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Voltem para o armário

17 Junho, 2014

Durante alguns dias considerei se este ridículo artigo do Público, “os intelectuais de direita estão a sair do armário”, merecia algum tipo de resposta ou se devia ser tratado como uma peça do 1 de Abril que, por engano, foi publicada pela metodologia Seguro de “é preciso mais tempo”. Depois, quando tinha decidido que o artigo não merecia maior consideração que uma peça sobre o holocausto ecológico de Viriato Soromenho-Marques (que, curiosamente, demonstra o quão a poluição não se considera, ela própria, poluição), chega a resposta do Mário Amorim Lopes, tornando evidente que o meu texto não teria nada a acrescentar. Porém, até tem, que o Mário é demasiado educado para isto. Aqui vai:

Não existe direita. Apenas existe o que a esquerda decide que é a não-esquerda.
Ninguém se caracteriza de direita ou anda na rua com plumas multicolores na procura de uniões desta. Ninguém organiza congressos para “congregar as direitas”, “unir as direitas” ou “combater com uma frente unida o crescimento da esquerda”. Isso seria apenas parvo, o que é intrinsecamente uma condição de esquerda; Não há a Internacional Direitista nem poemas com gaivotas e meninos de mão dada que enfiam flores na metralhadora; não há rancho folclórico aos gritos de “isto não se aguenta”, em corridinho, ao som da concertina, enquanto o Fagundes, com o traje de noiva, abana o farfalhudo bigode da cerveja com sabor a cereja num TwittPE da doutora Estrela. A direita é simplesmente composta pelos que os muito preocupados em identificarem-se de esquerda não acolhem no seu seio. A direita é um conjunto de pessoas que só sabe que o é porque a esquerda assim os identifica. A direita não sai do armário porque não existe; o que existe é uma disponibilidade pontual da esquerda para não espezinhar através do auto-consagrado cânone da bestialidade todos os que não “sentem Abril” a cada orgasmo patético com a matrona entediada.

É impossível “ser de direita”. O verbo “ser” exclui livre-arbítrio e introduz uma certeza, algo que torna em dogmático o que é, por si só, uma abdicação de espírito crítico. As pessoas são (verbo ser) – e por exemplo – católicas ou judias, não são “de esquerda” ou “de direita”. O conceito nem sequer é compatível com um dogma coerente: na Dinamarca considera-se o cheque-escola um conceito inclusivo de progresso enquanto aqui se considera uma medida mais ou menos ao nível do extermínio dos judeus (que aparentemente é de direita, enquanto o extermínio de ucranianos é de esquerda).

A esquerda portuguesa é a legítima herdeira da tradição judaico-cristã.
O artigo do Público demonstra isso na perfeição: não há necessidade de se esconderem no armário aqueles não têm ideias bem definidas e crescentemente claustrofóbicas sobre o papel regulador do Estado; a sério, é possível até não serem estúpidos se não articularem uma ideia sobre a forma como a Merkel devia ser chicoteada no convés e por aí fora. A esquerda é o Bem, o herói circunstancial na luta permanente contra o Mal da ignomínia e escravatura intelectual “da direita”. O que o artigo faz é o mesmo que a esquerda nacional sempre fez: mostrar que há uma fogueira para quem não demonstra arrependimento pelo sentimento de culpa obrigatório e mais que justo por não ter a capacidade intelectual de “ser de esquerda”. Pessoalmente, não me interessa se urbanos saem ou não do armário; preferia, sim, mil vezes, que a pessoa que escreveu a peça voltasse, ela própria, para o local de onde nunca devia ter saído.

25 comentários leave one →
  1. João Silva's avatar
    João Silva permalink
    17 Junho, 2014 10:58

    Vitor, da mesma forma que agradeci ao Mario Amorim, agradeço também por este post porque, tal como o do Insurgente, “tenta esclarecer” os mais distraidos do que é actual direita liberal, onde se encontra e para onde irá.
    Contudo, aproveito para fazer as mesmas perguntas que coloquei ao Mário Amorim,, se houver resposta para elas claro: O que falta, que passo falta para que o Liberalismo português ganhe expressão em Portugal, expressão politica quero dizer, será o Homem Liberal avesso a qualquer grupo com disciplina de voto, a ambiguidade própria, como referiu Mario, é incompativel com representatividade de uma minoria sobre uma maioria votante, o que é preciso para que (pegando na lamentável analogia), depois de “sair do armário”, saia para a rua?
    onde está o Liberalismo que nos possa representar na nossa república?

