serviços prestados igualmente. Nesta euforia proteccionista, o estado social português, distraído nas suas funções sociais, esqueceu-se daquilo para que essencialmente foi criado: garantir a segurança das pessoas e da sua propriedade.
Por isso, as manifestações enraivecidas de polícias que recebem, em média, a miséria mensal de 1000 euros para arriscarem as suas vidas a defender os outros, é a mais eloquente demonstração do seu fracasso.

Gostei mas lembra-me o p. antónio vieira A “Balzaquiana” das cartas da Sic não nos dirá o que nos vai acontecer ? Ela também terá as cartas viciadas ?
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Chamar de social ao estado português, tomado e controlado pelos grupos económicos representados pelos partidos do ciclo do poder, PS, PSD, CDS, em que o salário minimo é um insulto, por muito que custe aos experts da economia que insistem que se pague demais em Portugal quando há gestores que pura e simplesmente são uns alarves no embolsar de dividendos, só mesmo para denegrir a função do estado social que nada tem a ver com o que o Rui descreveu. Aliás Portugal mais parece uma monarquia constitucional.
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Ó @!@
Reino Unido, Suécia, Países Baixos, Noruega, entre outros, são Monarquias Constitucionais. Onde está o mal?
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Na monarquia, na irresponsabilização dos cidadãos que delegam numa figura tutelar os designios das suas vidas.
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Quais “desígnios das suas vidas”? Onde é que numa monarquia constitucional o rei determina o desígnio seja de quem for?
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Para o Rui. Então para que serve o rei e já agora a monarquia?
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Meu Caro, essa é uma conversa longa. Note que eu não sou exatamente monárquico, durante anos fui furiosamente republicano, mas reconheço hoje que as monarquias constitucionais europeias são, pela fortíssima carga simbólica da chefia do estado (que os orientais, distantes da nossa laicidade, reforçaram com a ideia de familiaridade com as divindades), a melhor forma de refrear, de envergonhar, se quiser, o poder soberano. Nas monarquias constitucionais o rei não tem qualquer poder executivo. Se o tivesse não estaríamos, obviamente, perante democracias, porque seriam poderes não legitimados pelo sufrágio universal. Eles são símbolos vivos perante os quais os poderes soberanos têm de se justificar. A força dos símbolos é, meu caro, imensa, embora a maior parte das pessoas não pense nisso. Pense agora você e diga lá o que concluiu. Se quiser uma ajuda preciosa, veja o filme “A Rainha”, que relata a profunda transformação de Blair em relação à instituição da coroa britânica, para enorme fúria da sua mulher, depois de se ter tornado primeiro-ministro (não exatamente depois de ter conhecido a Isabel II, como um espectador menos atento do filme poderá concluir).
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Mas porque é que coloca tudo no passado?
A maior parte das coisas continua a acontecer.
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Tenho quase a certeza que nenhum jotinha vai para polícia, vai ganhar mais e por vezes com menos habilitações.
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Também acho que nenhum “jotinha” vai para a policia, mas o resto, ou seja a “ilusão” é uma verdade incontestável…
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Quando diz que o estado português, arvorado em estado social, gastou dinheiro a rodos oferecendo tudo…onde coloca o roubo nas pensões de velhice por exemplo??? Pensões que fora amealhadas ao longo de uma vida interira de trabalho???
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Infelizmente, o nosso sistema de pensões, com excepção dos fundos de pensões privados (esses sim, depois de “fusionados” na segurança social estão a ser “roubados”, mas isso é uma minoria e não é de isso que a grande maioria se queixa), não funciona assim, quem assim pensava ou ainda pensa, anda e tem andado muito enganado, ou deixou-se enganar, acreditando numa “mentira piedosa”, a Segurança Social e a CGA, não funcionam, nem nunca funcionaram em modelo de capitalização, mas sim de distribuição…
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Como é possivel TODA uma colectividade pensar que desconta durante 36 anos 10% do seu salário para efeitos de pensão futura , e possa exiguir estar 20 , 30 anos ou mais a receber uma pensão que até há pouco tempo na CGA era 100% do salário. A preços constantes , e num cenário teórico, e muito simplificado os “seus”descontos” só dariam para 3,6 anos !
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As pensões não foram amealhadas ao longo de uma vida de trabalho. Já vamos a meio de 2014 e há pessoas que continuam sem perceber o elementar do elementar …
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Reblogged this on Nuno Anjos Pereira.
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“recebem, em média, a miséria mensal de 1000 euros”.