    Obrigado Vitor
    Cumps

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  2. zazie's avatar
    17 Junho, 2014 11:14

    O melhor texto acerca dessa patranha de “conservadorismo e Direita domesticada” que a escardalhada gosta, está aqui:

    http://portadaloja.blogspot.pt/2014/06/a-direita-neo-segundo-esquerda-velha-e.html

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  3. zazie's avatar
    17 Junho, 2014 11:23

    Mas está certo o que v. diz.

    Isto é a Direita a que a escardalhada chama um figo- os estrangeirados da Amazon

    Repito o que escrevi no Portugal Contemporâneo:

    São assim- são todos estrangeirados sem memória. Ou ainda eram projecto e acharam que dava bué ´de pinta citarem coisas do estrangeiro.

    E é sempre com esses “modelos” do estrangeiro que querem aplicar a um país que não conhecem, de cuja história se envergonham.

    E isto é trampa. É a trampa a que a escardalhada chama um figo.

    Enquanto tiverem ornitorincos para ilustrarem como a única oposição- a oposição da direita ornitorrinca e neotonta, estão eles nas 7 quintas.

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  4. zazie's avatar
    17 Junho, 2014 11:26

    O liberalismo por cá sempre foi de esquerda, sempre foi jacobino e teve como continuadores oss do carbúnculo.

    O único liberalismo que tivemos que era nosso e bem genuíno existiu no Estado Novo e ainda mais com o Marcello Caetano.

    Mas este é o anátema de que todos esses candidatos a “Direita ornitorrinca” se demarcam logo.

    Por pura burrice, por puro oporunismo; por mera estupidez.

    Porque nem os alemães com o Holocausto têm o hiato histórico que nós temos entre a 1ª República e o 25 de Abril.

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  5. zazie's avatar
    17 Junho, 2014 11:28

    E é por isso que sempre que vejo um ornitorrinco a chegar-se à frento tenho um dèjá vu.

    O mesmíssimo que vi, quando veio o PREC e todos se chegaram à frente para parecerem iguais aos coveiros vencedores.

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  6. zazie's avatar
    17 Junho, 2014 11:30

    Safa-se o Jaime Nogueira Pinto e mantém-se vertical o Ferraz da Costa.

    Mais nada.

    E sem descendência. Porque até ao Nogueira Pinto a escardalhada precisou de englobar nos ornitorrincos para assim o neutralizar.

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  7. Amelia's avatar
    Amelia permalink
    17 Junho, 2014 12:00

    “Porque nem os alemães com o Holocausto têm o hiato histórico que nós temos entre a 1ª República e o 25 de Abril.”… Cara Zazie qual I República? Até esse período saltam… e de que maneira! Deve saber melhor que eu que este ano comemoram-se os 100 anos da Grande Guerra (I Guerra Mundial), em que muitos portugueses (estima-se cerca de 30.000) perderam a vida. Vê alguma reportagem ou documentário nas nossas TV’s? Praticamente nada…. A nossa história contemporânea só começa realmente e a sério com o 25.IV…. data a partir da qual as mulheres (oficialmente) descobriram o prazer sexual…. E é isto a nossa estória…

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  8. Kubo's avatar
    Kubo permalink
    17 Junho, 2014 12:07

    A ‘zazie’ – no seu peculiar estilo – discerne com acutilância.

    E não necessita de ceder aos interessantes interesses…

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  9. Eleutério Viegas's avatar
    Eleutério Viegas permalink
    17 Junho, 2014 12:15

    “Não existe direita. Apenas existe o que a esquerda decide que é a não-esquerda.”

    Pois é, mas não se lhes reconhece gabarito para decidir seja o que for…

    Às vezes dizem-me que deveria ser de esquerda, dada a manifesta rebeldia… Falácia: a esquerda não é rebelde… É apenas como diz Zazie… Neotonta. E neotontos é o que vemos todos os dias. Too many.

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  10. Atento's avatar
    Atento permalink
    17 Junho, 2014 13:12

    O artigo é deplorável e provocou em mim também um sentimento de resposta ou não-resposta. Não tem perspectiva de análise (é uma análise [1] sociológica? [2] psicológica (ou de perfil psicológico, se quiserem)? [3] política? [4] etc…) e mistura coisas que não deixam gerar incredulidade (em especial quando fala da música, i.e. dos Heróis do Mar? Porque não os Taxi? ou os Tantra (antecedentes dos Heróis do Mar) ou os Corpo Diplomático). Já agora e porque não falar dos croissants e das campanhas publicitárias da Benetton e já agora dos primeiros anúncios da Durex [Ho fato l’amore con Control]. Não tem nada que ver, pois não? Também muita da trama que consta no artigo).
    À medida que se vai lendo a prosa, o meu sentimento variou entre a repulsa, a indiferença, o vómito, e a constante pergunta: «o que querem estes gajos com isto»?
    O post do Victor Cunha é um exercício de boa educação face a idiotas de pacotilha.

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  11. Carocha's avatar
    Carocha permalink
    17 Junho, 2014 15:17

    Exactamente.!existe direita porque existe esquerda.Escolhamos o campo certo,pode ser o meio campo para mim está bem.!Discordo que a esquerda é a legítima herdeira da tradição judaico-cristã.Como assim?Nem em Portugal nem na Cochinchina.Ah.!o autor equivocou.se devendo acrescentar que os valores ditos cristãos foram adulterados com posições que se colam à tal direita.Devem sair do armário os que sufocam lá dentro.!

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  12. JDGF's avatar
    JDGF permalink
    17 Junho, 2014 18:01

    Nunca compreendi se, de facto, a repulsa pela denominação de ‘direita’ é uma ‘negação’ da Revolução Francesa. E se assim for o ‘liberalismo’ está dentro do armário…

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    • vitorcunha's avatar
      17 Junho, 2014 18:11

      Estranho seria se percebesse alguma coisa e continuasse comunista.

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      • JDGF's avatar
        JDGF permalink
        17 Junho, 2014 18:33

        Estranho novamente a mania de rotulagem. Será um vício ou um anátema da herança judaico-cristã?

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      • vitorcunha's avatar
        17 Junho, 2014 18:34

        Não estranha nada, limita-se a seguir o manual.

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      • JDGF's avatar
        JDGF permalink
        17 Junho, 2014 19:29

        Manual?
        Não é suposto ser ‘cartilha’…

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      • jorgegabinete's avatar
        17 Junho, 2014 21:02

        “Estranho seria se percebesse alguma coisa e continuasse comunista.”

        Assinalo que este seu comentário me valeu a maior gargalhada do dia, boa!
        quase dava para o nome de uma tese ou ensaio

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  13. Rui C's avatar
    Rui C permalink
    17 Junho, 2014 19:37

    Preferia se me permite, ir directamente ao original, que acho criativo, exterior, tendencioso e em alguns aspectos ridículo.

    “COMEÇA UM AJUSTE DE CONTAS COM OS PRETENSOS EXCESSOS DO PREC”

    O insigne Doutor António Araújo, conselheiro do Presidente Cavaco, publicou um extenso e plural artigo no blog Malomil. Plural porque de vez em quando acerta, no interessante enredo que laboriosa e pacientemente construiu sobre a Direita “político/social” dos anos oitenta. A extensão do artigo compreende-se, dada a usual incontinência discursiva, de que deu prova sustentável, na tese de doutoramento que apresentou, e onde resumiu o seu pensamento em cerca de quatro mil páginas, de inigualável “dimensão”.
    Feita a apresentação, segue o comentário.

    Ficamos a saber que o PREC durou até aos anos oitenta e não fosse o Semanário com a sua meia desfeita e depois a Olá, sob a verruminosa influência do MEC, e ainda hoje estaríamos a viver felizes e igualitários, protegidos pelos amanhãs desafinados. E para que não restem dúvidas, aí está para o atestar, uma tal Clara Ferraz, por certo socióloga e de esquerda, passe o pleonasmo.
    Esta cientista sócio/política esclarece, num trabalho académico, por certo de rara qualidade, sobre as “estratégias endogâmicas” das classes superiores. A endogâmia, um privilégio das classes superiores, como é sabido, terá sido uma manobra fassista, para evitar os cavalos de Tróia da esquerda.

    “A exposição pública da desigualdade e a recomposição da estrutura de classes no inicio da década de oitenta”, que se pode traduzir pelo regresso à normalidade – nos casos em que foi perturbada – de que de novo a meia desfeita e a olá são consideradas responsáveis, porque apoiavam e “havia quem gostasse de ver”.
    Estamos perante a “reinvenção” do conservadorismo, coisa que como sabemos resiste muito à extinção, ao contrário do que vai acontecendo ao progressismo…