Eu sei que é pouco, mas estamos a esquecer-nos que vivemos num país de pobres onde 2 milhões de reformados recebem uma pensão média de 425 Euros e mais de um milhão de trabalhadores recebem um salário minimo de 485 Euros.
Nesta pobreza geral, os polícias até são relativamente priveligiados pois ganham mais do que os recém licenciados.
O problema é que nos andaram e andam a fazer crer que eramos/somos ricos e até podiamos ter auto-estradas aos pares, comboios de alta velocidade para nowhere, etc. etc.
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Subscrevo e acrescento:
Não sabiam quanto iam ganhar e os riscos dessa carreira?
Cortes, todos tiveram.
Estes acham que são mais que o vizinho só porque fazem arruaça para TV ver!
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Sabia-se quanto é que se ia ganhar o problema é que com os cortes aplicados foi de um mês para o outro menos cerca de 200€, ou seja à 5 anos ganhava mais que nos atuais dias! E a diferença entre as forças de segurança e restantes funcionários são:
1: trabalhamos em horário rotativo noites, dias , fins de semana, feriados, etc (experimente a ir a uma repartição de finanças depois das 17:00 ou ao fim de semana a ver se é atendido)
2: estamos deslocados da área de residência anos a fio até haver vagas um pouco mais próximo.
3: temos uma folga semanal rotativa, ou seja folgamos de 7 em 7 dias, um dia e folgamos um fim de semana de 7 em 7 semanas
4: as férias são marcadas consoante o serviço, ou seja no Algarve férias no verão é para esquecer pois é a altura de mais eventos (nem na nossa vida mandamos).
PS: nós fomos manifestarmo-nos pelos direitos adquiridos que nos foram retirados, os órgãos de comunicação social concerteza não foram a nosso pedido nem fomos lá para o showoff, antes de assumir uma posição acho que é de seu interesse inteirar-se dos factos.
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“comboios de alta velocidade para nowhere,”?
Acha que a ligação TGV à Europa é nowhere?
“ter auto-estradas aos pares” sim, é um desperdício.
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Para mercadorias é absolutamente necessária a ligação por comboios de velocidade alta…para passageiros é, sem qualquer dúvida, um desperdício !!!!!!!!!!!!
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Camarada biscoito,
Já se nota pequenas mudanças nos seus escritos.
Para quem defendeu sempre todas as obras públicas do PS, inclusive o aeroporto de Beja, vir agora afirmar que é um excesso o duplicar de autoestradas, já é uma mudança bem grande e que registo om apreço.
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a ‘BÓFIA’ social-fascista apenas se interesssa pela carteira dos contribuintes
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Abre-latas, com apenas um ordenado mínimo, seria um bravo arruaceiro.
50 anos salazarentos fizeram do meu país o mais pobre da Europa!
Prá frente Portugal…
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Já vamos com 40 anos de democracia e estamos mais ou menos na mesma, muito obrigado. O mal é dos regimes ou dos habitantes deste jardim à beira-mar?
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Então o que dizer de um Técnico Superior do estado que ganha 1095 euros por mês (gasta um quarto em combustível para deslocações) e trabalha quase há 20 anos? Qualquer jotinha de 23 ou 24 anos vai ganhar o triplo para um gabinete ministerial e com ajudas de custo.
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Ninguém é obrigado a ser técnico superior do estado (ou inferior), se estão mal, e não é só de agora, porque é que não mudam de emprego? O contribuinte agradece! Se calhar achavam que havia alguma vantagem em “trabalhar” para o estado, enquanto que quem pagava a “festa” andava exposto ás normais flutuações da economia e do mercado de trabalho… Era inevitável que o “forrobodó” chegasse ao fim… e tendo em conta que estamos a falar de “intelegentissimos técnicos superiores”, só não viu isso quem não quis ou andava distraído. Os “jotinhas” são, sem dúvida uma vergonha e um problema moral, mas na despesa do estado, pesam pouco ou quase nada, se fosse esse o problema seria muito fácil de solucionar.
Já agora, para mim, técnico, é o Sr. que vai lá a casa arranjar a máquina de lavar, no mundo real as pessoas têm profissões, independentemente das suas habilitações, são funcionários publicos, padeiros, empresários, bancários, etc. as qualificações académicas e outras não são por si só um factor critico de sucesso nem de empregabilidade, mas sim a utilidade e o contributo do individuo para a organização ou empresa…
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O populismo desbragado a que este governo tem dado pasto abundante, manifesta-se aqui em todo o seu explendor. Com que então, se eu mudar de emprego o contribuinte agradece? Está a partir do princípio que a minha função não é necessária e que o meu posto de trabalho existe só porque eu existo.