    “O código do vestuário e o neo conservadorismo do gosto”. Será que pretende referir-se às pessoas que cortavam o cabelo, usavam gravata e falavam português? Tal como em todo o Ocidente, este look só poderia representar a nostalgia do regime anterior…
    Em Portugal, pelo menos a Norte nunca se reinventou nada, porque nada deixou de existir e também nada fechou. Nem Clubes nem boites, como então se dizia. Com ou sem nostalgia, tudo se manteve, e os comunas é que foram escorraçados.
    Mas eis que emerge um conceito “novo” E de novo, isto acontece por artes do MEC, entre “outros”.
    “Com um aproach desconcertante. Podia ser-se culto e fashion sendo de direita ou pelo menos, não sendo de esquerda. O MEC era desconcertantemente monárquico”.
    O natural, para quem tem palas nos olhos e no cérebro que ainda resta, é o desconcerto ser consequência da normalidade. Quanto à Kultura e ao “fashion” (tipo Ana Salazar), isso sempre foi mau e de esquerda; sem côr e não raro sujo.

    Desvaloriza Jaime Nogueira Pinto, como tendo poucos seguidores, depois de ter referido a vitória de Salazar no programa da televisão sobre qual o político Português mais importante de sempre! O que não disse foi que tal blasfémia provocou o final abrupto do programa, sem que a apresentadora o tivesse finalizado sequer. O prémio também ficou por atribuir… Creio que era a Fátima…
    Ao atribuir o mérito da viragem de paradigma a MEC, Portas e Marcelo, essencialmente, está a aceitar a fraqueza e estupidez da esquerda, que duas ou três pessoas, sem tropas, sendo embora inteligentes, são suficientes para a derrotar.
    Tudo isto afinal se resume a uma esotérica conspiração da Direita, para recuperar o poder perdido e desestabilizar o esquerdismo, estabelecido supõe-se, com o onze de Março.
    Data esta curiosamente citada en passant, tal como o vinte e cinco de Novembro seguinte. Ou seja, ficam de fora aspectos fundamentais no plano político. O Verão quente de setenta e cinco, não existiu…
    A “narrativa” prossegue: “na ressaca do 25/4 os ricos saíam do armário”. Onde se supõe se tivessem escondido cerca de dez anos! Um sufoco! Esticam-se assim, alguns meses, em que o poder caiu nas mãos do comunismo politico/militar anárquico – e que foram dramáticos principalmente porque arruinaram o País – até mais ou menos dez anos.
    A generalidade dos muito ricos emigrou e só regressa nos anos oitenta, é verdade. Mas não estiveram no armário. Alguns, estiveram sim na cadeia, sem culpa formada, detidos com mandatos de captura emitidos em branco pelo Otelo do copcon. O crime que cometeram foi terem trabalhado e desenvolvido o País. Depois de roubados, foram-se embora naturalmente.

    “A sociabilidade da direita mais moderna com a esquerda, no bar mítico – o frágil. A nova
    Direita urbana e cosmopolita, vanguardista. Esta direita urbana, convivia com a esquerda na noite e na moda. De certa forma era uma direita que era de esquerda”.
    Curioso este wishfull think. Puro engano. O frágil nunca foi frequentado pela Direita que só lá passava à falta de melhor, ao fim da noite e por outras razões. Do género feminino, como diria o outro , no “leão da estrela”…

    Não resisto a citar, com a devida vénia, mais algumas tiradas de génio, onde a narrativa consegue a proeza de conjugar a “isenção” com o mais enraízado esquerdismo.
    E finaliza a curiosa incursão social na Direita, desta vez invocando o Independente e a Kapa como os mentores do fracasso marxista no Bairro Alto, onde parece acantonar-se todo o País.
    Não sem acrescentar o inevitável consumismo, esse temível corruptor da esquerdalhada mais susceptível. Desta vez junta-se-lhe uma nova tentação – o bem estar imaterial – produto que a julgar pela descrição, deve ser o nome de código para o charro…
    No entendimento do autor da “narrativa”, nesta altura do campeonato, é que a sexualidade passou a ter um papel mais “central” na vida dos jovens. Mas também neste aspecto se engana nas datas. Desta vez o atraso é superior a dez anos.

    “Reanimou-se o valor do status em desfavor da noção de classe, isto em termos weberianos, da anterior classe dominante, com os solares e o turismo de habitação”
    Aqui a confusão é mais que muita, indiciando um conhecimento dos assuntos pouco assertivo e algo rudimentar. Não surge aquele que no dizer de Weber, se dispôs a perder a alma para salvar a cidade.
    “Mais uma vez o independente desgasta o cavaquismo mas contribui para o desenvolvimento da estabilidade dos seus governos maioritários. O povo não gosta de brincadeiras com a economia”. Pois não…
    Por fim e num esforço desesperado e inglório para entender o político/ideológico /económico,vê insanáveis contradições entre o liberalismo na economia e o conservadorismo nos costumes. Edmund Burke versus Milton Friedman, como o exemplo acabado da inevitável derrota do capitalismo. Será que irá coincidir com o fim do Mundo anunciado pelo Dr. Soares?.