Técnico é o que arranja máquinas? Sem comentários. Deve ter algum trauma com os “inteligentíssimos técnicos superiores”.
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Então funcionário público é uma profissão? O que uma pessoa descobre. Já agora, sabe o que é um técnico superior?
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Depende do que o “técnico superior” faz; 1095 euros por mês pode ser muito, ou pode ser pouco. Quanto ao que gasta em combustivel, o que é que nós temos a ver com isso, não basta pagarmos os 1095 com o dinheiro dos nossos impostos?
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Eu estava a comentar o post, no qual se diz que 1000 euros por mês é uma miséria e eu tenho o direito a manifestar a minha opinião de que o que ganho é pouco para o tempo de serviço que tenho, o nível de especialização que as minhas funções exigem e as responsabilidades que tenho. O senhor está a queixar-se que me tem de pagar o salário com os seus impostos, mas eu também pago muita coisa com os meus impostos, incluindo os disparates dos nossos governantes.
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Infelizmente, sei o que é um “técnico superior” do estado, pago uma série deles que não servem para nada, há anos… O que não quer dizer que não hajam alguns úteis… E sim! tem razão funcionário publico, não é profissão, pode “levar a bicicleta”, mas só nisso… 😉
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Conheço muitos Técnicos Superiores do Estado que não fazem, a ponta de um c***o…as excepções aqui são a “”regra””, infelizmente !!!!!!!!!!
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Um excelente resumo da situação pelo rui a
Efectivamente, o Estado português gastou demais metendo-se em tudo o que não devia e descurou o que deveriam ser as suas funções fundamentais !
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Helderega (7 Março, 2014 11:00) : “Com que então, se eu mudar de emprego o contribuinte agradece? Está a partir do princípio que a minha função não é necessária e que o meu posto de trabalho existe só porque eu existo.”
Se porventura o Helderega não está satisfeito com as condições então é melhor que procure mudar de emprego para melhor. Melhor para si e para os utentes do seu serviço.
Se porventura a sua função não for necessária então o contribuinte tem tudo a ganhar com a extinção do seu posto de trabalho (ou a sua transferencia para outro com funções necessárias e condições diferentes) : maior eficiencia global, menos gastos, menos impostos (ou melhor utilização do mesmo dinheiro em funções necessárias).
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Acha que o Helderega larga um trabalho de FP ?? Ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah
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Troco já consigo, quer?
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Por isso, as manifestações enraivecidas de polícias que recebem, em média, a miséria mensal de 1000 euros para arriscarem as suas vidas a defender os outros, é a mais eloquente demonstração do seu fracasso.
Efetivamente não é bom ordenado. Mas questiono, onde se encontra o cidadão que diga que o seu ordenado é bom?
Na PSP/GNR/Militar/Câmara Municipal/na construção civil ou na AR?
Quando olho para o Diário da República, CGA, leio que a aposentação dos elementos da PS/GNR/militar, auferem em média 1500€. Mas não há distinção entre o elemento policial que andou a pisar paralelos durante 30 anos e aquele que passou os 30 anos na cantina, na barbearia ou na oficina. Aqui a díspare situação dos outros funcinários públicos que nas mesmas funções usufruem de uma aposentação no valor ridículo está nos 500€
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E há os que estão nas esquadras a contar anedotas enquanto esperamos horas para apresentar uma queixa…e só andam em bandos !!!!!!!!!!!
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“Um Pais com uma classe media forte, e um Pais forte. Um Pais com uma classe media fraca, e um Pais fraco”. Alguem disse isto e concordo mas, chegamos e este ponto porque o povo quer. A arma do povo e apenas o voto e o portugues nao o usou da melhor maneira – temos o que escolhemos. A razao de nao saber usar a arma “voto” tem muitas explicacoes que deixo aos especialistas.
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!000€ não está nada mal, tendo em conta que há muita gente, com sólidas qualificações, a trabalhar no privado e no publico, com similares remunerações.
O que era pouco há uns anos…
Conheço gente, por conta própria, a lembrar que já forma chefes disto e daquilo, a ganhar 800€, que achavam bom, 14 vezes ao ano…
Conheço funcionários, licenciados, em corpos especiais da Justiça, que mal ganham isso, com 10 e 15 anos de carreira.
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O início do post bem poderia começar assim: Desde o 25A, os sucessivos governos teêm conseguido o poder através da compra de votos de tudo o que é funcionário do estado, cencedendo mordomias a todos até á quinta geração………
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