    “Como conciliar a liberdade de escolher com os valores e princípios? Estes axiologicamente superiores”. Contradição que em sua opinião terá provocado o fracasso da TVI.
    Esse obstáculo dos princípios, eles nunca o tiveram, e sucesso empresarial também não.
    Para a esquerda, o ideal seria os conservadores tornarem-se estatistas e o liberalismo virar esquerdista. Só que isso é tão provável como a esquerda tornar-se actual e sustentável…
    E como já abundantemente se viu do que a casa gasta, encerro este enriquecedor conjunto de ensinamentos, com um devastador potpourri de maldições, estas de natureza mais filosófico/ /ideológica, que a história primeiro e o mundo actual depois, teimam em desmentir.

    “A direita não enfrenta estes problemas e vai numa fuga para a frente”… Onde é que eu já ouvi isto?. é que o progresso, não sendo o que eles pensam, existe mesmo!
    “Estas questões são dilacerantes para a sua coerência e para a sua consciência”.
    Chega a ser comovente o cuidado extremoso que a esquerda nos dedica, ao ponto de se esquecer de si própria!
    “Colidem com o sentimento de gratificação pessoal que se instalou nas pessoas”. Colisão essa de que a esquerda está livre, infelizmente para eles…
    “O capitalismo vive à custa de princípios de acção que tendem a destruir a ética protestante que alimenta o seu espírito”…. , esta mais martelada, mas nem por isso menos falaciosa.
    E pero si muove! Mas o que se há de fazer? O pessoal prefere alimentar o corpo…e o que é pior, gosta é de cacau!.

    As minhas desculpas pelo tamanho exagerado do texto.

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    • zazie's avatar
      17 Junho, 2014 20:14

      É verdade. Também topei que os palermas do jornal pouco mais fizeram que copiar esse estendal apalermado que o Malomil já tinha feito.

      E é por isso que cheira tudo a blogo. Até tiveram de meter a martelo o Tiago Cavaco no meio da “Direita Conservadora”.

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      • zazie's avatar
        17 Junho, 2014 20:15

        Mas pronto. Também não se pode mandar umas bocas ao AA porque nesta mediocridade reinante, quem tem olho é rei.

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    • Pedro's avatar
      Pedro permalink
      18 Junho, 2014 16:48

      “Curioso este wishfull think. Puro engano. O frágil nunca foi frequentado pela Direita que só lá passava à falta de melhor, ao fim da noite e por outras razões. Do género feminino, como diria o outro , no “leão da estrela”…”

      Ia lá tudo pelas mesmas razões, ó amigo: para beber, para o engate e sobretudo porque estava na moda.

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  14. jorgegabinete's avatar
    17 Junho, 2014 21:07

    Definitivamente é de mim! Li este artigo há dias e vi nele uma concessão à tentativa de imparcialidade e não um tratado de condescendência para com a direita.
    No resto sinto que sou de direita, não para discordar, mas porque preciso desse sentimento de pertença, devo estar inquinado por esta axiomática esquerdista.
    É nestes momentos que decido (efémeramente) que tenho de me recolher para estudar, estudar muito, que esta profundidade de disputa de metros de terreno me escapa sempre ao primeiro (e segundo e terceiro…) relance.
    Viva a direita, esta ou qualquer outra, desde que cumpra mínimos olímpicos de respeito da carta

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  15. Vasco Correia's avatar
    17 Junho, 2014 22:19

    Muito, muito bom!

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  16. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    18 Junho, 2014 16:44

    “É impossível “ser de direita”. O verbo “ser” exclui livre-arbítrio e introduz uma certeza, algo que torna em dogmático o que é, por si só, uma abdicação de espírito crítico.”

    Hã?

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  17. victor's avatar
    victor permalink
    24 Junho, 2014 19:15

    Porque durante anos a esquerda comunista, quis destruir o imperio CUF de Alfredo da Silva? o +unico periodo, em que tivemos um grupo industrial privado, que sempre cresceu
    criou dezenas de milhares de postos de trabalho!
    A CUF, foi o berço de muito esquerdista comunista, cresceu profissionalmente, e que na abrilada, veio berrar o seu antiSalasarismo. O que ganhou Portugal?

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